terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Ditadura de Maduro proíbe saída da Venezuela do autoproclamado presidente

A Corte Suprema da Venezuela proibiu hoje o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino do país, deputado Juan Guaidó, de sair do país, congelou suas contas bancárias e abriu um processo por "usarpar" as funções presidenciais. Ele tem ser preso, o que agravaria ainda mais a crise política do país, que tem hoje dois governos paralelos.

A decisão foi tomada a pedido do procurador-geral Tarek William Saab horas depois de um anúncio dos Estados Unidos de novas sanções à companha estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e de que transferiu as contas bancárias da Venezuela nos EUA para o governo paralelo da oposição.

Se empresas americanas importarem petróleo venezuelano, o pagamento irá para contas congeladas e só poderá ser movimentado pelo governo paralelo.

"Há um cidadão que liberou toda esta ação contra a Constituição venezuelana e tomamos medidas cautelares em caráter preliminar", justificou o procurador-geral.

Este tipo de acusação, de liderar ou convocar manifestações que terminem em distúrbios violentos e mortos, levaram à prisão e condenação de Leopoldo López, líder do partido direitista Vontade Popular e chefe político de Guaidó.

Saab foi nomeado chefe da Defensoria Pública em 2014 por indicação do número dois do regime, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, o parlamento-fantoche criado em 2017 pelo ditador Nicolás Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, quando a oposição obteve maioria de dois terços.

Em 2017, quando a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz rompeu com Maduro e fugiu do país, Saab foi nomeado para o cargo. Leal ao ditador, o procurador-geral chegou a dizer que o vereador Fernando Albán, morto em 2018, se suicidou quando estava preso pelo Serviço Boliviariano de Inteligência (Sebin).

Na Europa, a Alemanha, a Espanha, a França e o Reino Unido deram oito dias a partir do sábado passado para Maduro convocar novas eleições. Caso contrário, ameaçam reconhecer o governo Guaidó.

Desde 21 de janeiro, pelo menos 40 venezuelanos morreram em choques com as forças de segurança. Mais de 850 foram presos.

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