Os Estados Unidos e o Canadá chegaram a um acordo para revisar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) pouco antes do prazo fatal, a meia-noite de hoje em Washington (1h da madrugada de amanhã em Brasília). O governo canadense se reuniu hoje à noite para dar a aprovação final.
Na sua estratégia de negociação, o governo Donald Trump negociou primeiro bilateralmente com o México, a parte mais fraca, que depende dos EUA em mais de 80% de seu comércio exterior, para pressionar o Canadá a aderir.
Os EUA reclamavam das tarifas de importação impostas pelo Canadá a produtos lácteos. Trump quis acabar com o mecanismo de solução de controvérsias e a exceção cultural, reivindicada pelos canadenses para proteger a indústria cultural.
Com o novo acordo comercial da América do Norte, Trump mostra à China que um acordo é possível. Os EUA impuseram sobretaxas a produtos chineses importados pelos americanos num valor anual de US$ 250 bilhões. Quem paga é o consumidor americano.
Na semana passada, os EUA iniciaram negociações comerciais com o Japão, sob ameaça de Trump de sobretaxar as importações de carros japoneses em nome da segurança nacional. Seria uma medida de um cinismo absoluto.
Os EUA e o Japão são aliados desde que os americanos derrotaram os japoneses e ocuparam o país, no fim da Segunda Guerra Mundial. Até hoje, os EUA mantêm soldados no Japão.
Trump também ameaçou retirar os EUA da Organização Mundial do Comércio (OMC), uma instituição criada por seu país, a não ser que seja reformada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 30 de setembro de 2018
Trump se apaixonou por Kim
Durante um discurso de uma hora no estado da Virgínia Ocidental, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou ter "se apaixonado" pelo ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, além de reforçar a campanha para que o juiz Brett Kavanaugh, indicado por ele para a Suprema Corte, seja aprovado pelo Senado.
Ao falar do ditador norte-coreano, Trump afirmou: "Nós nos apaixonamos." E explicou: "Ele me escreveu cartas lindas. Eram grandes cartas. E então, nos apaixonamos."
Trump e Kim trocaram ameaças de guerra nuclear no ano passado. No discurso de Ano Novo, Kim mudou da retórica agressiva para a reconciliação, mandou uma delegação à Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul, encontrou-se três vezes com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, e uma com Trump.
No histórico encontro de cúpula de 12 de junho em 2018, em Cingapura, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um ditador da Coreia do Norte, Kim e Trump chegaram a um acerto inicial para desnuclearizar a Península Coreana e chegar a um acordo de paz definitivo na Guerra da Coreia (1950-53).
Desde então, as negociações estagnaram. Por três vezes, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, cobrou do regime comunista de Pyongyang uma relação completa das armas do arsenal nuclear e a apresentação de um cronograma para entregar 60% a 70% das bombas atômicas dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte resiste a um desarmamento unilateral. Quer um desarmamento gradual e a assinatura de um acordo de paz. Os EUA relutam, temendo que o regime stalinista norte-coreano exija a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul, hoje com 28,5 mil soldados.
Ao falar do ditador norte-coreano, Trump afirmou: "Nós nos apaixonamos." E explicou: "Ele me escreveu cartas lindas. Eram grandes cartas. E então, nos apaixonamos."
Trump e Kim trocaram ameaças de guerra nuclear no ano passado. No discurso de Ano Novo, Kim mudou da retórica agressiva para a reconciliação, mandou uma delegação à Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul, encontrou-se três vezes com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, e uma com Trump.
No histórico encontro de cúpula de 12 de junho em 2018, em Cingapura, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um ditador da Coreia do Norte, Kim e Trump chegaram a um acerto inicial para desnuclearizar a Península Coreana e chegar a um acordo de paz definitivo na Guerra da Coreia (1950-53).
Desde então, as negociações estagnaram. Por três vezes, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, cobrou do regime comunista de Pyongyang uma relação completa das armas do arsenal nuclear e a apresentação de um cronograma para entregar 60% a 70% das bombas atômicas dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte resiste a um desarmamento unilateral. Quer um desarmamento gradual e a assinatura de um acordo de paz. Os EUA relutam, temendo que o regime stalinista norte-coreano exija a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul, hoje com 28,5 mil soldados.
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sábado, 29 de setembro de 2018
Terremoto e maremoto matam mais de 830 pessoas na Indonésia
Um terremoto de 7,5 graus na escala aberta de Richter provocou a formação de ondas de até seis metros de altura e arrasou duas cidades da ilha de Sulawesi, na Indonésia. O maremoto derrubou prédios que abalado pelo abalo sísmico, destruiu uma ponte importante, estradas, redes elétricas e de telecomunicações. Mais de 830 pessoas morreram. O vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, teme que o total de mortos chegue a milhares.
Sulawesi fica a 1.280 quilômetros da capital, Jacarta, no centro do arquipélago indonésio, que tem mais de 13 mil ilhas espalhadas por uma distância de 5 mil quilômetros. O serviço nacional de meteorologia está sendo muito criticado por ter retirado muito rapidamente o alerta de tsuname.
Só na cidade de Palu morreram mais de 420 pessoas. Até o acesso por mar está difícil para levar ajuda de emergência porque o porto foi destruído. Como o aeroporto também foi atingido, as equipes de resgate precisam fazer uma viagem de 10 a 12 horas por terra.
A segunda cidade mais atingida, Dongala, está isolada pelo colapso de uma ponte. "Temos algumas informações sobre a destruição em Palu, mas não sabemos nada de Dongala, o que é extremamente preocupante", declarou a Cruz Vermelha. "Há mais de 300 mil pessoas morando lá. Já é uma tragédia e pode ficar muito pior."
Em agosto deste ano, um terremoto de 6,9 graus abalou a ilha de Lombok, ao sul de Sulawesi, matando mais de 450 pessoas. Em dezembro de 2004, um maremoto de 9,1 graus na escala Richter causou a morte de 230 mil pessoas em vários países da região.
Sulawesi fica a 1.280 quilômetros da capital, Jacarta, no centro do arquipélago indonésio, que tem mais de 13 mil ilhas espalhadas por uma distância de 5 mil quilômetros. O serviço nacional de meteorologia está sendo muito criticado por ter retirado muito rapidamente o alerta de tsuname.
Só na cidade de Palu morreram mais de 420 pessoas. Até o acesso por mar está difícil para levar ajuda de emergência porque o porto foi destruído. Como o aeroporto também foi atingido, as equipes de resgate precisam fazer uma viagem de 10 a 12 horas por terra.
A segunda cidade mais atingida, Dongala, está isolada pelo colapso de uma ponte. "Temos algumas informações sobre a destruição em Palu, mas não sabemos nada de Dongala, o que é extremamente preocupante", declarou a Cruz Vermelha. "Há mais de 300 mil pessoas morando lá. Já é uma tragédia e pode ficar muito pior."
Em agosto deste ano, um terremoto de 6,9 graus abalou a ilha de Lombok, ao sul de Sulawesi, matando mais de 450 pessoas. Em dezembro de 2004, um maremoto de 9,1 graus na escala Richter causou a morte de 230 mil pessoas em vários países da região.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
Israel mata sete palestinos em protesto na fronteira da Faixa de Gaza
O Exército de Israel matou sete palestinos nesta sexta-feira, inclusive dois menores de 12 e 14 anos, durante uma manifestação de protesto que atraiu 20 mil palestinos para a fronteira da Faixa de Gaza, dominada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), informou o jornal liberal israelense Haaretz.
O Ministério da Saúde de Gaza identificou os menores como Youssef Abu Zarifa, de 12 anos, baleado na cabeça a leste de Khan Younis, e Mohammad Naif al-Hum, de 14 anos, atingido no peito perto do campo de refugiados de Al-Bureij. Dos adultos mortos, dois tinham 18 anos e os demais 24, 26 e 33 anos. Outros 506 palestinos saíram feridos e 210 foram hospitalizados.
A Força de Defesa de Israel declarou ter contra-atacado duas vezes no Norte da Faixa de Gaza, em resposta a granadas e explosivos jogados contra soldados israelenses que patrulhavam a fronteira. Os palestinos conseguiram mandar seis balões incendiários para o território israelense.
Desde o fim de março, o Hamas organiza as "marchas do retorno" toda sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos, para reivindicar o "direito de retorno" à terra onde foi criado o Estado de Israel, há 70 anos.
Com a retirada de uma ajuda dos Estados Unidos de US$ 300 milhões à agência das Nações Unidas dedicada a ajudar os refugiados palestinos, a tensão aumentou muito em Gaza.
Quatro anos depois da última guerra aberta contra o grupo extremista palestino, a inteligência militar israelense teme um conflito iminente com o Hamas, se não houver ajuda externa para compensar o fim da assistência americano nem uma reconciliação entre o Hamas e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que domina partes da Cisjordânia ocupada.
O Ministério da Saúde de Gaza identificou os menores como Youssef Abu Zarifa, de 12 anos, baleado na cabeça a leste de Khan Younis, e Mohammad Naif al-Hum, de 14 anos, atingido no peito perto do campo de refugiados de Al-Bureij. Dos adultos mortos, dois tinham 18 anos e os demais 24, 26 e 33 anos. Outros 506 palestinos saíram feridos e 210 foram hospitalizados.
A Força de Defesa de Israel declarou ter contra-atacado duas vezes no Norte da Faixa de Gaza, em resposta a granadas e explosivos jogados contra soldados israelenses que patrulhavam a fronteira. Os palestinos conseguiram mandar seis balões incendiários para o território israelense.
Desde o fim de março, o Hamas organiza as "marchas do retorno" toda sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos, para reivindicar o "direito de retorno" à terra onde foi criado o Estado de Israel, há 70 anos.
Com a retirada de uma ajuda dos Estados Unidos de US$ 300 milhões à agência das Nações Unidas dedicada a ajudar os refugiados palestinos, a tensão aumentou muito em Gaza.
Quatro anos depois da última guerra aberta contra o grupo extremista palestino, a inteligência militar israelense teme um conflito iminente com o Hamas, se não houver ajuda externa para compensar o fim da assistência americano nem uma reconciliação entre o Hamas e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que domina partes da Cisjordânia ocupada.
China corta pela metade importações de petróleo do Irã
A Sinopec, maior refinaria da China, reduziu à metade a importação de petróleo iraniano antes da entrada em vigor, em novembro, das sanções impostas pelos Estados Unidos depois de se retirar do acordo nuclear assinado em 2015 para desarmar o programa nuclear do Irã, noticiou hoje a agência Reuters.
É um duro golpe no Irã. A República Islâmica contava com a China e a Índia, seus maiores importadores, para neutralizar pelos menos em parte as sanções impostas pelo governo Donald Trump. Com a decisão da Sinopec e das maiores refinarias indianas, as exportações de petróleo iranianas podem cair para 1 milhão de barris por dia.
Os EUA ameaçam aplicar sanções cruzadas contra qualquer empresa ou país que faça negócios com o Irã, vetando acesso ao mercado americano e às transações em dólar. Antes mesmo da entrada em vigor das sanções, a economia iraniana está sofrendo.
Há dois dias, ao presidente Trump presidiu uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Irã e ficou isolado ao tentar isolar o Irã. As outras grandes potências com direito de veto na ONU signatárias do acordo (China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha tentam manter o acordo por acreditar que o Irã está cumprindo-o.
É um duro golpe no Irã. A República Islâmica contava com a China e a Índia, seus maiores importadores, para neutralizar pelos menos em parte as sanções impostas pelo governo Donald Trump. Com a decisão da Sinopec e das maiores refinarias indianas, as exportações de petróleo iranianas podem cair para 1 milhão de barris por dia.
Os EUA ameaçam aplicar sanções cruzadas contra qualquer empresa ou país que faça negócios com o Irã, vetando acesso ao mercado americano e às transações em dólar. Antes mesmo da entrada em vigor das sanções, a economia iraniana está sofrendo.
Há dois dias, ao presidente Trump presidiu uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Irã e ficou isolado ao tentar isolar o Irã. As outras grandes potências com direito de veto na ONU signatárias do acordo (China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha tentam manter o acordo por acreditar que o Irã está cumprindo-o.
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quinta-feira, 27 de setembro de 2018
UE aprova ajuda de 100 milhões de euros à Somália
A União Europeia vai dar uma ajuda de 100 milhões de euros (R$ 467,5 milhões) ao governo provisório da Somália, a ser desembolsada do fim deste ano até 2021, anunciou ontem a Comissão Europeia, órgão executivo da UE.
A ajuda europeia é fundamental para a Somália tentar reconstruir a máquina estatal, destruída depois de 27 anos de guerra civil e anarquia, sem um governo central. O governo não controla o território nacional e não consegue prover os serviços básicos à população.
A ajuda europeia é fundamental para a Somália tentar reconstruir a máquina estatal, destruída depois de 27 anos de guerra civil e anarquia, sem um governo central. O governo não controla o território nacional e não consegue prover os serviços básicos à população.
Trump e Kim devem se reencontrar em outubro
O segundo encontro de cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, deve ser realizado no próximo mês. Depois de falar com o ministro do Exterior norte-coreano, Ri Yong Ho, ontem em Nova York, durante a sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou que vai a Pyongyang acertar os detalhes finais.
Em seu primeiro encontro de cúpula, em Cingapura, em 12 de junho, Kim e Trump acertaram negociar a desnuclearização da Península Coreana e a assinatura de um acordo de paz definitivo sobre a Guerra da Coreia (1950-53). Desde então, as negociações estagnaram.
Por três vezes, o secretário Pompeo cobrou do regime comunista norte-coreano um inventário de todas as armas nucleares do país e um cronograma para entregar 60% a 70% em seis a nove meses.
A Coreia do Norte não quer fazer isso unilateralmente. Exige a assinatura de um acordo de paz. Os EUA relutam porque isso pode levar a demandas de retirada total das forças americanas da Coreia do Sul.
Para conseguir um segundo encontro com Trump, Kim prometeu ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, desmantelar a instalação de testes nucleares e permitir o acesso de inspetores internacionais para fiscalizar o processo.
Em entrevista na sede da ONU em Nova York, Trump declarou não ter pressa, sugerindo que as negociações podem durar anos.
Em seu primeiro encontro de cúpula, em Cingapura, em 12 de junho, Kim e Trump acertaram negociar a desnuclearização da Península Coreana e a assinatura de um acordo de paz definitivo sobre a Guerra da Coreia (1950-53). Desde então, as negociações estagnaram.
Por três vezes, o secretário Pompeo cobrou do regime comunista norte-coreano um inventário de todas as armas nucleares do país e um cronograma para entregar 60% a 70% em seis a nove meses.
A Coreia do Norte não quer fazer isso unilateralmente. Exige a assinatura de um acordo de paz. Os EUA relutam porque isso pode levar a demandas de retirada total das forças americanas da Coreia do Sul.
Para conseguir um segundo encontro com Trump, Kim prometeu ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, desmantelar a instalação de testes nucleares e permitir o acesso de inspetores internacionais para fiscalizar o processo.
Em entrevista na sede da ONU em Nova York, Trump declarou não ter pressa, sugerindo que as negociações podem durar anos.
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Banco central dos EUA aumenta juros apesar da guerra comercial
Apesar dos riscos da guerra comercial do governo Donald Trump com a China, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou hoje em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros da maior economia do mundo para uma faixa de 2% a 2,25% ao ano. Foi a terceira alta do ano e a oitava neste ciclo de elevação dos juros, que começou em dezembro de 2016, depois de juros praticamente zerados para combater a Grande Recessão de 2008-9.
"Nossa economia é forte, o crescimento está em ritmo saudável, o desemprego é baixo, o número de pessoas empregadas cresce firmemente", comentou o presidente do Fed, Jay Powell. "A inflação está baixo e estável. Todos esses sinais são muito bons."
Com o mercado de trabalho perto do pleno emprego, o número de pedidos de seguro-desemprego é o menor em 49 anos, o ritmo de aumento dos salários é o maior em nove anos.
Desde a decisão do presidente Donald Trump de impor sobretaxas a produtos chineses importados pelos EUA no valor de US$ 200 bilhões por ano, com forte impacto sobre empresas americanas com fábricas na China, a confiança do empresariado americano caiu. O Fed evitou referências a isso no seu comunicado.
No momento, a expectativa média do mercado é que o banco central dos EUA suba a taxa básica de juros até 3,4% em 2020. A economia do país deve crescer 3,1% neste ano, 2,5% em 2019 e 2% em 2020. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, deve chegar a 2,1% em 2019. A taxa de desemprego tende a cair para 3,5%.
"Nossa economia é forte, o crescimento está em ritmo saudável, o desemprego é baixo, o número de pessoas empregadas cresce firmemente", comentou o presidente do Fed, Jay Powell. "A inflação está baixo e estável. Todos esses sinais são muito bons."
Com o mercado de trabalho perto do pleno emprego, o número de pedidos de seguro-desemprego é o menor em 49 anos, o ritmo de aumento dos salários é o maior em nove anos.
Desde a decisão do presidente Donald Trump de impor sobretaxas a produtos chineses importados pelos EUA no valor de US$ 200 bilhões por ano, com forte impacto sobre empresas americanas com fábricas na China, a confiança do empresariado americano caiu. O Fed evitou referências a isso no seu comunicado.
No momento, a expectativa média do mercado é que o banco central dos EUA suba a taxa básica de juros até 3,4% em 2020. A economia do país deve crescer 3,1% neste ano, 2,5% em 2019 e 2% em 2020. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, deve chegar a 2,1% em 2019. A taxa de desemprego tende a cair para 3,5%.
Cúpula Trump-Kim começa a ser preparada na ONU
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Sul, Moon Jae In, discutiram ontem na sede das Nações Unidas em Nova York, durante a sessão anual da Assembleia Geral, o segundo encontro de cúpula entre os EUA e a Coreia do Norte, noticiou o jornal sul-coreano Korea Herald.
Hoje o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deve discutir detalhes com o ministro do Exterior norte-coreano, Ri Yong Ho, em contato reservado na ONU.
Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, se encontraram em 12 de junho em Cingapura e acertaram desnuclearizar a Península Coreana, mas desde então as negociações não avançaram.
Pompeo apresentou pelo menos três vezes um cronograma de desnuclearização. O regime comunista da Coreia do Norte teria de apresentar uma relação completa de seus armas atômicas e entregar 60% para destruição dentro de seis a nove meses.
A ditadura stalinista de Pyongyang se nega fazer isso alegando que seria uma medida unilateral, sem qualquer contrapartida. Exige a assinatura de um acordo de paz para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA relutam.
Com o apoio da China, a Coreia do Norte pode incluir entre suas exigências a retirada das forças americanas da Coreia do Sul, hoje 28,5 mil soldados.
Hoje o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deve discutir detalhes com o ministro do Exterior norte-coreano, Ri Yong Ho, em contato reservado na ONU.
Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, se encontraram em 12 de junho em Cingapura e acertaram desnuclearizar a Península Coreana, mas desde então as negociações não avançaram.
Pompeo apresentou pelo menos três vezes um cronograma de desnuclearização. O regime comunista da Coreia do Norte teria de apresentar uma relação completa de seus armas atômicas e entregar 60% para destruição dentro de seis a nove meses.
A ditadura stalinista de Pyongyang se nega fazer isso alegando que seria uma medida unilateral, sem qualquer contrapartida. Exige a assinatura de um acordo de paz para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA relutam.
Com o apoio da China, a Coreia do Norte pode incluir entre suas exigências a retirada das forças americanas da Coreia do Sul, hoje 28,5 mil soldados.
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Macron ataca Trump e defende multilateralismo na ONU
Uma hora depois do discurso de Donald Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, subiu à tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas para repudiar o unilateralismo do presidente dos Estados Unidos, deplorar a "lei do mais forte", que conduz diretamente "à crise e ao conflito", e defender a gestão coletiva das crises internacionais.
Macron foi duro, colocando-se claramente como o anti-Trump: "Não nos esqueçamos nunca de que os genocidas foram nutridos por discursos aos quais nos acostumamos. (...) Estamos a caminho hoje de ver se transformar em delito o direito internacional e todas as formas de cooperação, como se não fossem nada, por medo e cumplicidade."
O jovem presidente francês fez um apelo "ao diálogo e ao multilateralismo" para resolver o conflito com o Irã, em vez de "isolar o regime iraniano", e o aquecimento global. Terminou com uma defesa intransigente do sistema internacional: "É uma traição à nossa história. O século 21 nos assiste e nossos filhos nos esperam: resolvam as crises. Trabalhemos juntos para combater todas as desigualdades."
Para Macron, "o risco é o cinismo ou simplesmente se habituar ao cinismo. Os responsáveis estão aqui. Vivemos uma crise profunda da ordem internacional liberal."
Ao defender o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, repudiado e abandonado por Trump, o presidente francês afirmou que "não pode haver acordo comercial com quem rejeita o Acordo de Paris".
O recuo estratégico dos EUA favorece o aumento da influência da China no cenário internacional.
Macron foi duro, colocando-se claramente como o anti-Trump: "Não nos esqueçamos nunca de que os genocidas foram nutridos por discursos aos quais nos acostumamos. (...) Estamos a caminho hoje de ver se transformar em delito o direito internacional e todas as formas de cooperação, como se não fossem nada, por medo e cumplicidade."
O jovem presidente francês fez um apelo "ao diálogo e ao multilateralismo" para resolver o conflito com o Irã, em vez de "isolar o regime iraniano", e o aquecimento global. Terminou com uma defesa intransigente do sistema internacional: "É uma traição à nossa história. O século 21 nos assiste e nossos filhos nos esperam: resolvam as crises. Trabalhemos juntos para combater todas as desigualdades."
Para Macron, "o risco é o cinismo ou simplesmente se habituar ao cinismo. Os responsáveis estão aqui. Vivemos uma crise profunda da ordem internacional liberal."
Ao defender o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, repudiado e abandonado por Trump, o presidente francês afirmou que "não pode haver acordo comercial com quem rejeita o Acordo de Paris".
O recuo estratégico dos EUA favorece o aumento da influência da China no cenário internacional.
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Trump rejeita globalismo e ataca o Irã e a Venezuela na ONU
Em seu segundo discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump rejeitou hoje o globalismo, defendeu o "patriotismo" e sua política externa de "EUA, primeiro".
Com uma visão negocista das relações internacionais, Trump aproveitou esse parlamento mundial para deixar claro que os EUA não vão aceitar nenhuma limitação a seu poder, "vão sempre escolher a independência e a cooperação à governança global, ao controle e à dominação."
Em 35 minutos, defendeu sua visão isolacionista, que vai contra a política externa dos EUA no pós-guerra de gestão coletiva das crises internacionais através do multilateralismo: "Honro o direito de cada nação nesta sala de seguir seus próprios costumes, crenças e tradições. Os EUA não vão dizer a vocês como viver, trabalhar ou rezar. Só pedimos que honre nossa soberania."
Os EUA "nunca vão pedir desculpas por proteger seus cidadãos", afirmou Trump, no que pode ser interpretado dos pontos de vista econômico e militar, justificando a guerra comercial e o aumento do orçamento de defesa para mais de US$ 700 bilhões anuais.
"Os EUA não vão tolerar serem passados para trás", vociferou, pensando no déficit comercial, de US$ 566 bilhões no ano passado.
Ao criticar governos anteriores, Trump costuma dizer "os EUA viraram piada no resto do mundo". Desta vez, acertou. Quando disse que seu governo fez mais em dois anos do que a maioria dos governos da história do país, o plenário caiu na risada.
Também aproveitou a oportunidade para atacar os líderes do Irã, da Síria, da Venezuela e da China. O principal alvo foi o Irã. O presidente citou a retirada dos EUA do acordo nuclear firmado em 2015 pelas grandes potências do Conselho de Segurança da ONU e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano como um marco significativo de seu governo.
A partir de novembro, os EUA voltam a impor sanções ao Irã e estão pressionando o resto do mundo a fazer o mesmo. Mas os outros países signatários e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entendem que o regime teocrático iraniano estava cumprindo o acordo. A União Europeia já estuda meios para fugir das sanções cruzadas dos EUA.
No ano passado, o alvo era o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, o mais novo amigão de Trump, que chamou de "fogueteiro" num discurso tão forte que suscitou medo de que os EUA bombardeassem a Coreia do Norte. Hoje, agradeceu a Kim pela "coragem e os passos que deu".
Depois, Trump comentou que a mesma tática pode funcionar com o Irã. No discurso, responsabilizou a "ditadura corrupta do Irã" pela guerra civil da Síria: "Eles semeiam o caos, a morte e a destruição. Os EUA lançaram uma campanha de pressão econômica para negar ao regime os fundos para avançar com sua agenda sanguinária."
O governo Trump exige que o Irã, além de abandonar o desenvolvimento de armas atômicas, pare de fabricar mísseis de médio e longo alcances e de interferir em outros países da região.
Quando o presidente iraniano, Hassan Rouhani, falou, criticou o "nacionalismo extremado e o racismo". Sem nenhum incentivo para negociar no momento, o Irã aguarda o desenrolar as negociações entre os EUA e a Coreia do Norte para reavaliar a conveniência de retomar o diálogo com Washington.
Ignorante e incompetente em política externa, Trump joga para destruir a ordem internacional liberal criada depois da Segunda Guerra Mundial sob a inspiração do presidente Franklin Delano Roosevelt para resolver as crises internacionais em conjunto com os aliados num sistema multilateral.
Trump acredita que o multilateralismo limita o poder dos EUA, em vez de ampliá-lo. Prefere negociações bilaterais diretas em que pretende impor a supremacia americana. Sua visão de mundo despreza aliados tradicionais como a Europa, o Canadá e o Japão.
O mundo de Trump seria uma recriação da era dos impérios, anterior à Primeira Guerra Mundial, um mundo dividido em esferas de influência de grandes potências, EUA, China e Rússia, que levou a duas guerras mundiais. Como ele só acredita em poderio militar, a União Europeia, uma superpotência econômica, não pesa.
Na sua paixão indiscreta por homens-fortes e ditaduras, o presidente americano elogiou a Arábia Saudita, ignorando a tragédia causada pela intervenção militar saudita na guerra civil do Iêmen, o conflito mais mortal no mundo hoje.
Com uma visão negocista das relações internacionais, Trump aproveitou esse parlamento mundial para deixar claro que os EUA não vão aceitar nenhuma limitação a seu poder, "vão sempre escolher a independência e a cooperação à governança global, ao controle e à dominação."
Em 35 minutos, defendeu sua visão isolacionista, que vai contra a política externa dos EUA no pós-guerra de gestão coletiva das crises internacionais através do multilateralismo: "Honro o direito de cada nação nesta sala de seguir seus próprios costumes, crenças e tradições. Os EUA não vão dizer a vocês como viver, trabalhar ou rezar. Só pedimos que honre nossa soberania."
Os EUA "nunca vão pedir desculpas por proteger seus cidadãos", afirmou Trump, no que pode ser interpretado dos pontos de vista econômico e militar, justificando a guerra comercial e o aumento do orçamento de defesa para mais de US$ 700 bilhões anuais.
"Os EUA não vão tolerar serem passados para trás", vociferou, pensando no déficit comercial, de US$ 566 bilhões no ano passado.
Ao criticar governos anteriores, Trump costuma dizer "os EUA viraram piada no resto do mundo". Desta vez, acertou. Quando disse que seu governo fez mais em dois anos do que a maioria dos governos da história do país, o plenário caiu na risada.
Também aproveitou a oportunidade para atacar os líderes do Irã, da Síria, da Venezuela e da China. O principal alvo foi o Irã. O presidente citou a retirada dos EUA do acordo nuclear firmado em 2015 pelas grandes potências do Conselho de Segurança da ONU e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano como um marco significativo de seu governo.
A partir de novembro, os EUA voltam a impor sanções ao Irã e estão pressionando o resto do mundo a fazer o mesmo. Mas os outros países signatários e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entendem que o regime teocrático iraniano estava cumprindo o acordo. A União Europeia já estuda meios para fugir das sanções cruzadas dos EUA.
No ano passado, o alvo era o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, o mais novo amigão de Trump, que chamou de "fogueteiro" num discurso tão forte que suscitou medo de que os EUA bombardeassem a Coreia do Norte. Hoje, agradeceu a Kim pela "coragem e os passos que deu".
Depois, Trump comentou que a mesma tática pode funcionar com o Irã. No discurso, responsabilizou a "ditadura corrupta do Irã" pela guerra civil da Síria: "Eles semeiam o caos, a morte e a destruição. Os EUA lançaram uma campanha de pressão econômica para negar ao regime os fundos para avançar com sua agenda sanguinária."
O governo Trump exige que o Irã, além de abandonar o desenvolvimento de armas atômicas, pare de fabricar mísseis de médio e longo alcances e de interferir em outros países da região.
Quando o presidente iraniano, Hassan Rouhani, falou, criticou o "nacionalismo extremado e o racismo". Sem nenhum incentivo para negociar no momento, o Irã aguarda o desenrolar as negociações entre os EUA e a Coreia do Norte para reavaliar a conveniência de retomar o diálogo com Washington.
Ignorante e incompetente em política externa, Trump joga para destruir a ordem internacional liberal criada depois da Segunda Guerra Mundial sob a inspiração do presidente Franklin Delano Roosevelt para resolver as crises internacionais em conjunto com os aliados num sistema multilateral.
Trump acredita que o multilateralismo limita o poder dos EUA, em vez de ampliá-lo. Prefere negociações bilaterais diretas em que pretende impor a supremacia americana. Sua visão de mundo despreza aliados tradicionais como a Europa, o Canadá e o Japão.
O mundo de Trump seria uma recriação da era dos impérios, anterior à Primeira Guerra Mundial, um mundo dividido em esferas de influência de grandes potências, EUA, China e Rússia, que levou a duas guerras mundiais. Como ele só acredita em poderio militar, a União Europeia, uma superpotência econômica, não pesa.
Na sua paixão indiscreta por homens-fortes e ditaduras, o presidente americano elogiou a Arábia Saudita, ignorando a tragédia causada pela intervenção militar saudita na guerra civil do Iêmen, o conflito mais mortal no mundo hoje.
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
China suspende negociações com os EUA
A China cancelou duas reuniões marcadas para discutir comércio e defesa com os Estados Unidos depois da imposição de novas tarifas de importação que entraram em vigor hoje e de ameaça de sanções pela compra de armas da Rússia, noticiou a agência Bloomberg.
O vice-primeiro-ministro chinês encarregado da economia, Liu He, chegaria a Washington na próxima quinta-feira para retomar as negociações comerciais. Durante o fim de semana, a China rejeitou um convite para reiniciar o diálogo.
A decisão adia a possibilidade de desescalar a guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump para reduzir o déficit comercial dos EUA no comércio bilateral, que chegou a US$ 375 bilhões em 2017.
Na reação à compra de armas russas pela China, os EUA usaram pela primeira vez o artigo 231 da Lei de Contenção dos Adversários Através de Sanções para impor sanções cruzadas a um terceiro país, no caso, por fazer negócios com a indústria bélica da Rússia.
De acordo com este artigo, observa a empresa de consultoria e analista estrtégica Stratfor, países que fizerem negócios com a Rússia nos setores de inteligência e defesa estão sujeitos a sanções dos EUA. Isso mostra a intenção do governo Trump de usar a lei "para mais do que extrair concessões".
O vice-primeiro-ministro chinês encarregado da economia, Liu He, chegaria a Washington na próxima quinta-feira para retomar as negociações comerciais. Durante o fim de semana, a China rejeitou um convite para reiniciar o diálogo.
A decisão adia a possibilidade de desescalar a guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump para reduzir o déficit comercial dos EUA no comércio bilateral, que chegou a US$ 375 bilhões em 2017.
Na reação à compra de armas russas pela China, os EUA usaram pela primeira vez o artigo 231 da Lei de Contenção dos Adversários Através de Sanções para impor sanções cruzadas a um terceiro país, no caso, por fazer negócios com a indústria bélica da Rússia.
De acordo com este artigo, observa a empresa de consultoria e analista estrtégica Stratfor, países que fizerem negócios com a Rússia nos setores de inteligência e defesa estão sujeitos a sanções dos EUA. Isso mostra a intenção do governo Trump de usar a lei "para mais do que extrair concessões".
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"Erradiquem a pobreza, combatam a fome", diz embaixador marroquino
Se os países ricos querem conter o fluxo de refugiados, devem erradicar a miséria e combater a fome, afirmou o ex-embaixador e pesquisador marroquino Mohamed Loulichki, ao participar do painel sobre a gestão de fluxos de refugiados da 15ª Conferência do Forte de Copacabana, realizada em 21 de setembro no Rio de Janeiro pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
"A crise migratória mudou a política na Alemanha", admitiu diplomata Henning Speck, assessor de política externa e segurança da bancada da União Democrata-Crista (CDU), o partido da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, e da União Social Cristã (CSU), sua aliada na Baviera.
Com a chegada de 1 milhão de refugiados em 2015, "o peso financeiro para as comunidades que os receberam foi enorme", declarou Speck, que defendeu uma harmonização dos sistemas de asilo político, a diplomacia preventiva e um planejamento de contingência para crises.
Loulichki lembrou crises de refugiados anteriores como a dos palestinos em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, e das 800 mil pessoas que fugiram do Vietnã depois que a vitória da revolução comunista unificou o país, entre 1975 e 1995.
A solução é acabar com conflitos como as guerras civis da Síria e da Líbia, "a falta de democracia e de desenvolvimento econômico e social", preconizou o ex-embaixador do Marrocos, observando que "a migração é o estado normal dos seres humanos ao longo da história".
A África, acrescentou, tem 31% do total de refugiados no mundo. A maioria fica no continente. Nos últimos anos, entraram e média 25 mil africanos por ano na UE. Eles têm uma imagem negativa na Europa, associada "ao terrorismo, à doença e a invasões. Isto não ajuda.
Muito mais pobres do que a Alemanha, a Colômbia e a Jordânia receberam 1 milhão de refugiados cada uma, sírios no Oriente Médio, venezuelanos na América do Sul.
O pesquisador marroquina propôs "o respeito às obrigações internacionais" de conceder asilo, com um processo transparente de exame dos pedidos, e uma mudança na abordagem da segurança internacional para se concentrar no desenvolvimento e na responsabilidade de proteger os migrantes e refugiados.
"A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deve ter um papel mais ativo e as organizações não governamentais devem ser encorajadas e não criminalizadas", enfatizou o embaixador Loulichki, numa crítica ao partido de extrema direita Liga, que faz parte do atual governo da Itália com seu líder Matteo Salvino como ministro do Interior.
"A crise migratória mudou a política na Alemanha", admitiu diplomata Henning Speck, assessor de política externa e segurança da bancada da União Democrata-Crista (CDU), o partido da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, e da União Social Cristã (CSU), sua aliada na Baviera.
Com a chegada de 1 milhão de refugiados em 2015, "o peso financeiro para as comunidades que os receberam foi enorme", declarou Speck, que defendeu uma harmonização dos sistemas de asilo político, a diplomacia preventiva e um planejamento de contingência para crises.
Loulichki lembrou crises de refugiados anteriores como a dos palestinos em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, e das 800 mil pessoas que fugiram do Vietnã depois que a vitória da revolução comunista unificou o país, entre 1975 e 1995.
A solução é acabar com conflitos como as guerras civis da Síria e da Líbia, "a falta de democracia e de desenvolvimento econômico e social", preconizou o ex-embaixador do Marrocos, observando que "a migração é o estado normal dos seres humanos ao longo da história".
A África, acrescentou, tem 31% do total de refugiados no mundo. A maioria fica no continente. Nos últimos anos, entraram e média 25 mil africanos por ano na UE. Eles têm uma imagem negativa na Europa, associada "ao terrorismo, à doença e a invasões. Isto não ajuda.
Muito mais pobres do que a Alemanha, a Colômbia e a Jordânia receberam 1 milhão de refugiados cada uma, sírios no Oriente Médio, venezuelanos na América do Sul.
O pesquisador marroquina propôs "o respeito às obrigações internacionais" de conceder asilo, com um processo transparente de exame dos pedidos, e uma mudança na abordagem da segurança internacional para se concentrar no desenvolvimento e na responsabilidade de proteger os migrantes e refugiados.
"A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deve ter um papel mais ativo e as organizações não governamentais devem ser encorajadas e não criminalizadas", enfatizou o embaixador Loulichki, numa crítica ao partido de extrema direita Liga, que faz parte do atual governo da Itália com seu líder Matteo Salvino como ministro do Interior.
EUA são país que mais reduz emissões, diz ex-ministra do Meio Ambiente
Nenhum candidato vai mudar a consciência de uma sociedade decidida a combater a mudança do clima e outros problemas ambientais, declarou a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira ao participar na 15ª Conferência do Forte de Copacabana, realizada no Rio de Janeiro em 21 de setembro pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
O exemplo é claro: "Durante muitos anos, tentamos engajar os Estados Unidos e a China. Nos EUA, as empresas e os estados estão mudando. É o país que mais reduz as emissões", afirmou Izabella Teixeira.
Em sua visão mesquinha, Trump disse: "Tenho de pensar em Pittsburgh, não em Paris." As mudanças no mundo exigem tempo, comentou a ex-ministra.
A Amazônia tem uma função global, mas isso não significa que será invadida e ocupada se não for transformada em pastagem, a visão da ditadura militar, com suas agrovilas, de derrubar a floresta, transformar os índios em "cidadãos brasileiros", destruindo a natureza e a função ecológica da Amazônia como uma máquina de fabricar chuvas e um refrigerador da atmosfera.
Na matriz energética brasileira, notou Izabella Teixeira, "80% da energia elétrica são gerados por hidrelétricas e há um grande potencial residual a explorar, especialmente na Amazônia. A energia eólica vem em segundo lugar."
Uma das grandes fontes de emissões do Brasil é o desmatamento, que pode e deve ser drasticamente reduzido.
O exemplo é claro: "Durante muitos anos, tentamos engajar os Estados Unidos e a China. Nos EUA, as empresas e os estados estão mudando. É o país que mais reduz as emissões", afirmou Izabella Teixeira.
Em sua visão mesquinha, Trump disse: "Tenho de pensar em Pittsburgh, não em Paris." As mudanças no mundo exigem tempo, comentou a ex-ministra.
A Amazônia tem uma função global, mas isso não significa que será invadida e ocupada se não for transformada em pastagem, a visão da ditadura militar, com suas agrovilas, de derrubar a floresta, transformar os índios em "cidadãos brasileiros", destruindo a natureza e a função ecológica da Amazônia como uma máquina de fabricar chuvas e um refrigerador da atmosfera.
Na matriz energética brasileira, notou Izabella Teixeira, "80% da energia elétrica são gerados por hidrelétricas e há um grande potencial residual a explorar, especialmente na Amazônia. A energia eólica vem em segundo lugar."
Uma das grandes fontes de emissões do Brasil é o desmatamento, que pode e deve ser drasticamente reduzido.
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Acordo do Clima não morreu mas vai mal
O presidente Donald Trump não matou o Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima ao retirar os Estados Unidos. "O acordo não morreu, mas vai mal", declarou o professor Alfredo Valladão, do Instituto de Estudos Políticos da Escola de Paris de Relações Internacionais (Science Po). Ele abriu o painel sobre a gestão das crises causadas pelo aquecimento global na 15ª Conferência do Forte de Copacabana, realizada em 21 de setembro de 2018 no Rio de Janeiro.
A mudança do clima causada pelo agravamento do efeito estufa com o aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera cria novas ameaças como insegurança alimentar e desertificação, observou Nicolas Regaud, representante especial para a região do Indo-Pacífico da diretoria de relações internacionais do Ministério da Defesa da França.
Esta nova realidade levou a uma mudança na política externa francesa. O país criou um observatório que recebe informações de mais de 200 centros climáticos. Trabalha na prevenção e proteção com a cooperação de várias agências "para antecipar os impactos sobre nações mais pobres" e "alocar recursos" para combater e mitigar os efeitos do aquecimento do planeta.
"O fenônomeno El Niño tem consequências cada vez mais graves notou o advogado Pedro Solano, diretor executivo da Sociedade Peruana de Direito Ambiental, como se viu nos incêndios na Califórnia e nos furacões em Porto Rico, nas Filipinas e na Carolina do Sul.
"Em 2015, por causa de El Niño, 20 milhões de pessoas em 113 países foram forçadas a emigrar", afirmou o geógrafo alemão Thomas Loster, diretor-geral da Fundação Munich Re, ligada a uma seguradora.
Já existe uma pressão migratória na África, acrescentou. Além de refugiados de guerra e migrantes econômicos, há os "migrantes climáticos", disse Loster na conferência organizada pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
"Se as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês) estiverem certas, teremos de 800 eventos climáticos relevantes por ano", advertiu o pesquisador alemão. "A camada de gelo do Ártico está encolhendo. As geleiras perdem 220 bilhões de toneladas por ano. Neste ritmo, caminhamos para uma elevação de 7 metros no nível dos mares, capaz de inundar Nova York, Londres, Paris e o Rio de Janeiro."
O Acordo de Paris, de 2015, foi o primeiro acordo global em que todos os países, com as exceções da Nicarágua, da Síria, e depois dos EUA de Trump, se comprometeram a reduzir suas emissões de gases carbônicos, que causam o aumento da temperatura. Mas as metas são voluntárias e não estão sujeitas a qualquer verificação externa ou punição.
Ao retirar os EUA, na prática, Trump cortou uma ajuda de US$ 3 bilhões, da qual o país já havia desembolsado US$ 1 bilhão. É um erro grave.
O problema climático não será resolvido se centenas de milhões de indianos cozinharem queimado lenha ou qualquer coisa que encontrarem. Se os indianos cozinharem a gás, será um grande benefício para o planeta. Mas Trump reza pela cartilha da direita republicana, que nega a influência humana na mudança do clima.
Como soluções práticas Pedro Solano defendeu "um sistema de transportes mais solidário, inclusivo e eficiente", que vai exigir a "mobilização de governos e cidadãos". A ciência precisa ser o "motor da informação", sem o "aspecto religioso" que algumas alegações anticientíficas são feitas hoje, numa crítica indireta aos que negam a influência do homem no aumento da temperatura da Terra.
"A tecnologia digital é favorável à mudança climática, é uma oportunidade imensa" para uma mudança de comportamento", observou Solano. "Menos papel. Ninguém mais compra discos físicos."
Uma nova economia de baixo carbono permitiria dar novo impulso ao crescimento econômico em bases sustentáveis, concluiu. "É um trabalho de educação que deve mobilizar políticos e empresários, a mídia e líderes comunitários. É um trabalho de mitigação e adaptação. Como os mais pobres sofrem mais, é preciso combater a pobreza."
A mudança do clima causada pelo agravamento do efeito estufa com o aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera cria novas ameaças como insegurança alimentar e desertificação, observou Nicolas Regaud, representante especial para a região do Indo-Pacífico da diretoria de relações internacionais do Ministério da Defesa da França.
Esta nova realidade levou a uma mudança na política externa francesa. O país criou um observatório que recebe informações de mais de 200 centros climáticos. Trabalha na prevenção e proteção com a cooperação de várias agências "para antecipar os impactos sobre nações mais pobres" e "alocar recursos" para combater e mitigar os efeitos do aquecimento do planeta.
"O fenônomeno El Niño tem consequências cada vez mais graves notou o advogado Pedro Solano, diretor executivo da Sociedade Peruana de Direito Ambiental, como se viu nos incêndios na Califórnia e nos furacões em Porto Rico, nas Filipinas e na Carolina do Sul.
"Em 2015, por causa de El Niño, 20 milhões de pessoas em 113 países foram forçadas a emigrar", afirmou o geógrafo alemão Thomas Loster, diretor-geral da Fundação Munich Re, ligada a uma seguradora.
Já existe uma pressão migratória na África, acrescentou. Além de refugiados de guerra e migrantes econômicos, há os "migrantes climáticos", disse Loster na conferência organizada pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
"Se as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês) estiverem certas, teremos de 800 eventos climáticos relevantes por ano", advertiu o pesquisador alemão. "A camada de gelo do Ártico está encolhendo. As geleiras perdem 220 bilhões de toneladas por ano. Neste ritmo, caminhamos para uma elevação de 7 metros no nível dos mares, capaz de inundar Nova York, Londres, Paris e o Rio de Janeiro."
O Acordo de Paris, de 2015, foi o primeiro acordo global em que todos os países, com as exceções da Nicarágua, da Síria, e depois dos EUA de Trump, se comprometeram a reduzir suas emissões de gases carbônicos, que causam o aumento da temperatura. Mas as metas são voluntárias e não estão sujeitas a qualquer verificação externa ou punição.
Ao retirar os EUA, na prática, Trump cortou uma ajuda de US$ 3 bilhões, da qual o país já havia desembolsado US$ 1 bilhão. É um erro grave.
O problema climático não será resolvido se centenas de milhões de indianos cozinharem queimado lenha ou qualquer coisa que encontrarem. Se os indianos cozinharem a gás, será um grande benefício para o planeta. Mas Trump reza pela cartilha da direita republicana, que nega a influência humana na mudança do clima.
Como soluções práticas Pedro Solano defendeu "um sistema de transportes mais solidário, inclusivo e eficiente", que vai exigir a "mobilização de governos e cidadãos". A ciência precisa ser o "motor da informação", sem o "aspecto religioso" que algumas alegações anticientíficas são feitas hoje, numa crítica indireta aos que negam a influência do homem no aumento da temperatura da Terra.
"A tecnologia digital é favorável à mudança climática, é uma oportunidade imensa" para uma mudança de comportamento", observou Solano. "Menos papel. Ninguém mais compra discos físicos."
Uma nova economia de baixo carbono permitiria dar novo impulso ao crescimento econômico em bases sustentáveis, concluiu. "É um trabalho de educação que deve mobilizar políticos e empresários, a mídia e líderes comunitários. É um trabalho de mitigação e adaptação. Como os mais pobres sofrem mais, é preciso combater a pobreza."
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domingo, 23 de setembro de 2018
Crise do multilateralismo abre espaço para ascensão da China
Com o sistema multilateral sob ataque do presidente dos Estados Unidos, país que o criou no fim da Segunda Guerra Mundial para garantir a paz através de uma gestão coletiva, fica mais difícil a gestão de crises internacionais e abre-se espaço para aumento da influência da China.
O tema foi discutido na sexta-feira na 15ª Conferência do Forte de Copacabana, realizada no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
Na abertura do evento, o embaixador da UE em Brasília, o português João Gomes Cravinho destacou a importância do multilateralismo para enfrentar crises internacionais como as ondas de refugiados e a mudança do clima.
Há uma cisão da aliança atlântica entre a Europa e a América do Norte, que foi a base da ordem internacional liberal do pós-guerra, fruto de "mudanças de longo prazo na sociedade europeia" e do "realinhamento dos EUA", falou o deputado federal democrata-cristão alemão Andreas Nick.
"A coordenação da sociedade internacional é fundamental" para a gestão de crises, declarou a professora Monica Herz, do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI-PUC-RJ).
Monica identifica uma "crise profunda do multilateralismo", uma "crise da democracia liberal, com eleitos distantes do povo", e "a crise de pós-verdade", o mundo maravilhoso ou enganoso em que cada um constrói seu próprio discurso e sua própria realidade, com "fatos alternativos", como disse Kellyane Conway, assessora de comunicação do presidente Trump.
"Precisamos fortalecer a cooperação multilateral. Precisamos fazer mais por um sistema baseado em normas e regras", observou o moderador do painel, o embaixador da Áustria no Brasil, Georg Witschel.
"Há uma necessidade de ter ideias comuns, construir confiança, mobilizar recursos e ideias", acrescentou Monica Herz, "a construção de uma narrativa comum baseada na confiança e no humanismo, inclusiva, para criar legitimidade."
"É preciso buscar valores comuns", argumentou o professor Raúl Benítez Manaut, do Centro de Pesquisas sobre a América do Norte da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). "Preocupa-me o renascimento do nacionalismo, o ódio a Trump no México."
Com os Estados Unidos introvertidos com o nacionalismo de Trump e a Europa voltada para a África e o Oriente Médio, raciocinou Benítez, "a China é a única grande potência emergente na América Latina".
A região enfrenta o "colapso do Estado na Venezuela", uma crise econômica na Argentina e uma tragédia na Nicarágua com a repressão do governo Daniel Ortega contra uma onda de manifestações, com mais de 500 mortes. Em comparação, "se fosse no Brasil, seriam 15 mil mortos".
O pesquisador mexicano defendeu um esforço diplomático, político, econômico e ecológico pela ordem internacional liberal. Em meio a uma guerra comercial de consequências imprevisíveis para o sistema internacional deflagrada por Trump, Benítez propõe isolar os "perturbadores".
O recuo estratégico dos EUA, concluiu Monica Herz, "abre espaço para a China".
O tema foi discutido na sexta-feira na 15ª Conferência do Forte de Copacabana, realizada no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, pela Fundação Konrad Adenauer, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
Na abertura do evento, o embaixador da UE em Brasília, o português João Gomes Cravinho destacou a importância do multilateralismo para enfrentar crises internacionais como as ondas de refugiados e a mudança do clima.
Há uma cisão da aliança atlântica entre a Europa e a América do Norte, que foi a base da ordem internacional liberal do pós-guerra, fruto de "mudanças de longo prazo na sociedade europeia" e do "realinhamento dos EUA", falou o deputado federal democrata-cristão alemão Andreas Nick.
"A coordenação da sociedade internacional é fundamental" para a gestão de crises, declarou a professora Monica Herz, do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI-PUC-RJ).
Monica identifica uma "crise profunda do multilateralismo", uma "crise da democracia liberal, com eleitos distantes do povo", e "a crise de pós-verdade", o mundo maravilhoso ou enganoso em que cada um constrói seu próprio discurso e sua própria realidade, com "fatos alternativos", como disse Kellyane Conway, assessora de comunicação do presidente Trump.
"Precisamos fortalecer a cooperação multilateral. Precisamos fazer mais por um sistema baseado em normas e regras", observou o moderador do painel, o embaixador da Áustria no Brasil, Georg Witschel.
"Há uma necessidade de ter ideias comuns, construir confiança, mobilizar recursos e ideias", acrescentou Monica Herz, "a construção de uma narrativa comum baseada na confiança e no humanismo, inclusiva, para criar legitimidade."
"É preciso buscar valores comuns", argumentou o professor Raúl Benítez Manaut, do Centro de Pesquisas sobre a América do Norte da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). "Preocupa-me o renascimento do nacionalismo, o ódio a Trump no México."
Com os Estados Unidos introvertidos com o nacionalismo de Trump e a Europa voltada para a África e o Oriente Médio, raciocinou Benítez, "a China é a única grande potência emergente na América Latina".
A região enfrenta o "colapso do Estado na Venezuela", uma crise econômica na Argentina e uma tragédia na Nicarágua com a repressão do governo Daniel Ortega contra uma onda de manifestações, com mais de 500 mortes. Em comparação, "se fosse no Brasil, seriam 15 mil mortos".
O pesquisador mexicano defendeu um esforço diplomático, político, econômico e ecológico pela ordem internacional liberal. Em meio a uma guerra comercial de consequências imprevisíveis para o sistema internacional deflagrada por Trump, Benítez propõe isolar os "perturbadores".
O recuo estratégico dos EUA, concluiu Monica Herz, "abre espaço para a China".
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Atiradores atacam parada militar e matam 25 pessoas no Irã
Quatro atiradores atacaram ontem uma parada militar na cidade de Ahvaz, no Sudoeste do Irã, matando 25 pessoas, inclusive 12 membros da Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado da República Islâmica. As forças de segurança mataram os agressores.
Dois grupos reivindicaram a autoria do ataque, a organização terrorista sunita Estado Islâmico e a Resistência Nacional Ahvaz, um grupo árabe sunita de oposição que usa o nome da capital e maior cidade da província do Cuzistão. Nenhum apresentou prova concreta de suas alegações.
O regime fundamentalista xiita iraniano acusou no passado a Arábia Saudita de apoiar um movimento separatista de árabes sunitas. Ontem, o ministro do Exterior do Irã, Mohamed Javad Zarif, atribuiu o atentado a "os patrocinadores do terrorismo na região e seus mestres dos EUA".
Persa e xiita, o Irã é o maior rival regional da Arábia Saudita, árabe e sunita, no Oriente Médio. As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos anos. Apoiam lados opostos nas guerras civis da Síria e do Iêmen, e nos conflitos políticos no Bahrein, no Iraque e no Líbano.
Dois grupos reivindicaram a autoria do ataque, a organização terrorista sunita Estado Islâmico e a Resistência Nacional Ahvaz, um grupo árabe sunita de oposição que usa o nome da capital e maior cidade da província do Cuzistão. Nenhum apresentou prova concreta de suas alegações.
O regime fundamentalista xiita iraniano acusou no passado a Arábia Saudita de apoiar um movimento separatista de árabes sunitas. Ontem, o ministro do Exterior do Irã, Mohamed Javad Zarif, atribuiu o atentado a "os patrocinadores do terrorismo na região e seus mestres dos EUA".
Persa e xiita, o Irã é o maior rival regional da Arábia Saudita, árabe e sunita, no Oriente Médio. As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos anos. Apoiam lados opostos nas guerras civis da Síria e do Iêmen, e nos conflitos políticos no Bahrein, no Iraque e no Líbano.
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sábado, 22 de setembro de 2018
Mulher que acusa Kavanaugh vai depor na próxima semana
A professora Christine Blasey Ford que acusa o juiz Brett Kavanaugh, nomeado pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos Estados Unidos, concordou em depor na próxima semana no Senado, informou hoje seu advogado. Os termos e a hora do depoimento não foram revelados.
O presidente da Comissão de Justiça do Senado, Charles Grassley, havia dado um prazo limite até a tarde de hoje para a professora decidir se falará ou não. A comissão queria que o depoimento fosse na quarta-feira. Os advogados pediram que fosse na quinta-feira.
Ford, professora da Universidade de Palo Alto, na Califórnia, acusa Kavanaugh de tentar estuprá-la numa festa em 1982, quando ambos eram estudantes secundaristas, ela tinha 15 anos e ele 17, e não quer que o ex-colega Mark Judge deponha. Judge e Kavanaugh estavam bêbados e teriam se juntado para levar a menina para um quarto e tentar manter relações sexuais com ela.
No Twitter, Trump defendeu a indicação: "Não tenho dúvida de que, se o ataque à Drªa Ford fosse tão ruim como ela diz, as acusações teriam sido feitas imediatamente às autoridades locas por ela ou seus pais. Peço que ela apresente as denúncias para que possamos saber data, hora e local."
Como a maioria do Partido Republicano no Senado é pequena, os votos de duas senadoras do partido, Susan Collins e Lisa Murkowski, podem ser decisivos. Elas querem ouvir as acusações de Ford e as explicações de Kavanaugh.
Várias personalidades destacadas, atores, diretores, políticos e empresários foram denunciadas por abusos sexuais pelo movimento MeToo! (Eu também!). A acusação ao juiz acontece num momento em que os republicanos lutam para manter a maioria na Câmara e no Senado nas eleições de meio do mandato de Trump.
A maioria das pesquisas indica que os republicanos devem manter o controle do Senado, mas há grandes chances de que o Partido Democrata faça maioria na Câmara.
O presidente da Comissão de Justiça do Senado, Charles Grassley, havia dado um prazo limite até a tarde de hoje para a professora decidir se falará ou não. A comissão queria que o depoimento fosse na quarta-feira. Os advogados pediram que fosse na quinta-feira.
Ford, professora da Universidade de Palo Alto, na Califórnia, acusa Kavanaugh de tentar estuprá-la numa festa em 1982, quando ambos eram estudantes secundaristas, ela tinha 15 anos e ele 17, e não quer que o ex-colega Mark Judge deponha. Judge e Kavanaugh estavam bêbados e teriam se juntado para levar a menina para um quarto e tentar manter relações sexuais com ela.
No Twitter, Trump defendeu a indicação: "Não tenho dúvida de que, se o ataque à Drªa Ford fosse tão ruim como ela diz, as acusações teriam sido feitas imediatamente às autoridades locas por ela ou seus pais. Peço que ela apresente as denúncias para que possamos saber data, hora e local."
Como a maioria do Partido Republicano no Senado é pequena, os votos de duas senadoras do partido, Susan Collins e Lisa Murkowski, podem ser decisivos. Elas querem ouvir as acusações de Ford e as explicações de Kavanaugh.
Várias personalidades destacadas, atores, diretores, políticos e empresários foram denunciadas por abusos sexuais pelo movimento MeToo! (Eu também!). A acusação ao juiz acontece num momento em que os republicanos lutam para manter a maioria na Câmara e no Senado nas eleições de meio do mandato de Trump.
A maioria das pesquisas indica que os republicanos devem manter o controle do Senado, mas há grandes chances de que o Partido Democrata faça maioria na Câmara.
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Ministro da Defesa usa desculpa de Maduro ao falar da crise na Venezuela
Ao fazer uma das palestras de abertura da 15ª Conferência do Forte de Copacabana hoje no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa do Brasil, general Joaquim Silva e Luna, atribuiu o agravamento da crise na Venezuela às sanções internacionais adotadas pelos Estados Unidos e a União Europeia contra a ditadura de Nicolás Maduro. É o discurso do ditador.
Dez dias depois que o jornal The New York Times advertiu o presidente Donald Trump a não intervir militarmente na Venezuela, o ministro admitiu que a situação vai pior, mas negou que haja um fracasso da cooperação multilateral na América Latina para mediar negociações internas e evitar uma tragédia maior no país vizinho, de onde fugiram 4 milhões de pessoas, criando um problema em Roraima, no Norte do Brasil.
"A estratégia que o Brasil usa com países vizinhos é de cooperação. Embora pertença a mecanismos como a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Mercosul (Mercado Comum doSul) e a Unasul (União das Nações da América do Sul), busca trabalhar em relações bilaterais", afirmou o general em entrevista coletiva.
O general afirmou que o diálogo existe: "Estive há duas semanas na Venezuela, em contato com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, tratando sobre nossa fronteira, segurança, crime transnacional."
Quanto à situação interna do país, "se busca encontrar uma solução com os países do entorno para que eles resolvam o problema internamente. Precisa muitas vezes de apoio, dar condições para que ele encontre sua solução. Existe um embargo econômico que dificulta a situação da Venezuela. Existe um impacto econômico. Existe uma diáspora."
Se o objetivo do Brasil é "consolidar um arco de estabilidade" na América do Sul "com paz e cooperação em todas as áreas", a crise da Venezuela é hoje o maior problema.
Na sua palestra, o ministro da Defesa afirmou que o mundo passa por uma "reacomodação" do poder num "mundo globalizado, onde não existem mais atores secundários". Neste mundo interligado, "todos buscam uma terra prometida onde jorra leite e mel", acrescentou numa citação bíblica.
O ministro da Defesa descartou qualquer possibilidade de intervenção militar no país vizinho: "Não visualizamos nenhum uso de meios militares nem de uso da força para resolver a situação da Venezuela".
Outros palestrantes descreveram uma situação catastrófica na Venezuela: "A crise política e institucional é resultado de um modelo contrário à Constituição de 1999. Não há Estado de Direito, não à respeito às institucionais democráticas como a Assembleia Nacional eleita legitimamente", declarou a ex-embaixadora Milagros Betancourt, professora da Universidade Andrés Belo.
Em seu lugar, Maduro colocou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita num processo fraudulento, sem oposição.
É uma "calamidade" sem precedentes numa economia moderna, no caso, o país com as maiores reservas mundiais de petróleo: "Dois terços das empresas privadas fecharam, 5 milhões de hectares de terras produtivas foram desapropriados. A produção de petróleo caiu de 3 milhões para 1,4 milhão por dia. Faltam 70% dos medicamentos. O produto interno bruto caiu 50% desde 2014. A inflação deve chegar a 1.000.000% ao ano. O desemprego é de cerca de 50%. O país está em default, não honra seus compromissos internacionais."
Com essa depressão econômica, observou Christian Bonfili, diretor nacional de análise estratégica na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Argentina, "87% dos venezuelanos caíram na pobreza e 61% na pobreza extrema."
No plano internacional, a Venezuela sofreu o maior retrocesso no índice de desenvolvimento humano (IDH) das Nações Unidos, acrescentou Milagros Betancourt. Na América Latina, "estamos em último lugar em todos os indicadores regionais, atrás até do Haiti. A violência é generalizada e o pior de tudo é uma imensa desesperança: a situação se agrava a cada dia. Até o início do ano, o governo negava a crise, atribuindo-a às sanções internacionais."
O clima é de anarquia e desordem: "Desde 2015, houve 1.192 execuções extrajudiciais na Venezuela", notou Bonfili, na conferência organizada pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à União Democrata-Cristã da Alemanha, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
A crise dos refugiados na Europa é "extracomunitária", comparou a professora Francesca Ramos Pismataro, diretora do Observatório da Venezuela da Faculdade de Ciência Política, Governo e Relações Internacionais da Universidade do Rosário, na Colômbia. "Na América Latina, com a exceção do Brasil, não temos a barreira linguística e a crise é interna desde 2015."
Para a Colômbia, que com sua longa guerra civil era um país de onde pessoas fugiam, em contraste com a Venezuela, que recebeu 6 milhões de colombianos nos últimos 70 anos, é um desafio se tornar um "país de acolhida".
O total de refugiados estimado pela Organização Internacional de Migração, 2,3 milhões, não leva em conta os venezuelanos que têm dupla nacionalidade. A Universidade Central da Venezuela (UCV) trabalha com uma estimativa de 4 milhões, constatou Francesca Ramos.
"Cerca de 12% dos venezuelanos fugiram numa migração Sul-Sul intrarregional; 72% ficam na região. Nos últimos dois anos, o fluxo aumentou mais de dez vezes. Não é produto de conflito, é econômica, social e cultural. Cerca de 40% foram para a Colômbia, onde em um ano e meio entraram 1 milhão de venezuelanos, ao mesmo tempo em que voltaram 300 mil colombianos que viviam na Venezuela", comentou a professora colombiana.
Até 2015, só 0,3% dos colombianos eram imigrantes.
A ex-embaixadora venezuelana não acredita no programa Volta à Pátria, lançado em abril pelo ditador Maduro, no qual o ministro da Defesa depositou esperança: "Ninguém quer voltar. Todos querem sair."
Ministro Silva e Luna |
"A estratégia que o Brasil usa com países vizinhos é de cooperação. Embora pertença a mecanismos como a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Mercosul (Mercado Comum doSul) e a Unasul (União das Nações da América do Sul), busca trabalhar em relações bilaterais", afirmou o general em entrevista coletiva.
O general afirmou que o diálogo existe: "Estive há duas semanas na Venezuela, em contato com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, tratando sobre nossa fronteira, segurança, crime transnacional."
Quanto à situação interna do país, "se busca encontrar uma solução com os países do entorno para que eles resolvam o problema internamente. Precisa muitas vezes de apoio, dar condições para que ele encontre sua solução. Existe um embargo econômico que dificulta a situação da Venezuela. Existe um impacto econômico. Existe uma diáspora."
Se o objetivo do Brasil é "consolidar um arco de estabilidade" na América do Sul "com paz e cooperação em todas as áreas", a crise da Venezuela é hoje o maior problema.
Na sua palestra, o ministro da Defesa afirmou que o mundo passa por uma "reacomodação" do poder num "mundo globalizado, onde não existem mais atores secundários". Neste mundo interligado, "todos buscam uma terra prometida onde jorra leite e mel", acrescentou numa citação bíblica.
O ministro da Defesa descartou qualquer possibilidade de intervenção militar no país vizinho: "Não visualizamos nenhum uso de meios militares nem de uso da força para resolver a situação da Venezuela".
Outros palestrantes descreveram uma situação catastrófica na Venezuela: "A crise política e institucional é resultado de um modelo contrário à Constituição de 1999. Não há Estado de Direito, não à respeito às institucionais democráticas como a Assembleia Nacional eleita legitimamente", declarou a ex-embaixadora Milagros Betancourt, professora da Universidade Andrés Belo.
Em seu lugar, Maduro colocou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita num processo fraudulento, sem oposição.
É uma "calamidade" sem precedentes numa economia moderna, no caso, o país com as maiores reservas mundiais de petróleo: "Dois terços das empresas privadas fecharam, 5 milhões de hectares de terras produtivas foram desapropriados. A produção de petróleo caiu de 3 milhões para 1,4 milhão por dia. Faltam 70% dos medicamentos. O produto interno bruto caiu 50% desde 2014. A inflação deve chegar a 1.000.000% ao ano. O desemprego é de cerca de 50%. O país está em default, não honra seus compromissos internacionais."
Com essa depressão econômica, observou Christian Bonfili, diretor nacional de análise estratégica na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Argentina, "87% dos venezuelanos caíram na pobreza e 61% na pobreza extrema."
No plano internacional, a Venezuela sofreu o maior retrocesso no índice de desenvolvimento humano (IDH) das Nações Unidos, acrescentou Milagros Betancourt. Na América Latina, "estamos em último lugar em todos os indicadores regionais, atrás até do Haiti. A violência é generalizada e o pior de tudo é uma imensa desesperança: a situação se agrava a cada dia. Até o início do ano, o governo negava a crise, atribuindo-a às sanções internacionais."
O clima é de anarquia e desordem: "Desde 2015, houve 1.192 execuções extrajudiciais na Venezuela", notou Bonfili, na conferência organizada pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à União Democrata-Cristã da Alemanha, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Delegação da União Europeia no Brasil.
A crise dos refugiados na Europa é "extracomunitária", comparou a professora Francesca Ramos Pismataro, diretora do Observatório da Venezuela da Faculdade de Ciência Política, Governo e Relações Internacionais da Universidade do Rosário, na Colômbia. "Na América Latina, com a exceção do Brasil, não temos a barreira linguística e a crise é interna desde 2015."
Para a Colômbia, que com sua longa guerra civil era um país de onde pessoas fugiam, em contraste com a Venezuela, que recebeu 6 milhões de colombianos nos últimos 70 anos, é um desafio se tornar um "país de acolhida".
O total de refugiados estimado pela Organização Internacional de Migração, 2,3 milhões, não leva em conta os venezuelanos que têm dupla nacionalidade. A Universidade Central da Venezuela (UCV) trabalha com uma estimativa de 4 milhões, constatou Francesca Ramos.
"Cerca de 12% dos venezuelanos fugiram numa migração Sul-Sul intrarregional; 72% ficam na região. Nos últimos dois anos, o fluxo aumentou mais de dez vezes. Não é produto de conflito, é econômica, social e cultural. Cerca de 40% foram para a Colômbia, onde em um ano e meio entraram 1 milhão de venezuelanos, ao mesmo tempo em que voltaram 300 mil colombianos que viviam na Venezuela", comentou a professora colombiana.
Até 2015, só 0,3% dos colombianos eram imigrantes.
A ex-embaixadora venezuelana não acredita no programa Volta à Pátria, lançado em abril pelo ditador Maduro, no qual o ministro da Defesa depositou esperança: "Ninguém quer voltar. Todos querem sair."
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Índia vai comprar petróleo do Irã em rúpias
Para se livrar das sanções impostas pelos Estados Unidos, a partir de novembro, a Índia vai comprar petróleo do Irã com sua moeda nacional, a rúpia, noticiou hoje a agência Reuters.
A Índia tentou obter uma isenção das sanções americanas. Não conseguiu. Mas alegou que não poderia ficam sem o petróleo iraniano. Assim, teve de buscar outras maneiras para pagar aos iranianos.
Depois de abandonar o acordo nuclear firmado pelo governo Barack Obama, as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano, o governo Donald Trump impôs sanções à República Islâmica. Está pressionando outros países a cortar relações econômicas com o regime dos aiatolás e da Guarda Republicana Iraniana.
A Índia tentou obter uma isenção das sanções americanas. Não conseguiu. Mas alegou que não poderia ficam sem o petróleo iraniano. Assim, teve de buscar outras maneiras para pagar aos iranianos.
Depois de abandonar o acordo nuclear firmado pelo governo Barack Obama, as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano, o governo Donald Trump impôs sanções à República Islâmica. Está pressionando outros países a cortar relações econômicas com o regime dos aiatolás e da Guarda Republicana Iraniana.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Coreia do Norte promete desmontar instalação nuclear e aceitar inspeções
No segundo dia de um encontro de cúpula das Coreias, o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, prometeu desmantelar as instalações onde foram testadas as bombas atômicas do país e visitar Seul, a capital da Coreia do Sul. Em troca, quer uma declaração de fim da Guerra da Coreia (1950-53).
Até hoje, não houve um acordo de paz. Os Estados Unidos relutam temendo que a Coreia do Norte exija a retirada das tropas americanas estacionadas até agora na Coreia do Sul.
O presidente sul-coreano, Moon Jae In, eleito com a promessa de reduzir a tensão na Península Coreana, atua como mediador para criar o ambiente para as negociações nucleares entre EUA e a Coreia do Norte.
A desnuclearização foi acertada em princípio no histórico acordo de cúpula entre Kim e o presidente Donald Trump em 12 de junho em Cingapura. Mas as negociações estavam estagnadas. De um lado, os EUA exigem uma lista das armas nucleares do regime comunista da Coreia do Norte e um cronograma de desarmamente. O governo Pyongyang se recusa a fazer isso unilateralmente.
Até hoje, não houve um acordo de paz. Os Estados Unidos relutam temendo que a Coreia do Norte exija a retirada das tropas americanas estacionadas até agora na Coreia do Sul.
O presidente sul-coreano, Moon Jae In, eleito com a promessa de reduzir a tensão na Península Coreana, atua como mediador para criar o ambiente para as negociações nucleares entre EUA e a Coreia do Norte.
A desnuclearização foi acertada em princípio no histórico acordo de cúpula entre Kim e o presidente Donald Trump em 12 de junho em Cingapura. Mas as negociações estavam estagnadas. De um lado, os EUA exigem uma lista das armas nucleares do regime comunista da Coreia do Norte e um cronograma de desarmamente. O governo Pyongyang se recusa a fazer isso unilateralmente.
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Putin e Netanyahu desarmam tensão após abate de avião russo na Síria
Um avião russo Iliuchim-20 foi abatido segunda-feira à noite pela defesa antiaérea da Síria. Todos os 15 tripulantes morreram. O Ministério da Defesa da Rússia logo acusou Israel, mas o ditador do Kremlin adotou um tom moderado. Vladimir Putin descreveu o incidente como uma trágica sequência de eventos.
Quatro caças-bombardeiros F-16 da Força Aérea de Israel invadiram o espaço aéreo sírio para bombardear bases militares do Irã. "Os pilotos israelenses, ao usar o avião russo como cobertura, o colocaram sob o fogo da defesa antiaérea síria", declarou o Ministério da Defesa russo.
Mais tarde, o homem-forte do Kremlin adotou um tom conciliatório: "Penso que neste caso muito provavelmente se trate de uma série de acontecimentos trágicos porque nosso avião não foi abatido por um aparelho israelense."
Em vez de represália, Putin declarou que, "antes de tudo, trata-se de garantir a segurança de nossos soldados e de nossas instalações na Síria."
Para o jornal liberal israelense Haaretz, o abate do avião, "antes e acima de tudo", é embaraçoso para o Kremlin: "As armas que a Rússia vendeu à Síria foram usadas para matar soldados russos".
De sua parte, numa medida rara, a Força de Defesa de Israel explicou em detalhes sua operação na Síria, como se fosse para dar satisfações à Rússia. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ligou para Putin na terça-feira à tarde para manifestar seu "pesar".
A linguagem moderada indica que Putin não quer agravar a situação, comentou a televisão árabe especializada em notícias Al Jazira, acrescentando que talvez o episódio reduza a liberdade de atuação de Israel na Síria.
Se Israel avisar a Rússia, Moscou retiraria seus aviões da área sob ataque, mas também poderia avisar a ditadura de Bachar Assad.
Na televisão pública britânica BBC, o jornalista Jonathan Marcus observou que "a crise vai quase certamente ser apaziguada porque Israel e a Rússia têm relações estreitas e até agora Moscou não impediu as operações israelenses na Síria", onde controla o espaço aéreo.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, Israel bombardeou o país vizinho cerca de 200 vezes. Na maioria das vezes, atacou alvos do Irã ou da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
Quatro caças-bombardeiros F-16 da Força Aérea de Israel invadiram o espaço aéreo sírio para bombardear bases militares do Irã. "Os pilotos israelenses, ao usar o avião russo como cobertura, o colocaram sob o fogo da defesa antiaérea síria", declarou o Ministério da Defesa russo.
Mais tarde, o homem-forte do Kremlin adotou um tom conciliatório: "Penso que neste caso muito provavelmente se trate de uma série de acontecimentos trágicos porque nosso avião não foi abatido por um aparelho israelense."
Em vez de represália, Putin declarou que, "antes de tudo, trata-se de garantir a segurança de nossos soldados e de nossas instalações na Síria."
Para o jornal liberal israelense Haaretz, o abate do avião, "antes e acima de tudo", é embaraçoso para o Kremlin: "As armas que a Rússia vendeu à Síria foram usadas para matar soldados russos".
De sua parte, numa medida rara, a Força de Defesa de Israel explicou em detalhes sua operação na Síria, como se fosse para dar satisfações à Rússia. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ligou para Putin na terça-feira à tarde para manifestar seu "pesar".
A linguagem moderada indica que Putin não quer agravar a situação, comentou a televisão árabe especializada em notícias Al Jazira, acrescentando que talvez o episódio reduza a liberdade de atuação de Israel na Síria.
Se Israel avisar a Rússia, Moscou retiraria seus aviões da área sob ataque, mas também poderia avisar a ditadura de Bachar Assad.
Na televisão pública britânica BBC, o jornalista Jonathan Marcus observou que "a crise vai quase certamente ser apaziguada porque Israel e a Rússia têm relações estreitas e até agora Moscou não impediu as operações israelenses na Síria", onde controla o espaço aéreo.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, Israel bombardeou o país vizinho cerca de 200 vezes. Na maioria das vezes, atacou alvos do Irã ou da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
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terça-feira, 18 de setembro de 2018
China responde com tarifas sobre produtos dos EUA no valor de US$ 60 bilhões
Em resposta à sobretaxação de produtos importados dos Estados Unidos no valor de US$ 200 bilhões por ano, a China anunciou hoje a imposição de tarifas sobre US$ 60 bilhões em importações de produtos americanos, noticiou o jornal The Washington Post.
A reação chinesa aprofunda a escalada na guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump para reduzir um déficit que, no ano passado, atingiu US$ 375 bilhões. Depois que os dois lados taxaram em 25% importações no valor anual de US$ 50 bilhões para cada lado, ontem o governo americano impôs tarifas de 10% sobre outros produtos, no valor de US$ 200 bilhões.
As novas tarifas entram em vigor em 24 de setembro e podem ser elevadas para 25% se não houver acordo entre os dois países até o fim do ano. Desta vez, a China não pôde responder na mesma medida porque o total de produtos americanos importados pelo país foi de US$130 bilhões no ano passado.
O governo americano sobretaxou quase a metade dos US$ 505 bilhões que a China exportou para os EUA em 2017. O preço será pago pelos consumidores americanos.
A reação chinesa aprofunda a escalada na guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump para reduzir um déficit que, no ano passado, atingiu US$ 375 bilhões. Depois que os dois lados taxaram em 25% importações no valor anual de US$ 50 bilhões para cada lado, ontem o governo americano impôs tarifas de 10% sobre outros produtos, no valor de US$ 200 bilhões.
As novas tarifas entram em vigor em 24 de setembro e podem ser elevadas para 25% se não houver acordo entre os dois países até o fim do ano. Desta vez, a China não pôde responder na mesma medida porque o total de produtos americanos importados pelo país foi de US$130 bilhões no ano passado.
O governo americano sobretaxou quase a metade dos US$ 505 bilhões que a China exportou para os EUA em 2017. O preço será pago pelos consumidores americanos.
Presidente da Coreia do Sul inicia visita a Pyongyang
O presidente Moon Jae In chegou hoje a Pyongyang para uma visita de três dias a terceira reunião de cúpula entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul desde que o ditador Kim Jong Un iniciou o degelo propondo um encontro entre os dois na mensagem de Ano Novo.
Os líderes das duas Coreias gostariam de chegar a um acordo de paz para acabar formalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Um armistício vigora há 65 anos, marcando o fim das hostilidades entre, de um lado, a Coreia do Sul e uma aliança liderada pelos Estados Unidos com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana e, do outro, a Coreia do Norte e a China, com o apoio da União Soviética.
A Coreia do Norte quer este acordo de paz há muitos anos. Os EUA relutam porque o regime comunista de Pyongyang quer ver a Península Coreana sem tropas americanas. Até hoje, há 28,5 mil soldados dos EUA na Coreia do Sul.
É uma força considerável que estaria na primeira linha de combate em caso de guerra com a China. Só sai se a Coreia do Sul exigir. Os EUA têm interesse em manter sua presença militar no Japão e na Coreia do Sul. Enquanto a Coreia do Norte não abandonar suas armas nucleares, o Sul tende a se proteger debaixo do guarda-chuva nuclear dos EUA.
Depois do encontro histórico com Kim em 12 de junho em Cingapura, Trump chegou a dizer que a ameaça nuclear norte-coreana não existia mais, mas as negociações estagnaram. A missão de Moon em Pyongyang é reativar o diálogo direto entre os EUA e a Coreia do Norte.
Os líderes das duas Coreias gostariam de chegar a um acordo de paz para acabar formalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Um armistício vigora há 65 anos, marcando o fim das hostilidades entre, de um lado, a Coreia do Sul e uma aliança liderada pelos Estados Unidos com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana e, do outro, a Coreia do Norte e a China, com o apoio da União Soviética.
A Coreia do Norte quer este acordo de paz há muitos anos. Os EUA relutam porque o regime comunista de Pyongyang quer ver a Península Coreana sem tropas americanas. Até hoje, há 28,5 mil soldados dos EUA na Coreia do Sul.
É uma força considerável que estaria na primeira linha de combate em caso de guerra com a China. Só sai se a Coreia do Sul exigir. Os EUA têm interesse em manter sua presença militar no Japão e na Coreia do Sul. Enquanto a Coreia do Norte não abandonar suas armas nucleares, o Sul tende a se proteger debaixo do guarda-chuva nuclear dos EUA.
Depois do encontro histórico com Kim em 12 de junho em Cingapura, Trump chegou a dizer que a ameaça nuclear norte-coreana não existia mais, mas as negociações estagnaram. A missão de Moon em Pyongyang é reativar o diálogo direto entre os EUA e a Coreia do Norte.
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segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Trump anuncia sobretaxas sobre importações da China de US$ 200 bilhões
Como previsto, o governo Donald Trump escalou sua guerra comercial, ao anunciar hoje depois do fechamento das bolsas de valores nos Estados Unidos um aumento para 10% das tarifas sobre produtos importados da China, no valor de US$ 200 bilhões por ano, a partir de 24 de setembro. Se não houver acordo até o fim do ano no conflito entre as duas maiores economias do mundo, a tarifa sobe para 25%.
Desde julho, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre uma série de produtos importados da China, no valor de US$ 50 bilhões anuais. O governo chinês respondeu na mesma medida. Agora, não poderá repetir a dose.
Em 2017, a China importou produtos americanos no valor de US$ 130 bilhões, mais do que Trump está sobretaxando. Já os EUA compraram US$ 505 bilhões em produtos fabricados na China, acumulando um déficit comercial de US$ 375 bilhões, que o presidente americano quer reduzir a qualquer preço.
"As perdas do nosso país são estarrecedoras há muitos anos", declarou Trump antes do anúncio oficial. "Não podemos mais deixar que isto aconteça."
Sem condições de reagir na mesma medida, a China "terá de tomar contramedidas para salvaguardar resolutamente nossos direitos e interesses legítimos e legais", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior chinês.
Os EUA acusam o regime comunista chinês de manipular o câmbio, piratear a propriedade intelectual da indústria americana e dar subsídios indevidos que prejudicam a concorrência no mercado internacional.
Diante da escalada na guerra comercial, há dúvidas sobre a nova rodada de negociações que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, pretendia organizar nas próximas duas semanas em busca de uma solução para o conflito.
As novas tarifas entram em vigor três dias da chegada prevista a Washington do vice-primeiro-ministro chinês encarregado da economia, Liu He. É um sinal de que as negociações não terão tempo de evitar a aplicação das sobretaxas anunciadas hoje.
Desde julho, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre uma série de produtos importados da China, no valor de US$ 50 bilhões anuais. O governo chinês respondeu na mesma medida. Agora, não poderá repetir a dose.
Em 2017, a China importou produtos americanos no valor de US$ 130 bilhões, mais do que Trump está sobretaxando. Já os EUA compraram US$ 505 bilhões em produtos fabricados na China, acumulando um déficit comercial de US$ 375 bilhões, que o presidente americano quer reduzir a qualquer preço.
"As perdas do nosso país são estarrecedoras há muitos anos", declarou Trump antes do anúncio oficial. "Não podemos mais deixar que isto aconteça."
Sem condições de reagir na mesma medida, a China "terá de tomar contramedidas para salvaguardar resolutamente nossos direitos e interesses legítimos e legais", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior chinês.
Os EUA acusam o regime comunista chinês de manipular o câmbio, piratear a propriedade intelectual da indústria americana e dar subsídios indevidos que prejudicam a concorrência no mercado internacional.
Diante da escalada na guerra comercial, há dúvidas sobre a nova rodada de negociações que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, pretendia organizar nas próximas duas semanas em busca de uma solução para o conflito.
As novas tarifas entram em vigor três dias da chegada prevista a Washington do vice-primeiro-ministro chinês encarregado da economia, Liu He. É um sinal de que as negociações não terão tempo de evitar a aplicação das sobretaxas anunciadas hoje.
Juiz indicado por Trump para Suprema Corte e mulher que o acusa vão depor
O juiz Brett Kavanaugh, nomeado pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte, e a professora universitária que o acusa de agressão sexual quando ambos eram menores da idade serão ouvidos em audiência pública da Comissão de Justiça do Senado dos Estados Unidos na próxima segunda-feira, noticiou hoje o boletim de notícias The Hill.
A psicóloga Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, professora da Universidade de Palo Alto, na Califórnia enviou uma carta à senadora democrata Dianne Feinstein e contou sua versão da história ao jornal The Washington Post.
Ela acusa Kavanaugh de agressão sexual e "tentativa de estupro" em 1982. Completamente bêbados, numa festa de estudantes secundaristas no estado de Maryland, ele e um colega teriam tentado manter relações sexuais à força com ela, inclusive tapando sua boca para ela não gritar.
"Pensei que ele poderia me matar sem querer", disse a professora. O juiz nega todas as acusações: "Nunca agi assim com mulher alguma."
Na próxima segunda-feira, "haverá uma oportunidade para acusador e acusado serem ouvidos", declarou o senador John Kennedy.
A psicóloga Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, professora da Universidade de Palo Alto, na Califórnia enviou uma carta à senadora democrata Dianne Feinstein e contou sua versão da história ao jornal The Washington Post.
Ela acusa Kavanaugh de agressão sexual e "tentativa de estupro" em 1982. Completamente bêbados, numa festa de estudantes secundaristas no estado de Maryland, ele e um colega teriam tentado manter relações sexuais à força com ela, inclusive tapando sua boca para ela não gritar.
"Pensei que ele poderia me matar sem querer", disse a professora. O juiz nega todas as acusações: "Nunca agi assim com mulher alguma."
Na próxima segunda-feira, "haverá uma oportunidade para acusador e acusado serem ouvidos", declarou o senador John Kennedy.
domingo, 16 de setembro de 2018
Mais antiga cervejaria do mundo é descoberta em Israel
Arqueólogos descobriram numa caverna perto do porto de Haifa, no Norte de Israel, o que acreditam ser a mais antiga fábrica de álcool do mundo, onde encontraram uma bebida semelhante à cerveja que teria sido servida em cerimônias 13 mil anos atrás.
A fábrica estava na caverna de Rakefet, ao sul de Haifa, que também servia de local de enterro do povo natufiano. "Se estivemos certos, este é o mais antigo testamento da produção de álcool de qualquer tipo no mundo", declarou o arqueólogo Dani Nadel, professor da Universidade de Haifa e um dos autores do artigo publicado no Journal of Archeological Science: Reports.
"Os natufianos enterravam seus mortos sobre uma plataforma de plantas e flores, e aparentemente também produzia uma bebida alcoólica com a consistência de uma sopa", acrescentou o professor Nadel.
A fábrica estava na caverna de Rakefet, ao sul de Haifa, que também servia de local de enterro do povo natufiano. "Se estivemos certos, este é o mais antigo testamento da produção de álcool de qualquer tipo no mundo", declarou o arqueólogo Dani Nadel, professor da Universidade de Haifa e um dos autores do artigo publicado no Journal of Archeological Science: Reports.
"Os natufianos enterravam seus mortos sobre uma plataforma de plantas e flores, e aparentemente também produzia uma bebida alcoólica com a consistência de uma sopa", acrescentou o professor Nadel.
China ameaça romper negociações comerciais com os EUA
Na expectativa de um novo tarifaço a ser anunciado nesta semana pelo presidente Donald Trump, cobrindo importações de US$ 200 bilhões por ano, a China ameaça cancelar uma reunião para negociar as relações comerciais com os Estados Unidos prevista para esta semana, noticiou hoje o jornal The Wall Street Journal.
O governo chinês afirma que não vai negociar sob pressão. "A China nunca disse que não quer negociar com os EUA", declarou o economista Yang Weimin, ex-assessor do ditador Xi Jinping, "mas os EUA têm de mostrar sinceridade."
Outro assessor, que está na ativa, observou: "A China não vai negociar com um revólver apontado para sua cabeça."
Uma possível resposta chinesa é restringir a venda de matérias-primas, equipamentos e outros elementos das cadeias de produção da indústria americana. A maior empresa privada dos EUA, a Apple, seria diretamente afetada.
A rodada de negociações foi pedida pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em carta ao vice-primeiro-ministro Liu He, o czar econômico de Xi. Seria realizada em torno de 20 de setembro.
O governo Trump quer reduzir um déficit comercial que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões. Mas o regime comunista chinês tem a impressão de que o objetivo maior é conter o desenvolvimento econômico e tecnológico da China.
Trump cobra não apenas uma redução do déficit. Exige o fim de subsídios que o governo chinês considera essenciais ao desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.
"Isto não vai mudar a curto prazo", observou o ex-ministro das Finanças Lou Jiwei, atual diretor dos fundos de pensão estatais, considerado linha dura nas relações com o Ocidente. "Mas não vai funcionar."
Como o ditador Xi Jinping cultiva uma imagem de homem-forte, não está disposto a fazer concessões que passem uma sensação de fraqueza. Os dois países já impuseram sobretaxas sobre US$ 50 bilhões em importações anuais do outro.
Além da desconfiança quanto às reais intenções dos EUA, incomoda à China a insegurança nas negociações com o governo Trump. Beijim teme que as propostas do secretário do Tesouro enfrentem a resistência de falcões como o representante comercial americano, Robert Lighthizer, e do assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro.
O governo chinês afirma que não vai negociar sob pressão. "A China nunca disse que não quer negociar com os EUA", declarou o economista Yang Weimin, ex-assessor do ditador Xi Jinping, "mas os EUA têm de mostrar sinceridade."
Outro assessor, que está na ativa, observou: "A China não vai negociar com um revólver apontado para sua cabeça."
Uma possível resposta chinesa é restringir a venda de matérias-primas, equipamentos e outros elementos das cadeias de produção da indústria americana. A maior empresa privada dos EUA, a Apple, seria diretamente afetada.
A rodada de negociações foi pedida pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em carta ao vice-primeiro-ministro Liu He, o czar econômico de Xi. Seria realizada em torno de 20 de setembro.
O governo Trump quer reduzir um déficit comercial que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões. Mas o regime comunista chinês tem a impressão de que o objetivo maior é conter o desenvolvimento econômico e tecnológico da China.
Trump cobra não apenas uma redução do déficit. Exige o fim de subsídios que o governo chinês considera essenciais ao desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.
"Isto não vai mudar a curto prazo", observou o ex-ministro das Finanças Lou Jiwei, atual diretor dos fundos de pensão estatais, considerado linha dura nas relações com o Ocidente. "Mas não vai funcionar."
Como o ditador Xi Jinping cultiva uma imagem de homem-forte, não está disposto a fazer concessões que passem uma sensação de fraqueza. Os dois países já impuseram sobretaxas sobre US$ 50 bilhões em importações anuais do outro.
Além da desconfiança quanto às reais intenções dos EUA, incomoda à China a insegurança nas negociações com o governo Trump. Beijim teme que as propostas do secretário do Tesouro enfrentem a resistência de falcões como o representante comercial americano, Robert Lighthizer, e do assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro.
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Democratas devem reassumir controle da Câmara nos EUA
Depois da vitória inesperada de Donald Trump, prevista por apenas um instituto de pesquisa, eleitores e pesquisadores estão receosos. Mas o boletim de notícias OZY afirma que o Partido Democrata, de oposição, tem 90% de chance de recuperar a maioria na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nas eleições intermediária de 6 de novembro de 2018.
A pesquisa, feita pelo instituto Optimus, prevê que os democratas elejam 227 deputados contra 208 do Partido Republicano, de Trump. Desde 2010, nas primeiras eleições parlamentares depois da vitória de Barack Obama em 2008, os republicanos têm maioria na Câmara.
No Senado, por sua vez, os republicanos têm 82% de chance de ter ao menos 50 deputados, a metade. Isso garantiria a maioria porque o vice-presidente Mike Pence é o presidente do Senado e pode dar o voto de minerva em votações que terminarem empatadas. A pesquisa dá aos republicanos uma maioria de 51 senadores.
Para fazer estas previsões, a Optimus utilizou um sistema de inteligência artificial que levou em consideração mais de 100 variáveis, inclusive resultados de eleições passadas, pesquisas de intenção de voto, pesquisas sobre o perfil do eleitorado e as taxas de desemprego.
Se os democratas tiveram maioria na Câmara a partir de 2019, podem abrir um processo de impeachment de Trump. Basta maioria absoluta na Câmara para denunciar o presidente. Já o afastamento definitivo depende de dois terços do Senado. É preciso que parte da bancada republicana abandone o presidente.
Em 1974, o então presidente Richard Nixon renunciou para evitar a condenação num processo de impeachment pelo Escândalo de Watergate depois que uma comissão de senadores republicanos foi à Casa Branca e avisou que o partido não o apoiaria mais.
Trump ainda está longe disso. Mas a investigação do procurador especial Robert Mueller é uma ameaça em potencial ao presidente. Sua maior preocupação no momento é não perder a maioria nas duas casas do Congresso.
A pesquisa, feita pelo instituto Optimus, prevê que os democratas elejam 227 deputados contra 208 do Partido Republicano, de Trump. Desde 2010, nas primeiras eleições parlamentares depois da vitória de Barack Obama em 2008, os republicanos têm maioria na Câmara.
No Senado, por sua vez, os republicanos têm 82% de chance de ter ao menos 50 deputados, a metade. Isso garantiria a maioria porque o vice-presidente Mike Pence é o presidente do Senado e pode dar o voto de minerva em votações que terminarem empatadas. A pesquisa dá aos republicanos uma maioria de 51 senadores.
Para fazer estas previsões, a Optimus utilizou um sistema de inteligência artificial que levou em consideração mais de 100 variáveis, inclusive resultados de eleições passadas, pesquisas de intenção de voto, pesquisas sobre o perfil do eleitorado e as taxas de desemprego.
Se os democratas tiveram maioria na Câmara a partir de 2019, podem abrir um processo de impeachment de Trump. Basta maioria absoluta na Câmara para denunciar o presidente. Já o afastamento definitivo depende de dois terços do Senado. É preciso que parte da bancada republicana abandone o presidente.
Em 1974, o então presidente Richard Nixon renunciou para evitar a condenação num processo de impeachment pelo Escândalo de Watergate depois que uma comissão de senadores republicanos foi à Casa Branca e avisou que o partido não o apoiaria mais.
Trump ainda está longe disso. Mas a investigação do procurador especial Robert Mueller é uma ameaça em potencial ao presidente. Sua maior preocupação no momento é não perder a maioria nas duas casas do Congresso.
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sábado, 15 de setembro de 2018
Trump vai sobretaxar produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões
Numa escalada de sua guerra comercial com a China, o presidente Donald Trump deve anunciar na próxima semana a imposição da tarifas adicionais sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos no valor de US$ 200 bilhões anuais. Eles serão taxados em 10%, noticiou o jornal The Washington Post.
Os EUA já sobretaxaram com uma alíquota de 25% produtos chineses importados no valor anual de US$ 50 bilhões. A China respondeu na mesma medida, mas agora não poderá fazer o mesmo. No ano passado, os EUA exportaram para a China produtos no valor total de U$ 130 bilhões e importaram US$ 505,5 bilhões.
Trump quer reduzir o déficit comercial, que foi de US$ 375 bilhões em 2017 e chegou a US$ 222,5 bilhões nos primeiros sete meses do ano. As novas tarifas incidem sobre bens de consumo como brinquedos, eletrodomésticos, móveis, telefones celulares e televisores.
A Apple, maior empresa privada cotada em bolsa do mundo, advertiu que vários de seus produtos serão afetados: "Nossa preocupação é que os EUA serão atingidos duramente, o que vai resultar em menos crescimento, produtividade menor e preços mais altos para os consumidores americanos. A carga da tarifas propostas vai pesar muito mais sobre os EUA do que sobre a China."
Os EUA já sobretaxaram com uma alíquota de 25% produtos chineses importados no valor anual de US$ 50 bilhões. A China respondeu na mesma medida, mas agora não poderá fazer o mesmo. No ano passado, os EUA exportaram para a China produtos no valor total de U$ 130 bilhões e importaram US$ 505,5 bilhões.
Trump quer reduzir o déficit comercial, que foi de US$ 375 bilhões em 2017 e chegou a US$ 222,5 bilhões nos primeiros sete meses do ano. As novas tarifas incidem sobre bens de consumo como brinquedos, eletrodomésticos, móveis, telefones celulares e televisores.
A Apple, maior empresa privada cotada em bolsa do mundo, advertiu que vários de seus produtos serão afetados: "Nossa preocupação é que os EUA serão atingidos duramente, o que vai resultar em menos crescimento, produtividade menor e preços mais altos para os consumidores americanos. A carga da tarifas propostas vai pesar muito mais sobre os EUA do que sobre a China."
Pentágono rejeita envio de fuzileiros navais a Taiwan
O Departamento da Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) rejeitou um pedido do Departamento de Estado para enviar um destacamento de fuzileiros navais para proteger a representação diplomática americana em Taiwan, uma embaixada de fato. A decisão seria do secretário da Defesa, general James Mattis, para não provocar a China, que considera Taiwan uma província rebelde.
A recusa indica uma dubiedade na política externa dos EUA para Taiwan. Logo depois da posse, o presidente Donald Trump aceitou receber um telefonema de cumprimentos da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, rompendo com uma prática com a política de que só existe uma China, adotada em 1978, quando os EUA restauraram as relações diplomáticas com a República Popular da China.
O plano era enviar fuzileiros navais para Taipé em outubro, o que suscitou críticas do regime comunista de Beijim.
A recusa indica uma dubiedade na política externa dos EUA para Taiwan. Logo depois da posse, o presidente Donald Trump aceitou receber um telefonema de cumprimentos da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, rompendo com uma prática com a política de que só existe uma China, adotada em 1978, quando os EUA restauraram as relações diplomáticas com a República Popular da China.
O plano era enviar fuzileiros navais para Taipé em outubro, o que suscitou críticas do regime comunista de Beijim.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
México rejeita dinheiro dos EUA para repatriar centro-americanos
O presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, não vai aceitar a ajuda de US$ 20 milhões feita pelos Estados Unidos para mandar de volta os emigrantes da América Central, declarou hoje a futura ministra do Interior, Olga Sánchez Cordero.
A questão pode se tornar um ponto de atrito entre os Governos Donald Trump e López Obrador, que assume em 1º de dezembro. Eleito com mais da metade dos votos com uma plataforma de esquerda, AMLO, como é mais conhecido, colaborou com os Estados Unidos na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
É improvável que López Obrador suspenda os programas de controle da imigração ilegal da Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua. Em carta a Trump, defendeu o aumento da ajuda ao desenvolvimento desses países da América Central para meio de conter a imigração.
A questão pode se tornar um ponto de atrito entre os Governos Donald Trump e López Obrador, que assume em 1º de dezembro. Eleito com mais da metade dos votos com uma plataforma de esquerda, AMLO, como é mais conhecido, colaborou com os Estados Unidos na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
É improvável que López Obrador suspenda os programas de controle da imigração ilegal da Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua. Em carta a Trump, defendeu o aumento da ajuda ao desenvolvimento desses países da América Central para meio de conter a imigração.
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Dois terços do terrorismo nos EUA vêm da extrema direita
Cerca de dois terços dos atentados terroristas registrados nos Estados Unidos no ano passado foram cometidos por extremistas de direita, revela uma nova análise feita por jornalistas e pesquisadores do sítio de notícias Quartz, com base em informações do Banco de Dados sobre o Terrorismo Global, que monitora ataques terroristas desde 1970.
O banco de dados tem o apoio da Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e das Respostas ao Terrorismo, ligado à Universidade de Maryland.
Globalmente, o número de atentados caiu de um pico de 17 mil em 2015 para 11 mil em 2017, com queda de 40% no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, houve um aumento nos últimos onze anos, de seis em 2006 para 65 em 2017. Só sete foram cometidos por extremistas muçulmanos.
Dois terços dos atentados do ano passado tiveram como motivo o racismo, o antissemitismo, o fascismo, a homofobia, o ódio a muçulmanos ou o ultranacionalismo. Os outros ataques foram atribuídos à esquerda radical e a extremistas muçulmanos.
O banco de dados tem o apoio da Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e das Respostas ao Terrorismo, ligado à Universidade de Maryland.
Globalmente, o número de atentados caiu de um pico de 17 mil em 2015 para 11 mil em 2017, com queda de 40% no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, houve um aumento nos últimos onze anos, de seis em 2006 para 65 em 2017. Só sete foram cometidos por extremistas muçulmanos.
Dois terços dos atentados do ano passado tiveram como motivo o racismo, o antissemitismo, o fascismo, a homofobia, o ódio a muçulmanos ou o ultranacionalismo. Os outros ataques foram atribuídos à esquerda radical e a extremistas muçulmanos.
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quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Putin propõe acordo de paz e Japão rejeita
Em uma manobra surpreendente, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, propôs ao Japão a assinatura de um acordo de paz, que os dois países não fizeram até hoje desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45). O governo japonês rejeitou a ideia.
Durante um painel do Fórum Econômico Oriental, realizado neste ano de 11 a 13 de setembro em Vladivostok, no Leste da Rússia, Putin declarou diante do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que um acordo de paz deveria ser fechado até o fim do ano sem precondições. Serviria de base para "resolver todas as questões controversas".
Abe não respondeu diretamente. A proposta foi recusada pelo chefe da Casa Civil, Yoshihide Suga. Ele disse que o Japão não mudou de posição.
A União Soviética de Josef Stalin declarou guerra ao Japão em 9 de agosto de 1945, no dia em que os Estados Unidos jogaram a segunda bomba atômica, na cidade de Nagasaki. Invadiu o Norte da Coreia, ocupada pelo Japão desde 1910, e as quatro ilhas Kurilas do Sul, que os japoneses chamam de Territórios do Norte.
O Japão se recusa a negociar a paz antes da devolução dos territórios. A proposta de paz parece um gesto de boa vontade de Putin. Na verdade, rejeita a exigência japonesa de devolução das ilhas ocupadas em 1945.
Resolver a questão é uma das prioridades de Abe. O primeiro-ministro japonês tenta usar o poderio econômico do país para seduzir a Rússia, que precisa desenvolver sua região oriental.
Apesar de avanços nos 12 encontros de cúpula entre Putin e Abe desde 2012, a Rússia dá sinais de que não pretende abrir mão de suas conquistas territoriais. Na ditadura de Putin, especialmente depois da intervenção militar na Ucrânia e da anexação da Península da Crimeia, a soberania territorial é inegociável.
Ao mesmo tempo, as sanções do Ocidente obrigam Moscou a se voltar para a Ásia. Putin quer investimentos japoneses no setor de energia no Norte da Sibéria, no Oeste da Rússia e no Mar Báltico.
Desde 2012, o Japão investiu US$ 2,2 bilhões na Rússia. Com a exceção de 2012, o total nunca passou de 2% do investimento externo direto japonês. No mesmo período, a China aplicou US$ 32 bilhões na Rússia.
Nesta reunião do Fórum Econômico Oriental, um consórcio de empresas chinesas e russas anunciou ter realizado sete projetos desde 2012, no valor de US$ 4,6 bilhões, e anunciou a intenção de fazer mais 70 projetos conjuntos, num total de US$ 100 bilhões.
Mesmo que muitos destes projetos não saiam do papel, a China está muito à frente do Japão nos negócios com a Rússia.
Durante um painel do Fórum Econômico Oriental, realizado neste ano de 11 a 13 de setembro em Vladivostok, no Leste da Rússia, Putin declarou diante do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que um acordo de paz deveria ser fechado até o fim do ano sem precondições. Serviria de base para "resolver todas as questões controversas".
Abe não respondeu diretamente. A proposta foi recusada pelo chefe da Casa Civil, Yoshihide Suga. Ele disse que o Japão não mudou de posição.
A União Soviética de Josef Stalin declarou guerra ao Japão em 9 de agosto de 1945, no dia em que os Estados Unidos jogaram a segunda bomba atômica, na cidade de Nagasaki. Invadiu o Norte da Coreia, ocupada pelo Japão desde 1910, e as quatro ilhas Kurilas do Sul, que os japoneses chamam de Territórios do Norte.
O Japão se recusa a negociar a paz antes da devolução dos territórios. A proposta de paz parece um gesto de boa vontade de Putin. Na verdade, rejeita a exigência japonesa de devolução das ilhas ocupadas em 1945.
Resolver a questão é uma das prioridades de Abe. O primeiro-ministro japonês tenta usar o poderio econômico do país para seduzir a Rússia, que precisa desenvolver sua região oriental.
Apesar de avanços nos 12 encontros de cúpula entre Putin e Abe desde 2012, a Rússia dá sinais de que não pretende abrir mão de suas conquistas territoriais. Na ditadura de Putin, especialmente depois da intervenção militar na Ucrânia e da anexação da Península da Crimeia, a soberania territorial é inegociável.
Ao mesmo tempo, as sanções do Ocidente obrigam Moscou a se voltar para a Ásia. Putin quer investimentos japoneses no setor de energia no Norte da Sibéria, no Oeste da Rússia e no Mar Báltico.
Desde 2012, o Japão investiu US$ 2,2 bilhões na Rússia. Com a exceção de 2012, o total nunca passou de 2% do investimento externo direto japonês. No mesmo período, a China aplicou US$ 32 bilhões na Rússia.
Nesta reunião do Fórum Econômico Oriental, um consórcio de empresas chinesas e russas anunciou ter realizado sete projetos desde 2012, no valor de US$ 4,6 bilhões, e anunciou a intenção de fazer mais 70 projetos conjuntos, num total de US$ 100 bilhões.
Mesmo que muitos destes projetos não saiam do papel, a China está muito à frente do Japão nos negócios com a Rússia.
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Desemprego na Coreia do Sul sobe ao maior nível desde auge da crise
O índice de desemprego da Coreia do Sul subiu de 3,8% em julho para 4,2% em agosto, o maior nível desde o pico de 4,7% em janeiro de 2010, no auge da Grande Recessão mundial deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers, em 14 de setembro de 2008.
É mais um golpe no presidente Moon Jae In, que prometeu impulsionar o mercado de trabalho com um orçamento multibilionário. A população economicamente ativada da Coreia do Sul cresceu 0,5% nos últimos 12 meses, enquanto a população inativa aumentou 0,7%.
Em maio, o Parlamento sul-coreano aprovou um orçamento suplementar de US$ 3,5 bilhões para tentar atacar o problema crônico do desemprego entre os jovens. Com uma renda média por habitante de US$ 39,3 mil por ano, duas vezes e meia maior do que a do Brasil, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Coreia do Sul enfrenta problemas do crescimento.
É mais um golpe no presidente Moon Jae In, que prometeu impulsionar o mercado de trabalho com um orçamento multibilionário. A população economicamente ativada da Coreia do Sul cresceu 0,5% nos últimos 12 meses, enquanto a população inativa aumentou 0,7%.
Em maio, o Parlamento sul-coreano aprovou um orçamento suplementar de US$ 3,5 bilhões para tentar atacar o problema crônico do desemprego entre os jovens. Com uma renda média por habitante de US$ 39,3 mil por ano, duas vezes e meia maior do que a do Brasil, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Coreia do Sul enfrenta problemas do crescimento.
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Produtos de leite integral reduzem risco cardíaco e prolongam a vida
Quem consome produtos lácteos corre menor risco de doenças cardiovasculares do quem os evita. Quem consome leite integral e derivados tem menor risco de doenças cardiovasculares e vida mais longa, de acordo com uma pesquisa global divulgada pela revista médica britânica The Lancet, que contraria a opinião dominante.
A pesquisa examinou os hábitos alimentares de mais de 130 mil pessoas de 21 países e cinco continentes. A conclusão é que consumir três porções diárias de leite e derivados reduz as taxas de doenças cardiovasculares e de mortalidade. O leite integral traz benefícios ainda maiores à saúde.
O estudo considera uma porção copo de leite, um pote de iogurte, uma fatia de queijo ou uma colher de chá de manteiga.
Até agora, os médicos recomendavam a ingestão diária de duas a quatro porções de leite desnatado ou semidesnatado e evitar leite integral e derivados.
Entre as conclusões, os pesquisadores recomendam o aumento do consumo de leite integral nas regiões que menos consomem, inclusive o Sul da Ásia, o Sudeste Asiático e a África.
Para o principal autor do relatório da pesquisa, o professor Mahshid Dehghan, da Universidade McMaster, no Canadá, a pesquisa sugere que "o consumo da produtos lácteos pode ser benéfico para reduzir a mortalidade e as doenças cardiovasculares, especialmente em países de renda média ou baixa onde o consumo de produtos lácteos é muito menor do que na América do Norte e na Europa."
A presidente da Fundação Britânica do Coração, Victoria Taylor, advertiu que é cedo para chegar a conclusões definitivas. Como os participantes tinham idades muito variadas, talvez o período de nove anos da pesquisa não fosse suficiente para avaliar o impacto de longo prazo.
A pesquisa examinou os hábitos alimentares de mais de 130 mil pessoas de 21 países e cinco continentes. A conclusão é que consumir três porções diárias de leite e derivados reduz as taxas de doenças cardiovasculares e de mortalidade. O leite integral traz benefícios ainda maiores à saúde.
O estudo considera uma porção copo de leite, um pote de iogurte, uma fatia de queijo ou uma colher de chá de manteiga.
Até agora, os médicos recomendavam a ingestão diária de duas a quatro porções de leite desnatado ou semidesnatado e evitar leite integral e derivados.
Entre as conclusões, os pesquisadores recomendam o aumento do consumo de leite integral nas regiões que menos consomem, inclusive o Sul da Ásia, o Sudeste Asiático e a África.
Para o principal autor do relatório da pesquisa, o professor Mahshid Dehghan, da Universidade McMaster, no Canadá, a pesquisa sugere que "o consumo da produtos lácteos pode ser benéfico para reduzir a mortalidade e as doenças cardiovasculares, especialmente em países de renda média ou baixa onde o consumo de produtos lácteos é muito menor do que na América do Norte e na Europa."
A presidente da Fundação Britânica do Coração, Victoria Taylor, advertiu que é cedo para chegar a conclusões definitivas. Como os participantes tinham idades muito variadas, talvez o período de nove anos da pesquisa não fosse suficiente para avaliar o impacto de longo prazo.
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segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Governo Trump fecha representação palestina em Washington
Em mais uma retaliação à Autoridade Nacional Palestina (ANP) por rejeitar seu plano de paz, o presidente Donald Trump mandou fechar sua representação em Washington por "não dar passos para avançar começar a negociações diretas com Israel". O principal negociador palestino, Saeb Erekat, repudiou a medida, descrevendo-a como uma "punição coletiva" do povo palestino pelos EUA.
Desde que Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e transferiu a Embaixada Americana para lá, a ANP declarou que os EUA perderam a condição de mediar o conflito árabe-israelense. Na semana passada, o presidente cortou uma ajuda de US$ 300 milhões anuais à agência das Nações Unidas para ajuda aos refugiados palestinos.
"A liderança da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) condenou um plano de paz dos EUA que ainda não viu e se recusou a se engajar no esforço de paz do governo dos EUA", declarou em nota o Departamento de Estado.
A representação, embrião de uma embaixada se um dia os EUA reconhecessem a independência da Palestina, deve ser fechada até 10 de outubro.
Os EUA também estão irritados com a ameaça da ANP de denunciar Israel ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por violações aos direitos humanos e com a possibilidade do tribunal investigar crimes de guerra dos soldados americanos no Afeganistão.
Quando o TPI foi criado, os EUA não aderiram porque não submeteriam seus cidadãos a um tribunal internacional, mas colaboraram, por exemplo, nos processos sobre o genocídio na província de Darfur, no Sudão. Mas o atual assessor de segurança nacional, John Bolton, antigo inimigo da ideia de uma jurisdição internacional, ameaça impor sanções ao TPI.
Desde que Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e transferiu a Embaixada Americana para lá, a ANP declarou que os EUA perderam a condição de mediar o conflito árabe-israelense. Na semana passada, o presidente cortou uma ajuda de US$ 300 milhões anuais à agência das Nações Unidas para ajuda aos refugiados palestinos.
"A liderança da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) condenou um plano de paz dos EUA que ainda não viu e se recusou a se engajar no esforço de paz do governo dos EUA", declarou em nota o Departamento de Estado.
A representação, embrião de uma embaixada se um dia os EUA reconhecessem a independência da Palestina, deve ser fechada até 10 de outubro.
Os EUA também estão irritados com a ameaça da ANP de denunciar Israel ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por violações aos direitos humanos e com a possibilidade do tribunal investigar crimes de guerra dos soldados americanos no Afeganistão.
Quando o TPI foi criado, os EUA não aderiram porque não submeteriam seus cidadãos a um tribunal internacional, mas colaboraram, por exemplo, nos processos sobre o genocídio na província de Darfur, no Sudão. Mas o atual assessor de segurança nacional, John Bolton, antigo inimigo da ideia de uma jurisdição internacional, ameaça impor sanções ao TPI.
Inflação na China sobe para 2,3% ao ano
O índice de preços ao consumidor da China atingiu em agosto o nível mais alto em seis meses, ficando em 2,3% ao ano, anunciou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas. O índice de preços ao produtor caiu para 4,1% ao ano, meio ponto percentual abaixo da taxa de julho.
A inflação subiu, apesar da queda de 4,9% em um ano no preço da carne de porco, um item da cesta básica chinesa. Por causa de um surto de peste suína, a carne de porco no atacado subiu 5,2%. Vários animais foram sacrificados e o transporte dentro do país foi restrito.
Sob pressão da guerra comercial declarada pelo presidente Donald Trump, a economia chinesa tenta se proteger do choque externo e evitar o aumento dos preços internos.
A inflação subiu, apesar da queda de 4,9% em um ano no preço da carne de porco, um item da cesta básica chinesa. Por causa de um surto de peste suína, a carne de porco no atacado subiu 5,2%. Vários animais foram sacrificados e o transporte dentro do país foi restrito.
Sob pressão da guerra comercial declarada pelo presidente Donald Trump, a economia chinesa tenta se proteger do choque externo e evitar o aumento dos preços internos.
domingo, 9 de setembro de 2018
Ultradireita cresce e pode ser fiel da balança na Suécia
A temida ascensão da extrema-direita neofascista aconteceu. Os Democratas Suecos, um partido supremacista branco, cresceram de 12,9% para 18% nas eleições hoje, principalmente por causa da crise dos refugiados. Podem ser o fiel da balança na Suécia.
Com 40,6% dos votos, a coalizão governista de centro-esquerda, formada pelos partidos Social-Democrata, Verdes e de Esquerda, elegeu 144 deputados. A Aliança, de centro-direita, recebeu 40,3% dos votos e conquistou 143 cadeiras, e pediu ao primeiro-ministro social-democrata Stefan Lofven que renuncie, num sinal de que pode formar governo com a ultradireita.
"Queremos fazer parte do governo", declarou o secretário dos Democratas, Richard Jomshof, no início da apuração, quando tinha a esperança de que o partido pudesse passar de 20%.
A Suécia, um país de 10 milhões de habitantes, recebeu 163 mil solicitantes de asilo político em 2015, proporcionalmente a maior quantidade na União Europeia.
O país já teve um partido de extrema direita. A Nova Democracia conquistou 7% dos votos em 1991 prometendo reduzir a imigração, baixar o preço das bebidas alcoólicas e estacionamento grátis, mas ficou fora do Parlamento nas eleições seguintes.
Se os Democratas Suecos conseguirem mesmo o apoio de cerca de um quinto do eleitorado, superando com ampla margem os 12,6% da Alternativa para a Alemanha (AfD), vão abalar a imagem da Suécia como um paraíso social-democrata.
O aumento do tempo de espera para cirurgias não emergenciais, a escassez de médicos e professores, e problemas de violência em áreas mais põem em dúvida o modelo sueco. A ultradireita descreveu as eleições como uma escolha entre a imigração e o bem-estar social. Não quer desmontar o Estado social-democrata, quer manter seus benefícios, mas só para os suecos étnicos.
Com 40,6% dos votos, a coalizão governista de centro-esquerda, formada pelos partidos Social-Democrata, Verdes e de Esquerda, elegeu 144 deputados. A Aliança, de centro-direita, recebeu 40,3% dos votos e conquistou 143 cadeiras, e pediu ao primeiro-ministro social-democrata Stefan Lofven que renuncie, num sinal de que pode formar governo com a ultradireita.
"Queremos fazer parte do governo", declarou o secretário dos Democratas, Richard Jomshof, no início da apuração, quando tinha a esperança de que o partido pudesse passar de 20%.
A Suécia, um país de 10 milhões de habitantes, recebeu 163 mil solicitantes de asilo político em 2015, proporcionalmente a maior quantidade na União Europeia.
O país já teve um partido de extrema direita. A Nova Democracia conquistou 7% dos votos em 1991 prometendo reduzir a imigração, baixar o preço das bebidas alcoólicas e estacionamento grátis, mas ficou fora do Parlamento nas eleições seguintes.
Se os Democratas Suecos conseguirem mesmo o apoio de cerca de um quinto do eleitorado, superando com ampla margem os 12,6% da Alternativa para a Alemanha (AfD), vão abalar a imagem da Suécia como um paraíso social-democrata.
O aumento do tempo de espera para cirurgias não emergenciais, a escassez de médicos e professores, e problemas de violência em áreas mais põem em dúvida o modelo sueco. A ultradireita descreveu as eleições como uma escolha entre a imigração e o bem-estar social. Não quer desmontar o Estado social-democrata, quer manter seus benefícios, mas só para os suecos étnicos.
sábado, 8 de setembro de 2018
Parlamento do Iraque discute revolta em Bássora em sessão extraordinária
O Parlamento do Iraque realizou uma sessão extraordinária hoje em Bagdá para discutir medidas de emergência para conter uma revolta popular em Bássora, a maior cidade da região de maioria xiita no Sul do país, onde o governo impôs um toque de recolher noturno, noticiou a Agência France Presse.
As manifestações foram provocadas pela deficiência dos serviços públicos essenciais como o fornecimento de água e de energia elétrica. Desde o início do mês, pelo menos 15 rebeldes morreram em confrontos com as forças de segurança.
Nesta semana, os rebeldes incendiaram o Consulado do Irã e atacaram o aeroporto local com três foguetes Katiúcha. Os ataques a grupos apoiados e financiados pelo Irã mostra um claro repúdio, mesmo em regiões de maioria xiita, à interferência iraniana nos assuntos internos do Iraque.
A violência tende a continuar enquanto os manifestantes não acreditarem nas promessas do governo central de Bagdá. A longo prazo, a consequência pode ser um movimento federalista para dividir o país em regiões com ampla autonomia, como já acontece na região curda no Norte do país.
As manifestações foram provocadas pela deficiência dos serviços públicos essenciais como o fornecimento de água e de energia elétrica. Desde o início do mês, pelo menos 15 rebeldes morreram em confrontos com as forças de segurança.
Nesta semana, os rebeldes incendiaram o Consulado do Irã e atacaram o aeroporto local com três foguetes Katiúcha. Os ataques a grupos apoiados e financiados pelo Irã mostra um claro repúdio, mesmo em regiões de maioria xiita, à interferência iraniana nos assuntos internos do Iraque.
A violência tende a continuar enquanto os manifestantes não acreditarem nas promessas do governo central de Bagdá. A longo prazo, a consequência pode ser um movimento federalista para dividir o país em regiões com ampla autonomia, como já acontece na região curda no Norte do país.
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
EUA geram 201 mil novos empregos
Os Estados Unidos abriram 201 mil vagas de emprego a mais do que fecharam em agosto, superando a média das expectativas dos economistas, que era de 191 mil. Os salários registraram alta de 2,9% num ano, o maior aumento desde junho de 2009, revelou hoje o relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho.
A taxa de desemprego, medida em outra pesquisa, ficou estável em 3,9%. O índice amplo, que inclui quem trabalha em meio expediente ou sem contrato de trabalho, está em 7,4%. Há um ano, estava em 8,6%.
Cerca de 37% das pequenas empresas reclamaram em julho ter oferecido vagas de emprego que não foram preenchidas, um recorde, indica uma pesquisa divulgada hoje pela Federação Nacional de Empresas Independentes.
O saldo de vagas de julho foi revisado para baixo, de 157 para 147 mil postos de trabalho. O resultado de agosto superou a média dos últimos três meses, 185 mil vagas.
Com este ritmo forte de contratações e a alta nos salários, é provável que o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, aumente a taxa básica de juros, hoje numa faixa de 1,75%-2% ao ano, duas vezes em 2018 e três em 2019. A primeira alta seria neste mês, na reunião de 25 e 26 de setembro.
O bom desempenho do mercado de trabalho nos EUA fortaleceu o dólar, que subiu 0,3% assim que o relatório foi divulgado. A pressão sobre economias em desenvolvimento com problemas, como Argentina e Turquia, não diminuiu.
A taxa de desemprego, medida em outra pesquisa, ficou estável em 3,9%. O índice amplo, que inclui quem trabalha em meio expediente ou sem contrato de trabalho, está em 7,4%. Há um ano, estava em 8,6%.
Cerca de 37% das pequenas empresas reclamaram em julho ter oferecido vagas de emprego que não foram preenchidas, um recorde, indica uma pesquisa divulgada hoje pela Federação Nacional de Empresas Independentes.
O saldo de vagas de julho foi revisado para baixo, de 157 para 147 mil postos de trabalho. O resultado de agosto superou a média dos últimos três meses, 185 mil vagas.
Com este ritmo forte de contratações e a alta nos salários, é provável que o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, aumente a taxa básica de juros, hoje numa faixa de 1,75%-2% ao ano, duas vezes em 2018 e três em 2019. A primeira alta seria neste mês, na reunião de 25 e 26 de setembro.
O bom desempenho do mercado de trabalho nos EUA fortaleceu o dólar, que subiu 0,3% assim que o relatório foi divulgado. A pressão sobre economias em desenvolvimento com problemas, como Argentina e Turquia, não diminuiu.
Coreias marcam encontro de cúpula para manter o clima de paz
Diante da estagnação das negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, a Coreia do Sul enviou uma delegação a Pyongyang para se encontrar com o ditador Kim Jong Un e anunciou um terceiro encontro de cúpula com a Coreia do Norte, a ser realizado de 18 a 20 de setembro.
A reunião das duas Coreias é o caminho para o presidente sul-coreano, Moon Jae In, tentar mediar o diálogo entre os EUA e o regime comunista norte-coreano. A Coreia do Sul está mais interessada em reduzir a tensão e fortalecer as relações com o Norte como estratégia de paz. Não tem a mesma preocupação com a desnuclearização que os EUA.
No encontro de cúpula histórico entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un em 12 de junho, em Cingapura, Kim prometeu entregar as armas nucleares e Trump assinar um acordo de paz para acabar finalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Hoje é evidente que nenhum dos dois tinha a intenção de honrar o compromisso assumido.
Nem a Coreia do Norte pretende entregar todas as armas atômicas desenvolvidas a um custo elevado nem os EUA estão dispostos a assinar um acordo de paz que implique a retirada dos 28,5 mil soldados americanos baseados na Coreia do Sul.
Em meio às últimas informações sobre o caos na Casa Branca, Trump teria cogitado retirar as tropas americanas da Coreia do Sul. Foi contido por assessores e generais do Pentágono. Se a China é o inimigo em potencial no futuro, os EUA têm todo o interesse em manter forças num país vizinho.
A reunião das duas Coreias é o caminho para o presidente sul-coreano, Moon Jae In, tentar mediar o diálogo entre os EUA e o regime comunista norte-coreano. A Coreia do Sul está mais interessada em reduzir a tensão e fortalecer as relações com o Norte como estratégia de paz. Não tem a mesma preocupação com a desnuclearização que os EUA.
No encontro de cúpula histórico entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un em 12 de junho, em Cingapura, Kim prometeu entregar as armas nucleares e Trump assinar um acordo de paz para acabar finalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Hoje é evidente que nenhum dos dois tinha a intenção de honrar o compromisso assumido.
Nem a Coreia do Norte pretende entregar todas as armas atômicas desenvolvidas a um custo elevado nem os EUA estão dispostos a assinar um acordo de paz que implique a retirada dos 28,5 mil soldados americanos baseados na Coreia do Sul.
Em meio às últimas informações sobre o caos na Casa Branca, Trump teria cogitado retirar as tropas americanas da Coreia do Sul. Foi contido por assessores e generais do Pentágono. Se a China é o inimigo em potencial no futuro, os EUA têm todo o interesse em manter forças num país vizinho.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Índia acaba com a criminalização da homossexualidade
Em uma decisão histórica, a Suprema Corte da Índia derrubou um artigo do Código Penal do período colonial que criminalizava as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, punível até com a pena de morte. Além do estigma, a criminalização estimulava a violência e o suborno contra a comunidade LGBT.
Diante de um tribunal lotado, o presidente da Suprema Corte da Índia, Dipak Misra, declarou que "o respeito pelas escolhas individuais é a essência da liberdade. A liberdade só será real quando cada um de nós perceber que a comunidade LGBT tem direitos iguais."
Os ativistas do movimento gay lutavam há décadas para derrubar o Artigo 377 do Código Penal Indiano, uma herança de 157 anos do tempo da colonização do país pelo Império Britânico, que proibia a "conjunção carnal contra a ordem da natureza".
Embora a lei raramente fosse aplicada para encarcerar e muito menos executar homossexuais, reforçava o estigma, fragilizava e negava direitos iguais. O casamento gay ainda é um sonho distante, mas será a próxima luta.
Diante de um tribunal lotado, o presidente da Suprema Corte da Índia, Dipak Misra, declarou que "o respeito pelas escolhas individuais é a essência da liberdade. A liberdade só será real quando cada um de nós perceber que a comunidade LGBT tem direitos iguais."
Os ativistas do movimento gay lutavam há décadas para derrubar o Artigo 377 do Código Penal Indiano, uma herança de 157 anos do tempo da colonização do país pelo Império Britânico, que proibia a "conjunção carnal contra a ordem da natureza".
Embora a lei raramente fosse aplicada para encarcerar e muito menos executar homossexuais, reforçava o estigma, fragilizava e negava direitos iguais. O casamento gay ainda é um sonho distante, mas será a próxima luta.
Alto funcionário dos EUA detona Trump em artigo anônimo
O maior problema dos Estados Unidos é a "amoralidade" do presidente Donald Trump, acusou um alto funcionário em artigo anônimo publicado na página de opinião do jornal The New York Times. Ele se declara parte da "resistência" para evitar que o comportamento errático do presidente e suas decisões impulsivas prejudiquem o país e a democracia.
Assessores da Casa Branca cogitaram iniciar um procedimento para destituir o presidente com base na 25ª Emenda à Constituição dos EUA, caso ele seja considerado "incapaz de exercer os poderes e deveres do cargo". Desistiram para evitar uma "crise constitucional".
"Não é só o procurador especial [Robert Mueller] que paira sobre o governo. Ou que o país esteja dividido sobre a liderança de Trump. Ou mesmo que seu partido perda a maioria na Câmara para uma oposição infernal querendo sua queda", argumenta o articulista.
"O dilema - que ele não percebe totalmente - é que muitos altos funcionários de sua administração estão trabalhando diligentemente por dentro para frustar partes de seu programa e suas piores inclinações", prossegue.
Está longe de ser a "resistência popular" defendida pela esquerda: "Queremos o sucesso do governo e pensamos que muitas de suas políticas tornaram os EUA mais seguro e mais próspero. Mas acreditamos que nosso primeiro dever é com o país e o presidente continua a agir de uma maneira em detrimento da saúde de nossa República."
"Por esta razão", acrescenta, "estamos engajados em fazer o que pudermos para preservar nossas instituições democráticas enquanto frustramos os impulsos mais desorientados de Trump até que ele deixe o cargo."
Trump reagiu furiosamente. Falou em "traição" e acusou o "falido New York Times" de forjar a história. O jornal sabe quem escreveu. Alegou que "publicar o artigo foi o único meio de permitir aos leitores ter conhecimento de um ponto de vista importante."
Outro jornal extremamente crítico do governo Trump, The Washington Post, considerou o artigo "um verdadeiro coquetel molotov" de uma Garganta Profunda, apelido da grande fonte de Bob Woodward e Carl Bernstein, os repórteres do Escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon em meio a um processo de impeachment, em 1974.
A fonte secreta era o subdiretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, Mark Felt. Sua identidade só seria revelada depois da morte, mas ele preferiu assumir a façanha e escrever um livro.
Agora, o presidente também está sendo obrigado a desmentir o livro Medo: Trump na Casa Branca, de Woodward, sobre seu governo.
Woodward descreve uma Casa Branca caótica, corroborando a mensagem do articulista, um governo em que altos funcionários ignoram ordens do presidente. Depois de um ataque com armas químicas contra os rebeldes na guerra civil da Síria, Trump teria mandado matar o ditador sírio, Bachar Assad.
Os EUA acabaram fazendo um bombardeio contra a base de onde partiu o ataque com armas químicas. Ontem, Trump afirmou jamais ter cogitado o assassinato de Assad.
Na rede de televisão CNN, o editor Chris Cilliza especulou sobre quem poderia ser o autor anônimo. Citou o advogado-geral da Casa Branca, que colaborou com o procurador especial que investiga um suposto conluio da campanha de Trump com a Rússia. Don McGahn está de saída, demitido pelo Twitter, depois de impedir Trump de demitir Mueller.
Também poderia ser, disse Cilliza, o chefe da Casa Civil, o general John Kelly, um dos adultos da Casa Branca, que ainda não teria saído por lealdade ao país. Ou o secretário (ministro) da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, com quem Trump está furioso porque ele não impede a investigação sobre suas relações com o Kremlin.
"Ninguém foi mais denigrido em público por Trump" do que Sessions. Semanas atrás, o procurador-geral respondeu que, enquanto estivesse no Departamento da Justiça, não o deixaria ser manipulado por motivos políticos.
Acuado, Trump tenta descobrir quem escreveu para o Times e quais as fontes de Woodward.
Assessores da Casa Branca cogitaram iniciar um procedimento para destituir o presidente com base na 25ª Emenda à Constituição dos EUA, caso ele seja considerado "incapaz de exercer os poderes e deveres do cargo". Desistiram para evitar uma "crise constitucional".
"Não é só o procurador especial [Robert Mueller] que paira sobre o governo. Ou que o país esteja dividido sobre a liderança de Trump. Ou mesmo que seu partido perda a maioria na Câmara para uma oposição infernal querendo sua queda", argumenta o articulista.
"O dilema - que ele não percebe totalmente - é que muitos altos funcionários de sua administração estão trabalhando diligentemente por dentro para frustar partes de seu programa e suas piores inclinações", prossegue.
Está longe de ser a "resistência popular" defendida pela esquerda: "Queremos o sucesso do governo e pensamos que muitas de suas políticas tornaram os EUA mais seguro e mais próspero. Mas acreditamos que nosso primeiro dever é com o país e o presidente continua a agir de uma maneira em detrimento da saúde de nossa República."
"Por esta razão", acrescenta, "estamos engajados em fazer o que pudermos para preservar nossas instituições democráticas enquanto frustramos os impulsos mais desorientados de Trump até que ele deixe o cargo."
Trump reagiu furiosamente. Falou em "traição" e acusou o "falido New York Times" de forjar a história. O jornal sabe quem escreveu. Alegou que "publicar o artigo foi o único meio de permitir aos leitores ter conhecimento de um ponto de vista importante."
Outro jornal extremamente crítico do governo Trump, The Washington Post, considerou o artigo "um verdadeiro coquetel molotov" de uma Garganta Profunda, apelido da grande fonte de Bob Woodward e Carl Bernstein, os repórteres do Escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon em meio a um processo de impeachment, em 1974.
A fonte secreta era o subdiretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, Mark Felt. Sua identidade só seria revelada depois da morte, mas ele preferiu assumir a façanha e escrever um livro.
Agora, o presidente também está sendo obrigado a desmentir o livro Medo: Trump na Casa Branca, de Woodward, sobre seu governo.
Woodward descreve uma Casa Branca caótica, corroborando a mensagem do articulista, um governo em que altos funcionários ignoram ordens do presidente. Depois de um ataque com armas químicas contra os rebeldes na guerra civil da Síria, Trump teria mandado matar o ditador sírio, Bachar Assad.
Os EUA acabaram fazendo um bombardeio contra a base de onde partiu o ataque com armas químicas. Ontem, Trump afirmou jamais ter cogitado o assassinato de Assad.
Na rede de televisão CNN, o editor Chris Cilliza especulou sobre quem poderia ser o autor anônimo. Citou o advogado-geral da Casa Branca, que colaborou com o procurador especial que investiga um suposto conluio da campanha de Trump com a Rússia. Don McGahn está de saída, demitido pelo Twitter, depois de impedir Trump de demitir Mueller.
Também poderia ser, disse Cilliza, o chefe da Casa Civil, o general John Kelly, um dos adultos da Casa Branca, que ainda não teria saído por lealdade ao país. Ou o secretário (ministro) da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, com quem Trump está furioso porque ele não impede a investigação sobre suas relações com o Kremlin.
"Ninguém foi mais denigrido em público por Trump" do que Sessions. Semanas atrás, o procurador-geral respondeu que, enquanto estivesse no Departamento da Justiça, não o deixaria ser manipulado por motivos políticos.
Acuado, Trump tenta descobrir quem escreveu para o Times e quais as fontes de Woodward.
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
Catar amplia direitos de trabalhadores estrangeiros
Depois de muitas denúncias abusos, maus tratos e centenas de mortes nas obras para a Copa do Mundo de 2022, o emirado árabe do Catar anunciou hoje uma mudança na lei para permitir que trabalhadores estrangeiros possam sair do país sem autorização dos patrões, informou a hoje a televisão árabe Al Jazira, especializada em notícias.
Sob cerco diplomático da Arábia Saudita, do Egito e das outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, o Catar tenta melhorar a imagem internacional para sair do isolamento e diversificar sua economia, reduzindo a dependência do petróleo e do gás natural.
O cerco foi uma iniciativa do príncipe herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, que acusou o Catar de ser próximo do Irã, o arqui-inimigo da Arábia Saudita. Mas os Estados Unidos não apoiaram o boicote, permitindo que o Catar resistisse sem problemas. O príncipe pretende manter o embargo indefinidamente, como os EUA em relação a Cuba.
Com a neutralidade dos EUA, o Catar não cedeu. Ao mesmo tempo, procurou novos aliados, como a Turquia, a China e a Rússia. Isso pressiona os EUA a reforçar as relações com o Catar, a não ser que o emirado contrarie as posições de Washington, por exemplo, ampliando o apoio à Irmandade Muçulmana e ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza.
Sob cerco diplomático da Arábia Saudita, do Egito e das outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, o Catar tenta melhorar a imagem internacional para sair do isolamento e diversificar sua economia, reduzindo a dependência do petróleo e do gás natural.
O cerco foi uma iniciativa do príncipe herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, que acusou o Catar de ser próximo do Irã, o arqui-inimigo da Arábia Saudita. Mas os Estados Unidos não apoiaram o boicote, permitindo que o Catar resistisse sem problemas. O príncipe pretende manter o embargo indefinidamente, como os EUA em relação a Cuba.
Com a neutralidade dos EUA, o Catar não cedeu. Ao mesmo tempo, procurou novos aliados, como a Turquia, a China e a Rússia. Isso pressiona os EUA a reforçar as relações com o Catar, a não ser que o emirado contrarie as posições de Washington, por exemplo, ampliando o apoio à Irmandade Muçulmana e ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza.
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Esforços diplomáticos tentam evitar um massacre em Idlibe
Pelo menos 12 pessoas morreram em bombardeios pesados das Forças Aéreas da Rússia e da Síria contra a cidade de Idlibe, último reduto rebelde importante na guerra civil síria.
Para evitar um massacre, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, do Irã, Hassan Rouhani, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan se reúnem sexta-feira em Teerã, a capital iraniana.
Na província de Idlibe, descrita em Moscou e Damasco como "um ninho de terroristas", há entre 10 e 20 mil guerrilheiros de movimentos extremistas muçulmanos, inclusive da rede terrorista Al Caeda, em meio a uma população estimada em 3 milhões de habitantes.
É o início da ofensiva final da ditadura de Bachar Assad para retomar o controle sobre o território da Síria, depois de sete anos e meio de guerra civil, com mais de 500 mil mortes e a fuga de 6 milhões de pessoas do país. As Nações Unidas alertaram para o risco de mais uma matança em grande escala.
Em Washington, o presidente Donald Trump advertiu Assad a não usar armas químicas para não sofrer represálias dos Estados Unidos e aliados. O regime sírio deve esperar o aval de seus maiores aliados, a Rússia e o Irã. A Turquia apoia os grupos rebeldes. Erdogan será uma voz para negociar uma rendição organizada e evitar um massacre.
Para evitar um massacre, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, do Irã, Hassan Rouhani, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan se reúnem sexta-feira em Teerã, a capital iraniana.
Na província de Idlibe, descrita em Moscou e Damasco como "um ninho de terroristas", há entre 10 e 20 mil guerrilheiros de movimentos extremistas muçulmanos, inclusive da rede terrorista Al Caeda, em meio a uma população estimada em 3 milhões de habitantes.
É o início da ofensiva final da ditadura de Bachar Assad para retomar o controle sobre o território da Síria, depois de sete anos e meio de guerra civil, com mais de 500 mil mortes e a fuga de 6 milhões de pessoas do país. As Nações Unidas alertaram para o risco de mais uma matança em grande escala.
Em Washington, o presidente Donald Trump advertiu Assad a não usar armas químicas para não sofrer represálias dos Estados Unidos e aliados. O regime sírio deve esperar o aval de seus maiores aliados, a Rússia e o Irã. A Turquia apoia os grupos rebeldes. Erdogan será uma voz para negociar uma rendição organizada e evitar um massacre.
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terça-feira, 4 de setembro de 2018
China manda presidente do Congresso à Coreia do Norte
O presidente Xi Jinping vai enviar um de seus principais aliados, o presidente do Congresso Nacional do Povo da China, Liu Zhanshu, ao aniversário de 70 anos da fundação da Coreia do Norte, anunciou hoje a agência oficial Nova China.
Com o impasse nas negociações de desnuclearização entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, se Xi fosse a Pyongyang, estaria endossando a posição norte-coreana de rejeitar um desarmamento unilateral sem concessões de Washington.
Desde que o presidente americano, Donald Trump, revelou em março a intenção de se reunir com o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, Kim foi três vezes a Beijim se aconselhar com a China, maior aliada do regime comunista de Pyongyang.
No histórico encontro de cúpula Trump-Kim, em 12 de junho, em Cingapura, os dois líderes concordaram em princípio em desnuclearizar a Península Coreana. Em viagens a Pyongyang, o secretário de Estado, Mike Pompeo, tentou pelo menos três sugerir que a Coreia do Norte adote um cronograma de desarmamento para entregar 60% de suas armas nucleares dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte rejeita o desarmamento unilateral. Exige a assinatura de um tratado de paz que acabe finalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA relutam, temendo que o regime stalinista de Pyongyang exija em troca a retirada dos 28,5 mil soldados americanos baseados na Coreia do Sul.
Ao cancelar a quarta visita de Pompeo a Pyongyang, Trump acusou a China de não colaborar por causa da guerra comercial deflagrada pelos EUA. O jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun acusou Washington de usar táticas de "banditismo" para impor a desnuclearização e aí aplicar a "diplomacia das canhoneiras".
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, vai a Pyongyang em breve para tentar romper o impasse.
Com o impasse nas negociações de desnuclearização entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, se Xi fosse a Pyongyang, estaria endossando a posição norte-coreana de rejeitar um desarmamento unilateral sem concessões de Washington.
Desde que o presidente americano, Donald Trump, revelou em março a intenção de se reunir com o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, Kim foi três vezes a Beijim se aconselhar com a China, maior aliada do regime comunista de Pyongyang.
No histórico encontro de cúpula Trump-Kim, em 12 de junho, em Cingapura, os dois líderes concordaram em princípio em desnuclearizar a Península Coreana. Em viagens a Pyongyang, o secretário de Estado, Mike Pompeo, tentou pelo menos três sugerir que a Coreia do Norte adote um cronograma de desarmamento para entregar 60% de suas armas nucleares dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte rejeita o desarmamento unilateral. Exige a assinatura de um tratado de paz que acabe finalmente com a Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA relutam, temendo que o regime stalinista de Pyongyang exija em troca a retirada dos 28,5 mil soldados americanos baseados na Coreia do Sul.
Ao cancelar a quarta visita de Pompeo a Pyongyang, Trump acusou a China de não colaborar por causa da guerra comercial deflagrada pelos EUA. O jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun acusou Washington de usar táticas de "banditismo" para impor a desnuclearização e aí aplicar a "diplomacia das canhoneiras".
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, vai a Pyongyang em breve para tentar romper o impasse.
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China anuncia investimentos de US$ 60 bilhões na África
No fim de uma reunião de cúpula de dois dias com dirigentes africanos, o ditador Xi Kinping anunciou investimentos de US$ 60 bilhões da China na África, sendo US$ 20 bilhões como empréstimos. Eles se somam a dezenas de bilhões de dólares que a China empresta anualmente a países do continente para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento industrial. Com a "diplomacia da dívida", a China é a nova potência imperial a explorar a África.
Todos os 53 países africanos participaram do 7º Fórum de Cooperação Sino-Africano, realizado em Beijim. A China é hoje a grande investidora na África, na frente da Europa, dos Estados Unidos e do Banco Mundial.
Enquanto Xi acena com a possibilidade de "anular" parte da dívida externa dos países pobres, o que incluiria vários países africanos, o Chade, a República Democrática do Congo, o Sudão do Sul e o Zimbábue estão na lista dos superendividados.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa rejeitou a acusação de que há um "neocolonialismo" chinês no continente.
Todos os 53 países africanos participaram do 7º Fórum de Cooperação Sino-Africano, realizado em Beijim. A China é hoje a grande investidora na África, na frente da Europa, dos Estados Unidos e do Banco Mundial.
Enquanto Xi acena com a possibilidade de "anular" parte da dívida externa dos países pobres, o que incluiria vários países africanos, o Chade, a República Democrática do Congo, o Sudão do Sul e o Zimbábue estão na lista dos superendividados.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa rejeitou a acusação de que há um "neocolonialismo" chinês no continente.
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Mianmar condena repórteres à prisão por divulgar segredos de Estado
A Justiça de Mianmar, a antiga Birmânia, condenou hoje dois jornalistas da agência de notícias Reuters a sete anos de cadeia por obter e divulgar segredos de Estado sobre o conflito com a minoria étnica rohingya. As Forças Armadas do país são acusadas de genocídio contra os rohingyas, que são muçulmanos.
Wa Lone e Kyae Soe Oo relataram graves violações dos direitos humanos nas operações dos militares mianmarenses no estado de Rakhine, no Oeste de Mianmar. A polícia plantou documentos secretos para incriminar os repórteres, alegou a defesa.
A denúncia foi feita com base na Lei de Segredos de Estado, reminiscência do período colonial britânico, encerrado em 1948. Os promotores afirmaram que os documento secretos foram roubados para ganho financeiro da Reuters em prejuízo dos interesses nacionais de Mianmar, uma linguagem típica da ditadura militar que o país foi até pouco tempo e de que não consegue se livrar.
Suas reportagens revelaram o massacre de dez homens e garotos amarrados uns aos outros na vila de Inn Din, uma das raras ocasiões em que o Exército foi obrigado a reconhecer as atrocidades cometidas pelos soldados.
Os militares de Mianmar foram acusados pelos investigadores da ONU por cerca de 10 mil mortes e pela fuga do país de mais de 700 mil rohingyas, que foram para o vizinho Bangladesh, a República de Bengala, criada com a independência do antigo Paquistão Oriental, em 1971.
A linha dura das Forças Armadas da Birmânia, que desgovernaram o país de 1962 até 2016 e ainda têm plenos poderes para combater várias minorias étnicas rebeldes. A líder civil do país é Aung San Suu Kyi, que passou a maior parte das três últimas décadas em prisão domiciliar e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991.
Suu Kyi tem sido extremamente criticada pelo silêncio diante das atrocidades dos generais. A luta contra as minorias étnicas e religiosas têm o apoio da maioria budista e o silêncio da filha do líder da independência, que se tornou o símbolo da luta pela democracia no país, enquanto os militares falam em "acabar com o problema bengalês", como se os rohingyas fossem imigrantes ilegais.
Wa Lone e Kyae Soe Oo relataram graves violações dos direitos humanos nas operações dos militares mianmarenses no estado de Rakhine, no Oeste de Mianmar. A polícia plantou documentos secretos para incriminar os repórteres, alegou a defesa.
A denúncia foi feita com base na Lei de Segredos de Estado, reminiscência do período colonial britânico, encerrado em 1948. Os promotores afirmaram que os documento secretos foram roubados para ganho financeiro da Reuters em prejuízo dos interesses nacionais de Mianmar, uma linguagem típica da ditadura militar que o país foi até pouco tempo e de que não consegue se livrar.
Suas reportagens revelaram o massacre de dez homens e garotos amarrados uns aos outros na vila de Inn Din, uma das raras ocasiões em que o Exército foi obrigado a reconhecer as atrocidades cometidas pelos soldados.
Os militares de Mianmar foram acusados pelos investigadores da ONU por cerca de 10 mil mortes e pela fuga do país de mais de 700 mil rohingyas, que foram para o vizinho Bangladesh, a República de Bengala, criada com a independência do antigo Paquistão Oriental, em 1971.
A linha dura das Forças Armadas da Birmânia, que desgovernaram o país de 1962 até 2016 e ainda têm plenos poderes para combater várias minorias étnicas rebeldes. A líder civil do país é Aung San Suu Kyi, que passou a maior parte das três últimas décadas em prisão domiciliar e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991.
Suu Kyi tem sido extremamente criticada pelo silêncio diante das atrocidades dos generais. A luta contra as minorias étnicas e religiosas têm o apoio da maioria budista e o silêncio da filha do líder da independência, que se tornou o símbolo da luta pela democracia no país, enquanto os militares falam em "acabar com o problema bengalês", como se os rohingyas fossem imigrantes ilegais.
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domingo, 2 de setembro de 2018
Trump quer acabar com a agência da ONU para os palestinos
Depois de cortar uma ajuda dos Estados Unidos de US$ 300 milhões por ano, o presidente Donald Trump está pressionando aliados a fazer o mesmo, sufocando financeiramente a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Faz o jogo do governo linha dura de Israel, que acusa a agência de prolongar o conflito árabe-israelense.
Trump se irritou com a reação palestina quando os EUA reconheceram Jerusalém como capital de Israel e transferiram a embaixada americana para lá. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou que os EUA perderam qualquer condição de mediar as negociações de paz.
A agência da ONU presta serviços sociais, de saúde e de educação para cerca de 5 milhões de palestinos espalhados entre a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, a Jordânia, a Síria e o Líbano. Os EUA contribuíam com 30% do total do orçamento.
Em Londres, o líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn, pediu ao governo do Reino Unido que substitua os EUA com uma ajuda no mesmo valor. Como ele é acusado de antissemitismo, sua autoridade moral para pedir isso será questionada.
Na semana anterior, o Departamento de Estado americano tinha anunciado o fim de uma ajuda bilateral de US$ 200 bilhões anuais à Cisjordânia e à Faixa de Gaza.
A decisão de cortar a ajuda vem no momento em que os EUA se preparam para apresentar seu plano de paz para israelenses e palestinos. A proposta do governo Trump prevê a formação de uma confederação entre a Jordânia e a Palestina.
Hoje Abbas pediu a formação de uma confederação tripartite formada por Israel, a Jordânia e a Palestina. A Jordânia imediatamente rejeitou a possibilidade de formar uma confederação jordaniano-palestina, uma antiga proposta de Israel do início das negociações de paz, em 1991, antes dos acordos de Oslo, que criaram a Autoridade Nacional Palestina como embrião de um futuro governo da Palestina independente.
Na prática, a proposta de uma confederação mata a solução com dois países, Israel e a Palestina, dividindo o território histórico da Palestina. Ao incluir Israel na jogada, numa confederação tripartite, o que ameaçaria a soberania de Israel, Abbas tenta liquidar a sugestão de uma vez por todas.
Trump se irritou com a reação palestina quando os EUA reconheceram Jerusalém como capital de Israel e transferiram a embaixada americana para lá. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou que os EUA perderam qualquer condição de mediar as negociações de paz.
A agência da ONU presta serviços sociais, de saúde e de educação para cerca de 5 milhões de palestinos espalhados entre a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, a Jordânia, a Síria e o Líbano. Os EUA contribuíam com 30% do total do orçamento.
Em Londres, o líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn, pediu ao governo do Reino Unido que substitua os EUA com uma ajuda no mesmo valor. Como ele é acusado de antissemitismo, sua autoridade moral para pedir isso será questionada.
Na semana anterior, o Departamento de Estado americano tinha anunciado o fim de uma ajuda bilateral de US$ 200 bilhões anuais à Cisjordânia e à Faixa de Gaza.
A decisão de cortar a ajuda vem no momento em que os EUA se preparam para apresentar seu plano de paz para israelenses e palestinos. A proposta do governo Trump prevê a formação de uma confederação entre a Jordânia e a Palestina.
Hoje Abbas pediu a formação de uma confederação tripartite formada por Israel, a Jordânia e a Palestina. A Jordânia imediatamente rejeitou a possibilidade de formar uma confederação jordaniano-palestina, uma antiga proposta de Israel do início das negociações de paz, em 1991, antes dos acordos de Oslo, que criaram a Autoridade Nacional Palestina como embrião de um futuro governo da Palestina independente.
Na prática, a proposta de uma confederação mata a solução com dois países, Israel e a Palestina, dividindo o território histórico da Palestina. Ao incluir Israel na jogada, numa confederação tripartite, o que ameaçaria a soberania de Israel, Abbas tenta liquidar a sugestão de uma vez por todas.
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sábado, 1 de setembro de 2018
Guatemala expulsa comissão internacional anticorrupção
O presidente Jimmy Morales anunciou ontem que não vai renovar o mandato da Comissão Internacional contra a Corrupção e a Impunidade na Guatemala (CICIG), que termina neste mês de setembro, noticiou o jornal guatemalteco Prensa Libre.
Morales, um ex-humorista, é uma espécie de Tiririca da Guatemala. Foi eleito em 2015, depois da queda do presidente e da vice-presidente anteriores em escândalos de corrupção. No poder, não se mostrou diferente dos antecessores. Foi acusado de práticas financeiras ilícitas.
Desde que a comissão foi criada, em 2006, com o apoio dos Estados Unidos, se tornou um instrumento importante da luta contra a corrupção na América Central. Se Morales expulsar mesmo a comissão, a Guatemala estará sujeita a sanções dos EUA.
Morales, um ex-humorista, é uma espécie de Tiririca da Guatemala. Foi eleito em 2015, depois da queda do presidente e da vice-presidente anteriores em escândalos de corrupção. No poder, não se mostrou diferente dos antecessores. Foi acusado de práticas financeiras ilícitas.
Desde que a comissão foi criada, em 2006, com o apoio dos Estados Unidos, se tornou um instrumento importante da luta contra a corrupção na América Central. Se Morales expulsar mesmo a comissão, a Guatemala estará sujeita a sanções dos EUA.
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