O governo Donald Trump anunciou hoje que dentro de semanas vai começar a cobrar 25% de imposto de importação sobre 1.333 produtos chineses, robôs e máquinas industriais a carros elétricos, motores a jato e locomotivas, em retaliação que o presidente denuncia como décadas de roubo de propriedade intelectual dos Estados Unidos pela China, noticiou o jornal inglês Financial Times.
A lista cobre produtos pelos quais os americanos pagaram à China US$ 50 bilhões no ano passado. É o lance mais ofensivo dos EUA no comércio bilateral desde que a China entrou na Organização Mundial do Comércio (OMC). A China deve responder na mesma medida, alimentando o risco de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
"Esta ação protecionista unilateral viola seriamente os princípios e os valores fundamentais da OMC. Não serve os interesses da China, nem dos EUA e menos ainda da economia global", declarou em nota a embaixada chinesa em Washington.
O conflito começou com o anúncio de Trump de que imporia tarifas de 25% sobre o aço e de 15% sobre o alumínio importados. Em seguida, os EUA deram isenções a países aliados. A China respondeu aumentando as tarifas de importação de 128 produtos americanos, na maioria do setor agropecuário, visando diretamente estados conservadores que elegeram o atual presidente.
"A história sugere que é provável que haja negociações, o que vai provocar algum alívio aos investidores no curto prazo", comentou Tai Hui, estrategista do banco J P Morgan para a Ásia e o Pacífico. Mas, ressalva, "a tensão comercial sino-americana pode ter várias rodadas nos próximos anos. Isto pode levar os investidores a focar em setores e mercados asiáticos mais dependentes do consumo doméstico e menos expostos a disputas comerciais."
Por enquanto, "a escala atual da batalha tarifária é pequena para ter impacto material nos crescimentos chinês, americano ou global", previu Greg McKenna, estrategista da corretora AxiTrader.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário