A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz pediu hoje ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) no exílio que emita uma ordem de prisão internacional do ditador Nicolás Maduro, além do congelamento de seus bens e suas contas bancárias no exterior por causa de um escândalo de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.
O TSJ no exílio reúne em Bogotá, a capital da Colômbia, juízes indicados pela Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, que saíram do país sob ameaça de prisão da ditadura de Maduro.
Ortega Díaz apresentou ao tribunal uma série de documento e provas indicando que o regime chavista contratou junto à Odebrecht obras públicas superfaturadas no valor de US$ 2,5 bilhões. Em troca, teria recebido propina e dinheiro para campanha eleitoral.
A audiência para decidir se a denúncia será aceita está marcada para terça-feira, 10 de abril, às 9h (11h em Brasília). Maduro, que acusa a Colômbia de conspirar com os Estados Unidos para derrubá-lo, não vai ao tribunal no exílio.
Chavista histórica, Ortega Díaz rompeu com o regime quando Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima, eleita sob medida, para tirar o poder da Assembleia Nacional democraticamente eleita e mudar a Constituição da República Bolivarista da Venezuela, que ela considera a grande herança de Hugo Chávez.
Destituída pela Constituinte em 5 de agosto do ano passado, a ex-procuradora fugiu da Venezuela de barco duas semanas depois para a ilha de Aruba, no Mar do Caribe, de onde foi para Bogotá, na Colômbia. Desde então, faz campanha pelo mundo contra a ditadura de Maduro.
Em 16 de novembro de 2017, Luisa Ortega denunciou Maduro e outros dirigentes venezuela por crime contra a humanidade junto ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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