quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

China e EUA prorrogam negociações comerciais na expectativa de acordo

A China e dos Estados Unidos estenderam por um terceiro dia não previsto as negociações para chegar a um acordo e desarmar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Mesmo que as diferenças ainda sejam enormes, a reunião de Beijim fez progresso em questões como o aumento da importação de bens e serviços americanos pelos chineses.

Depois da imposição de tarifas punitivas sobre dezenas de bilhões de dólares do comércio bilateral, o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping decidiram retomar negociações num jantar em 30 de novembro em Buenos Aires, no fim da reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20). O prazo para um acordo vai até 1º de março.

Os EUA exigem a redução de um déficit comercial que chegou a US$ 375 bilhões em 2017, respeito à propriedade intelectual e fim da transferência forçada de tecnologia.

A delegação chinesa, chefiada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, um indicador da importância desta etapa de negociações, concordou em retomar as importações de soja, reduzir as tarifas de importação sobre carros e autopeças e adotar uma estratégia menos agressiva no programa Fabricado na China 2025, através do qual pretende alcançar independência tecnológica.

Ao mesmo tempo, o governo da China prometeu fortalecer a legislação para proteger a propriedade intelectual e aprovar uma nova lei de investimentos estrangeiros para dar melhores condições de concorrência para empresas de outros países no imenso mercado chinês.

Independentemente de um possível acordo comercial, a competição estratégica entre os EUA e a China será o elemento dominante das relações internacionais nos próximos anos. Com a China marchando para se tornar a maior economia do mundo até 2030, os EUA temem perder a superioridade tecnológica e militar.

A transição hegemônica de uma grande potência para outra foi causa de inúmeras guerras na história das relações internacionais. As grandes guerras mundiais foram causadas pela ascensão da Alemanha. A ascensão da União Soviética levou à Guerra Fria. A China afirma ter aprendido a lição. Mas os EUA enfrentam o desafio de lidar com seu próprio declínio.

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