O líder da revolta popular que derrubou o presidente Serge Sarkissian, deputado Nikol Pashinian, foi nomeado hoje primeiro-ministro da ex-república soviética da Armênia. Sua indicação deve ser confirmada hoje pelo Parlamento, em Ierevã, mas vai exigir votos de pelo menos 13 deputados de partidos ligados ao antigo governo.
Depois de ser presidente por dez anos, sem direito à reeleição, Sarkissian durou apenas seis dias no cargo de primeiro-ministro e caiu há uma semana em meio a uma onda de 11 dias de protestos. Quando aumentou os poderes do primeiro-ministro, ainda como presidente, prometeu nunca concorrer ao cargo.
Pashinian ameaçava manter as manifestações até a indicação de um oposicionista para chefiar o novo governo.
Em 2008, Sarkissian reprimiu com violência protestos contra sua eleição, decretou estado de emergência e colocou o então líder da oposição, Levon Ter-Petrossian, em prisão domiciliar. Dez pessoas foram mortas.
Desta vez, centenas de manifestantes foram presos, inclusive Pashinian, mas soltos em seguida. Quando 200 soldados da tropa de elite Boinas Azuis participaram desarmados de um protesto, em 23 de abril, o primeiro-ministro renunciou à chefia do governo.
A queda de Sarkissian depois de 11 dias seguidos de protestos reflete uma nova realidade nas antigas repúblicas da União Soviética. Desde a Revolução da Praça Maidan, na Ucrânia, em fevereiro de 2014, os governos, mesmo na Rússia e na Bielorrússia, relutam em reprimir as manifestações com muita violência, optando por um controle de massas com uma abordagem com menos confrontação.
O massacre na Praça Maidan levou à queda do presidente Viktor Yanukovich e à intervenção militar da Rússia, à anexação da Crimeia por Vladimir Putin e a uma guerra civil no Leste da Ucrânia. A violência provocou uma revolução e uma guerra. Mais de 10 mil pessoas foram mortas e o conflito não terminou.
Até na Bielorrússia, Alexander Lukachenko teme seguir o destino de Yanukovich. Depois de reprimir com dureza os protestos contra sua reeleição em 2010, há pouco o ditador suspendeu uma proposta de cobrança de impostos dos desempregados, que chamou de "parasitas sociais". Recuou diante das manifestações de rua.
Como os regimes pós-soviéticos são basicamente autoritários e centralizados, com uma repressão menos violenta, a expectativa é de maior mobilização política.
A Armênia é na prática um satélite da Rússia, dentro da política do ditador Vladimir Putin de restaurar o poder imperial soviético, que considera as ex-repúblicas da URSS como esfera de influência de Moscou.
Quando as reformas de Mikhail Gorbachev liberaram as forças nacionalistas na antiga URSS, houve uma guerra entre a Armênia e o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria armênia dentro do Azerbaijão criado pelas remoções forçadas promovidas pelo ditador soviético Josef Stalin.
Além do Azerbaijão, a Armênia tem um conflito histórico com a Turquia, que acusa de genocídio durante a Primeira Guerra Mundial. Venceu o Azerbaijão com o apoio decisivo da Rússia, que mantém 5 mil soldados para garantir a segurança da Armênia.
O país é membro de duas organizações internacionais dominadas pela Rússia, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (Rússia, Armênia, Bielorrúsia, Casaquistão, Tajiquistão e Quirguistão) e a União Econômica da Eurásia, com os mesmos países, menos o Tajiquistão.
Assim, é improvável que Pashinian tente tirar a Armênia da esfera de influência da Rússia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 30 de abril de 2018
Fusões e aquisições de empresas superaram os US$ 120 bilhões hoje
Com a recuperação da economia mundial e o crescimento simultâneo das principais regiões econômicas do planeta, os fusões e aquisições de empresas somam US$ 1,7 trilhão em 2018, apesar dos riscos políticos. Só no dia de hoje, foram anunciados negócios de US$ 120 bilhões, noticiou o jornal inglês Financial Times.
Nas últimas 24 horas, mais de uma dúzia de transações de mais US$ 100 milhões. De acordo com a consultoria Dealogic, o ritmo supera o do período anterior à Grande Recessão de 2008. As grandes empresas estão aplicando estratégias agressivas de consolidação de sua posição no mercado.
Nem todos os negócios tiveram a bênção do mercado. A tentativa de compra da empresa de telecomunicações americana Sprint pela rival alemã T-Mobile por US$ 59 bilhões provocou a queda nos preços das ações das duas empresas. Se for concretizada, vai criar a segunda maior empresa de telefonia celular dos Estados Unidos.
No setor de energia, a Marathon Petroleum ofereceu US$ 36 bilhões pela refinaria rival Andeavor, dando aos acionistas o direito de receber sua parte em ações ou dinheiro. Será o maior negócio do setor desde que a General Electric comprou a Baker Hughes em 2016.
Ao comprar a rede Asda da companhia americana Walmart por US$ 10 bilhões, o Sainsbury passa a ser a maior rede de supermercados do Reino Unido, superando o arquirrival Tesco.
"Apesar do risco de guerras comerciais, a bolsa de valores, continua forte, embora esteja volátil, e os preços elevados das ações podem ser usados em fusões e aquisições", observou John Bick, diretor global de advocacia empresarial do escritório David Polk. "Mesmo que as taxas de juros subam, as taxas de financiamento ainda são suficientemente baixas para grandes companhias tomarem empréstimos para fazer aquisições significativas."
Se não houver um terremoto político, a tendência de consolidação mostra que a globalização retoma seu ritmo.
"Ainda há muito a fazer", comentou Lee LeBrun, diretor de fusões e aquisições do banco Rothschild. "A única coisa capaz de parar isso é um choque externo ou um choque político, um risco que aumentou. Mas enquanto a música tocar, as pessoas vão continuar dançando."
Nas últimas 24 horas, mais de uma dúzia de transações de mais US$ 100 milhões. De acordo com a consultoria Dealogic, o ritmo supera o do período anterior à Grande Recessão de 2008. As grandes empresas estão aplicando estratégias agressivas de consolidação de sua posição no mercado.
Nem todos os negócios tiveram a bênção do mercado. A tentativa de compra da empresa de telecomunicações americana Sprint pela rival alemã T-Mobile por US$ 59 bilhões provocou a queda nos preços das ações das duas empresas. Se for concretizada, vai criar a segunda maior empresa de telefonia celular dos Estados Unidos.
No setor de energia, a Marathon Petroleum ofereceu US$ 36 bilhões pela refinaria rival Andeavor, dando aos acionistas o direito de receber sua parte em ações ou dinheiro. Será o maior negócio do setor desde que a General Electric comprou a Baker Hughes em 2016.
Ao comprar a rede Asda da companhia americana Walmart por US$ 10 bilhões, o Sainsbury passa a ser a maior rede de supermercados do Reino Unido, superando o arquirrival Tesco.
"Apesar do risco de guerras comerciais, a bolsa de valores, continua forte, embora esteja volátil, e os preços elevados das ações podem ser usados em fusões e aquisições", observou John Bick, diretor global de advocacia empresarial do escritório David Polk. "Mesmo que as taxas de juros subam, as taxas de financiamento ainda são suficientemente baixas para grandes companhias tomarem empréstimos para fazer aquisições significativas."
Se não houver um terremoto político, a tendência de consolidação mostra que a globalização retoma seu ritmo.
"Ainda há muito a fazer", comentou Lee LeBrun, diretor de fusões e aquisições do banco Rothschild. "A única coisa capaz de parar isso é um choque externo ou um choque político, um risco que aumentou. Mas enquanto a música tocar, as pessoas vão continuar dançando."
Netanyahu acusa Irã de manter um programa nuclear clandestino
Em pronunciamento no Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou uma hora atrás o Irã de manter um programa nuclear cladestino, afirmando ter "provas conclusivas" de que a república islâmica está violando o acordo assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha.
Israel aumenta assim a pressão sobre os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump precisa decidir até 12 de maio se certifica que o Irã está cumprindo o acordo. Em comentário nos jardins da Casa Branca, ao receber o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, Trump reafirmou que "é um mau acordo", mas não antecipou sua decisão.
Netanyahu anunciou que Israel conseguiu 55 mil páginas de documentos comprovando que o regime dos aiatolás construiu instalações clandestinas para esconder suas centrífugas e continuar desenvolvendo armas atômicas.
"Os dirigentes iranianos tem negado frequentemente terem tentado obter armas nucleares. Nesta tarde, estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mente. Depois de assinar um acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou os esforços para esconder seus arquivos secretos. Mesmo depois do acordo, o Irã continuou a preservar seu conhecimento em matéria de armas nucleares para uso futuro", denunciou o primeiro-ministro israelense.
Não é a análise dos principais serviços secretos da Europa e dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que consideram positivo o acordo e entendam que o Irã está respeitando seus termos.
Em visita à Casa Branca na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, reconheceu que o acordo não limita o desenvolvimento de mísseis pelo Irã, mas propôs uma "ampliação do acordo", sob o argumento de que não faz sentido acabar com um acordo existente sem negociar outro que o substitua.
Macron deixou os EUA acreditando que Trump vai rejeitar o acordo. Na sexta-feira passada, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, também foi a Washington defender o acordo. A declaração de Netanyahu tenta bombardear a posição europeia.
Israel aumenta assim a pressão sobre os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump precisa decidir até 12 de maio se certifica que o Irã está cumprindo o acordo. Em comentário nos jardins da Casa Branca, ao receber o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, Trump reafirmou que "é um mau acordo", mas não antecipou sua decisão.
Netanyahu anunciou que Israel conseguiu 55 mil páginas de documentos comprovando que o regime dos aiatolás construiu instalações clandestinas para esconder suas centrífugas e continuar desenvolvendo armas atômicas.
"Os dirigentes iranianos tem negado frequentemente terem tentado obter armas nucleares. Nesta tarde, estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mente. Depois de assinar um acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou os esforços para esconder seus arquivos secretos. Mesmo depois do acordo, o Irã continuou a preservar seu conhecimento em matéria de armas nucleares para uso futuro", denunciou o primeiro-ministro israelense.
Não é a análise dos principais serviços secretos da Europa e dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que consideram positivo o acordo e entendam que o Irã está respeitando seus termos.
Em visita à Casa Branca na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, reconheceu que o acordo não limita o desenvolvimento de mísseis pelo Irã, mas propôs uma "ampliação do acordo", sob o argumento de que não faz sentido acabar com um acordo existente sem negociar outro que o substitua.
Macron deixou os EUA acreditando que Trump vai rejeitar o acordo. Na sexta-feira passada, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, também foi a Washington defender o acordo. A declaração de Netanyahu tenta bombardear a posição europeia.
Atentados terroristas deixam 38 mortos no Afeganistão
Um duplo atentado terrorista matou pelo menos 26 pessoas hoje em Cabul, a capital do Afeganistão, inclusive nove jornalistas que foram para o local depois da primeira explosão. Um homem-bomba disfarçado de cinegrafista se infiltrou entre os repórteres para matá-los. A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, noticiou a agência Reuters.
O duplo atentado foi realizado na chamada Zona Verde da capital afegã, onde ficam a Embaixada dos Estados Unidos e o quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão. O alvo seria o serviço secreto afegão. É mais um sinal das ofensivas de grupos terroristas como o Estado Islâmico e os Talebã, que retomaram a guerra na primavera depois de uma trégua forçada pelo inverno.
O representante das Nações Unidas no país, Tadamichi Yamamoto, deplorou o ataque deliberado contra jornalistas. Oito repórteres mortos eram afegãos, informou a televisão americana CNN.
As duas explosões, onze dias depois de um ataque que matou 60 pessoas numa fila de alistamento eleitoral, revelam a insegurança na cidade 16 anos e meio depois da intervenção militar americana para punir os responsáveis pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Horas antes dos atentados em Cabul, um terrorista suicida atacou um comboio militar na província de Kandahar, no Sul do Afeganistão, matando 11 crianças de uma escola religiosa próxima.
Num incidente isolado, Ahmed Shah, um jornalista afegão que trabalhava para a rádio e televisão pública britânica BBC foi morto a tiros na província de Khost.
O duplo atentado foi realizado na chamada Zona Verde da capital afegã, onde ficam a Embaixada dos Estados Unidos e o quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão. O alvo seria o serviço secreto afegão. É mais um sinal das ofensivas de grupos terroristas como o Estado Islâmico e os Talebã, que retomaram a guerra na primavera depois de uma trégua forçada pelo inverno.
O representante das Nações Unidas no país, Tadamichi Yamamoto, deplorou o ataque deliberado contra jornalistas. Oito repórteres mortos eram afegãos, informou a televisão americana CNN.
As duas explosões, onze dias depois de um ataque que matou 60 pessoas numa fila de alistamento eleitoral, revelam a insegurança na cidade 16 anos e meio depois da intervenção militar americana para punir os responsáveis pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Horas antes dos atentados em Cabul, um terrorista suicida atacou um comboio militar na província de Kandahar, no Sul do Afeganistão, matando 11 crianças de uma escola religiosa próxima.
Num incidente isolado, Ahmed Shah, um jornalista afegão que trabalhava para a rádio e televisão pública britânica BBC foi morto a tiros na província de Khost.
Ataque atribuído a Israel deixa 26 mortos na Síria
Um bombardeio de mísseis contra forças da ditadura de Bachar Assad na província de Hama, no Centro da Síria, deixou 26 mortos, na maioria iranianos. Outro ataque alvejou uma base militar na província de Alepo.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição sediada em Londres que monitora a guerra civil no país, acredita que o ataque "provavelmente" tenha sido feito por Israel, informou o jornal The Times of Israel.
"Pelo menos 26 combatentes foram mortos, inclusive quatro sírios", declarou Rami Abdel Rahman, diretor do observatório. "Os outros eram combatentes estrangeiros, na maioria, iranianos. Dada a natureza do avo, é provável que tenha sido um ataque israelense."
Cerca de 200 mísseis foram destruídos e 11 iranianos mortos, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz, citando fontes não identificadas da aliança pró-Assad.
A mídia oficial do regime sírio noticiou ataques contra alvos do governo nas províncias de Hama e de Alepo. Sem citar dados sobre vítimas, o sítio governista Tishreen acusou os Estados Unidos e o Reino Unido, talvez para não reconhecer sua fragilidade e impotência diante de Israel, o inimigo histórico.
Na base de Hama, o alvo foi um depósito de armas, o que aumentou a intensidade da explosão, vista até uma distância de seis quilômetros.
Se confirmado, será o segundo ataque israelense a bases sírias onde há militares iranianos. No início do mês, um bombardeio à base aérea T4, em Homs, matou sete soldados do Irã, inclusive um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana.
No domingo, o ministro da Defesa linha-dura de Israel, Avigor Lieberman, reafirmou que Israel tem o direito de operar na Síria e não seria detida pelos novos sistemas de defesa aérea de nova geração fornecidos pela Rússia.
"Vamos manter nosso direito de operar em toda a Síria", afirmou Lieberman. "Vamos impedir o Irã de instalar bases avançadas na Síria a qualquer custo."
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve fazer um pronunciamento daqui a pouco sobre o conflito com o Irã, acusando o regime dos aiatolás de manter um programa nuclear secreto, apesar do acordo assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição sediada em Londres que monitora a guerra civil no país, acredita que o ataque "provavelmente" tenha sido feito por Israel, informou o jornal The Times of Israel.
"Pelo menos 26 combatentes foram mortos, inclusive quatro sírios", declarou Rami Abdel Rahman, diretor do observatório. "Os outros eram combatentes estrangeiros, na maioria, iranianos. Dada a natureza do avo, é provável que tenha sido um ataque israelense."
Cerca de 200 mísseis foram destruídos e 11 iranianos mortos, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz, citando fontes não identificadas da aliança pró-Assad.
A mídia oficial do regime sírio noticiou ataques contra alvos do governo nas províncias de Hama e de Alepo. Sem citar dados sobre vítimas, o sítio governista Tishreen acusou os Estados Unidos e o Reino Unido, talvez para não reconhecer sua fragilidade e impotência diante de Israel, o inimigo histórico.
Na base de Hama, o alvo foi um depósito de armas, o que aumentou a intensidade da explosão, vista até uma distância de seis quilômetros.
Se confirmado, será o segundo ataque israelense a bases sírias onde há militares iranianos. No início do mês, um bombardeio à base aérea T4, em Homs, matou sete soldados do Irã, inclusive um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana.
No domingo, o ministro da Defesa linha-dura de Israel, Avigor Lieberman, reafirmou que Israel tem o direito de operar na Síria e não seria detida pelos novos sistemas de defesa aérea de nova geração fornecidos pela Rússia.
"Vamos manter nosso direito de operar em toda a Síria", afirmou Lieberman. "Vamos impedir o Irã de instalar bases avançadas na Síria a qualquer custo."
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve fazer um pronunciamento daqui a pouco sobre o conflito com o Irã, acusando o regime dos aiatolás de manter um programa nuclear secreto, apesar do acordo assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
domingo, 29 de abril de 2018
Total de mortos na revolta contra Ortega chega a 42 na Nicarágua
Centenas de milhares de pessoas marcharam hoje na capital da Nicarágua em protesto contra o presidente Daniel Ortega convocado pelo bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez. Com a morte de 42 pessoas nas manifestações iniciadas em 18 de abril, de acordo com o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos, o movimento exige agora o fim do governo assassino, noticiou o jornal El País.
"Queremos paz! Queremos paz!", bradava a multidão ao seguir pela estrada para Masaya rumo à catedral metropolitana, onde houve um ato público. Além dos fiéis, participaram feministas, homossexuais, familiares de vítimas da repressão e camponeses que são contra a construção de um canal interoceânico pelo magnata chinês Wang Jing, que recebeu uma concessão do governo.
Os protestos começaram quando o governo anunciou um aumento das contribuições para a Previdência Social e uma redução de 5% nas pensões e aposentadorias. Quatro dias depois, no domingo, 22 de abril, Ortega recuou e revogou a reforma, mas, diante da violência repressão, o governo perdeu sua escassa legitimidade.
A cúpula da Igreja Católica critica o discurso oficial da vice-presidente Rosario Murillo, mulher de Ortega, acusando-a de manipular a religião com um discurso que se apresenta como "cristão, socialista e solidário", mas para a Igreja é uma mensagem "demoníaca, baseada na inveja e em todo o tipo de maldade".
Um dos nove de los nueve fidelitos, os comandantes da Revolução Sandinista, que derrubou o ditador Anastasio Somoza Debayle em 1979, Daniel Ortega Saavedra comandou a Nicarágua como líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) até ser derrotado por Violeta Chamorro em 1990, viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, assassinado por Somoza.
Desde que voltou ao poder pelo voto em 2007, em aliança com a velha oligarquia somozista e a Venezuela de Hugo Chavez, Ortega tratou de tomar conta da máquina do Estado para se eternizar no poder. Nas ruas hoje, é comparado a Somoza. É mais um líder da esquerda radical latino-americana que cai em desgraça.
"Bem-aventurados os que têm sede de justiça porque serão saciados!", declarou o cardeal Leopoldo Brenes ao iniciar a cerimônia. O ato foi sobretudo uma homenagem aos jovens assassinados nas últimas semanas pela polícia e por grupos paramilitares governistas.
O jornalista Miguel Angel Gahona foi morto com um tiro na cabeça quando transmitia uma manifestação ao vivo via Facebook na cidade litorânea de Bluefields, na costa atlântica.
A Igreja Católica convocou a manifestação deste domingo "para mostrar nossa fé e nosso amor pela Nicarágua", escreveu no Twitter o bispo auxiliar de Manágua. Num sinal de que rejeita concessões a Ortega, Silvio Báez acredita que "o caminho está aberto para construir de forma pacífica e cívica um novo país".
"Queremos paz! Queremos paz!", bradava a multidão ao seguir pela estrada para Masaya rumo à catedral metropolitana, onde houve um ato público. Além dos fiéis, participaram feministas, homossexuais, familiares de vítimas da repressão e camponeses que são contra a construção de um canal interoceânico pelo magnata chinês Wang Jing, que recebeu uma concessão do governo.
Os protestos começaram quando o governo anunciou um aumento das contribuições para a Previdência Social e uma redução de 5% nas pensões e aposentadorias. Quatro dias depois, no domingo, 22 de abril, Ortega recuou e revogou a reforma, mas, diante da violência repressão, o governo perdeu sua escassa legitimidade.
A cúpula da Igreja Católica critica o discurso oficial da vice-presidente Rosario Murillo, mulher de Ortega, acusando-a de manipular a religião com um discurso que se apresenta como "cristão, socialista e solidário", mas para a Igreja é uma mensagem "demoníaca, baseada na inveja e em todo o tipo de maldade".
Um dos nove de los nueve fidelitos, os comandantes da Revolução Sandinista, que derrubou o ditador Anastasio Somoza Debayle em 1979, Daniel Ortega Saavedra comandou a Nicarágua como líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) até ser derrotado por Violeta Chamorro em 1990, viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, assassinado por Somoza.
Desde que voltou ao poder pelo voto em 2007, em aliança com a velha oligarquia somozista e a Venezuela de Hugo Chavez, Ortega tratou de tomar conta da máquina do Estado para se eternizar no poder. Nas ruas hoje, é comparado a Somoza. É mais um líder da esquerda radical latino-americana que cai em desgraça.
"Bem-aventurados os que têm sede de justiça porque serão saciados!", declarou o cardeal Leopoldo Brenes ao iniciar a cerimônia. O ato foi sobretudo uma homenagem aos jovens assassinados nas últimas semanas pela polícia e por grupos paramilitares governistas.
O jornalista Miguel Angel Gahona foi morto com um tiro na cabeça quando transmitia uma manifestação ao vivo via Facebook na cidade litorânea de Bluefields, na costa atlântica.
A Igreja Católica convocou a manifestação deste domingo "para mostrar nossa fé e nosso amor pela Nicarágua", escreveu no Twitter o bispo auxiliar de Manágua. Num sinal de que rejeita concessões a Ortega, Silvio Báez acredita que "o caminho está aberto para construir de forma pacífica e cívica um novo país".
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sábado, 28 de abril de 2018
Milhares de pessoas fogem de Mianmar
Além do genocídio dos rohingyas, outro conflito étnico põe milhares de pessoas em fuga em Mianmar por causa da ofensiva do Exército contra os rebeldes da minoria kachin no Noroeste do país, junto à fronteira com a China, informaram as Nações Unidas.
Desde abril, mais de 4 mil pessoas fugiram de suas casas, diante do agravamento do longo conflito entre forças governamentais e o Exército Independente Kachin. Os militares estão bombardeando os kachins com artilharia e a Força Aérea.
Um cessar-fogo foi rompido em 2011. Os kachins são uma minoria cristã num país budista onde a ditadura militar historicamente discriminou as minorias religiosas e agora, mesmo sob um governo parcialmente eleito, o Exército massacrou a minoria muçulmana rohingya, deflagrando a fuga de 600 mil pessoas.
A crise dos rohingya abalou o prestígio e a honra da principal líder política de Mianmar, Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 1991 por sua luta contra a ditadura militar.
Desde abril, mais de 4 mil pessoas fugiram de suas casas, diante do agravamento do longo conflito entre forças governamentais e o Exército Independente Kachin. Os militares estão bombardeando os kachins com artilharia e a Força Aérea.
Um cessar-fogo foi rompido em 2011. Os kachins são uma minoria cristã num país budista onde a ditadura militar historicamente discriminou as minorias religiosas e agora, mesmo sob um governo parcialmente eleito, o Exército massacrou a minoria muçulmana rohingya, deflagrando a fuga de 600 mil pessoas.
A crise dos rohingya abalou o prestígio e a honra da principal líder política de Mianmar, Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 1991 por sua luta contra a ditadura militar.
sexta-feira, 27 de abril de 2018
China e Índia fazem encontro de cúpula dos países do futuro
Enquanto o mundo se volta para o ditador sinistro da Coreia do Norte, que trava a última batalha da Guerra Fria, outro encontro de cúpula, talvez muito mais importante, acontece discretamente. O ditador Xi Jinping recebe hoje e amanhã, em Wuhan, na China, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
"O dragão chinês e o elefante indiano não devem brigar entre si, mas dançar um com o outro", declarou no mês passado o ministro do Exterior chinês, Wang Yi, chamando a atenção para a necessidade de evitar um conflito na sua disputa fronteira no Himalaia.
Com as duas maiores populações do planeta, os únicos países com mais de 1 bilhão de habitantes estão entre os que mais crescem no mundo. Avançam para se tornar as economias dominantes do século 21 ao lado dos Estados Unidos e talvez da Europa. A rivalidade é inevitável.
Se a Índia é a maior democracia do mundo, na China, Xi acaba de consolidar um poder ditatorial sem comparação desde Mao Tsé-tung, no momento em que o país se firmar como superpotência econômica, política e militar.
No começo da Guerra Fria, os dois países da Ásia, grandes e pobres, forjaram laços no repúdio ao colonialismo ocidental, mas essa aliança frágil se rompeu em 1962, quando a China derrotou a Índia numa guerra de um mês.
Quando a China fez seu primeiro teste nuclear, em 1964, a Índia decidiu iniciar um programa nuclear. Testou sua primeira bomba atômica em 1974. Com ajuda da China, o vizinho e inimigo histórico Paquistão fez o mesmo em 1975. Em maio de 1998, Índia e Paquistão assumiram seu status de potências nucleares.
A China tem um cordão de pérolas ao redor da Índia, países aliados onde tem bases militares ou direito de usar portos: Paquistão, Bangladesh, Mianmar, Sri Lanka e Ilhas Maldivas. Por sua vez, a Índia tem alianças com o Japão e o Vietnã, além de uma parceria estratégica um tanto indefinida com os EUA.
A expansão chinesa naval e por terra, com a Iniciativa um Cinturão, uma Estrada, o Novo Caminho da Seda, seduzindo os países da Ásia Central com grandes investimentos em infraestrutura, é um desafio a mais para a Índia.
Na semana passada, a Força Aérea da Índia concluiu treinamento para uma guerra nuclear nas fronteiras com a China e o Paquistão, onde o armistício deixou uma linha de controle de 4.057 quilômetros, como há não uma fronteira definida e aceita.
A Índia protesta contra o corredor econômico China-Paquistão, uma série de estradas, usinas elétricas, parques industriais e zonas econômicas especiais que incluem a Caxemira em poder do Paquistão, que a Índia reivindica como parte de seu território. O Paquistão reivindica a realização de um plebiscito, na Caxemira indiana, para incorporá-la, uma vez que a maioria da população é muçulmana.
Outro problema é o refúgio que a Índia dá ao 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, o líder espiritual do budismo tibetano ou lamaísmo, desde que ele fugiu do Tibete, parte da China, em 1959, depois do fracasso de uma revolta contra o regime comunista, que conquistara militarmente o Tibete em 1951.
O Tibete era parte do Império Chinês desde o século 13, mas havia se tornado independente em 1912, quando Sun Yat-sen proclamou a República da China. Um dos objetivos centrais da revolução comunista liderada por Mao, vitoriosa em 1949, era restaurar a "integridade territorial" da China, invadida e humilhada pelas potências ocidentais desde a Primeira Guerra do Ópio (1839-42) e pelo Japão em 1931 e 1937.
Em 2017, China e Índia estiveram de prontidão frente a frente em Planalto de Doklam, uma região do reino do Butão, um protetorado indiano com uma disputa de fronteiras com a China. Quando o regime comunista chinês decidiu ampliar uma estrada, em junho, o Exército Real do Butão pediu ajuda a Nova Déli.
O impasse durou dois e meio. Acabou antes da reunião de cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) marcada para setembro de 2017 na China. Modi ameaçava boicotar o encontro. Revelaria a inutilidade do grupo, se dois países estivessem à beira da guerra.
Agora, Xi quer a presença de Modi na reunião de Organização de Cooperação de Xangai (China, Russia, Casaquistão, Paquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Usbequistão), uma associação de regimes autoritários liderada por Beijim. E conta com a Índia para defender a globalização e combater o protecionismo dos EUA de Donald Trump.
No fim do encontro, os dois líderes prometeram manter "a paz e a tranquilidade" na fronteira em disputa, fortalecer a "comunicação estratégica" e "resolver todas as nossas diferenças através de discussões pacífica", declarou o ministro do Exterior indiano, Vijay Gokhale.
Xi e Modi trocaram amabilidades e sorriram para as câmeras, mas a rivalidade geopolítica, os conflitos de fronteira e as diferenças ideológicas vão impedir a dança do dragão e o elefante enquanto os dois disputam poder a influência política no Oceano Índico.
"O dragão chinês e o elefante indiano não devem brigar entre si, mas dançar um com o outro", declarou no mês passado o ministro do Exterior chinês, Wang Yi, chamando a atenção para a necessidade de evitar um conflito na sua disputa fronteira no Himalaia.
Com as duas maiores populações do planeta, os únicos países com mais de 1 bilhão de habitantes estão entre os que mais crescem no mundo. Avançam para se tornar as economias dominantes do século 21 ao lado dos Estados Unidos e talvez da Europa. A rivalidade é inevitável.
Se a Índia é a maior democracia do mundo, na China, Xi acaba de consolidar um poder ditatorial sem comparação desde Mao Tsé-tung, no momento em que o país se firmar como superpotência econômica, política e militar.
No começo da Guerra Fria, os dois países da Ásia, grandes e pobres, forjaram laços no repúdio ao colonialismo ocidental, mas essa aliança frágil se rompeu em 1962, quando a China derrotou a Índia numa guerra de um mês.
Quando a China fez seu primeiro teste nuclear, em 1964, a Índia decidiu iniciar um programa nuclear. Testou sua primeira bomba atômica em 1974. Com ajuda da China, o vizinho e inimigo histórico Paquistão fez o mesmo em 1975. Em maio de 1998, Índia e Paquistão assumiram seu status de potências nucleares.
A China tem um cordão de pérolas ao redor da Índia, países aliados onde tem bases militares ou direito de usar portos: Paquistão, Bangladesh, Mianmar, Sri Lanka e Ilhas Maldivas. Por sua vez, a Índia tem alianças com o Japão e o Vietnã, além de uma parceria estratégica um tanto indefinida com os EUA.
A expansão chinesa naval e por terra, com a Iniciativa um Cinturão, uma Estrada, o Novo Caminho da Seda, seduzindo os países da Ásia Central com grandes investimentos em infraestrutura, é um desafio a mais para a Índia.
Na semana passada, a Força Aérea da Índia concluiu treinamento para uma guerra nuclear nas fronteiras com a China e o Paquistão, onde o armistício deixou uma linha de controle de 4.057 quilômetros, como há não uma fronteira definida e aceita.
A Índia protesta contra o corredor econômico China-Paquistão, uma série de estradas, usinas elétricas, parques industriais e zonas econômicas especiais que incluem a Caxemira em poder do Paquistão, que a Índia reivindica como parte de seu território. O Paquistão reivindica a realização de um plebiscito, na Caxemira indiana, para incorporá-la, uma vez que a maioria da população é muçulmana.
Outro problema é o refúgio que a Índia dá ao 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, o líder espiritual do budismo tibetano ou lamaísmo, desde que ele fugiu do Tibete, parte da China, em 1959, depois do fracasso de uma revolta contra o regime comunista, que conquistara militarmente o Tibete em 1951.
O Tibete era parte do Império Chinês desde o século 13, mas havia se tornado independente em 1912, quando Sun Yat-sen proclamou a República da China. Um dos objetivos centrais da revolução comunista liderada por Mao, vitoriosa em 1949, era restaurar a "integridade territorial" da China, invadida e humilhada pelas potências ocidentais desde a Primeira Guerra do Ópio (1839-42) e pelo Japão em 1931 e 1937.
Em 2017, China e Índia estiveram de prontidão frente a frente em Planalto de Doklam, uma região do reino do Butão, um protetorado indiano com uma disputa de fronteiras com a China. Quando o regime comunista chinês decidiu ampliar uma estrada, em junho, o Exército Real do Butão pediu ajuda a Nova Déli.
O impasse durou dois e meio. Acabou antes da reunião de cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) marcada para setembro de 2017 na China. Modi ameaçava boicotar o encontro. Revelaria a inutilidade do grupo, se dois países estivessem à beira da guerra.
Agora, Xi quer a presença de Modi na reunião de Organização de Cooperação de Xangai (China, Russia, Casaquistão, Paquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Usbequistão), uma associação de regimes autoritários liderada por Beijim. E conta com a Índia para defender a globalização e combater o protecionismo dos EUA de Donald Trump.
No fim do encontro, os dois líderes prometeram manter "a paz e a tranquilidade" na fronteira em disputa, fortalecer a "comunicação estratégica" e "resolver todas as nossas diferenças através de discussões pacífica", declarou o ministro do Exterior indiano, Vijay Gokhale.
Xi e Modi trocaram amabilidades e sorriram para as câmeras, mas a rivalidade geopolítica, os conflitos de fronteira e as diferenças ideológicas vão impedir a dança do dragão e o elefante enquanto os dois disputam poder a influência política no Oceano Índico.
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EUA cresceram acima do esperado no primeiro trimestre
A maior economia do mundo, com produto interno bruto superior a US$ 19 trilhões, superou a expectativa média dos analistas de Wall Street. Cresceu, nos primeiros três meses de 2018, num ritmo anual de 2,3%, abaixo dos 2,9% do fim do ano passado, mas acima dos 2% esperados pelo mercado financeiro, anunciou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos.
O crescimento acima do esperado foi atribuído aos cortes de impostos do governo Donald Trump. Num sinal de força da economia, o investimento das empresas cresceu acima de 6% em bases anuais. Mas o consumo doméstico e os gastos públicos recuaram de um avanço de 4% para 1,1%, mostrando debilidade.
Com o mercado de trabalho perto do pleno emprego e índice de desemprego em 4,1%, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou sua previsão de crescimento para este ano de 2,5% para 2,7%.
O Fed aumentou a taxa básica de juros de curto prazo em março. A expectativa de mais aumentos está pressionando a alta do dólar. No Brasil, o dólar-turismo chegou a R$ 3,88, mas fechou em queda hoje, depois de cinco altas.
A economia americana avança, apesar da ameaça de um conflito comercial com a China, segunda maior economia do mundo. Cresce todos os trimestre há quase nove anos.
O crescimento acima do esperado foi atribuído aos cortes de impostos do governo Donald Trump. Num sinal de força da economia, o investimento das empresas cresceu acima de 6% em bases anuais. Mas o consumo doméstico e os gastos públicos recuaram de um avanço de 4% para 1,1%, mostrando debilidade.
Com o mercado de trabalho perto do pleno emprego e índice de desemprego em 4,1%, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou sua previsão de crescimento para este ano de 2,5% para 2,7%.
O Fed aumentou a taxa básica de juros de curto prazo em março. A expectativa de mais aumentos está pressionando a alta do dólar. No Brasil, o dólar-turismo chegou a R$ 3,88, mas fechou em queda hoje, depois de cinco altas.
A economia americana avança, apesar da ameaça de um conflito comercial com a China, segunda maior economia do mundo. Cresce todos os trimestre há quase nove anos.
Kim fala em paz e recomeço no reencontro de cúpula das Coreias
Um encontro histórico reuniu hoje o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, em Panmunjon, na zona desmilitarizada entre os dois países. Meses depois de ameaçar incendiar o mundo, Kim atravessou simbolicamente várias fronteiras ao pisar em território do Sul e participar do encontro antes de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Desde o início do ano, Kim trocou a linguagem da guerra e da ameaça pela diplomacia. Enviou uma delegação à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang com a irmã como emissária para falar com Moon. Visitou Beijim para receber o apoio da aliada China, em sua primeira viagem ao exterior como líder da Coreia do Norte. E aceitou negociar a questão nuclear diretamente com os Estados Unidos.
Para mostrar boa vontade, Kim anunciou o congelamento dos testes nucleares e de mísseis, deixando
claro que não são mais necessários. No mesmo pronunciamento, indicou a intenção de manter o atual arsenal nuclear. Isto é inaceitável pelo governo Trump, que exige o desmantelamento das armas atômicas norte-coreanas.
Este foi um acordo inicial de grande importância. As duas Coreias não assinaram um acordo de paz depois da Guerra da Coreia (1950-53). Os dois países não reconhecem um ao outro e reivindicam a soberania sobre todo o território da Península Coreana.
Um acordo de paz definitivo é um elemento central nas negociações que estão começando. O encontro Kim-Trump está previsto para fins de maio ou início de junho.
No fim da reunião, os líderes das duas Coreias prometeram negociar um acordo de paz definitivo ainda neste ano e "desnuclearizar a Península Coreana". Não falaram sobre detalhes desta desnuclearização, que Kim deverá negociar com Trump.
Se Kim exigir a retirada total dos 28,5 mil soldados americanos estacionados atualmente na Coreia do Sul, os EUA vão dizer que não. Como o governo americano não divulga dados sobre a movimento de suas forças nucleares, seria um pretexto para a Coreia do Norte manter pelo menos parte de seu arsenal nuclear.
Ainda é difícil imaginar que a Coreia do Norte abra mão das armas atômicas depois de tanto esforço para seu desenvolvimento. Desde o Ano Novo, quando passou de rebelde indomável a diplomata, Kim surpreende o mundo. No momento, está dando as cartas.
Desde o início do ano, Kim trocou a linguagem da guerra e da ameaça pela diplomacia. Enviou uma delegação à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang com a irmã como emissária para falar com Moon. Visitou Beijim para receber o apoio da aliada China, em sua primeira viagem ao exterior como líder da Coreia do Norte. E aceitou negociar a questão nuclear diretamente com os Estados Unidos.
Para mostrar boa vontade, Kim anunciou o congelamento dos testes nucleares e de mísseis, deixando
claro que não são mais necessários. No mesmo pronunciamento, indicou a intenção de manter o atual arsenal nuclear. Isto é inaceitável pelo governo Trump, que exige o desmantelamento das armas atômicas norte-coreanas.
Este foi um acordo inicial de grande importância. As duas Coreias não assinaram um acordo de paz depois da Guerra da Coreia (1950-53). Os dois países não reconhecem um ao outro e reivindicam a soberania sobre todo o território da Península Coreana.
Um acordo de paz definitivo é um elemento central nas negociações que estão começando. O encontro Kim-Trump está previsto para fins de maio ou início de junho.
No fim da reunião, os líderes das duas Coreias prometeram negociar um acordo de paz definitivo ainda neste ano e "desnuclearizar a Península Coreana". Não falaram sobre detalhes desta desnuclearização, que Kim deverá negociar com Trump.
Se Kim exigir a retirada total dos 28,5 mil soldados americanos estacionados atualmente na Coreia do Sul, os EUA vão dizer que não. Como o governo americano não divulga dados sobre a movimento de suas forças nucleares, seria um pretexto para a Coreia do Norte manter pelo menos parte de seu arsenal nuclear.
Ainda é difícil imaginar que a Coreia do Norte abra mão das armas atômicas depois de tanto esforço para seu desenvolvimento. Desde o Ano Novo, quando passou de rebelde indomável a diplomata, Kim surpreende o mundo. No momento, está dando as cartas.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Coreia do Sul cresce em ritmo de 2,8% ao ano
A economia da Coreia do Sul, 11ª maior do mundo e quarta da Ásia, se recuperou no primeiro trimestre de 2018, crescendo 1,1% em relação ao fim do ano passado e 2,8% na comparação anual, de acordo com a primeira estimativa do Banco da Coreia, o banco central do país, levemente abaixo da expectativa de economistas ouvidos pela agência Reuters, que previram 2,9%.
Esta taxa de crescimento indica uma forte retomada do crescimento depois de uma queda de 0,2% no produto interno bruto sul-coreano, precedida de uma forte alta de 1,5% no trimestre anterior. Pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB da Coreia do Sul terminou 2017 em US$ 1,538 trilhão.
O consumo doméstico cresceu 0,8%, acima do 0,7% do trimestre anterior, com mais gastos com bens e serviços. O investimento na construção registrou alta de 1,5%, mesmo ritmo do fim do ano passado, enquanto a expansão do investimento em instalações passou de 0,5% para 0,7%.
As exportações cresceram 6,1% no trimestre, com aumento nas vendas de semicondutores, produtos químicos e motores de veículos. As importações foram 4,7% maiores, com destaque para produtos químicos e petróleo.
No primeiro trimestre deste ano, a Coreia do Sul viveu sob a expectativa de retomada do diálogo com a Coreia do Norte, depois das ameaças de guerra do ditador norte-coreano Kim Jong Un e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A esperança de paz ajuda a economia.
Esta taxa de crescimento indica uma forte retomada do crescimento depois de uma queda de 0,2% no produto interno bruto sul-coreano, precedida de uma forte alta de 1,5% no trimestre anterior. Pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB da Coreia do Sul terminou 2017 em US$ 1,538 trilhão.
O consumo doméstico cresceu 0,8%, acima do 0,7% do trimestre anterior, com mais gastos com bens e serviços. O investimento na construção registrou alta de 1,5%, mesmo ritmo do fim do ano passado, enquanto a expansão do investimento em instalações passou de 0,5% para 0,7%.
As exportações cresceram 6,1% no trimestre, com aumento nas vendas de semicondutores, produtos químicos e motores de veículos. As importações foram 4,7% maiores, com destaque para produtos químicos e petróleo.
No primeiro trimestre deste ano, a Coreia do Sul viveu sob a expectativa de retomada do diálogo com a Coreia do Norte, depois das ameaças de guerra do ditador norte-coreano Kim Jong Un e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A esperança de paz ajuda a economia.
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quarta-feira, 25 de abril de 2018
Chevron tira executivos da Venezuela após prisão de funcionários
A companhia de petróleo americana Chevron retirou seus executivos da Venezuela depois que dois funcionários foram presos numa disputa contratual com a empresa estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PdVSA), noticiou a agência Reuters. A Chevron explora petróleo na Venezuela em associação com a PdVSA e declarou que não pretende deixar o país.
Foi a primeira batida policial em companhias de petróleo estrangeiras desde um expurgo da ditadura de Nicolás Maduro em que mais de 80 executivos da PdVSA e empresários associados foram presos sob acusação de corrupção desde o ano passado.
Os escritórios da Chevron na cidade de Puerto la Cruz, onde trabalham cerca de 150 empregados, foram revistados. Uns 30 executivos foram retirados da Venezuela.
Os dois funcionários da Chevron detidos podem ser acusados de traição por se negar a assinar um contrato de fornecimento de peças de uma fornalha preparado por executivos da PdVSA. Eles alegam que não houve concorrência e que os preços eram muito altos.
Em entrevista na sede das Nações Unidas em Nova York, o ministro do Exterior da Venezuela, Jorge Arreaza, atribuiu as prisões à luta contra a corrupção: "Na nossa indústria do petróleo e nas suas relações com outros países, havia corrupção. As decisões da procuradoria são baseadas em investigações sérias de combate à corrupção. Estas duas pessoas envolvidas têm o direito de se defender no devido processo legal."
A retirada dos executivos é um sinal evidente de que a Chevron não acredita na lisura do processo numa ditadura como a Venezuela, onde a Justiça não é independente, está sob o controle do Poder Executivo. "A decisão lógica seria se entregar às autoridades e provar sua inocência e não fugir", ironizou o chanceler venezuelano.
Em nota, a Chevron declarou seguir "um código de ética empresarial que inclui o total respeito pelas leis dos Estados Unidos e da Venezuela". A empresa não pretende sair do país. Já enfrentou prisão de executivos na Indonésia, em 2013. Aguarda a estabilização da Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo.
Diante do colapso da economia da Venezuela sob Maduro, as empresas estrangeiras têm cada vez mais dificuldade para manter funcionários no país à espera de dias melhores e um governo menos catastrófico. Além dos contratos suspeitos, há hiperinflação e desabastecimento generalizados.
Com faturamento de US$ 135 bilhões em 2017, a Chevron é a sétima maior empresa privada de petróleo do mundo. Na Venezuela, é sócia minoritária da PdVSA em cinco projetos. O lucro caiu 18% no ano passado para US$ 329 milhões.
No momento, a opção das empresas estrangeiras é vender seus ativos muito abaixo do valor normal ou continuar tendo prejuízos operacionais e agora ainda correr o risco de ter funcionários presos.
A PdVSA não escapa da crise venezuelana. Sua produção caiu 33% num ano para 1,51 milhão de barris por dia. É a menor em 33 anos. O combate à corrupção começou com a nomeação do general Manuel Quevedo como ministro do Petróleo e presidente da PdVSA, em 26 de novembro de 2017.
A empresa espanhola Repsol deu baixa em US$ 1 bilhão de seus ativos na Venezuela. A italiana ENI tem uma dívida não paga de 500 milhões de euros (US$ 615 milhões) com a PdVSA. A Schlumberger deu baixa de US$ 938 milhões em seus ativos venezuelanos, enquanto a Halliburton chegou a US$ 959 milhões em dois anos.
Foi a primeira batida policial em companhias de petróleo estrangeiras desde um expurgo da ditadura de Nicolás Maduro em que mais de 80 executivos da PdVSA e empresários associados foram presos sob acusação de corrupção desde o ano passado.
Os escritórios da Chevron na cidade de Puerto la Cruz, onde trabalham cerca de 150 empregados, foram revistados. Uns 30 executivos foram retirados da Venezuela.
Os dois funcionários da Chevron detidos podem ser acusados de traição por se negar a assinar um contrato de fornecimento de peças de uma fornalha preparado por executivos da PdVSA. Eles alegam que não houve concorrência e que os preços eram muito altos.
Em entrevista na sede das Nações Unidas em Nova York, o ministro do Exterior da Venezuela, Jorge Arreaza, atribuiu as prisões à luta contra a corrupção: "Na nossa indústria do petróleo e nas suas relações com outros países, havia corrupção. As decisões da procuradoria são baseadas em investigações sérias de combate à corrupção. Estas duas pessoas envolvidas têm o direito de se defender no devido processo legal."
A retirada dos executivos é um sinal evidente de que a Chevron não acredita na lisura do processo numa ditadura como a Venezuela, onde a Justiça não é independente, está sob o controle do Poder Executivo. "A decisão lógica seria se entregar às autoridades e provar sua inocência e não fugir", ironizou o chanceler venezuelano.
Em nota, a Chevron declarou seguir "um código de ética empresarial que inclui o total respeito pelas leis dos Estados Unidos e da Venezuela". A empresa não pretende sair do país. Já enfrentou prisão de executivos na Indonésia, em 2013. Aguarda a estabilização da Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo.
Diante do colapso da economia da Venezuela sob Maduro, as empresas estrangeiras têm cada vez mais dificuldade para manter funcionários no país à espera de dias melhores e um governo menos catastrófico. Além dos contratos suspeitos, há hiperinflação e desabastecimento generalizados.
Com faturamento de US$ 135 bilhões em 2017, a Chevron é a sétima maior empresa privada de petróleo do mundo. Na Venezuela, é sócia minoritária da PdVSA em cinco projetos. O lucro caiu 18% no ano passado para US$ 329 milhões.
No momento, a opção das empresas estrangeiras é vender seus ativos muito abaixo do valor normal ou continuar tendo prejuízos operacionais e agora ainda correr o risco de ter funcionários presos.
A PdVSA não escapa da crise venezuelana. Sua produção caiu 33% num ano para 1,51 milhão de barris por dia. É a menor em 33 anos. O combate à corrupção começou com a nomeação do general Manuel Quevedo como ministro do Petróleo e presidente da PdVSA, em 26 de novembro de 2017.
A empresa espanhola Repsol deu baixa em US$ 1 bilhão de seus ativos na Venezuela. A italiana ENI tem uma dívida não paga de 500 milhões de euros (US$ 615 milhões) com a PdVSA. A Schlumberger deu baixa de US$ 938 milhões em seus ativos venezuelanos, enquanto a Halliburton chegou a US$ 959 milhões em dois anos.
Presidente de Angola demite comandante do Exército e chefe da espionagem
O presidente João Lourenço demitiu na segunda-feira, 23 de abril, mais de 20 oficiais, inclusive o comandante do Exército de Angola, general Geraldo Sachipengo, e o chefe do serviço de espionagem, André de Oliveira Sango, noticiou a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP).
É mais uma medida para afastar altos funcionários corruptos da era do ex-presidente José Eduardo dos Santos (1979-2017) e reafirmar o poder do general João Lourenço, eleito pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência de Portugal, em 1975.
Antes de ser demitido, o comandante do Exército foi citado pelo Ministério Público numa investigação sobre fraudes na obtenção de uma linha de crédito internacional de US$ 50 bilhões. Também estão envolvidos José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente, e Válter Filipe da Silva, ex-presidente do Banco Central de Angola.
Antigo aliado de Santos, Oliveira Santos chefiava o serviço de espionagem há mais de dez anos.
Um dos primeiros alvos da campanha anticorrupção que o novo presidente usa para consolidar o poder foi a primeira filha. Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África, com fortuna estimada em US$ 3 bilhões, presidia a companhia estatal de petróleo Sonangol.
Logo foi a vez do irmão. José Filomeno dos Santos chefiava o fundo soberano de Angola. Ambos foram demitidos e estão sendo processados por escândalos de corrupção. Isabel nega tudo. José Filomeno está colaborando com a procuradoria.
Em 2012, a construtora brasileira Odebrecht financiou a campanha de reeleição de José Eduardo dos Santos, no valor de US$ 50 milhões, de acordo com os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura na Operação Lava Jato.
É mais uma medida para afastar altos funcionários corruptos da era do ex-presidente José Eduardo dos Santos (1979-2017) e reafirmar o poder do general João Lourenço, eleito pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência de Portugal, em 1975.
Antes de ser demitido, o comandante do Exército foi citado pelo Ministério Público numa investigação sobre fraudes na obtenção de uma linha de crédito internacional de US$ 50 bilhões. Também estão envolvidos José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente, e Válter Filipe da Silva, ex-presidente do Banco Central de Angola.
Antigo aliado de Santos, Oliveira Santos chefiava o serviço de espionagem há mais de dez anos.
Um dos primeiros alvos da campanha anticorrupção que o novo presidente usa para consolidar o poder foi a primeira filha. Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África, com fortuna estimada em US$ 3 bilhões, presidia a companhia estatal de petróleo Sonangol.
Logo foi a vez do irmão. José Filomeno dos Santos chefiava o fundo soberano de Angola. Ambos foram demitidos e estão sendo processados por escândalos de corrupção. Isabel nega tudo. José Filomeno está colaborando com a procuradoria.
Em 2012, a construtora brasileira Odebrecht financiou a campanha de reeleição de José Eduardo dos Santos, no valor de US$ 50 milhões, de acordo com os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura na Operação Lava Jato.
terça-feira, 24 de abril de 2018
Bilionário francês é preso sob acusação de pagar propina na África
Um dos mais audaciosos empresários da França, o bilionário Vincent Bolloré, que deixou na semana passada a presidência do grupo de mídia Vivendi, foi preso hoje dentro de um inquérito sobre o pagamento de propina a funcionários de governos nacionais na África.
A polícia investiga uma subsidiária do império do bilionário ajudou a manipular eleições na África para conseguir contratos para operar portos no Togo e na Guiné. O Grupo Bolloré se apresenta como o maior operador de logística e transportes do continente.
Bolloré está detido em Nanterre, uma cidade-satélite de Paris, lidera um império industrial que vai da mídia e propaganda à construção civil e navegação. Como acionista majoritário da Vivendi, o Grupo Bolloré controla as empresas Havas, Canal Plus e Universal. A Vivendi tem ainda 23,9% do capital da Telecom Italia.
A suspeita é que a Havas cobrou abaixo do preço de mercado por seus serviços, em 2009 e 2010, para ajudar candidatos a presidente a chegar ao poder para ganhar os contratos de operação dos portos de Conacri, a capital da Guiné, e Lomé, a capital do Togo.
É uma empresa dirigida por Yannick Bolloré, filho de Vincent, que na semana passada assumiu o comando do grupo Vivendi em substituição ao pai.
Em nota, "o Grupo Bolloré nega formalmente que sua companhia subsidiária na África SDV tenha cometido irregularidades. Os serviços relativos a essas faturas foram realizados com toda a transparência."
A polícia investiga uma subsidiária do império do bilionário ajudou a manipular eleições na África para conseguir contratos para operar portos no Togo e na Guiné. O Grupo Bolloré se apresenta como o maior operador de logística e transportes do continente.
Bolloré está detido em Nanterre, uma cidade-satélite de Paris, lidera um império industrial que vai da mídia e propaganda à construção civil e navegação. Como acionista majoritário da Vivendi, o Grupo Bolloré controla as empresas Havas, Canal Plus e Universal. A Vivendi tem ainda 23,9% do capital da Telecom Italia.
A suspeita é que a Havas cobrou abaixo do preço de mercado por seus serviços, em 2009 e 2010, para ajudar candidatos a presidente a chegar ao poder para ganhar os contratos de operação dos portos de Conacri, a capital da Guiné, e Lomé, a capital do Togo.
É uma empresa dirigida por Yannick Bolloré, filho de Vincent, que na semana passada assumiu o comando do grupo Vivendi em substituição ao pai.
Em nota, "o Grupo Bolloré nega formalmente que sua companhia subsidiária na África SDV tenha cometido irregularidades. Os serviços relativos a essas faturas foram realizados com toda a transparência."
Bombardeio dos EAU mata líder dos rebeldes hutis no Iêmen
O chefe do Conselho Político Supremo dos rebeldes hutis no Iêmen, Saleh al-Sammad, morreu na quinta-feira passada num bombardeio aéreo da aliança militar de países árabes sunitas liderada pela Arábia Saudita, revelaram ontem os rebeldes.
"O Conselho Político Supremo anunciou durante reunião na segunda-feira o martírio do presidente Saleh al-Sammad", informou a agência de notícias rebelde Saba. A cúpula da rebelião decretou um luto nacional de três dias e indicou Mahdi Mohammad Hussein al-Mashat como sucessor.
Sete pessoas morreram no ataque aéreo à província de Hodeida, no Oeste do Iêmen, em 19 de abril, inclusive Sammad, noticiou a televisão catarina Al Jazira. O ataque foi feito pelos Emirados Árabes Unidos com um drone fabricado na China, revelou mais tarde a revista americana Foreign Policy.
"Este crime não vai diminuir a vontade de nosso povo e do Estado", afirmou o comandante supremo dos rebeldes, Abdel Malek al-Huti, em pronunciamento na televisão em que prometeu não deixar "sem resposta".
Com a morte de Sammad e a ascensão de Mashat, o analista de Oriente Médio Peter Salisbury vê uma "consolidação da linha dura" e dos "elementos mais militaristas" do movimento. Para o editor-chefe do jornal Yemen Post, Hakim al-Masmari, a morte do líder político foi "o maior golpe para os hutis, politicamente, desde o início da guerra."
Os rebeldes hutis, que se apresentam como Ansar Allah (Partidários de Deus), são xiitas zaiditas apoiado pelo Irã. Têm origem nas montanhas do governorado de Sadá, no Norte do país, junto à fronteira com a Arábia Saudita.
Em 2004, iniciaram uma insurgência de baixa intensidade contra o governo central dominado pelos sunitas. A Arábia Saudita chegou a intervir em 2009 para impor um cessar-fogo.
Quando começaram as revoluções da Primavera Árabe, em 2011, Abdel Malek al-Huti apoiou as manifestações contra o ditador Ai Abdullah Saleh, no poder desde 1978 no Iêmen do Norte e grande articulador da unificação do Iêmen, em 1990.
Os hutis boicotaram a eleição de candidato único do início de 2012, que levou à presidência Abed Rabbo Mansur Hadi, vice-presidente de Saleh desde 1994.
Dois anos mais tarde, o conflito entre os hutis e as tribos sunitas do Norte do Iêmen chegou ao governorado de Saná, a capital do país. Em 21 de setembro de 2014, depois de uma batalha de poucos dias, os rebeldes tomaram Saná.
Hadi foi obrigado a renunciar em janeiro de 2015. Ficou virtualmente confinado ao palácio até 21 de fevereiro, quando fugiu para o porto de Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul.
Em 19 de março, as forças leais a Hadi atacaram rebeldes que não reconheceram sua autoridade no aeroporto de Áden e perderam. No dia 25, o presidente deposto fugiu para a Arábia Saudita, que iniciou a intervenção militar no mesmo dia.
Sob intenso bombardeio saudita e domínio rebelde sobre vastas regiões do país, além da presença de extremistas muçulmanos d'al Caeda, o Iêmen é hoje palco da pior tragédia humanitária no mundo inteiro, pior do que a guerra civil da Síria, apesar dos recentes ataques com armas químicas. Boicotes à distribuição de alimentos ameaçam matar de fome milhares de pessoas.
"O Conselho Político Supremo anunciou durante reunião na segunda-feira o martírio do presidente Saleh al-Sammad", informou a agência de notícias rebelde Saba. A cúpula da rebelião decretou um luto nacional de três dias e indicou Mahdi Mohammad Hussein al-Mashat como sucessor.
Sete pessoas morreram no ataque aéreo à província de Hodeida, no Oeste do Iêmen, em 19 de abril, inclusive Sammad, noticiou a televisão catarina Al Jazira. O ataque foi feito pelos Emirados Árabes Unidos com um drone fabricado na China, revelou mais tarde a revista americana Foreign Policy.
"Este crime não vai diminuir a vontade de nosso povo e do Estado", afirmou o comandante supremo dos rebeldes, Abdel Malek al-Huti, em pronunciamento na televisão em que prometeu não deixar "sem resposta".
Com a morte de Sammad e a ascensão de Mashat, o analista de Oriente Médio Peter Salisbury vê uma "consolidação da linha dura" e dos "elementos mais militaristas" do movimento. Para o editor-chefe do jornal Yemen Post, Hakim al-Masmari, a morte do líder político foi "o maior golpe para os hutis, politicamente, desde o início da guerra."
Os rebeldes hutis, que se apresentam como Ansar Allah (Partidários de Deus), são xiitas zaiditas apoiado pelo Irã. Têm origem nas montanhas do governorado de Sadá, no Norte do país, junto à fronteira com a Arábia Saudita.
Em 2004, iniciaram uma insurgência de baixa intensidade contra o governo central dominado pelos sunitas. A Arábia Saudita chegou a intervir em 2009 para impor um cessar-fogo.
Quando começaram as revoluções da Primavera Árabe, em 2011, Abdel Malek al-Huti apoiou as manifestações contra o ditador Ai Abdullah Saleh, no poder desde 1978 no Iêmen do Norte e grande articulador da unificação do Iêmen, em 1990.
Os hutis boicotaram a eleição de candidato único do início de 2012, que levou à presidência Abed Rabbo Mansur Hadi, vice-presidente de Saleh desde 1994.
Dois anos mais tarde, o conflito entre os hutis e as tribos sunitas do Norte do Iêmen chegou ao governorado de Saná, a capital do país. Em 21 de setembro de 2014, depois de uma batalha de poucos dias, os rebeldes tomaram Saná.
Hadi foi obrigado a renunciar em janeiro de 2015. Ficou virtualmente confinado ao palácio até 21 de fevereiro, quando fugiu para o porto de Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul.
Em 19 de março, as forças leais a Hadi atacaram rebeldes que não reconheceram sua autoridade no aeroporto de Áden e perderam. No dia 25, o presidente deposto fugiu para a Arábia Saudita, que iniciou a intervenção militar no mesmo dia.
Sob intenso bombardeio saudita e domínio rebelde sobre vastas regiões do país, além da presença de extremistas muçulmanos d'al Caeda, o Iêmen é hoje palco da pior tragédia humanitária no mundo inteiro, pior do que a guerra civil da Síria, apesar dos recentes ataques com armas químicas. Boicotes à distribuição de alimentos ameaçam matar de fome milhares de pessoas.
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segunda-feira, 23 de abril de 2018
Primeiro-ministro da Armênia cai após dias de protestos de rua
Depois de dez anos no poder como presidente da Armênia, Serge Sarkissian durou apenas seis dias como primeiro-ministro. Nomeado em 17 de abril, pediu demissão hoje, sob pressão de onze dias de manifestações de rua em Ierevã, capital da ex-república soviética da região do Cáucaso.
"Eu deixo o cargo de dirigente do país", declarou Sarkissian, citado pela agência oficial de notícias Armenpress.
Poucas horas antes, foi libertado o deputado Nikol Panchinian, líder do movimento popular, que mandou seus seguidores festejaram: "Cidadão comum da Armênia, você ganhou! E ninguém pode te privar desta vitória. Eu te felicito, povo vitorioso."
A festa foi na Praça da República, no centro de Ierevã, diante da sede do governo. Milhares de pessoas se reuniram, se abraçaram e dançaram em meio a bandeiras da Armênia. Em vários bairros da cidade, donos de bares abriram garrafas de vinho e ofereceram um cálice a quem passava para brindar o futuro do país, informou a Agência France Presse.
O padrão se repete nas ex-repúblicas da União Soviética: um líder eleito democraticamente se alia à oligarquia que enriqueceu com as privatizações do fim do comunismo, enquanto a maioria não tem oportunidade, o setor público não funciona e é visto como corrupto. Aí, o povo sai às ruas e faz uma revolução, mas a oligarquia dominante mantém o poder.
Presidente de 2008 a 2018, Sarkissian foi o alvo central da cólera da população armênia. Eleito primeiro-ministro depois de dois mandados como presidente, sem direito à reeleição, ele pretendia continuar no poder depois de governos medíocres.
A taxa de pobreza da Armênia aumentou de 27,6% em 2008 para 29,8% em 2016, indicam dados do Banco Mundial. A renda média por habitante ficou praticamente estagnada nos últimos dez anos. Está hoje em US$ 3.770 por ano (R$ 12.985).
Com a crise da democracia representativa em criar um mundo melhor, como em tantos outros países, "a maioria da população não confia nas autoridades nem no sistema político do país", observa o analista Iuri Navoian, presidente da organização não governamental russa Diálogo, com sede em Moscou. "As autoridades e o povo constituem duas realidades opostas."
Dentro da política do ditador da Rússia, Vladimir Putin, de restaurar o poder imperial soviético, a Armênia, faz parte do chamado "exterior próximo", referência às ex-repúblicas do "império interior" soviético. É praticamente um satélite do Kremlin e mais uma revolta popular para inquietar Putin.
Quando aprovou uma reforma constitucional em 2015 aumentando os poderes do primeiro-ministro, Sarkissian prometeu não se candidatar ao cargo. O povo nas ruas cobrou a promissória.
"Eu deixo o cargo de dirigente do país", declarou Sarkissian, citado pela agência oficial de notícias Armenpress.
Poucas horas antes, foi libertado o deputado Nikol Panchinian, líder do movimento popular, que mandou seus seguidores festejaram: "Cidadão comum da Armênia, você ganhou! E ninguém pode te privar desta vitória. Eu te felicito, povo vitorioso."
A festa foi na Praça da República, no centro de Ierevã, diante da sede do governo. Milhares de pessoas se reuniram, se abraçaram e dançaram em meio a bandeiras da Armênia. Em vários bairros da cidade, donos de bares abriram garrafas de vinho e ofereceram um cálice a quem passava para brindar o futuro do país, informou a Agência France Presse.
O padrão se repete nas ex-repúblicas da União Soviética: um líder eleito democraticamente se alia à oligarquia que enriqueceu com as privatizações do fim do comunismo, enquanto a maioria não tem oportunidade, o setor público não funciona e é visto como corrupto. Aí, o povo sai às ruas e faz uma revolução, mas a oligarquia dominante mantém o poder.
Presidente de 2008 a 2018, Sarkissian foi o alvo central da cólera da população armênia. Eleito primeiro-ministro depois de dois mandados como presidente, sem direito à reeleição, ele pretendia continuar no poder depois de governos medíocres.
A taxa de pobreza da Armênia aumentou de 27,6% em 2008 para 29,8% em 2016, indicam dados do Banco Mundial. A renda média por habitante ficou praticamente estagnada nos últimos dez anos. Está hoje em US$ 3.770 por ano (R$ 12.985).
Com a crise da democracia representativa em criar um mundo melhor, como em tantos outros países, "a maioria da população não confia nas autoridades nem no sistema político do país", observa o analista Iuri Navoian, presidente da organização não governamental russa Diálogo, com sede em Moscou. "As autoridades e o povo constituem duas realidades opostas."
Dentro da política do ditador da Rússia, Vladimir Putin, de restaurar o poder imperial soviético, a Armênia, faz parte do chamado "exterior próximo", referência às ex-repúblicas do "império interior" soviético. É praticamente um satélite do Kremlin e mais uma revolta popular para inquietar Putin.
Quando aprovou uma reforma constitucional em 2015 aumentando os poderes do primeiro-ministro, Sarkissian prometeu não se candidatar ao cargo. O povo nas ruas cobrou a promissória.
domingo, 22 de abril de 2018
Trump exige desnuclearização para levantar sanções à Coreia do Norte
Congelar os testes nucleares e de mísseis não basta. Quando encontrar o ditador Kim Jong Un, no fim de maio ou início de junho, o presidente Donald Trump vai exigir o desmantelamento do arsenal nuclear da Coreia do Norte para suspender as sanções impostas pelos Estados Unidos.
Estas são duas questões fundamentais: o ritmo do desarmamento nuclear do regime comunista da Coreia do Norte e o cronograma de retirada das sanções internacionais.
"Quando o presidente diz que não vai repetir os erros do passado, significa que os EUA não farão concessões substanciais como levantar as sanções antes que a Coreia do Norte desmantele substancialmente seus programas nucleares", declarou um alto funcionário do governo Trump ao jornal The Wall Street Journal.
Em pronunciamento ao povo norte-coreano, Kim afirmou que estava congelando os testes nucleares e de mísseis porque o país atingiu o objetivo de ter armas atômicas. O objetivo central do regime stalinista de Pyongyang passaria a ser o desenvolvimento econômico.
"Se a Coreia do Norte partir para uma desnuclearização rápida, então o céu é o limite", acrescentou a mesma fonte. Mas Trump não vai oferecer nenhum benefício econômico antes de se certificar de que a desnuclearização é para valer.
No Twitter, o presidente americano observou que "estamos muito longe de uma conclusão com a Coreia do Norte, talvez as coisas funcionem, talvez não - só o tempo dirá... Mas o trabalho que estou fazendo agora deveria ter sido feito há muito tempo."
Ontem, Kim indicou que não pretende abrir mão das armas. Depois do encontro com o ditador da China, Xi Jinping, um porta-voz chinês citou o ditador norte-coreano para falar que prefere "medidas sincronizadas em fases para chegar à paz".
Durante o fim de semana da Páscoa, quando recebeu em Pyongyang o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e secretário de Estado designado, Mike Pompeo, Kim propôs um acordo baseado em concessões paralelas a cada fase que poderia se estender por anos.
"Um congelamento é simples de reverter", comentou o alto funcionário. O governo Trump exige medidas imediatas de grande impacto. Não aceita que a Coreia do Norte use as negociações como pretexto para driblar as sanções internacionais impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Como a aplicação das sanções depende basicamente da China, responsável por 90% do comércio exterior norte-coreano, Kim pode usar as negociações para convencer Beijim a aliviar a pressão.
A Coreia do Norte insiste na necessidade de ir construindo uma confiança mútua entre os dois países. Com base no histórico de negociações da Coreia do Norte, os EUA desconfiam de qualquer acordo baseado na implementação gradual da desnuclearização.
Estas são duas questões fundamentais: o ritmo do desarmamento nuclear do regime comunista da Coreia do Norte e o cronograma de retirada das sanções internacionais.
"Quando o presidente diz que não vai repetir os erros do passado, significa que os EUA não farão concessões substanciais como levantar as sanções antes que a Coreia do Norte desmantele substancialmente seus programas nucleares", declarou um alto funcionário do governo Trump ao jornal The Wall Street Journal.
Em pronunciamento ao povo norte-coreano, Kim afirmou que estava congelando os testes nucleares e de mísseis porque o país atingiu o objetivo de ter armas atômicas. O objetivo central do regime stalinista de Pyongyang passaria a ser o desenvolvimento econômico.
"Se a Coreia do Norte partir para uma desnuclearização rápida, então o céu é o limite", acrescentou a mesma fonte. Mas Trump não vai oferecer nenhum benefício econômico antes de se certificar de que a desnuclearização é para valer.
No Twitter, o presidente americano observou que "estamos muito longe de uma conclusão com a Coreia do Norte, talvez as coisas funcionem, talvez não - só o tempo dirá... Mas o trabalho que estou fazendo agora deveria ter sido feito há muito tempo."
Ontem, Kim indicou que não pretende abrir mão das armas. Depois do encontro com o ditador da China, Xi Jinping, um porta-voz chinês citou o ditador norte-coreano para falar que prefere "medidas sincronizadas em fases para chegar à paz".
Durante o fim de semana da Páscoa, quando recebeu em Pyongyang o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e secretário de Estado designado, Mike Pompeo, Kim propôs um acordo baseado em concessões paralelas a cada fase que poderia se estender por anos.
"Um congelamento é simples de reverter", comentou o alto funcionário. O governo Trump exige medidas imediatas de grande impacto. Não aceita que a Coreia do Norte use as negociações como pretexto para driblar as sanções internacionais impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Como a aplicação das sanções depende basicamente da China, responsável por 90% do comércio exterior norte-coreano, Kim pode usar as negociações para convencer Beijim a aliviar a pressão.
A Coreia do Norte insiste na necessidade de ir construindo uma confiança mútua entre os dois países. Com base no histórico de negociações da Coreia do Norte, os EUA desconfiam de qualquer acordo baseado na implementação gradual da desnuclearização.
Terrorista suicida do Estado Islâmico mata 57 pessoas no Afeganistão
Pelo menos 57 pessoas que faziam fila para se alistar como eleitores foram mortas hoje por um homem-bomba em Cabul, a capital do Afeganistão. Outras 119 saíram feridas, informou o Ministério da Saúde Pública. A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.
O ataque aconteceu no fim da manhã no bairro de Dasht-i-Barchi, onde a maioria da população pertence à minoria xiita hazara. O Estado Islâmico é uma milícia extremista sunita. Já atingiu mesquitas, santuários, escolas e outros alvos xiitas. Na Internet, declarou ter atacado "apóstatas", como se refere aos xiitas.
Foi o pior ataque desde uma onda de atentado em janeiro, quando uma ambulância-bomba matou mais de 100 pessoas e feriu outras 235.
Cerca de 14 milhões de afegãos podem se registrar para votar nas eleições parlamentares e municipais de 20 de outubro. A inscrição pode ser feita em uma das 7,3 mil zonas e seções eleitorais, das quais 948 estão situadas em locais fora do controle governamental.
A inscrição eleitoral começou em 14 de abril. Até agora, o ritmo de alistamento é lento, talvez por causa da desesperança do eleitor diante da corrupção generalizada e do não cumprimento de promessas de melhoria das condições de segurança e nos serviços públicos.
Os salafistas, que pregam o retorno à "pureza" do Islã do tempo do profeta Maomé (571-632), dos Talebã ao Estado Islâmico, repudiam eleições democráticas. Só aceitam a "lei de Deus", sua interpretação do livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, de acordo com a religião ditado por Alá ao profeta.
"Os hazaras não vão desistir nunca", reagiu Mohammad Zia Feroz, de 26 anos, empregados do Crescente Vermelho, o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos. "Ameaças não vão nos parar. Não há alternativa além de participar das eleições."
Desde a derrota do Califado que tentou criar no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico se infiltrou em países que vivem sob anarquia e guerra civil, especialmente na Líbia e no Afeganistão.
O ataque aconteceu no fim da manhã no bairro de Dasht-i-Barchi, onde a maioria da população pertence à minoria xiita hazara. O Estado Islâmico é uma milícia extremista sunita. Já atingiu mesquitas, santuários, escolas e outros alvos xiitas. Na Internet, declarou ter atacado "apóstatas", como se refere aos xiitas.
Foi o pior ataque desde uma onda de atentado em janeiro, quando uma ambulância-bomba matou mais de 100 pessoas e feriu outras 235.
Cerca de 14 milhões de afegãos podem se registrar para votar nas eleições parlamentares e municipais de 20 de outubro. A inscrição pode ser feita em uma das 7,3 mil zonas e seções eleitorais, das quais 948 estão situadas em locais fora do controle governamental.
A inscrição eleitoral começou em 14 de abril. Até agora, o ritmo de alistamento é lento, talvez por causa da desesperança do eleitor diante da corrupção generalizada e do não cumprimento de promessas de melhoria das condições de segurança e nos serviços públicos.
Os salafistas, que pregam o retorno à "pureza" do Islã do tempo do profeta Maomé (571-632), dos Talebã ao Estado Islâmico, repudiam eleições democráticas. Só aceitam a "lei de Deus", sua interpretação do livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, de acordo com a religião ditado por Alá ao profeta.
"Os hazaras não vão desistir nunca", reagiu Mohammad Zia Feroz, de 26 anos, empregados do Crescente Vermelho, o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos. "Ameaças não vão nos parar. Não há alternativa além de participar das eleições."
Desde a derrota do Califado que tentou criar no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico se infiltrou em países que vivem sob anarquia e guerra civil, especialmente na Líbia e no Afeganistão.
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Irã ameaça retomar enriquecimento de urânio
A República Islâmica do Irã não está tentando fazer a bomba atômica, mas, se os Estados Unidos abandonarem o acordo nuclear assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, vai retomar o enriquecimento de urânio "vigorosamente", advertiu o ministro do Exterior iraniano, Mohamed Javad Zarif. O urânio enriquecido é a carga das bombas atômicas mais simples.
Diante do aumento da tensão entre Israel e o Irã dentro da guerra civil da Síria, aumentou a expectativa de que o presidente Donald Trump, aconselhado pelo novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton, decertifique o acordo, que congela o programa nuclear iraniano por uma década.
Há duas semanas, o presidente Hassan Rouhani declarou que os EUA "lamentariam" o fim do acordo. O Irã reagiria "em uma semana".
Trump quer "remediar as terríveis lacunas" que vê no texto acordo, enquanto a Alemanha, a China, a França, o Reino Unido e a Rússia querem mantê-lo como está. Sabem das dificuldades de renegociar um acordo, especialmente com um líder instável como o atual presidente americano.
Os EUA de Trump exigem um regime de inspeções mais rigoroso e o fim da limitação dos prazos de 10 a 15 anos para o Irã retomar as atividades nucleares. A decisão de manter ou não os EUA no acordo deve ser anunciada até 12 de maio.
Até o fim de abril, o presidente da França, Emmanuel Macron; a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May; e a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel; vão a Washington tentar persuadir Trump.
"Tentar apaziguar Trump, penso, será um exercício fútil", observou o chanceler iraniano. "Para o Irã, é importante receber os benefícios do acordo e, em hipótese alguma, o país aceitar uma aplicação unilateral." Se os EUA abandonarem o acordo, é "altamente improvável" que o Irã continue a respeitá-lo com os outros signatários.
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sexta-feira, 20 de abril de 2018
Coreia do Norte anuncia suspensão de testes nucleares e de mísseis
Em mais uma surpresa, a Coreia do Norte anunciou a suspensão imediata dos testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais. A instalação onde foram realizadas as seis explosões atômicas do regime comunista de Pyongyang será desativada. A uma semana do encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, o ditador Kim Jong Un tenta comprovar suas boas intenções.
A decisão do Comitê Central do Partido do Trabalho, reunido hoje pela primeira vez em seis meses, entra em vigor neste sábado. A resolução louva "a grande vitória da linha de perseguir simultaneamente o desenvolvimento econômico e a construção de uma força nuclear".
O regime stalinista promete "desmantelar o local de testes nucleares situado no Norte do país para demonstrar de forma transparente a suspensão dos testes nucleares".
Agora, a República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país, que reivindica soberania sobre toda a Península Coreana, apoia a proibição de testes nucleares e se compromete a nunca usar armas atômicas, a não ser se for ameaçada ou seja alvo de provocações nucleares.
Isso indica que o regime norte-coreano pretende manter um arsenal nuclear como garantia de segurança. Não é o que quer o presidente Donald Trump, que ameaçou abandonar o encontro de cúpula com Kim, previsto para fim de maio ou início de junho, se a Coreia do Norte não aceitar uma desnuclearização total.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul consideraram positivo o anúncio, mas o Japão avaliou como "insuficiente", especialmente porque a Coreia do Norte não falou sobre os mísseis de médio alcance, que ameaçam o arquipélago japonês.
A decisão do Comitê Central do Partido do Trabalho, reunido hoje pela primeira vez em seis meses, entra em vigor neste sábado. A resolução louva "a grande vitória da linha de perseguir simultaneamente o desenvolvimento econômico e a construção de uma força nuclear".
O regime stalinista promete "desmantelar o local de testes nucleares situado no Norte do país para demonstrar de forma transparente a suspensão dos testes nucleares".
Agora, a República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país, que reivindica soberania sobre toda a Península Coreana, apoia a proibição de testes nucleares e se compromete a nunca usar armas atômicas, a não ser se for ameaçada ou seja alvo de provocações nucleares.
Isso indica que o regime norte-coreano pretende manter um arsenal nuclear como garantia de segurança. Não é o que quer o presidente Donald Trump, que ameaçou abandonar o encontro de cúpula com Kim, previsto para fim de maio ou início de junho, se a Coreia do Norte não aceitar uma desnuclearização total.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul consideraram positivo o anúncio, mas o Japão avaliou como "insuficiente", especialmente porque a Coreia do Norte não falou sobre os mísseis de médio alcance, que ameaçam o arquipélago japonês.
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Partido Democrata processa Rússia, campanha de Trump e WikiLeaks
O Partido Democrata entrou hoje com uma ação judicial acusando a campanha do presidente Donald Trump de conspirar com o governo e os serviços secretos da Rússia para derrotar a candidatura da ex-secretária de Estado Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos, em 2016.
A ação, protocolada no tribunal federal de primeira instância de Manhattan, em Nova York, cita Donald Trump Jr., o genro do presidente, Jared Kushner, e Roger Stone, assessor de Trump há muitos anos, como parte da conspiração.
A Rússia é acusada de "um ataque descarado contra a democracia americana" ao invadir os computadores do Partido Democrata e vazar para o WikiLeaks 44 mil mensagens de correio eletrônico da campanha de Hillary.
Os democratas repetem o que fizeram em 1972, quando processaram o comitê de reeleição do então presidente Richard Nixon pedindo uma indenização de US$ 1 milhão pela invasão da sede central do partido no Edifício Watergate, em Washington. O Escândalo de Watergate levou à renúncia de Nixon, em 1974.
Em relatório divulgado no início deste ano, a CIA (Agência Central de Inteligência), o FBI (Federal Bureau of Investigation) e a NSA (Agência de Segurança Nacional) apontam o serviço secreto militar russo (GRU) como responsável pela pirataria cibernética.
Desde sua vitória, Trump afirma que não houve conluio com a Rússia. O caso está sendo investigado pelo procurador especial Robert Mueller, nomeado depois que o presidente demitiu o então diretor-geral do FBI, James Comey, em 9 de maio de 2017.
Comey acaba de publicar um livro em que acusa Trump de ser "moralmente incapaz" de presidir os EUA.
A ação, protocolada no tribunal federal de primeira instância de Manhattan, em Nova York, cita Donald Trump Jr., o genro do presidente, Jared Kushner, e Roger Stone, assessor de Trump há muitos anos, como parte da conspiração.
A Rússia é acusada de "um ataque descarado contra a democracia americana" ao invadir os computadores do Partido Democrata e vazar para o WikiLeaks 44 mil mensagens de correio eletrônico da campanha de Hillary.
Os democratas repetem o que fizeram em 1972, quando processaram o comitê de reeleição do então presidente Richard Nixon pedindo uma indenização de US$ 1 milhão pela invasão da sede central do partido no Edifício Watergate, em Washington. O Escândalo de Watergate levou à renúncia de Nixon, em 1974.
Em relatório divulgado no início deste ano, a CIA (Agência Central de Inteligência), o FBI (Federal Bureau of Investigation) e a NSA (Agência de Segurança Nacional) apontam o serviço secreto militar russo (GRU) como responsável pela pirataria cibernética.
Desde sua vitória, Trump afirma que não houve conluio com a Rússia. O caso está sendo investigado pelo procurador especial Robert Mueller, nomeado depois que o presidente demitiu o então diretor-geral do FBI, James Comey, em 9 de maio de 2017.
Comey acaba de publicar um livro em que acusa Trump de ser "moralmente incapaz" de presidir os EUA.
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quinta-feira, 19 de abril de 2018
Coreia do Norte admite desnuclearização sem retirada das forças dos EUA
O ditador Kim Jong Un não vai exigir a retirada das forças dos Estados Unidos da Coreia do Sul para abrir mão das armas nucleares da Coreia do Norte, afirmou hoje o presidente sul-coreano, Moon Jae In. Era um obstáculo importante. Kim também acenou com a possibilidade de negociar um acordo de paz, 65 anos depois do fim da Guerra da Coreia (1950-53).
Há décadas, o regime comunista norte-coreano exigia a retirada total dos hoje 28,5 mil soldados americanos estacionados na Península Coreana; não reconhecia os governos da Coreia do Sul e do Japão, descritos como "fantoches dos EUA"; reivindicava a soberania sobre toda a Península Coreana; e só aceitava negociar diretamente com Washington.
Desde o fim da Guerra Fria e da União Soviética, em 1991, a ditadura stalinista de Pyongyang faz uma chantagem atômica. Começou usando o programa nuclear para barganhar energia e alimentos para sustentar sua economia falida.
Como os EUA jamais aceitaram a exigência de uma retirada total, as negociações não avançaram. Em décadas de negociações frustradas, a Coreia do Norte chegou a destruir o reator do Centro de Pesquisas Nucleares de Yongbion, mas, desde 2006, fez seis testes nucleares, três desde a ascensão de Kim Jong Un, em dezembro de 2011.
A expectativa de desarmamento da ditadura stalinista é a grande razão para Trump ir à Coreia do Norte. Será o primeiro encontro de cúpula dos dois países. Na Semana Santa, Trump enviou o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e secretário de Estado designado, Mike Pompeo, a Pyongyang para avaliar o compromisso de Kim com negociações de desarmamento nuclear.
Nos últimos dias, Trump comentou que Pompeo "estabeleceu um bom relacionamento" com o governo norte-coreano. O encontro com Kim está previsto para fim de maio ou início de junho, mas o presidente americano ainda ameaça não ir.
Ao receber ontem o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na Casa Branca, o presidente Donald Trump ameaçou não realizar e até abandonar a esperada reunião de cúpula com Kim se a questão central da desnuclearização não estiver na mesa.
O Japão não quis ficar de fora de uma negociação que vai definir o futuro geopolítico da região. Abe pediu a Trump que fale dos japoneses sequestrados há décadas pelo regime norte-coreanos, uma questão muito importante e sensível no Japão.
Em Seul, o presidente Moon está otimista: "Os norte-coreanos não apresentaram qualquer condição inaceitável para os EUA, como a retirada das tropas americanas da Coreia do Sul. Eles só falaram sobre o fim das hostilidades contra o país e a necessidade de garantias de segurança. Os planos para o diálogo entre o Norte e os EUA devem avançar porque isto está claro."
Moon se encontra com Kim em 27 de abril. No início do mês passado, quando um enviado especial do Sul esteve com o ditador de Pyongyang, Kim teria dito que a Coreia do Norte não precisaria de armas nucleares se não se sentisse "ameaçada militarmente" e recebesse "garantias de segurança".
Em 2016, o regime norte-coreano reafirmou que os EUA deveria retirar suas tropas da Coreia se quisessem a desnuclearização da península. A mudança de posição é fundamental para o sucesso das negociações. Como lembrou Moon, mantendo a cautela, "o diabo está nos detalhes".
Há décadas, o regime comunista norte-coreano exigia a retirada total dos hoje 28,5 mil soldados americanos estacionados na Península Coreana; não reconhecia os governos da Coreia do Sul e do Japão, descritos como "fantoches dos EUA"; reivindicava a soberania sobre toda a Península Coreana; e só aceitava negociar diretamente com Washington.
Desde o fim da Guerra Fria e da União Soviética, em 1991, a ditadura stalinista de Pyongyang faz uma chantagem atômica. Começou usando o programa nuclear para barganhar energia e alimentos para sustentar sua economia falida.
Como os EUA jamais aceitaram a exigência de uma retirada total, as negociações não avançaram. Em décadas de negociações frustradas, a Coreia do Norte chegou a destruir o reator do Centro de Pesquisas Nucleares de Yongbion, mas, desde 2006, fez seis testes nucleares, três desde a ascensão de Kim Jong Un, em dezembro de 2011.
A expectativa de desarmamento da ditadura stalinista é a grande razão para Trump ir à Coreia do Norte. Será o primeiro encontro de cúpula dos dois países. Na Semana Santa, Trump enviou o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e secretário de Estado designado, Mike Pompeo, a Pyongyang para avaliar o compromisso de Kim com negociações de desarmamento nuclear.
Nos últimos dias, Trump comentou que Pompeo "estabeleceu um bom relacionamento" com o governo norte-coreano. O encontro com Kim está previsto para fim de maio ou início de junho, mas o presidente americano ainda ameaça não ir.
Ao receber ontem o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na Casa Branca, o presidente Donald Trump ameaçou não realizar e até abandonar a esperada reunião de cúpula com Kim se a questão central da desnuclearização não estiver na mesa.
O Japão não quis ficar de fora de uma negociação que vai definir o futuro geopolítico da região. Abe pediu a Trump que fale dos japoneses sequestrados há décadas pelo regime norte-coreanos, uma questão muito importante e sensível no Japão.
Em Seul, o presidente Moon está otimista: "Os norte-coreanos não apresentaram qualquer condição inaceitável para os EUA, como a retirada das tropas americanas da Coreia do Sul. Eles só falaram sobre o fim das hostilidades contra o país e a necessidade de garantias de segurança. Os planos para o diálogo entre o Norte e os EUA devem avançar porque isto está claro."
Moon se encontra com Kim em 27 de abril. No início do mês passado, quando um enviado especial do Sul esteve com o ditador de Pyongyang, Kim teria dito que a Coreia do Norte não precisaria de armas nucleares se não se sentisse "ameaçada militarmente" e recebesse "garantias de segurança".
Em 2016, o regime norte-coreano reafirmou que os EUA deveria retirar suas tropas da Coreia se quisessem a desnuclearização da península. A mudança de posição é fundamental para o sucesso das negociações. Como lembrou Moon, mantendo a cautela, "o diabo está nos detalhes".
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quarta-feira, 18 de abril de 2018
Ascensão de Díaz-Canel marca fim da era Castro em Cuba
O vice-presidente Miguel Díaz Canel foi eleito hoje pela Assembleia Nacional como candidato único à Presidência de Cuba. Amanhã, será empossado por Raúl Castro, que substituiu o irmão Fidel a partir de 2006. A dinastia dos Castro governou Cuba durante quase 60 anos, desde a vitória da revolução, em 1º de janeiro de 1959.
É também uma mudança de gerações. Díaz-Canel, faz 58 anos amanhã. Não era nascido quando os guerrilheiros tomaram Havana. Como primeiro-secretário do Partido Comunista, Raúl será o poder por trás do trono até 2021.
É o lento adeus da geração revolucionária. Desde a morte de Fidel, Raúl é o último símbolo de uma era que se recusava a passar. Se for escolhido líder do partido, o novo presidente terá então plenos poderes.
Díaz-Canel começa amanhã um mandado de cinco anos, com direito a uma reeleição, uma regra estabelecida por Raúl. É um engenheiro eletrônico que subiu discretamente na hierarquia do partido. Será encarregado de tocar à frente a tímida abertura econômica ensaiada por Raúl na expectativa de manter o poder absoluto do regime comunista, o que é altamente improvável.
Como nunca deu entrevistas a estrangeiros, suas ideias são praticamente desconhecidas. "Não se sabe o que pensa e, além do mais, se em dez anos Raúl Castro não foi capaz de impulsionar as reformas por causa da resistência dos setores conservadores, não sei como poderá fazê-lo Díaz-Canel, que não tem sua legitimidade histórica e provavelmente não terá apoio unânime do Exército e do partido", raciocina o economista cubano Carmelo Mesa-Largo, professor da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
O novo presidente enfrenta grandes desafios econômicos, a começar pela necessidade de unificar o câmbio, observa o cientista político Michael Bustamante, professor da Universidade Internacional da Flórida: "É um risco porque a desvalorização pode afetar muito a população. Mas, se conseguir levar adiante, é uma oportunidade para se legitimar diante da população."
Durante o governo Raúl Castro, depois de negociações mediadas pelo Vaticano e o papa Francisco, em 17 de dezembro de 2014, o ditador cubano e o então presidente americano, Barack Obama, anunciaram o reatamento de relações entre os EUA e Cuba.
Em 20 de junho de 2015, as duas embaixadas foram reabertas. Obama afrouxou alguns aspectos do embargo econômico em vigor desde fevereiro de 1962, facilitando viagens e remessas de dinheiro.
O governo Donald Trump não rompeu relações, mas reduziu o pessoal da embaixada depois que vários diplomatas e funcionários sentiram sintomas atribuído a um suposto ataque com ondas sonoras que não se sabe de quem partiu.
Para agradar a sua base conservadora, o atual presidente praticamente congelou o reatamento com Cuba. Sem uma abertura política, Trump e o Partido Republicano querem manter a linha dura contra o inimigo histórico.
É também uma mudança de gerações. Díaz-Canel, faz 58 anos amanhã. Não era nascido quando os guerrilheiros tomaram Havana. Como primeiro-secretário do Partido Comunista, Raúl será o poder por trás do trono até 2021.
É o lento adeus da geração revolucionária. Desde a morte de Fidel, Raúl é o último símbolo de uma era que se recusava a passar. Se for escolhido líder do partido, o novo presidente terá então plenos poderes.
Díaz-Canel começa amanhã um mandado de cinco anos, com direito a uma reeleição, uma regra estabelecida por Raúl. É um engenheiro eletrônico que subiu discretamente na hierarquia do partido. Será encarregado de tocar à frente a tímida abertura econômica ensaiada por Raúl na expectativa de manter o poder absoluto do regime comunista, o que é altamente improvável.
Como nunca deu entrevistas a estrangeiros, suas ideias são praticamente desconhecidas. "Não se sabe o que pensa e, além do mais, se em dez anos Raúl Castro não foi capaz de impulsionar as reformas por causa da resistência dos setores conservadores, não sei como poderá fazê-lo Díaz-Canel, que não tem sua legitimidade histórica e provavelmente não terá apoio unânime do Exército e do partido", raciocina o economista cubano Carmelo Mesa-Largo, professor da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
O novo presidente enfrenta grandes desafios econômicos, a começar pela necessidade de unificar o câmbio, observa o cientista político Michael Bustamante, professor da Universidade Internacional da Flórida: "É um risco porque a desvalorização pode afetar muito a população. Mas, se conseguir levar adiante, é uma oportunidade para se legitimar diante da população."
Durante o governo Raúl Castro, depois de negociações mediadas pelo Vaticano e o papa Francisco, em 17 de dezembro de 2014, o ditador cubano e o então presidente americano, Barack Obama, anunciaram o reatamento de relações entre os EUA e Cuba.
Em 20 de junho de 2015, as duas embaixadas foram reabertas. Obama afrouxou alguns aspectos do embargo econômico em vigor desde fevereiro de 1962, facilitando viagens e remessas de dinheiro.
O governo Donald Trump não rompeu relações, mas reduziu o pessoal da embaixada depois que vários diplomatas e funcionários sentiram sintomas atribuído a um suposto ataque com ondas sonoras que não se sabe de quem partiu.
Para agradar a sua base conservadora, o atual presidente praticamente congelou o reatamento com Cuba. Sem uma abertura política, Trump e o Partido Republicano querem manter a linha dura contra o inimigo histórico.
Diretor da CIA e futuro secretário de Estado se reuniu com Kim Jong Un
Por ordem do presidente Donald Trump, o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e secretário de Estado nomeado, Mike Pompeo, foi à Coreia do Norte na Páscoa e se encontrou com o ditador Kim Jong Un. É um sinal de avanço nas negociações para uma reunião de cúpula de Trump e Kim no fim de maio ou início de junho.
O presidente Xi Jinping anunciou hoje uma viagem a Pyongyang que deixa claro o apoio da China à sua aliada Coreia do Norte, assim como a determinação da superpotência ascendente de estar no centro das decisões sobre o futuro da Península Coreana.
A Rússia também pediu um encontro com Kim, que saiu do isolamento para se tornar um dos chefes de Estado mais solicitados no momento.
A missão de Pompeo foi o encontro de mais alto nível entre os EUA e a Coreia do Norte desde 2000, quando a então secretária de Estado, Madeleine Albright, esteve com Kim Jong Il, pai do atual ditador. O problema é o mesmo: o programa nuclear norte-coreano.
Kim deve apresentar seus planos de desnuclearização em reunião de cúpula com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, em 27 de abril. A questão nuclear estará no comunicado conjunto.
O presidente Xi Jinping anunciou hoje uma viagem a Pyongyang que deixa claro o apoio da China à sua aliada Coreia do Norte, assim como a determinação da superpotência ascendente de estar no centro das decisões sobre o futuro da Península Coreana.
A Rússia também pediu um encontro com Kim, que saiu do isolamento para se tornar um dos chefes de Estado mais solicitados no momento.
A missão de Pompeo foi o encontro de mais alto nível entre os EUA e a Coreia do Norte desde 2000, quando a então secretária de Estado, Madeleine Albright, esteve com Kim Jong Il, pai do atual ditador. O problema é o mesmo: o programa nuclear norte-coreano.
Kim deve apresentar seus planos de desnuclearização em reunião de cúpula com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, em 27 de abril. A questão nuclear estará no comunicado conjunto.
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terça-feira, 17 de abril de 2018
Israel se prepara para uma retaliação direta do Irã
Dentro da guerra civil da Síria, o maior risco no momento é de uma guerra entre Israel e o Irã. O governo israelense espera um ataque direto da república islâmica em retaliação pelo bombardeio a uma base aérea síria em que sete militares iranianos foram mortos, em 9 de abril de 2018, informou o jornal The Jerusalem Post.
A expectativa é de um ataque de mísseis ou drones disparados pela Guarda Revolucionária do Irã de alguma base na Síria e não por milícias aliadas como o Hesbolá (Partido de Deus), do Líbano, que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria. A ordem deve partir do general Kassem Suleimani, comandante da Força al-Qods, braço da Guarda Revolucionária para ações no exterior.
"Israel vai reagir duramente a qualquer ação iraniana partindo da Síria", declarou uma fonte das Forças de Defesa de Israel à TV Sky News em árabe. Os militares israelenses estão certos de que a resposta virá.
Depois do bombardeio israelense, Ali Akbar Velayati, ex-ministro do Exterior e atual assessor do Supremo Líder Espiritual da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, advertiu Israel de que "deve esperar uma resposta poderosa".
O representante de Khamenei junto à Guarda, Ali Shirazi, foi ainda mais agressivo: "Se Israel quer continuar sua existência traiçoeira, deve evitar medidas estúpidas. Se derem pretextos ao Irã, Telavive e Haifa serão destruídas."
Fotos de satélites-espiões mostram um aumento da presença militar iraniana na Síria sob o comando do general-brigadeiro Air Ali Hajizadeh, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária do Irã. Também revelam que o Irã envia mísseis para a Síria como se fosse ajuda humanitária.
Os iranianos estabeleceram várias bases, inclusive T4, a base atacada por Israel; em Alepo, a capital econômica do país; no Aeroporto Internacional de Damasco e em outro campo de pouso, ao sul da capital; e em Deir el-Zur, no Leste da Síria, para onde aviões Ilyushin levaram armas e equipamentos militares do Irã.
As companhias aéreas comerciais Simorgh Air e Pouya Cargo Air estariam sendo usadas, de acordo com a mesma fonte, para levar mais soldados e armamentos para a Síria.
No início de fevereiro, um drone iraniano armado com explosivos invadiu o espaço aéreo israelense e foi abatido. Foi um divisor de águas importante nas relações bilaterais entre os dois países.
"Foi a primeira vez que o próprio Irã fez alguma coisa contra Israel - e não através de aliados", observou um oficial israelense, e "foi a primeira vez que atacamos alvos iranianos vivos, tanto instalações quanto pessoas".
A expectativa é de um ataque de mísseis ou drones disparados pela Guarda Revolucionária do Irã de alguma base na Síria e não por milícias aliadas como o Hesbolá (Partido de Deus), do Líbano, que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria. A ordem deve partir do general Kassem Suleimani, comandante da Força al-Qods, braço da Guarda Revolucionária para ações no exterior.
"Israel vai reagir duramente a qualquer ação iraniana partindo da Síria", declarou uma fonte das Forças de Defesa de Israel à TV Sky News em árabe. Os militares israelenses estão certos de que a resposta virá.
Depois do bombardeio israelense, Ali Akbar Velayati, ex-ministro do Exterior e atual assessor do Supremo Líder Espiritual da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, advertiu Israel de que "deve esperar uma resposta poderosa".
O representante de Khamenei junto à Guarda, Ali Shirazi, foi ainda mais agressivo: "Se Israel quer continuar sua existência traiçoeira, deve evitar medidas estúpidas. Se derem pretextos ao Irã, Telavive e Haifa serão destruídas."
Fotos de satélites-espiões mostram um aumento da presença militar iraniana na Síria sob o comando do general-brigadeiro Air Ali Hajizadeh, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária do Irã. Também revelam que o Irã envia mísseis para a Síria como se fosse ajuda humanitária.
Os iranianos estabeleceram várias bases, inclusive T4, a base atacada por Israel; em Alepo, a capital econômica do país; no Aeroporto Internacional de Damasco e em outro campo de pouso, ao sul da capital; e em Deir el-Zur, no Leste da Síria, para onde aviões Ilyushin levaram armas e equipamentos militares do Irã.
As companhias aéreas comerciais Simorgh Air e Pouya Cargo Air estariam sendo usadas, de acordo com a mesma fonte, para levar mais soldados e armamentos para a Síria.
No início de fevereiro, um drone iraniano armado com explosivos invadiu o espaço aéreo israelense e foi abatido. Foi um divisor de águas importante nas relações bilaterais entre os dois países.
"Foi a primeira vez que o próprio Irã fez alguma coisa contra Israel - e não através de aliados", observou um oficial israelense, e "foi a primeira vez que atacamos alvos iranianos vivos, tanto instalações quanto pessoas".
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China cresceu em ritmo de 6,8% ao ano no primeiro trimestre de 2018
Apesar da ameaça de um conflito comercial com os Estados Unidos, a economia da China cresceu nos três primeiros meses deste ano num ritmo anual de 6,8%, acima da expectativa do governo. O investimento privado compensou uma queda de 20% no saldo comercial.
Além das ameaças protecionistas de Trump, o governo chinês tenta conter o endividamento público e os preços dos imóveis. Está decidido a enfrentar uma guerra comercial, se o presidente americano insistir num tarifaço contra produtos fabricados na China.
No ano passado, o produto interno bruto chinês cresceu 6,7%, ganhando impulso com o aumento das exportações no fim do ano. Com a queda no saldo comercial de bens, esperava-se uma expansão econômica menor.
Além das ameaças protecionistas de Trump, o governo chinês tenta conter o endividamento público e os preços dos imóveis. Está decidido a enfrentar uma guerra comercial, se o presidente americano insistir num tarifaço contra produtos fabricados na China.
No ano passado, o produto interno bruto chinês cresceu 6,7%, ganhando impulso com o aumento das exportações no fim do ano. Com a queda no saldo comercial de bens, esperava-se uma expansão econômica menor.
segunda-feira, 16 de abril de 2018
Novo presidente quer levar Montenegro para a União Europeia
Com 54% dos votos, o ex-primeiro-ministro Milo Djukanovic foi eleito ontem presidente no primeiro turno, depois de governar a ex-república iugoslava de Montenegro durante quase um quarto de século até outubro de 2016, noticiou o jornal montenegrino Vijesti. Grande favorito, fez campanha prometendo integrar o país à União Europeia (UE).
Djukanovic, de 56 anos, lidera o Partido Democrático dos Socialistas de Montenegro, que teve origem no Partido Comunista da Iugoslávia e governa o país desde a democratização, em 1991. Ele liderou a independência de Montenegro da Sérvia, em 2006, e a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar ocidental, liderada pelos Estados Unidos, em 2017.
A expectativa é que o cargo de presidente, que era praticamente honorífico durante os mandatos do seu predecessor e aliado Filip Vujanovic, passe a ser o centro do poder em Montenegro.
Apesar de todas as crises, o sonho europeu sobrevive. Na campanha à Presidência da França, Emmanuel Macron prometeu reformar e revitalizar o projeto de uma Europa unida. Enfrenta resistência da Alemanha, que não concorda com a criação de um orçamento comum da Zona do Euro e de um sistema pan-europeu de garantia de depósitos bancários enquanto a Itália não sanear seus bancos em dificuldades.
Mas a Europa unida ainda atrai. Montenegro quer entrar no jogo. É a via para o desenvolvimento dos países da Europa Oriental pós-comunismo.
Djukanovic, de 56 anos, lidera o Partido Democrático dos Socialistas de Montenegro, que teve origem no Partido Comunista da Iugoslávia e governa o país desde a democratização, em 1991. Ele liderou a independência de Montenegro da Sérvia, em 2006, e a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar ocidental, liderada pelos Estados Unidos, em 2017.
A expectativa é que o cargo de presidente, que era praticamente honorífico durante os mandatos do seu predecessor e aliado Filip Vujanovic, passe a ser o centro do poder em Montenegro.
Apesar de todas as crises, o sonho europeu sobrevive. Na campanha à Presidência da França, Emmanuel Macron prometeu reformar e revitalizar o projeto de uma Europa unida. Enfrenta resistência da Alemanha, que não concorda com a criação de um orçamento comum da Zona do Euro e de um sistema pan-europeu de garantia de depósitos bancários enquanto a Itália não sanear seus bancos em dificuldades.
Mas a Europa unida ainda atrai. Montenegro quer entrar no jogo. É a via para o desenvolvimento dos países da Europa Oriental pós-comunismo.
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domingo, 15 de abril de 2018
Ditadura síria retoma ataques depois do bombardeio dos EUA e aliados
Os Estados Unidos ameaçaram hoje impor novas sanções à Rússia em represália ao apoio ao uso de armas químicas pela ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria. O regime retomou os ataques depois do bombardeio dos EUA e aliados.
"As sanções à Rússia vão chegar", afirmou a embaixadora linha-dura dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley. "O secretário [do Tesouro] Mnuchin vai anunciar na segunda-feira e serão dirigidas contra quaisquer empresas que negociem equipamentos relacionados ao uso de armas químicas por Assad."
Neste domingo, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse ter persuadido o presidente Donald Trump a não retirar as tropas americanas da Síria: "Convencemos que é importante ficar num prazo mais longo."
Macron defendeu o ataque como "um ato legítimo de represália" que foi "completado perfeitamente" e acusou a Rússia de "incapacitar" a ONU durante os sete anos de guerra civil na Síria ao vetar sistematicamente todas as resoluções condenando a ditadura de Assad.
O presidente francês declarou ter feito a crítica diretamente ao ditador russo, Vladimir Putin, e considerou importante o bombardeio para deixar claro à Rússia que as linhas vermelhas são para valer.
Tanto a Rússia quanto a Síria negam que o regime de Assad tenha usado armas químicas contra os rebeldes em Duma, a maior cidade da região de Guta Oriental, a única da região da Grande Damasco onde ainda havia rebeldes.
Na semana anterior, os EUA impuseram sanções a vários empresários e oligarcas ligados ao Kremlin e ao banco RFC, ligado a uma empresa de venda de armas que o governo americano acusa de ser responsável pelas transações com a Síria.
Outra grande discussão é sobre a eficiência do bombardeio aliado. Como não há informações sobre feridos nem sobre o vazamento dos gases tóxicos usados nas armas químicas, alguns especialistas questionam se foram atingidos alvos importantes, capazes de reduzir a capacidade militar do regime.
Em telefonema ao presidente do Irã, Hassan Rouhani, principal aliado no apoio a Assad, advertiu que, "se tais ações, realizadas em violação da Carta da ONU, vão inevitavelmente levar ao caos nas relações internacionais."
Vindo de quem anexou ilegalmente a Crimeia, fomentou uma guerra civil no Leste da Síria e interfere regularmente nas eleições de outros países, como a de Trump em 2016, é muito cinismo. Mas, em retaliação ao bombardeio das potências ocidentais, a Rússia, uma grande potência militar, examina a possibilidade de impor sanções à indústria aeronáutica dos EUA, noticiou o jornal inglês Financial Times.
"As sanções à Rússia vão chegar", afirmou a embaixadora linha-dura dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley. "O secretário [do Tesouro] Mnuchin vai anunciar na segunda-feira e serão dirigidas contra quaisquer empresas que negociem equipamentos relacionados ao uso de armas químicas por Assad."
Neste domingo, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse ter persuadido o presidente Donald Trump a não retirar as tropas americanas da Síria: "Convencemos que é importante ficar num prazo mais longo."
Macron defendeu o ataque como "um ato legítimo de represália" que foi "completado perfeitamente" e acusou a Rússia de "incapacitar" a ONU durante os sete anos de guerra civil na Síria ao vetar sistematicamente todas as resoluções condenando a ditadura de Assad.
O presidente francês declarou ter feito a crítica diretamente ao ditador russo, Vladimir Putin, e considerou importante o bombardeio para deixar claro à Rússia que as linhas vermelhas são para valer.
Tanto a Rússia quanto a Síria negam que o regime de Assad tenha usado armas químicas contra os rebeldes em Duma, a maior cidade da região de Guta Oriental, a única da região da Grande Damasco onde ainda havia rebeldes.
Na semana anterior, os EUA impuseram sanções a vários empresários e oligarcas ligados ao Kremlin e ao banco RFC, ligado a uma empresa de venda de armas que o governo americano acusa de ser responsável pelas transações com a Síria.
Outra grande discussão é sobre a eficiência do bombardeio aliado. Como não há informações sobre feridos nem sobre o vazamento dos gases tóxicos usados nas armas químicas, alguns especialistas questionam se foram atingidos alvos importantes, capazes de reduzir a capacidade militar do regime.
Em telefonema ao presidente do Irã, Hassan Rouhani, principal aliado no apoio a Assad, advertiu que, "se tais ações, realizadas em violação da Carta da ONU, vão inevitavelmente levar ao caos nas relações internacionais."
Vindo de quem anexou ilegalmente a Crimeia, fomentou uma guerra civil no Leste da Síria e interfere regularmente nas eleições de outros países, como a de Trump em 2016, é muito cinismo. Mas, em retaliação ao bombardeio das potências ocidentais, a Rússia, uma grande potência militar, examina a possibilidade de impor sanções à indústria aeronáutica dos EUA, noticiou o jornal inglês Financial Times.
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sábado, 14 de abril de 2018
Trump declara "missão cumprida" na Síria
Horas depois do bombardeio dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França à Síria em represália pelo uso de armas químicas, o presidente Donald Trump declarou "missão cumprida", lembrando imediatamente a afirmação igual feita pelo então presidente George Walker Bush em 1º de maio de 2003, um mês e 11 dias depois da invasão do Iraque.
No Twitter, Trump descreveu a ação militar como "um ataque executado com perfeição ontem à noite. Agradeço à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e o poder do seus excelentes militares. Não poderia ser um resultado melhor. Missão cumprida!"
A Rússia negou que a operação tenha sido bem sucedida. Na versão oficial do Kremlin, a metade dos mísseis foi derrubada pelas defesas antiaéreas sírias.
"Todos os mísseis franceses atingiram seus alvos", respondeu em Paris a ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly. "A capacidade síria de conceber, produzir e estocar armas químicas foi consideravelmente reduzida.
A França usou nove caças-bombardeiros quatro Mirages 2000 e cinco Rafales, cinco fragatas e, pela primeira vez, mísseis de cruzeiro disparados de navios.
No Twitter, Trump descreveu a ação militar como "um ataque executado com perfeição ontem à noite. Agradeço à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e o poder do seus excelentes militares. Não poderia ser um resultado melhor. Missão cumprida!"
A Rússia negou que a operação tenha sido bem sucedida. Na versão oficial do Kremlin, a metade dos mísseis foi derrubada pelas defesas antiaéreas sírias.
"Todos os mísseis franceses atingiram seus alvos", respondeu em Paris a ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly. "A capacidade síria de conceber, produzir e estocar armas químicas foi consideravelmente reduzida.
A França usou nove caças-bombardeiros quatro Mirages 2000 e cinco Rafales, cinco fragatas e, pela primeira vez, mísseis de cruzeiro disparados de navios.
sexta-feira, 13 de abril de 2018
EUA e aliados bombardeiam a Síria
O presidente Donald Trump anunciou há pouco na Casa Branca que mandou a Força Aérea dos Estados Unidos bombardear a Síria, com o apoio da França e do Reino Unido, em retaliação a um ataque com armas químicas contra os rebeldes na cidade de Duma que deixou 60 mortos e mil feridos. A ditadura síria declarou que a defesa antiaérea está reagindo a um ataque.
No ano passado, o bombardeio se limitou à base aérea de Chairat, na província de Homs, no Centro do país, de onde teriam partido os aviões que lançaram armas químicas em Khan Cheikhun. Desta vez, foram atacados pelo menos três locais de Damasco, a capital da Síria. O ditador teria saída da capital para não ser alvo do bombardeio aliado.
Trump afirmou que os alvos são arsenais e centros de pesquisa e produção de armas químicas. Mas ninguém sabe ao certo onde estão os arsenais químicos da ditadura de Bachar Assad. O secretário da Defesa, James Cachorro Louco Mattis, revelou que também foram atacadas bases de onde partiram os bombardeios químicos e que "esta onda de ataques está encerrada".
Mattis pediu a "todas as nações civilizadas que ajudem a acabar com a guerra civil na Síria" e no cumprimento dos acordos internacionais que proíbem o uso de armas químicas. Acrescentou que "os alvos atingidos hoje à noite foram escolhidos para reduzir a capacidade da Síria de usar armas químicas."
Depois de um ataque químico a Guta em 21 de agosto de 2013, quando 1.729 pessoas foram mortas, a Síria prometeu destruir todas suas armas químicas para evitar uma represália do então presidente americano, Barack Obama. A Rússia negociou um acordo para poupar Assad, mas novos ataques químicos indicam que o desarmamento foi apenas parcial.
As televisões mostram imagens de aviões bombardeiros decolando de uma base britânica na ilha de Chipre. Também estão sendo disparados mísseis de navios de guerra estacionados no Mar Mediterrâneo.
Tanto a Síria quanto a Rússia negam que tenha ocorrido um ataque com armas químicas, reafirmou o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, citado pelo jornal The Washington Post. Trump responsabilizou diretamente a Rússia e o Irã, os maiores aliados de Assad, pelo bombardeio químico.
Cerca de 2 mil soldados americanos estão na Síria combatendo a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Podem ser alvo de retaliações.
No ano passado, o bombardeio se limitou à base aérea de Chairat, na província de Homs, no Centro do país, de onde teriam partido os aviões que lançaram armas químicas em Khan Cheikhun. Desta vez, foram atacados pelo menos três locais de Damasco, a capital da Síria. O ditador teria saída da capital para não ser alvo do bombardeio aliado.
Trump afirmou que os alvos são arsenais e centros de pesquisa e produção de armas químicas. Mas ninguém sabe ao certo onde estão os arsenais químicos da ditadura de Bachar Assad. O secretário da Defesa, James Cachorro Louco Mattis, revelou que também foram atacadas bases de onde partiram os bombardeios químicos e que "esta onda de ataques está encerrada".
Mattis pediu a "todas as nações civilizadas que ajudem a acabar com a guerra civil na Síria" e no cumprimento dos acordos internacionais que proíbem o uso de armas químicas. Acrescentou que "os alvos atingidos hoje à noite foram escolhidos para reduzir a capacidade da Síria de usar armas químicas."
Depois de um ataque químico a Guta em 21 de agosto de 2013, quando 1.729 pessoas foram mortas, a Síria prometeu destruir todas suas armas químicas para evitar uma represália do então presidente americano, Barack Obama. A Rússia negociou um acordo para poupar Assad, mas novos ataques químicos indicam que o desarmamento foi apenas parcial.
As televisões mostram imagens de aviões bombardeiros decolando de uma base britânica na ilha de Chipre. Também estão sendo disparados mísseis de navios de guerra estacionados no Mar Mediterrâneo.
Tanto a Síria quanto a Rússia negam que tenha ocorrido um ataque com armas químicas, reafirmou o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, citado pelo jornal The Washington Post. Trump responsabilizou diretamente a Rússia e o Irã, os maiores aliados de Assad, pelo bombardeio químico.
Cerca de 2 mil soldados americanos estão na Síria combatendo a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Podem ser alvo de retaliações.
Trump perdoa ex-assessor de Cheney que revelou identidade de agente da CIA
Em mais um desafio à Justiça, o presidente Donald Trump indultou Lewis Scooter Libby, chefe de pessoal do vice-presidente Dick Cheney, no governo George W. Bush (2001-9), condenado a dois anos e meio de prisão e multa de US$ 250 mil por mentir ao júri e aos investigadores do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, e obstrução de justiça no processo sobre a revelação identidade de uma agente secreta da Agência Central de Inteligência (CIA), em 2007.
"Não conheço o Sr. Libby, mas há anos ouço dizer que foi tratado injustamente", declarou Trump. "Espero que este perdão completo vai ajudar a retificar um período muito triste de sua vida." A Casa Branca alegou que desde a condenação ele teve uma conduta "imaculada e continua a ser visto em alta estima por seus pares e colegas".
Valery Plame Wilson é casada o embaixador Joseph Wilson, que fez um relatório negando uma suposta compra de urânio no Níger, um país africano, pelo então ditador do Iraque, Saddam Hussein. A alegação partiu do serviço secreto da Itália, na época governada pelo arquicorrupto primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A compra inexistente de urânio nigerino pelo Iraque foi usada por Bush como argumento para afirmar que Saddam estava desenvolvendo a bomba atômica, entre outras armas de destruição em massa. Wilson denunciou a farsa na imprensa na época da invasão do Iraque, em 2003.
Bush comutou a pena de Libby, que nunca chegou a ser preso, mas se negou a dar o perdão total como queria Cheney. Trump, um presidente sem quaisquer escrúpulos, perdoou Libby no momento em que volta à guerra contra o ex-diretor-geral do FBI James Comey.
"No dia em que o presidente ataca Comey erradamente por ser um 'vazador e mentiroso', ele perdoa um vazador e mentiroso condenado, Scooter Libby", comentou no Twitter o deputado democrata Adam Schiff. "É a maneira do presidente enviar uma mensagem aos implicados no inquérito sobre a Rússia: vocês têm meu apoio e eu tenho o de vocês."
Em livro de memórias, Comey acusou o presidente de ignorar a lei e agir como um chefão da máfia. Ele foi o primeiro e único diretor-geral do FBI demitido por razões políticas. Outro foi afastado por corrupção. Comey presidia a investigação sobre um possível conluio da campanha de Donald Trump com a Rússia.
Diante da demissão de Comey, o Departamento da Justiça nomeou outro ex-diretor-geral do FBI, Robert Mueller, como procurador especial para investigar a interferência indevida da Rússia nas eleições de 2016 nos EUA.
"Não conheço o Sr. Libby, mas há anos ouço dizer que foi tratado injustamente", declarou Trump. "Espero que este perdão completo vai ajudar a retificar um período muito triste de sua vida." A Casa Branca alegou que desde a condenação ele teve uma conduta "imaculada e continua a ser visto em alta estima por seus pares e colegas".
Valery Plame Wilson é casada o embaixador Joseph Wilson, que fez um relatório negando uma suposta compra de urânio no Níger, um país africano, pelo então ditador do Iraque, Saddam Hussein. A alegação partiu do serviço secreto da Itália, na época governada pelo arquicorrupto primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A compra inexistente de urânio nigerino pelo Iraque foi usada por Bush como argumento para afirmar que Saddam estava desenvolvendo a bomba atômica, entre outras armas de destruição em massa. Wilson denunciou a farsa na imprensa na época da invasão do Iraque, em 2003.
Bush comutou a pena de Libby, que nunca chegou a ser preso, mas se negou a dar o perdão total como queria Cheney. Trump, um presidente sem quaisquer escrúpulos, perdoou Libby no momento em que volta à guerra contra o ex-diretor-geral do FBI James Comey.
"No dia em que o presidente ataca Comey erradamente por ser um 'vazador e mentiroso', ele perdoa um vazador e mentiroso condenado, Scooter Libby", comentou no Twitter o deputado democrata Adam Schiff. "É a maneira do presidente enviar uma mensagem aos implicados no inquérito sobre a Rússia: vocês têm meu apoio e eu tenho o de vocês."
Em livro de memórias, Comey acusou o presidente de ignorar a lei e agir como um chefão da máfia. Ele foi o primeiro e único diretor-geral do FBI demitido por razões políticas. Outro foi afastado por corrupção. Comey presidia a investigação sobre um possível conluio da campanha de Donald Trump com a Rússia.
Diante da demissão de Comey, o Departamento da Justiça nomeou outro ex-diretor-geral do FBI, Robert Mueller, como procurador especial para investigar a interferência indevida da Rússia nas eleições de 2016 nos EUA.
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quinta-feira, 12 de abril de 2018
Trump quer recolocar EUA na Parceria Transpacífica
Diante da guerra comercial com a China, o presidente Donald Trump orientam altos funcionários do governo americano a explorar a possibilidade de que os Estados Unidos voltem à Parceria Transpacífica, um acordo de liberalização do comércio negociado por 12 países durante o governo Barack Obama (2009-17). Trump retirou os EUA do acordo no primeiro dia de seu governo alegando que era um "desastre".
Na saída de um encontro na Casa Branca para discutir política comercial, senadores do Partido Republicano revelaram que o presidente pediu ao diretor do Conselho Nacional de Economia, Larry Kudlow, e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, a procurar maneira de voltar à Parceria Transpacífica.
O acordo foi assinado por 11 países (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã) no mês passado. A iniciativa do governo Obama visava justamente criar regras comuns para o comércio entre os países da orla do Oceano Pacífico antes que a China impusesse suas próprias normas.
No retaliação, a China ameaçou impor tarifas sobre centenas de produtos americanos, principalmente do setor agropecuário, visando estados conservadores onde Trump e o Partido Republicano venceram as eleições de 2016. O governo teme perder a maioria na Câmara e no Senado nas eleições de meio do mandato de Trump, em novembro.
Na saída de um encontro na Casa Branca para discutir política comercial, senadores do Partido Republicano revelaram que o presidente pediu ao diretor do Conselho Nacional de Economia, Larry Kudlow, e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, a procurar maneira de voltar à Parceria Transpacífica.
O acordo foi assinado por 11 países (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã) no mês passado. A iniciativa do governo Obama visava justamente criar regras comuns para o comércio entre os países da orla do Oceano Pacífico antes que a China impusesse suas próprias normas.
No retaliação, a China ameaçou impor tarifas sobre centenas de produtos americanos, principalmente do setor agropecuário, visando estados conservadores onde Trump e o Partido Republicano venceram as eleições de 2016. O governo teme perder a maioria na Câmara e no Senado nas eleições de meio do mandato de Trump, em novembro.
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quarta-feira, 11 de abril de 2018
Putin apela a Netanyahu para que Israel não ataque a Síria
Em telefonema ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, pressionou Israel a não bombardear a Síria para não desestabilizar ainda mais o país. O líder israelense deixou claro, em contatos anteriores com Putin, que não vai tolerar a presença de bases militares do Irã na Síria.
Israel está em estado de alerta, esperando uma retaliação do Irã depois de um ataque contra uma base aérea na Síria em que quatro iranianos teriam sido mortos. O governo israelense aproveitou a tensão criada por mais um bombardeio da ditadura de Bachar Assad aos rebeldes com armas químicas na periferia de Damasco para lançar mísseis contra a base aérea.
Em discurso no Memorial do Holocausto, Netanyahu advertiu: "Tenho uma mensagem para os líderes do Irã: não testem a determinação de Israel". Putin insistiu na importância de manter a soberania síria. Se o Irã revidar, Israel pode decidir acabar com a presença militar iraniana na Síria, com risco de provocar uma guerra ainda mais séria no Oriente Médio.
A tensão se agravou porque o presidente Donald Trump ameaça ordenar um ataque das forças dos Estados Unidos contra o regime de Assad, provavelmente um bombardeio de mísseis.
Tanto a Síria quanto a Rússia negam até mesmo que tenha havido um ataque químico, em Duma, no distrito de Guta Oriental, na periferia de Damasco, a capital síria. Mas o mundo inteiro viu imagens das vítimas sufocadas por substâncias tóxicas.
Desde setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil da Síria e domina o espaço aéreo do país. O local atacado com armas químicas era o último reduto rebelde nos arredores da capital. Estava cercado por forças sírias e milícias aliadas. Ninguém entrava ou saía sem autorização.
Agora, os últimos rebeldes da milícia extremista muçulmana Jaysh al-Islam saíram e foram para Idlibe, única região importante ainda sob controle rebelde, depois de sete anos de guerra civil, com 500 mil mortos
Israel está em estado de alerta, esperando uma retaliação do Irã depois de um ataque contra uma base aérea na Síria em que quatro iranianos teriam sido mortos. O governo israelense aproveitou a tensão criada por mais um bombardeio da ditadura de Bachar Assad aos rebeldes com armas químicas na periferia de Damasco para lançar mísseis contra a base aérea.
Em discurso no Memorial do Holocausto, Netanyahu advertiu: "Tenho uma mensagem para os líderes do Irã: não testem a determinação de Israel". Putin insistiu na importância de manter a soberania síria. Se o Irã revidar, Israel pode decidir acabar com a presença militar iraniana na Síria, com risco de provocar uma guerra ainda mais séria no Oriente Médio.
A tensão se agravou porque o presidente Donald Trump ameaça ordenar um ataque das forças dos Estados Unidos contra o regime de Assad, provavelmente um bombardeio de mísseis.
Tanto a Síria quanto a Rússia negam até mesmo que tenha havido um ataque químico, em Duma, no distrito de Guta Oriental, na periferia de Damasco, a capital síria. Mas o mundo inteiro viu imagens das vítimas sufocadas por substâncias tóxicas.
Desde setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil da Síria e domina o espaço aéreo do país. O local atacado com armas químicas era o último reduto rebelde nos arredores da capital. Estava cercado por forças sírias e milícias aliadas. Ninguém entrava ou saía sem autorização.
Agora, os últimos rebeldes da milícia extremista muçulmana Jaysh al-Islam saíram e foram para Idlibe, única região importante ainda sob controle rebelde, depois de sete anos de guerra civil, com 500 mil mortos
terça-feira, 10 de abril de 2018
Guerra na Síria tira Trump da Cúpula das Américas
Diante da possibilidade de um bombardeio dos Estados Unidos à Síria em retaliação a um ataque químico contra rebeldes na cidade de Duma, o presidente Donald Trump desistiu de participar da 8ª Reunião de Cúpula das Américas, marcada para 13 e 14 de abril em Lima, no Peru, anunciou hoje a Casa Branca.
"A pedido do presidente, o vice-presidente vai viajar em seu lugar", declarou a porta-voz do governo, Sarah Huckabee Sanders. "O presidente vai ficar nos EUA para supervisionar a resposta americana à Síria e acompanhar os acontecimentos ao redor do mundo."
Depois de mais ataque químico, o 210º em pouco mais de sete anos de guerra, desta vez 60 mortos e mil feridos, que descreveu como "atroz" e "horrível", Trump ameaçou contra-atacar a ditadura de Bachar Assad: "Vamos tomar a decisão rapidamente, provavelmente ainda hoje. Não podemos permitir atrocidades como essa."
Seria a primeira visita de Trump à região. A desistência deixa claro mais uma vez o desinteresse pela América Latina.
Seria a primeira visita de Trump à região. A desistência deixa claro mais uma vez o desinteresse pela América Latina.
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Ataque de mísseis a base aérea deixa vários mortos na Síria
Várias pessoas morreram ou foram feridas quando mísseis atingiram o aeroporto militar de Tiyas, conhecida como T4, situada perto de Homs, que era a terceira maior cidade da Síria quando começou a guerra civil, há sete anos.
Os Estados Unidos negaram ter bombardeado, apesar das ameaça do presidente Donald Trump depois de um ataque com armas químicas com 48 mortos lançado pela ditadura de Bachar Assad. A televisão pública britânica BBC atribuiu o ataque de mísseis a Israel.
A Síria acusou o Ocidente, mas o Departamento da Defesa dos EUA negou qualquer participação. Trump falou com o presidente da França, Emmanuel Macron. Os dois países lançaram um comunicado prometendo uma "resposta forte coordenada".
O Pentágono foi claro:"No momento, o Departamento da Defesa não está fazendo ataques aéreos na Síria. No entanto, continuamos observando a situação atentamente e apoiamos os esforços diplomáticos em andamento para responsabilizar quem usa armas químicas, na Síria ou em outro lugar."
A Rússia confirmou há pouco que dois aviões de guerra de Israel realizaram o ataque. Quatro iraquianos que estavam na base foram mortos. Ao que parece, Israel aproveitou a oportunidade para atacar uma base iraniana na Síria.
Mais de 500 mil pessoas foram mortas em sete anos de guerra civil na Síria. Cerca de 5 milhões fugiram do país.
Os Estados Unidos negaram ter bombardeado, apesar das ameaça do presidente Donald Trump depois de um ataque com armas químicas com 48 mortos lançado pela ditadura de Bachar Assad. A televisão pública britânica BBC atribuiu o ataque de mísseis a Israel.
A Síria acusou o Ocidente, mas o Departamento da Defesa dos EUA negou qualquer participação. Trump falou com o presidente da França, Emmanuel Macron. Os dois países lançaram um comunicado prometendo uma "resposta forte coordenada".
O Pentágono foi claro:"No momento, o Departamento da Defesa não está fazendo ataques aéreos na Síria. No entanto, continuamos observando a situação atentamente e apoiamos os esforços diplomáticos em andamento para responsabilizar quem usa armas químicas, na Síria ou em outro lugar."
A Rússia confirmou há pouco que dois aviões de guerra de Israel realizaram o ataque. Quatro iraquianos que estavam na base foram mortos. Ao que parece, Israel aproveitou a oportunidade para atacar uma base iraniana na Síria.
Mais de 500 mil pessoas foram mortas em sete anos de guerra civil na Síria. Cerca de 5 milhões fugiram do país.
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domingo, 8 de abril de 2018
Primeiro-ministro antiliberal é reeleito na Hungria
Antiliberal, antieuropeu, antissemita e anti-imigrantes, Viktor Orban é o protótipo de líder do neopopulismo nacionalista que ressuscita o fantasma do fascismo na Europa Oriental pós-comunista. Acaba de ser reeleito para um terceiro mandado consecutivo de primeiro-ministro da Hungria.
Com 93% dos votos apurados, a aliança de seu partido, a União Cívica Húngara (Fidesz), com o Partido Popular Democrata-Cristão (KDNP) deve eleger mais de 133 dos 199 deputados da Assembleia Nacional, garantindo a maioria de dois terços necessárias para mudar a Constituição.
No discurso da vitória, Orban afirmou que o resultado dava aos húngaros "a oportunidade de se defender e de defender a Hungria". Os inimigos? Estrangeiros, muçulmanos, a burocracia de Bruxelas, o liberalismo ocidental e o bilionário húngaro naturalizado americano George Soros.
O Fidesz nasceu em 1988, fundado por jovens estudantes na época da abertura dos regimes comunistas da Europa Oriental promovida pelo líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev. A Hungria tinha o regime mais liberal e a economia mais aberta do Bloco Soviético. Foi o país que abriu a cortina de ferro, em 2 de maio de 1989, meses antes da queda do Muro de Berlim.
Depois da derrota nas eleições de 1994, Orban assumiu a liderança do partido e o levou para uma linha mais conservadora, nacionalista e populista. No último comício, na sexta-feira passada, o tema central foi o fantasma do estrangeiros: "A imigração é como uma ferrugem que lenta mas seguramente vai consumir a Hungria."
Nos últimos anos, ele não aceitou receber uma parcela dos refugiados que entraram na União Europeia proporcional à população. É contra o aprofundamento da integração europeia e se aproximar do ditador da Rússia, Vladimir Putin, que tentou fazer um acordo comercial bilateral para romper com as regras da UE.
Em segundo lugar, com 20% dos votos, ficou o partido nacionalista Jobbik, que marchou para o centro e formaria governo com o Partido Socialista, que teve 12%, e o partido verde, quarto colocado com 7%, se Orban não tivesse maioria.
O governo ganhou nas zonas rurais e nas pequenas cidades, enquanto as oposições conquistaram a maioria das cadeiras da capital, Budapeste.
Tanto o líder do Jobbik, Gabor Vona, quanto o socialista, Gyula Molnar, renunciaram. "O objetivo do Jobbik, ganhar as eleições e forçar uma mudança no governo, não foi atingido. A Fidesz ganhou. Ganhou de novo", lamentou Vona. "Nós nos consideramos responsáveis pelo que aconteceu e entendemos a decisão dos eleitores", declarou Molnar.
A vitória de Orban é uma derrota para a sociedade civil, grupos de defesa dos direitos humanos, a luta contra a corrupção e os meios de comunicação independentes. O primeiro-ministro promete "acertar as contas morais, políticas e legais" com seus adversários.
Com 93% dos votos apurados, a aliança de seu partido, a União Cívica Húngara (Fidesz), com o Partido Popular Democrata-Cristão (KDNP) deve eleger mais de 133 dos 199 deputados da Assembleia Nacional, garantindo a maioria de dois terços necessárias para mudar a Constituição.
No discurso da vitória, Orban afirmou que o resultado dava aos húngaros "a oportunidade de se defender e de defender a Hungria". Os inimigos? Estrangeiros, muçulmanos, a burocracia de Bruxelas, o liberalismo ocidental e o bilionário húngaro naturalizado americano George Soros.
O Fidesz nasceu em 1988, fundado por jovens estudantes na época da abertura dos regimes comunistas da Europa Oriental promovida pelo líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev. A Hungria tinha o regime mais liberal e a economia mais aberta do Bloco Soviético. Foi o país que abriu a cortina de ferro, em 2 de maio de 1989, meses antes da queda do Muro de Berlim.
Depois da derrota nas eleições de 1994, Orban assumiu a liderança do partido e o levou para uma linha mais conservadora, nacionalista e populista. No último comício, na sexta-feira passada, o tema central foi o fantasma do estrangeiros: "A imigração é como uma ferrugem que lenta mas seguramente vai consumir a Hungria."
Nos últimos anos, ele não aceitou receber uma parcela dos refugiados que entraram na União Europeia proporcional à população. É contra o aprofundamento da integração europeia e se aproximar do ditador da Rússia, Vladimir Putin, que tentou fazer um acordo comercial bilateral para romper com as regras da UE.
Em segundo lugar, com 20% dos votos, ficou o partido nacionalista Jobbik, que marchou para o centro e formaria governo com o Partido Socialista, que teve 12%, e o partido verde, quarto colocado com 7%, se Orban não tivesse maioria.
O governo ganhou nas zonas rurais e nas pequenas cidades, enquanto as oposições conquistaram a maioria das cadeiras da capital, Budapeste.
Tanto o líder do Jobbik, Gabor Vona, quanto o socialista, Gyula Molnar, renunciaram. "O objetivo do Jobbik, ganhar as eleições e forçar uma mudança no governo, não foi atingido. A Fidesz ganhou. Ganhou de novo", lamentou Vona. "Nós nos consideramos responsáveis pelo que aconteceu e entendemos a decisão dos eleitores", declarou Molnar.
A vitória de Orban é uma derrota para a sociedade civil, grupos de defesa dos direitos humanos, a luta contra a corrupção e os meios de comunicação independentes. O primeiro-ministro promete "acertar as contas morais, políticas e legais" com seus adversários.
Trump ameaça bombardear a Síria após uso de armas químicas
O presidente Donald Trump advertiu hoje que há um "grande preço a pagar", ameaçando atacar a ditadura de Bachar Assad em resposta ao uso de armas químicas na cidade de Duma, na região de Guta Oriental, último reduto rebelde na periferia de Damasco, a capital da Síria. Ao menos 48 pessoas morreram e outras 500 saíram feridas.
Pela primeira vez, Trump responsabilizou diretamente o protoditador Vladimir Putin, acusando-o e à Rússia e ao Irã pelo apoio que dão a Assad: "Muitos mortos, inclusive mulheres e crianças num ataque QUÍMICO insensato na Síria. Area da atrocidade está fechada e cercada pelo Exército sírio, tornando-a completamente inacessível ao mundo exterior.
"Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis por apoiar Animal Assad. Grande preço a pagar. Abram a área imediatamente para assistência médica e investigação. Outro desastre humanitário por nenhuma razão, qualquer que seja. DOENTIO", escreveu o presidente no Twitter.
Em seguida, culpou o ex-presidente Barack Obama, que ameaçou a reagir a ataques com armas químicas mas nada fez quando o regime de Assad matou 1.729 num ataque a Guta Oriental em 21 de agosto de 2013: "Se o presidente Obama tivesse cruzado a linha vermelha que traçou na areia, o desastre na Síria teria terminado há muito tempo! Animal Assad seria história."
Alguns senadores da linha dura do Partido Republicano estão pressionando Trump a ordenar uma ação militar: "Se ele não levar adiante e realizar o que disse no tuíte, vai parecer fraco diante da Rússia e do Irã", declarou o senador Lindsay Graham.
A União Europeia "condenou nos termos mais fortes o uso de armas químicas" e pediu uma "resposta imediata da comunidade internacional para ter certeza de que os responsáveis tenham de prestar contas". Também pressionou a Rússia e o Irã "a usar sua influência para prevenir qualquer outro ataque e garantir a cessação das hostilidades e uma desescalada na violência."
O ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, chamou o ataque de "profundamente perturbador" e pediu à Rússia que permita uma investigação independente da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Em Moscou, a Rússia defendeu a ofensiva do regime sírio: "Aqueles que não estão interessados na destruição de um dos últimos ninhos de terroristas em território sírio não querem um acordo político genuíno, tentam complicar a situação de todas as maneiras e impedir a evacuação de civis."
Amanhã, o Conselho de Segurança das Nações Unidas faz uma reunião de emergência a pedido dos Estados Unidos, mas a expectativa é que a Rússia vete qualquer tentativa de represália contra Assad, mais um motivo para Trump ordenar um ataque.
Pela primeira vez, Trump responsabilizou diretamente o protoditador Vladimir Putin, acusando-o e à Rússia e ao Irã pelo apoio que dão a Assad: "Muitos mortos, inclusive mulheres e crianças num ataque QUÍMICO insensato na Síria. Area da atrocidade está fechada e cercada pelo Exército sírio, tornando-a completamente inacessível ao mundo exterior.
"Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis por apoiar Animal Assad. Grande preço a pagar. Abram a área imediatamente para assistência médica e investigação. Outro desastre humanitário por nenhuma razão, qualquer que seja. DOENTIO", escreveu o presidente no Twitter.
Em seguida, culpou o ex-presidente Barack Obama, que ameaçou a reagir a ataques com armas químicas mas nada fez quando o regime de Assad matou 1.729 num ataque a Guta Oriental em 21 de agosto de 2013: "Se o presidente Obama tivesse cruzado a linha vermelha que traçou na areia, o desastre na Síria teria terminado há muito tempo! Animal Assad seria história."
Alguns senadores da linha dura do Partido Republicano estão pressionando Trump a ordenar uma ação militar: "Se ele não levar adiante e realizar o que disse no tuíte, vai parecer fraco diante da Rússia e do Irã", declarou o senador Lindsay Graham.
A União Europeia "condenou nos termos mais fortes o uso de armas químicas" e pediu uma "resposta imediata da comunidade internacional para ter certeza de que os responsáveis tenham de prestar contas". Também pressionou a Rússia e o Irã "a usar sua influência para prevenir qualquer outro ataque e garantir a cessação das hostilidades e uma desescalada na violência."
O ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, chamou o ataque de "profundamente perturbador" e pediu à Rússia que permita uma investigação independente da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Em Moscou, a Rússia defendeu a ofensiva do regime sírio: "Aqueles que não estão interessados na destruição de um dos últimos ninhos de terroristas em território sírio não querem um acordo político genuíno, tentam complicar a situação de todas as maneiras e impedir a evacuação de civis."
Amanhã, o Conselho de Segurança das Nações Unidas faz uma reunião de emergência a pedido dos Estados Unidos, mas a expectativa é que a Rússia vete qualquer tentativa de represália contra Assad, mais um motivo para Trump ordenar um ataque.
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Ataque com armas químicas atribuído ao regime mata 48 na Síria
Um bombardeio com armas químicas matou pelo menos 48 pessoas e intoxicou outras 500 ontem à noite na cidade de Duma, a maior da região de Guta Oriental, último reduto rebelde na região de Damasco, a capital da Síria. É o pior ataque químico desde o uso de gás sarin na vila de Khan Cheikhun, no Norte do país. Em ambos os casos, a responsabilidade é atribuída à ditadura de Bachar Assad.
Hoje ao meio-dia, o regime sírio anunciou um acordo para a retirada dos últimos combatentes da milícia extremista muçulmana Jaish al-Islam (Exército do Islã). Os rebeldes ainda não confirmaram se saem mesmo.
Desde a ofensiva das tropas leais ao regime e aliados, que incluem milícias xiitas apoiadas pelo Irã e a Força Aérea da Rússia, em 18 de fevereiro, cerca de 1,6 mil civis foram mortos e milhares de rebeldes se renderam ou foram transferidos com sua família para Idlibe, no Noroeste da Síria. Até agora, o grupo Jaish al-Islam havia rejeitado as ofertas para abandonar Duma.
Cerca de 500 pessoas foram socorridas sábado à noite nos hospitais de Duma, revelou a Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS, do inglês), uma organização não governamental que mantém médicos e enfermeiros no campo de batalha.
As vítimas apresentavam sintomas de "exposição a um agente químico", como dificuldades respiratórias, redução da frequência cardíaca e uma sensação de queimação nos olhos. "Uma espuma saía de suas bocas e eles exalavam um odor semelhante ao do cloro", acrescentou o comunicado da SAMS. O agente tóxico não foi identificado.
Durante os sete anos de uma guerra civil brutal, a ditadura de Assad atacou várias vezes com armas químicas. O pior ataque foi com gás sarin contra Guta em 21 de agosto de 2013, com um total de 1.729. Na época, o então presidente Barack Obama, que ameaçara bombardear a Síria se Assad usasse armas químicas, não retaliou. A Rússia propôs um acordo para acabar com o arsenal químico sírio. Foi uma manobra para proteger o aliado.
Diante da hesitação de Obama, em 30 de setembro de 2015, a Rússia interveio na guerra civil da Síria para sustentar Assad, que desde então virou o jogo e hoje controla todas as grandes cidades e a maior parte do território. As exceções são uma região do Norte invadida pela Turquia para atacar rebeldes curdos e uma região tomada da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante por uma milícia árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos.
Nos últimos dias, o presidente Donald Trump anunciou a retirada das forças americanas da Síria. Sob a proteção da Rússia, Assad deve ter concluído que não haveria maior risco de voltar a usar armas químicas. Mas Trump, que bombardeou a base aérea de onde partiu o ataque químico a Khan Cheikhun, ameaça retaliar mais uma vez.
Hoje ao meio-dia, o regime sírio anunciou um acordo para a retirada dos últimos combatentes da milícia extremista muçulmana Jaish al-Islam (Exército do Islã). Os rebeldes ainda não confirmaram se saem mesmo.
Desde a ofensiva das tropas leais ao regime e aliados, que incluem milícias xiitas apoiadas pelo Irã e a Força Aérea da Rússia, em 18 de fevereiro, cerca de 1,6 mil civis foram mortos e milhares de rebeldes se renderam ou foram transferidos com sua família para Idlibe, no Noroeste da Síria. Até agora, o grupo Jaish al-Islam havia rejeitado as ofertas para abandonar Duma.
Cerca de 500 pessoas foram socorridas sábado à noite nos hospitais de Duma, revelou a Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS, do inglês), uma organização não governamental que mantém médicos e enfermeiros no campo de batalha.
As vítimas apresentavam sintomas de "exposição a um agente químico", como dificuldades respiratórias, redução da frequência cardíaca e uma sensação de queimação nos olhos. "Uma espuma saía de suas bocas e eles exalavam um odor semelhante ao do cloro", acrescentou o comunicado da SAMS. O agente tóxico não foi identificado.
Durante os sete anos de uma guerra civil brutal, a ditadura de Assad atacou várias vezes com armas químicas. O pior ataque foi com gás sarin contra Guta em 21 de agosto de 2013, com um total de 1.729. Na época, o então presidente Barack Obama, que ameaçara bombardear a Síria se Assad usasse armas químicas, não retaliou. A Rússia propôs um acordo para acabar com o arsenal químico sírio. Foi uma manobra para proteger o aliado.
Diante da hesitação de Obama, em 30 de setembro de 2015, a Rússia interveio na guerra civil da Síria para sustentar Assad, que desde então virou o jogo e hoje controla todas as grandes cidades e a maior parte do território. As exceções são uma região do Norte invadida pela Turquia para atacar rebeldes curdos e uma região tomada da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante por uma milícia árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos.
Nos últimos dias, o presidente Donald Trump anunciou a retirada das forças americanas da Síria. Sob a proteção da Rússia, Assad deve ter concluído que não haveria maior risco de voltar a usar armas químicas. Mas Trump, que bombardeou a base aérea de onde partiu o ataque químico a Khan Cheikhun, ameaça retaliar mais uma vez.
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sábado, 7 de abril de 2018
Atropelamento deixa mortos e feridos na Alemanha
Pelo menos duas pessoas foram mortas e 20 saíram feridas quando uma caminhonete de entrega foi jogado contra a multidão no centro histórico da cidade de Münster, na Alemanha. Seis feridos correm risco de vida. O delinquente se suicidou em seguida. A polícia alemã trata o caso como suspeita de terrorismo, mas não descarta outras possibilidades.
Em 19 de dezembro de 2016, um caminhão invadiu uma feirinha de Natal em Berlim, a capital alemã, matando 12 pessoas e ferindo outras 49. O responsável foi um terrorista tunisiano morto pela polícia da Itália ao resistir à prisão.
O pior de todos os atentados terroristas com veículos terrestres foi em 14 de julho do mesmo ano, quando 86 pessoas foram atropeladas e mortas e outras centenas feridas na avenida beira-mar de Nice no Sul da França, durante as comemorações da Queda da Bastilha e do início da Revolução Francesa de 1789.
A polícia acredita que o terrorista agiu sozinho. A primeira suspeita era que fosse ligado ao extremismo muçulmano, mas também se examina se o motorista tinha problemas mentais. Os policiais não deram mais detalhes, declarando ser "cedo ainda para dizer se foi um atentado".
Em 19 de dezembro de 2016, um caminhão invadiu uma feirinha de Natal em Berlim, a capital alemã, matando 12 pessoas e ferindo outras 49. O responsável foi um terrorista tunisiano morto pela polícia da Itália ao resistir à prisão.
O pior de todos os atentados terroristas com veículos terrestres foi em 14 de julho do mesmo ano, quando 86 pessoas foram atropeladas e mortas e outras centenas feridas na avenida beira-mar de Nice no Sul da França, durante as comemorações da Queda da Bastilha e do início da Revolução Francesa de 1789.
A polícia acredita que o terrorista agiu sozinho. A primeira suspeita era que fosse ligado ao extremismo muçulmano, mas também se examina se o motorista tinha problemas mentais. Os policiais não deram mais detalhes, declarando ser "cedo ainda para dizer se foi um atentado".
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Ex-procuradora-geral da Venezuela pede prisão de Maduro
A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz pediu hoje ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) no exílio que emita uma ordem de prisão internacional do ditador Nicolás Maduro, além do congelamento de seus bens e suas contas bancárias no exterior por causa de um escândalo de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.
O TSJ no exílio reúne em Bogotá, a capital da Colômbia, juízes indicados pela Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, que saíram do país sob ameaça de prisão da ditadura de Maduro.
Ortega Díaz apresentou ao tribunal uma série de documento e provas indicando que o regime chavista contratou junto à Odebrecht obras públicas superfaturadas no valor de US$ 2,5 bilhões. Em troca, teria recebido propina e dinheiro para campanha eleitoral.
A audiência para decidir se a denúncia será aceita está marcada para terça-feira, 10 de abril, às 9h (11h em Brasília). Maduro, que acusa a Colômbia de conspirar com os Estados Unidos para derrubá-lo, não vai ao tribunal no exílio.
Chavista histórica, Ortega Díaz rompeu com o regime quando Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima, eleita sob medida, para tirar o poder da Assembleia Nacional democraticamente eleita e mudar a Constituição da República Bolivarista da Venezuela, que ela considera a grande herança de Hugo Chávez.
Destituída pela Constituinte em 5 de agosto do ano passado, a ex-procuradora fugiu da Venezuela de barco duas semanas depois para a ilha de Aruba, no Mar do Caribe, de onde foi para Bogotá, na Colômbia. Desde então, faz campanha pelo mundo contra a ditadura de Maduro.
Em 16 de novembro de 2017, Luisa Ortega denunciou Maduro e outros dirigentes venezuela por crime contra a humanidade junto ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
O TSJ no exílio reúne em Bogotá, a capital da Colômbia, juízes indicados pela Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, que saíram do país sob ameaça de prisão da ditadura de Maduro.
Ortega Díaz apresentou ao tribunal uma série de documento e provas indicando que o regime chavista contratou junto à Odebrecht obras públicas superfaturadas no valor de US$ 2,5 bilhões. Em troca, teria recebido propina e dinheiro para campanha eleitoral.
A audiência para decidir se a denúncia será aceita está marcada para terça-feira, 10 de abril, às 9h (11h em Brasília). Maduro, que acusa a Colômbia de conspirar com os Estados Unidos para derrubá-lo, não vai ao tribunal no exílio.
Chavista histórica, Ortega Díaz rompeu com o regime quando Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima, eleita sob medida, para tirar o poder da Assembleia Nacional democraticamente eleita e mudar a Constituição da República Bolivarista da Venezuela, que ela considera a grande herança de Hugo Chávez.
Destituída pela Constituinte em 5 de agosto do ano passado, a ex-procuradora fugiu da Venezuela de barco duas semanas depois para a ilha de Aruba, no Mar do Caribe, de onde foi para Bogotá, na Colômbia. Desde então, faz campanha pelo mundo contra a ditadura de Maduro.
Em 16 de novembro de 2017, Luisa Ortega denunciou Maduro e outros dirigentes venezuela por crime contra a humanidade junto ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
Venezuela corta relações com 46 empresas e 22 pessoas do Panamá
A Venezuela suspendeu ontem por 90 dias as relações econômicas, comerciais e financeiras com 46 empresas e 22 cidadãos do Panamá. É uma retaliação à publicação em 29 de março pelas autoridades panamenhas de uma lista de suspeitos de lavagem de dinheiro com 55 venezuelanos.
Entre eles, estão o ditador Nicolás Maduro; o número dois do regime chavista, Diosdado Cabello; o presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Maikel Moreno; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; e o procurador-geral da República, Tarek William Saab.
A Companhia Panamenha de Aviação (Copa Airlines) é a mais conhecida das empresas atingidas. Cobre várias rotas na América, tornando-se uma marca conhecida e competitiva no continente.
Através de uma resolução conjunta, os ministérios venezuelanos de Comércio Exterior e Investimento Internacional, Interior e Justiça, e Economia e Finanças tomaram a medida para combater "o uso recorrente do sistema financeiro panamenho por venezuelanos para movimentar dinheiro e bens provenientes de delitos contra o patrimônio público."
O governo da Venezuela ordenou "a suspensão imediata de toda relação econômica, comercial e financeira com os cidadãos da República do Panamá [apontados em lista] com base no princípio da precaução e como medida de proteção" de seu sistema financeiro, econômico e comercial. Usou assim a mesma alegação da outra parte.
A presidente da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima convocada por Maduro para tirar o poder da Assembleia Nacional democraticamente eleita, Delcy Rodríguez, defendeu hoje o corte de relações como resposta à "agressão", referindo-se à divulgação da lista de dirigentes venezuelanos suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em resposta, o Panamá retirou seu embaixador em Caracas. "A reação [venezuelana] é desproporcional e os afetados somos nós os venezuelanos", comentou Milagros Betancourt, especialista e relações internacionais.
"Estamos cada vez mais isolados: no hemisfério, a Venezuela será a única ilha no continente; no mundo nós e a Coreia do Norte. O governo esqueceu que a negociação, e não a confrontação, é a base das relações internacionais", acrescentou.
A União Europeia também impôs sanções a altos funcionários venezuelanos, além de um embargo à venda de armas e de qualquer material que possa ser usado na repressão a manifestações de protesto. Em 28 de março, a Suíça sancionou sete dirigentes da ditadura de Maduro e os proibiu de entrar no país.
"O governo responde automaticamente como uma fera ferida e encurralada porque o mundo se tornou pequeno e ele mesmo aprofunda seu isolamento", criticou o comentarista Luis Salamanca.
Entre eles, estão o ditador Nicolás Maduro; o número dois do regime chavista, Diosdado Cabello; o presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Maikel Moreno; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; e o procurador-geral da República, Tarek William Saab.
A Companhia Panamenha de Aviação (Copa Airlines) é a mais conhecida das empresas atingidas. Cobre várias rotas na América, tornando-se uma marca conhecida e competitiva no continente.
Através de uma resolução conjunta, os ministérios venezuelanos de Comércio Exterior e Investimento Internacional, Interior e Justiça, e Economia e Finanças tomaram a medida para combater "o uso recorrente do sistema financeiro panamenho por venezuelanos para movimentar dinheiro e bens provenientes de delitos contra o patrimônio público."
O governo da Venezuela ordenou "a suspensão imediata de toda relação econômica, comercial e financeira com os cidadãos da República do Panamá [apontados em lista] com base no princípio da precaução e como medida de proteção" de seu sistema financeiro, econômico e comercial. Usou assim a mesma alegação da outra parte.
A presidente da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima convocada por Maduro para tirar o poder da Assembleia Nacional democraticamente eleita, Delcy Rodríguez, defendeu hoje o corte de relações como resposta à "agressão", referindo-se à divulgação da lista de dirigentes venezuelanos suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em resposta, o Panamá retirou seu embaixador em Caracas. "A reação [venezuelana] é desproporcional e os afetados somos nós os venezuelanos", comentou Milagros Betancourt, especialista e relações internacionais.
"Estamos cada vez mais isolados: no hemisfério, a Venezuela será a única ilha no continente; no mundo nós e a Coreia do Norte. O governo esqueceu que a negociação, e não a confrontação, é a base das relações internacionais", acrescentou.
A União Europeia também impôs sanções a altos funcionários venezuelanos, além de um embargo à venda de armas e de qualquer material que possa ser usado na repressão a manifestações de protesto. Em 28 de março, a Suíça sancionou sete dirigentes da ditadura de Maduro e os proibiu de entrar no país.
"O governo responde automaticamente como uma fera ferida e encurralada porque o mundo se tornou pequeno e ele mesmo aprofunda seu isolamento", criticou o comentarista Luis Salamanca.
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Geração de empregos sofre forte queda nos EUA
Depois de um saldo excepcional de 326 mil novas vagas de emprego em fevereiro, o mercado de trabalho dos Estados Unidos sofreu uma forte desaceleração em março. O mercado esperava 185 mil postos de trabalho a mais. O total ficou em 103 mil, revelou o relatório mensal de emprego, divulgado hoje pelo Departamento do Trabalho.
A taxa de desemprego, medida em outra pesquisa, ficou estável em 4,1%. É a menor desde o ano 2000. O índice de desemprego amplo, que incluiu desempregados e subempregados, sem contrato de trabalho, baixou de 8,2% para 8%. No Conselho da Reserva Federal (Fed), há analistas prevendo uma queda nos próximos dois anos para 3,6%. Seria a menor taxa desde os anos 1960s.
O saldo médio de novas vagas nos três primeiros meses do ano foi de 202 mil, em contraste com 182 mil por mês ao longo do ano passado. Como os cortes de impostos do governo Donald Trump devem estimular o consumo, o mercado de trabalho deve continuar em alta durante o ano.
Alguns economistas, como Ian Shepherdson, da empresa Pantheon Macroeconomics, atribuíram o resultado decepcionante ao clima ruim no mês passado, marcado por grandes tempestades de neve. Outros veem uma acomodação depois do avanço expressivo em fevereiro.
Os salários registraram uma alta anual ligeiramente maior, de 2,6% em fevereiro para 2,7% em março, mas o novo presidente do Fed, Jay Powell, não vê nos risco de que "estejamos à beira de uma aceleração da inflação".
Com o aquecimento do mercado de trabalho, que cresce sem parar há sete anos e meio, o setor financeiro aposta em pelo menos mais três altas na taxa básica de juros neste ano e mais três no próximo.
Evidentemente, uma guerra comercial com a China altera todas as previsões.
A taxa de desemprego, medida em outra pesquisa, ficou estável em 4,1%. É a menor desde o ano 2000. O índice de desemprego amplo, que incluiu desempregados e subempregados, sem contrato de trabalho, baixou de 8,2% para 8%. No Conselho da Reserva Federal (Fed), há analistas prevendo uma queda nos próximos dois anos para 3,6%. Seria a menor taxa desde os anos 1960s.
O saldo médio de novas vagas nos três primeiros meses do ano foi de 202 mil, em contraste com 182 mil por mês ao longo do ano passado. Como os cortes de impostos do governo Donald Trump devem estimular o consumo, o mercado de trabalho deve continuar em alta durante o ano.
Alguns economistas, como Ian Shepherdson, da empresa Pantheon Macroeconomics, atribuíram o resultado decepcionante ao clima ruim no mês passado, marcado por grandes tempestades de neve. Outros veem uma acomodação depois do avanço expressivo em fevereiro.
Os salários registraram uma alta anual ligeiramente maior, de 2,6% em fevereiro para 2,7% em março, mas o novo presidente do Fed, Jay Powell, não vê nos risco de que "estejamos à beira de uma aceleração da inflação".
Com o aquecimento do mercado de trabalho, que cresce sem parar há sete anos e meio, o setor financeiro aposta em pelo menos mais três altas na taxa básica de juros neste ano e mais três no próximo.
Evidentemente, uma guerra comercial com a China altera todas as previsões.
Trump ameaça China com tarifas de US$ 100 bilhões
Em uma escalada no conflito com a China capaz de levar a uma guerra comercial, o presidente Donald Trump ameaçou ontem impor tarifas de importação sobre produtos chineses no valor de US$ 100 bilhões (R$ 337 bilhões) por ano. Foi sua resposta ao anúncio chinês de impor tarifas de 25% sobre 106 produtos importados dos Estados Unidos, num valor anual de US$ 50 bilhões (R$ 168 bilhões).
Se esses anúncios eram vistos como instrumentos para negociar, ao dobrar a aposta, Trump não dá sinais de ceder: "Em vez de remediar sua má conduta, a China escolheu prejudicar nossos fazendeiros e industriais", protestou Trump.
"À luz da injusta retaliação chinesa, instruí [o representante comercial dos EUA] a considerar se seriam apropriadas tarifas adicionais de US$100 bilhões e, se tal, identificar os produtos para impor estas tarifas", acrescentou o presidente americano.
O conflito comercial começou quando Trump decidiu impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 15% sobre as de alumínio e, em seguida, isentou aliados dos EUA, mas não a China. O governo chinês reagiu anunciando aumento de tarifas sobre 128 produtos importados dos EUA, quase todos do setor primário, no valor de US$ 3 bilhões (R$ 10 bilhões) por ano, mas deixou claro que não tem interesse numa guerra comercial que "não interessa à China, nem aos EUA, nem à economia global".
Quando o problema parecia se encaminhar para negociações, Trump anunciou há três dias uma retaliação no valor anual de US$ 50 bilhões sobre 1.333 produtos chineses com foco em setores de alta tecnologia. Parece uma jogada para conter o desenvolvimento tecnológico chinês e manter a supremacia dos EUA como maior potência mundial. O presidente alegou que há décadas a China rouba a propriedade intelectual dos EUA.
A China respondeu rapidamente na mesma moeda. Na quarta-feira, decidiu impor tarifas no valor de US$ 50 bilhões por ano, com foco em produtos agrícolas e industriais de estados onde o Partido Republicano venceu as últimas eleições.
De olho nas eleições no meio de seu mandato, em novembro deste ano, Trump pediu ao Departamento da Agricultura que "implemente um plano para proteger nossos fazendeiros e interesses agrícolas". É uma preparação para um conflito prolongado.
Nesta sexta-feira, o Ministério do Comércio chinês repetiu que "a China não quer uma guerra comercial, mas não tem medo de travar uma guerra comercial". Está pronta a aumentar a aposta e pagar para ver. Já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo Trump está dividido. O secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, defende negociações para reduzir o saldo comercial chinês no comércio bilateral, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões (R$ 1,263 trilhão), enquanto o novo secretário de Estado, Mike Pompeo, e o novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton, ambos da linha dura, querem confrontar a China.
A estratégia de Trump visa a reduzir um déficit comercial, que em fevereiro chegou a US$ 57,6 bilhões (R$ 194 bilhões), sendo US$ 34,7 bilhões (R$ 117 bilhões) só no comércio com a China.
No momento, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, cai mais de 400 pontos por medo de uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo, capaz de levar a economia mundial a uma nova recessão. O mercado já se acostumou com o sobe e desce. Na era Trump, a volatilidade é o normal.
Se esses anúncios eram vistos como instrumentos para negociar, ao dobrar a aposta, Trump não dá sinais de ceder: "Em vez de remediar sua má conduta, a China escolheu prejudicar nossos fazendeiros e industriais", protestou Trump.
"À luz da injusta retaliação chinesa, instruí [o representante comercial dos EUA] a considerar se seriam apropriadas tarifas adicionais de US$100 bilhões e, se tal, identificar os produtos para impor estas tarifas", acrescentou o presidente americano.
O conflito comercial começou quando Trump decidiu impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 15% sobre as de alumínio e, em seguida, isentou aliados dos EUA, mas não a China. O governo chinês reagiu anunciando aumento de tarifas sobre 128 produtos importados dos EUA, quase todos do setor primário, no valor de US$ 3 bilhões (R$ 10 bilhões) por ano, mas deixou claro que não tem interesse numa guerra comercial que "não interessa à China, nem aos EUA, nem à economia global".
Quando o problema parecia se encaminhar para negociações, Trump anunciou há três dias uma retaliação no valor anual de US$ 50 bilhões sobre 1.333 produtos chineses com foco em setores de alta tecnologia. Parece uma jogada para conter o desenvolvimento tecnológico chinês e manter a supremacia dos EUA como maior potência mundial. O presidente alegou que há décadas a China rouba a propriedade intelectual dos EUA.
A China respondeu rapidamente na mesma moeda. Na quarta-feira, decidiu impor tarifas no valor de US$ 50 bilhões por ano, com foco em produtos agrícolas e industriais de estados onde o Partido Republicano venceu as últimas eleições.
De olho nas eleições no meio de seu mandato, em novembro deste ano, Trump pediu ao Departamento da Agricultura que "implemente um plano para proteger nossos fazendeiros e interesses agrícolas". É uma preparação para um conflito prolongado.
Nesta sexta-feira, o Ministério do Comércio chinês repetiu que "a China não quer uma guerra comercial, mas não tem medo de travar uma guerra comercial". Está pronta a aumentar a aposta e pagar para ver. Já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo Trump está dividido. O secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, defende negociações para reduzir o saldo comercial chinês no comércio bilateral, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões (R$ 1,263 trilhão), enquanto o novo secretário de Estado, Mike Pompeo, e o novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton, ambos da linha dura, querem confrontar a China.
A estratégia de Trump visa a reduzir um déficit comercial, que em fevereiro chegou a US$ 57,6 bilhões (R$ 194 bilhões), sendo US$ 34,7 bilhões (R$ 117 bilhões) só no comércio com a China.
No momento, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, cai mais de 400 pontos por medo de uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo, capaz de levar a economia mundial a uma nova recessão. O mercado já se acostumou com o sobe e desce. Na era Trump, a volatilidade é o normal.
Ex-presidente da Coreia do Sul pega 24 anos de cadeia por corrupção
A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun Hye, afastada há um ano num processo de impeachment, foi condenada hoje a 24 anos de prisão e multa equivalente a R$ 57 milhões por coação, abuso de poder e corrupção.
Junto com a amiga e confidente Choi Soon Il, ela conspirou para cobrar propina de grandes empresas sul-coreanas, inclusive da Samsung, a maior de todas, num total de US$ 40 milhões, cerca de R$ 135 milhões.
O Ministério Público denunciou Park por 31 crimes e pediu 30 anos de prisão e multa de US$ 120 milhões. Choi foi sentenciada a 20 anos de cadeia em fevereiro de 2018. Park, presa desde março de 2017, depois de uma série de manifestações de rua na Revolução à Luz de Velas, nega todas as acusações contra ela.
Filha do ditador Park Chung Hee (1961-79), Park Geun Hye foi a primeira mulher eleita presidente da Coreia do Sul e a primeira chefe de Estado a ser impedida num julgamento político. Pela lei sul-coreana, o impeachment precisa ser aprovado por dois terços da Assembleia Nacional e confirmado por dois terços da Suprema Corte.
Seu antecessor, Lee Myung Bak, está sendo processado por abuso de poder, aceitar propina, desfalque e evasão fiscal. Dois líderes anteriores foram condenados por traição e corrupção. Um pegou pena de morte, mas no fim ambos foram perdoados.
Junto com a amiga e confidente Choi Soon Il, ela conspirou para cobrar propina de grandes empresas sul-coreanas, inclusive da Samsung, a maior de todas, num total de US$ 40 milhões, cerca de R$ 135 milhões.
O Ministério Público denunciou Park por 31 crimes e pediu 30 anos de prisão e multa de US$ 120 milhões. Choi foi sentenciada a 20 anos de cadeia em fevereiro de 2018. Park, presa desde março de 2017, depois de uma série de manifestações de rua na Revolução à Luz de Velas, nega todas as acusações contra ela.
Filha do ditador Park Chung Hee (1961-79), Park Geun Hye foi a primeira mulher eleita presidente da Coreia do Sul e a primeira chefe de Estado a ser impedida num julgamento político. Pela lei sul-coreana, o impeachment precisa ser aprovado por dois terços da Assembleia Nacional e confirmado por dois terços da Suprema Corte.
Seu antecessor, Lee Myung Bak, está sendo processado por abuso de poder, aceitar propina, desfalque e evasão fiscal. Dois líderes anteriores foram condenados por traição e corrupção. Um pegou pena de morte, mas no fim ambos foram perdoados.
quinta-feira, 5 de abril de 2018
Tribunal solta Puigdemont e rejeita acusação de rebelião
O Tribunal de Justiça do Estado de Schleswig-Holstein, no Norte da Alemanha, rejeitou hoje a acusação de rebelião e decidiu libertar o ex-governador da Catalunha Carles Puigdemont mediante pagamento de fiança de 75 mil euros (R$ 307 mil). Ele vai responder em liberdade ao processo de extradição pedido pela Espanha pelo outro delito, de malversação de fundos.
Como o Código Penal alemão não prevê o delito de "rebelião", a procuradoria-geral do estado denunciou Puigdemont por "alta traição", mas os desembargadores não aceitaram: "Os atos que lhe são imputados não seriam puníveis na Alemanha, de acordo com a lei em vigor aqui."
Pela lei alemã, o delito de "alta traição" pressupõe o uso da força. A malversação de fundos se refere à organização do plebiscito sobre a independência da Catalunha, em 1º de outubro do ano passado, declarado ilegal pelo governo central da Espanha. Pela lei espanhola, todo o país deve votar em plebiscitos sobre a independência e não apenas a região separatista.
Por isso, o ex-governador está sendo acusado na Espanha de rebelião, sedição e malversação de dinheiro público.
Puigdemont fugiu da Espanha em outubro, depois de organizar um plebiscito sobre a independência da Catalunha e declarar a independência com base no resultado oficial, quando o primeiro-ministro Mariano Rajoy decretou intervenção na Catalunha, depondo-o do cargo de governador.
Exilado na Bélgica, que não extradita pelos delitos de que ele é acusado na Espanha, Puigdemont percorria os países da União Europeia denunciando o "autoritarismo" de Rajoy por se negar a negociar. Voltava da Finlândia para a Bélgica, via Suécia, Dinamarca e Alemanha quando foi detido logo depois de cruzar a fronteira da Dinamarca com a Alemanha em 25 de março.
O ex-governador catalão deve sair da cadeia amanhã às 7h, depois do depósito da fiança. O processo de extradição deve durar 60 dias, prazo prorrogável por mais 30 dias. Seu partido, Junts per Catalunya, foi o mais votado do bloco independentista, que obteve a maioria dos assentos no Parlament nas eleições realizadas sob a intervenção de Madri.
Como o Código Penal alemão não prevê o delito de "rebelião", a procuradoria-geral do estado denunciou Puigdemont por "alta traição", mas os desembargadores não aceitaram: "Os atos que lhe são imputados não seriam puníveis na Alemanha, de acordo com a lei em vigor aqui."
Pela lei alemã, o delito de "alta traição" pressupõe o uso da força. A malversação de fundos se refere à organização do plebiscito sobre a independência da Catalunha, em 1º de outubro do ano passado, declarado ilegal pelo governo central da Espanha. Pela lei espanhola, todo o país deve votar em plebiscitos sobre a independência e não apenas a região separatista.
Por isso, o ex-governador está sendo acusado na Espanha de rebelião, sedição e malversação de dinheiro público.
Puigdemont fugiu da Espanha em outubro, depois de organizar um plebiscito sobre a independência da Catalunha e declarar a independência com base no resultado oficial, quando o primeiro-ministro Mariano Rajoy decretou intervenção na Catalunha, depondo-o do cargo de governador.
Exilado na Bélgica, que não extradita pelos delitos de que ele é acusado na Espanha, Puigdemont percorria os países da União Europeia denunciando o "autoritarismo" de Rajoy por se negar a negociar. Voltava da Finlândia para a Bélgica, via Suécia, Dinamarca e Alemanha quando foi detido logo depois de cruzar a fronteira da Dinamarca com a Alemanha em 25 de março.
O ex-governador catalão deve sair da cadeia amanhã às 7h, depois do depósito da fiança. O processo de extradição deve durar 60 dias, prazo prorrogável por mais 30 dias. Seu partido, Junts per Catalunya, foi o mais votado do bloco independentista, que obteve a maioria dos assentos no Parlament nas eleições realizadas sob a intervenção de Madri.
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