segunda-feira, 30 de abril de 2018

Netanyahu acusa Irã de manter um programa nuclear clandestino

Em pronunciamento no Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou uma hora atrás o Irã de manter um programa nuclear cladestino, afirmando ter "provas conclusivas" de que a república islâmica está violando o acordo assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha.

Israel aumenta assim a pressão sobre os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump precisa decidir até 12 de maio se certifica que o Irã está cumprindo o acordo. Em comentário nos jardins da Casa Branca, ao receber o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, Trump reafirmou que "é um mau acordo", mas não antecipou sua decisão.

Netanyahu anunciou que Israel conseguiu 55 mil páginas de documentos comprovando que o regime dos aiatolás construiu instalações clandestinas para esconder suas centrífugas e continuar desenvolvendo armas atômicas.

"Os dirigentes iranianos tem negado frequentemente terem tentado obter armas nucleares. Nesta tarde, estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mente. Depois de assinar um acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou os esforços para esconder seus arquivos secretos. Mesmo depois do acordo, o Irã continuou a preservar seu conhecimento em matéria de armas nucleares para uso futuro", denunciou o primeiro-ministro israelense.

Não é a análise dos principais serviços secretos da Europa e dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que consideram positivo o acordo e entendam que o Irã está respeitando seus termos.

Em visita à Casa Branca na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, reconheceu que o acordo não limita o desenvolvimento de mísseis pelo Irã, mas propôs uma "ampliação do acordo", sob o argumento de que não faz sentido acabar com um acordo existente sem negociar outro que o substitua.

Macron deixou os EUA acreditando que Trump vai rejeitar o acordo. Na sexta-feira passada, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, também foi a Washington defender o acordo. A declaração de Netanyahu tenta bombardear a posição europeia.

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