quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Comandantes militares dão apoio a Maduro na Venezuela

Sob a liderança do ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, a alta cúpula das Forças Armadas e os comandantes de todas as regiões militares da Venezuela deram apoio hoje ao ditador Nicolás Maduro como "presidente legítimo" do país e denunciaram o governo paralelo da oposição como uma tentativa de golpe de Estado.

Ontem, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, prestou juramento público diante de uma multidão de manifestantes declarando ser o líder legítimo do país. Desde segunda-feira, mais de 20 pessoas morreram em confrontos de manifestantes com as forças de segurança.

O país tem agora poderes Executivo, Legislativo e Judiciário paralelos. Um Supremo Tribunal de Justiça paralelo no exterior, se reúne em Bogotá. Tem outro Parlamento, a Assembleia Nacional Constituinte convocada em 2017 por Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015.

Imediatamente, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá, o Reino Unido, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Eqaudor, a Guatemala, Honduras, o Panamá, o Paraguai e o Peru reconheceram o governo paralelo da oposição.

Maduro reagiu rompendo relações com o Washington e ordenando a saída do país de todos os diplomatas americanos em 72 horas. O governo Donald Trump rejeitou a ordem, mandando apenas o pessoal não essencial sair do país.

Hoje, a China e a Rússia condenaram a interferência externa na política interna da Venezuela.

Enquanto os EUA convocaram uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a China, o México e o Uruguai pediram a retomada do diálogo entre governo e a oposição. Maduro concordou em princípio, mas a situação é tão polarizada que é difícil imaginar algum entendimento

A China e a Rússia fizeram grandes investimentos na Venezuela e são hoje as principais fontes de sustentação do regime chavista, além de trabalharem para sabotar a influência dos EUA em todas as regiões do planeta.

Só a China deu empréstimos de US$ 50 milhões a Caracas nos últimos dez anos, a serem pagos em petróleo.

O governo paralelo pretende aprovar novas leis anticorrupção e sobre a exploração de petróleo. A queda do regime chavista levaria à revisão dos negócios com outros países. Isto afetaria os interesses dos russos e chineses.

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