Um dia depois de sofrer uma esmagadora derrota por 230 votos com a rejeição de seu acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, a primeira-ministra Theresa May conseguiu uma vitória apertada mas suficiente para se manter na chefia do governo.
Por 325 a 306, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico repudiou uma moção de desconfiança apresentada pelo líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn. May tem agora até segunda-feira para apresentar ao plano alternativo para sair da UE.
Muitos deputados do Partido Conservador que ontem votaram contra o acordo negociado com a UE hoje apoiaram a chefe de governo. Com a divisão do partido em torna da Brexit (saída britânica), os conservadores seriam trucidados nas urnas e o líder do Partido Trabalhista, um radical de esquerda. provavelmente seria eleito primeiro-ministro. Nenhum conservador quer enfrentar as urnas agora.
Nos próximos dias, a primeira-ministra sobrevivente irá consultar os partidos para discutir um acordo capaz de ser aprovado pelo Parlamento. Há uma forte possibilidade de que o prazo de saída, 29 de março, seja prorrogado, mas a UE deixou claro que não fará grandes concessões além do que foi acertado com o governo May e rejeitado pela Câmara dos Comuns.
Com a derrota de sua moção de desconfiança, Corbyn está sob pressão para apoiar um referendo sobre um segundo plebiscito para que o eleitorado resolva o que o Parlamento não consegue decidir, com a possibilidade de rejeição da Brexit e a permanência do Reino Unido na UE.
A ala mais direitista e radical do Partido Conservador não admite esta hipótese, mas é minoria. A maioria da Câmara dos Comuns é contra a chamada saída dura, sem acordo com a UE, que seria catastrófica para a economia do país. Se esta hipótese for descartada, restarão as alternativas de um acordo ou da permanência na UE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário