Em telefonema ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, pressionou Israel a não bombardear a Síria para não desestabilizar ainda mais o país. O líder israelense deixou claro, em contatos anteriores com Putin, que não vai tolerar a presença de bases militares do Irã na Síria.
Israel está em estado de alerta, esperando uma retaliação do Irã depois de um ataque contra uma base aérea na Síria em que quatro iranianos teriam sido mortos. O governo israelense aproveitou a tensão criada por mais um bombardeio da ditadura de Bachar Assad aos rebeldes com armas químicas na periferia de Damasco para lançar mísseis contra a base aérea.
Em discurso no Memorial do Holocausto, Netanyahu advertiu: "Tenho uma mensagem para os líderes do Irã: não testem a determinação de Israel". Putin insistiu na importância de manter a soberania síria. Se o Irã revidar, Israel pode decidir acabar com a presença militar iraniana na Síria, com risco de provocar uma guerra ainda mais séria no Oriente Médio.
A tensão se agravou porque o presidente Donald Trump ameaça ordenar um ataque das forças dos Estados Unidos contra o regime de Assad, provavelmente um bombardeio de mísseis.
Tanto a Síria quanto a Rússia negam até mesmo que tenha havido um ataque químico, em Duma, no distrito de Guta Oriental, na periferia de Damasco, a capital síria. Mas o mundo inteiro viu imagens das vítimas sufocadas por substâncias tóxicas.
Desde setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil da Síria e domina o espaço aéreo do país. O local atacado com armas químicas era o último reduto rebelde nos arredores da capital. Estava cercado por forças sírias e milícias aliadas. Ninguém entrava ou saía sem autorização.
Agora, os últimos rebeldes da milícia extremista muçulmana Jaysh al-Islam saíram e foram para Idlibe, única região importante ainda sob controle rebelde, depois de sete anos de guerra civil, com 500 mil mortos
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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