terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Kim Jong Un vai à China para quarto encontro de cúpula com Xi Jinping

O trem blindado do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un cruzou ontem a fronteira da China para uma visita de quatro dias Beijim a convite do ditador Xi Jinping. O quarto encontro de cúpula entre os dois aliados indica que há uma preparação para uma próxima reunião de Kim com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump e Kim se encontraram em Cingapura, em 12 de junho de 2018, no primeiro encontro de um presidente em exercício dos EUA com um líder da Coreia do Norte. Eles chegaram a um acordo de princípios para desnuclearizar a Península Coreana e assinar um acordo de paz definitivo, pondo fim à Guerra da Coreia (1950-53).

Desde então, não houve avanços nas negociações entre os dois países. Os EUA exigem um cronograma de desnuclearização para o regime comunista norte-coreano entregar 60% a 70% de suas armas atômicas em seis a nove meses. A Coreia do Norte rejeita o "desarmamento unilateral". Exige o fim das sanções internacionais e a assinatura do acordo de paz com a Coreia do Sul e os EUA.

No domingo, o presidente americano revelou que EUA e Coreia do Norte estão negociando um local para o segundo encontro, o que indica que seria iminente, faltando apenas acertar os detalhes finais.

O Ministério do Exterior da Coreia do Sul descreveu hoje o encontro Kim-Xi como uma contribuição para "a desnuclearização e uma paz duradoura" na Península Coreana. Seul tem todo o interesse num acordo, mas o otimismo sul-coreano pode ser exagerado.

Na mensagem de Ano Novo, Kim advertiu os EUA de que pode procurar "um novo caminho" se não houver um alívio das sanções econômicas.

"Kim está ansioso para mostrar ao governo Trump que tem opções econômicas e diplomáticas além do que Washington e Seul têm a oferecer", comentou o pesquisador Harry Kazanis, especialista em Coreia do Norte do Centro para o Interesse Nacional, um instituto de pesquisas dos EUA.

A visita de Kim a Beijim em março do ano passado foi sua primeira viagem ao exterior desde que se tornou ditador da Coreia do Norte com a morte do pai, em dezembro de 2011. Durante a abertura do regime para contatos com os EUA e a Coreia do Sul, Kim sempre teve o cuidado de envolver a China.

"Enquanto os negociadores americanos e chineses se reúnem em Beijim para tentar resolver a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, Xi mostra aos EUA que pode jogar a carta da Coreia do Norte", acrescentou Kazanis.

Maior parceira comercial da Coreia do Norte, responsável por mais de 90% do comércio exterior do país vizinho, a China é fundamental para manter a pressão das sanções econômicas sobre a ditadura stalinista de Pyongyang.

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