segunda-feira, 31 de março de 2008

China recebe a chama olímpica em Beijim


A chama olímpica chegou nesta noite à China em vôo que saiu de Atenas na Grécia para Beijim, onde a lanterna com a chama foi levada até a Praça da Paz Celestial, superprotegida contra possíveis manifestações de protesto.

Lá, começa o revezamento que levará a tocha a dezenas de países numa distância total de 137 mil quilômetros até voltar a Beijim para a cerimônia de abertura da Olimpíada, em 8 de agosto de 2008, no Estádio Olímpico.

O primeiro-ministro Wen Jiabao repetiu a oferta de abertura de diálogo com o Dalai Lama, se o líder espiritual do Tibete, um misto de deus e rei, reconhecer que o Tibete e Taiwan são partes inseparáveis do território da China.

Tenzin Giatso, o 14ª Dalai Lama, reafirma ser contra a violência e apenas a favor de uma autonomia regional que o Tibete tem no papel mas não na prática do regime comunista chinês, que não abre muito espaço para autonomias regionais.

Diretor da CIA: "Ameaça ao Ocidente vem do Afeganistão e Paquistão"

A situação na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, onde estariam refugiados Ossama ben Laden e a cúpula da rede terrorista Al Caeda, é "uma clara ameaça" ao Ocidente, afirma o almirante Michael Hayden, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), o principal serviço de espionagem dos Estados Unidos.

O diretor da CIA acusa os terroristas de recrutarem a treinarem militantes de aparência ocidental para burlar a segurança em fronteiras e aeroportos.

"É evidente para nós que nos últimos 18 meses Al Caeda estabeleceu um refúgio seguro na fronteira afegã-paquistanesa como não tinha antes e que está atraindo novos recrutas para treinamento na região", declara Hayden. "Eles serão capazes de passar sem ser detectados em nossos aeroportos."


Há uma grande pressão dos EUA sobre o novo governo do Paquistão, formado pelo parlamento eleito em 18 de fevereiro, para que continue a combater o terrorismo e permita operações das Forças Armadas americanas.

O novo governo paquistanês, uma aliança do Partido Popular Paquistanês, da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto, com a Liga Muçulmana do Paquistão do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, quer negociar com os extremistas muçulmanos. Eles tiveram pouquíssimos votos mas lutam ferozmente.

Desde o assalto à Mesquita Vermelha, em Islamabad, em julho de 2007, em que pelo menos 173 pessoas morreram, os jihadistas travam uma guerra contra o governo paquistanês, cometendo atentados terroristas que só neste ano causaram mais de 500 mortes.

Neste fim de semana, o novo primeiro-ministro do Paquistão, Youssaf Raza Gilani, afirmou que a luta contra o terrorismo é uma prioridade de seu governo. Mas ele acredita que negociações de paz e programas de ajuda são mais eficientes do que soluções militares.

domingo, 30 de março de 2008

Morre fotógrafo do genocídio no Camboja

O repórter fotográfico cambojano Dith Pran, que trabalhou para o jornal americano The New York Times no Sudeste Asiático nos anos 70 e foi um dos personagens do filme Os Gritos do Silêncio, morreu hoje aos 65 anos de câncer no pâncreas.

Durante a Guerra do Vietnã (1964-75), o Camboja foi duramente bombardeado pelos Estados Unidos porque era usado pelo guerrilheiros vietcongues como atalho para sair do Vietnã do Norte e atacar o Vietnã do Sul através da chamada Trilha de Ho Chi Minh, nome do líder da revolução vietnamita.

Em 1970, com apoio dos EUA, o general Lon Nol derrubou o chamado Príncipe Vermelho, Norodom Sihanuk, acusando-o de ser aliado do regime comunista do Vietnã do Norte. Isso levou ao surgimento de um grupo marxista ultra-radical de orientação maoísta, o Khmer Vermelho.

Duas semanas antes da queda de Saigon, a capital do Vietnã do Sul, em 16 de abril de 1975, o Khmer Vermelho entrou em Phnom Penh e instalou seu reino de terror. Em pouco menos de quatro anos, dois milhões de cambojanos foram mortos ou submetidos a programas de reeducação, no pior genocídio depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

Dith Pran foi enviado para um dos centros de reeducação no interior do Camboja, sendo submetido a trabalhos forçados e a uma dieta de uma colher de sopa de arroz por dia.

O repórter do NY Times com quem trabalhara, Sydney H. Schanberg, contou a história ao mundo e conseguiu retirar a mulher e os filhos de Dith do Camboja.

Em 3 de setembro de 1979, o fotógrafo conseguiu escapar fugindo por terra do país, na época ocupado pelo Vietnã, que derrubara o governo genocida do Khmer Vermelho em 9 de janeiro de 1979. Chegou à Tailândia, de onde foi para os EUA, tornando-se em 1980 fotógrafo do NY Times.

França manda avião para resgatar Ingrid

Um avião Falcon 900 do governo da França com equipamento médico para atender emergências está na Guiana Francesa pronto para levar a ex-senadora e ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt para Paris.

Ingrid, que tem dupla nacionalidade e também é francesa. foi seqüestrada há mais de seis anos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), quando fazia campanha eleitoral pedindo paz. Ela está muito doente, com hepatite B e leishmaniose, foi atendida quatro vezes por médicos nos últimos meses e poderia morrer a qualquer momento.

Sob intensa pressão internacional para evitar uma tragédia, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, assinou quinta-feira à noite um decreto anistiando centenas de guerrilheiros presos, uma das exigências da guerrilha para libertar a ex-senadora.

Muktada al-Sader ordena recuo de suas forças

Depois de cinco dias de combates ferozes contra forças do governo, o aiatolá Muktada al-Sader, um dos homens mais poderosos do Iraque, ordenou seu Exército Mehdi, a maior milícia em atividade no país, que recue e "colabore com o governo".

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que comanda pessoalmente a ofensiva governamental, tinha dado prazo até sábado pela manhã às milícias xiitas que dominavam Bássora, a segunda maior cidade iraquiana, para se render e entregar as armas. Diante, da resistência, ampliou o prazo até 8 de abril e ofereceu dinheiro em troca das armas.

A Força Aérea dos Estados Unidos entrou em ação na sexta-feira, bombardeando redutos dos milicianos, sobretudo do Exército Mehdi. Ontem, foi a vez das forças britânicas, que somam 4,1 mil soldados, de avançar rumo a Bássora. Mas elas não têm planos para retomar a cidade, que esteve sob seu controle após a invasão americana.

No final da ofensiva fracassada, que terminou com um empate entre o governo e um grupo armado declarado ilegal e "pior do que Al Caeda" pelo primeiro-ministro, o grande vencedor é Muktada al-Sader, na opinião da revista Foreign Policy um dos grandes beneficiários da invasão americana no Iraque.

Governo do Zimbábue adverte oposição

Pouco depois do início da contagem de votos das eleições de ontem no Zimbábue, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), principal partido de oposição, proclamou-se vencedor. Mas o governo, que colocou as Forças Armadas de prontidão, acusou a oposição de golpismo.

"Isso se chama golpe de Estado, e todos nós sabemos como lidar com golpes, advertiu o porta-voz governista George Charamba à imprensa oficial do regime.

O presidente Robert Mugabe, no poder desde a independência, em 1980, tenta o sexto mandato consecutivo. Desde a criação do MDC, em 1999, seu governo se tornou cada vez mais ditatorial, promovendo a invasão de terras, o confisco de propriedades e a destruição de aldeias de maioria oposicionista.

Europa sem fronteiras já tem 24 países

A Europa sem fronteiras internas criada pelo Acordo de Schengen incorporou neste domingo, 30 de março, mais nove países-membros da União Européia: Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia e Malta.

Só estão fora a Irlanda e o Reino Unido - que optaram por não aderir por causa do terrorismo na Irlanda do Norte -, e Chipre, Bulgária e Romênia, que ainda não completaram os procedimentos necessários para entrar no Espaço Schengen. Ao todo, são 3,6 milhões de quilômetros onde vivem mais de 400 milhões de pessoas.

Dois países que não pertencem à UE - Noruega e Islânia - integram a Europa sem fronteiras, onde é possível viajar livremente sem apresentar passaporte na fronteira.

sábado, 29 de março de 2008

Ruralistas retomam greve na Argentina

Diante do fracasso da primeira negociação com o governo Cristina Kirchner, os produtores rurais da Argentina decidiram neste sábado reiniciar a greve e o bloqueio de estradas interrompido ontem depois de 16 dias de protesto.

Os fazendeiros e pequenos agricultores exigem o fim de um aumento no imposto sobre exportações, que, no caso da soja, passou de 27% para 40%, praticamente eliminando o lucro do negócio.

A pausa permitiu o reabastecimento dos grandes centros urbanos, onde já começava a faltar comida.

Muktada não entrega armas do Exército Mehdi

Em aberto desafio ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki, o aiatolá rebelde Muktada al-Sader advertiu neste sábado que só entregará as armas do seu Exército Mehdi, a maior milícia em atividade no Iraque, a um "governo independente", sugerindo que o atual é fantoche dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro permanece em Bássora, a segunda maior cidade iraquiana e centro da indústria do petróleo, comandando a ofensiva contra as milícias xiitas que controlam a região. Maliki chegou a acusar os milicianos liderados por Al-Sader de "piores do que Al Caeda".

As autoridades iraquianas prorrogaram o toque de recolher em Bagdá e Bássora por tempo indeterminado.

Em cinco dias de combate, pelo menos 300 pessoas morreram.

Oposição canta vitória no Zimbábue

Logo após o início da apuração, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC, do inglês) anunciou sua vitória nas eleições presidencial, legislativas e municipais deste sábado no Zimbábue, onde a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Popular (ZANU-FP) está no poder há 28 anos, desde a independência do país do Império Britânico.

O governo afirma que os resultados oficiais só serão divulgados na segunda-feira.

EUA melhoram comunicação de Apaches

O Exército dos Estados Unidos devem concluir em abril de 2008 a instalação de equipamento de telecomunicações de freqüência múltipla L-3 Communications Systems-West (CS-West) nos seus helicópteros de combate Boeing AH-64D Apache Block I e II.

Com o Tactical Common Data Link (TCDL) e o receptor de freqüências múltiplas instalado no terminal de vídeo remoto do Exército, os tripulantes dos AH-64D terão melhores condições de verificar sua posição.

Mugabe: "Oposição jamais ganhará no Zimbábue"

O ditador Robert Mugabe, de 84 anos, no poder desde 1980, votou neste sábado advertindo que "a oposição jamais ganhará as eleições no Zimbábue. É melhor que aceite logo a derrota".

Com medo da onda de violência que assolou o Quênia no início do ano, depois da fraude na eleição presidencial de 27 de dezembro, Mugabe colocou as Forças Armadas de prontidão. Seus comandantes advertiram a oposição, ecoando as palavras do ditador.

No pior estilo ditatorial, alertaram que a violência não será tolerada, como se a grande ameaça não fosse deles mesmo.

Isso não impediu que o candidato do Movimento pela Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, declarasse a "vitória do povo". O terceiro candidato é o ex-ministro das Finanças Simba Makoni.

"Tememos o pior", receia Noel Kututkwa, líder de uma rede de 40 organizações não-governamentais que tentam fiscalizar a lisura das eleições, na ausência de observadores internacionais. "A maioria dos indícios nos tornam pessimistas".

Cubanos já podem ter seu próprio celular

As reformas do novo presidente de Cuba, Raúl Castro, avançam em marcha lenta. Mas já mexem com a vida quotidiana dos cubanos.

Depois do computador pessoal e dos aparelhos de televisão de 19 e 24 polegadas, os cubanos vão poder comprar telefones celulares e ter contas em seus próprios nomes. Até agora, como era proibido, eles tinham de pedir a outras pessoas, estrangeiros ou funcionários com o privilégio de acesso ao celular.

Todas as contas serão pré-pagas.

Espera-se agora que o governo autorize os cubanos a se hospedar em hotéis, viajar ao exterior e utilizar a Internet.

Por incrível que pareça, no paraíso socialista, o acesso à rede mundial de computadores é proibido.

Produtores saem pessimistas da Casa Rosada

As entidades agrárias da Argentina saíram desapontadas da primeira reunião de negociações com o governo Cristina Kirchner depois do fim ontem de uma greve de 16 dias.

Os produtores rurais paralisaram suas atividades em protesto contra o aumento do imposto sobre exportações. No caso da soja, a taxação passou de 27% para 40%, engolindo quase todo o lucro de fazendeiros e agricultores.

Insatisfeitos, os produtores prometerem rediscutir o reinício das greves e do bloqueio de estradas. O governo marcou nova reunião para segunda-feira.

As perdas totais causadas pela paralisação são estimadas em 2,35 bilhões de pesos argentinos, quase US$ 750 milhões.

Bush amplia poder de fiscalização do Fed

O governo George Walker Bush propõe nesta segunda-feira a ampliação dos poderes de fiscalização do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, para tentar evitar crises financeiras como a atual, iniciada pela inadimplência dos tomadores de empréstimos para compra de casa própria com problemas de crédito no passado.

Como não quer maior regulamentação, o governo americano optou dar mais poderes de investigação para o banco central examinar o que os bancos estão fazendo.

Um novo plano está sendo preparado para ajudar os mutuários que não estão conseguindo pagar as prestações da casa própria e devem mais do que o valor do imóvel, por causa da desvalorização causada pela crise.

A Administração Federal de Habitação vai estimular a renegociação dos contratos com a redução dos juros e do total da dívida. Em troca, as instituições financeiras que aceitassem renegociar receberiam ajuda do governo federal dos EUA para sanar seus problemas.

Produtores rurais suspendem greve na Argentina

Depois de um discurso conciliador da presidente Cristina Kirchner, as quatro entidades de produtores rurais da Argentina decidiram, na sexta-feira, 28 de março de 2008, suspender a greve e o bloqueio de estradas, que duraram 16 dias.

A presidente prometeu diálogo, se a paralisação fosse suspensa. Os ruralistas protestam contra o imposto sobre exportações de grãos, adotado para conter o crescimento nos preços internos dos alimentos, puxada pela inflação mundial nos preços dos produtos primários.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Forças Armadas do Zimbábue entram em alerta

Na véspera das eleições deste sábado, as Forças Armadas do Zimbábue entraram em estado de alerta, temendo que uma vitória do governo provoque grandes manifestações de protesto da oposição, que tem fortes suspeitas de fraude. Há o risco de uma situação semelhante à vivida pelo Quênia no início do ano.

O presidente Robert Mugabe, um herói da independência, que está no poder desde então, em 1980. Nos últimos nove anos, desde o surgimento do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), primeira ameaça real a seu poder, Mugabe age ditatorialmente. Ele acusa a oposição de ser fantoche da minoria branca e agente do imperialismo britânico e americano.

"Nunca mais o Zimbábue será uma colônia", foi o mantra que o ditador repetiu ao longo da campanha, como se esta fosse uma questão real.

Com uma inflação de 150.000% ao ano, a maior do mundo, a economia do país que já foi chamado de "celeiro da África" está em ruínas, com desemprego elevado e desabastecimento. A expectativa de vida caiu para menos de 50 anos tanto para homens como para mulheres.

A oposição está dividida entre duas candidaturas. Morgan Tsvangirai, do MDC, um partido nascido dos sindicatos, e o ex-ministro das Finanças Simba Makoni, um dissidente do partido do governo, prometem se aliar caso haja segundo turno.

Esta divisão favorece a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Popular (ZANU-PF), no poder desde que os rebeldes liderados por Mugabe derrotaram o regime de supremacia branca liderado por Ian Smith.

EUA bombardeiam milícias xiitas no Iraque

A Força Aérea dos Estados Unidos bombardeou hoje as milícias xiitas que resistem em Bássora, no Sul do Iraque, no quarto dia de uma ofensiva governamental para retomar o controle da segunda cidade mais importante do país.

Diante da resistência, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki recuou, ampliando em mais 10 dias, até 8 de abril, o ultimamento que venceria na manhã deste sábado para que os milicianos xiitas se rendam. Também ofereceu dinheiro em troca das armas.

Pelo menos 180 pessoas morreram em quatro dias de ferozes combates que ameaçam a trégua declarada em agosto de 2007 pelo aiatolá Muktada al-Sader, chefe do Exército Mehdi, a maior milícia em atuação no Iraque, que recebe apoio e armas do vizinho Irã.

Mais uma vez, a ultraprotegida Zona Verde de Bagdá, onde ficam a sede do governo, o comando militar americano e as embaixadas, foi atingida por foguetes e morteiros, inclusive o escritório de um dos dois vice-presidentes, matando um funcionário. O ataque foi atribuído às forças de Al-Sader.

Em um sinal da divisão dos xiitas, na cidade sagrada de Carbalá, milhares de pessoas saíram às ruas em apoio a Maliki, enquanto na Cidade de Sader, um bairro xiita da periferia sul da capital iraquiana, o primeiro-ministro era acusado de ser um "ditador" e "fantoche dos EUA".

Colômbia aceita trocar rebeldes por Ingrid

Numa dramática mudança política, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, está disposto a anistiar e libertar centenas de guerrilheiros em troca dos reféns mantidos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), especialmente a ex-senadora e ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.

Com hepatite B e leishmaniose, o estado de saúde de Ingrid é gravíssimo e o governo colombiano está sob forte pressão internacional para negociar sua libertação.

Desde o início do ano, as FARC soltaram seis ex-parlamentares mantidos como reféns há anos. Mas reluta em libertar Ingrid, a refém mais valiosa, para obter em troca centenas de guerrilheiros presos.

Ontem à noite, Uribe assinou um decreto autorizando a libertação dos presos, se as FARC libertarem Ingrid. Os guerrilheiros presos ou que queiram abandonar a luta armada poderiam pedir asilo político à França para evitar possíveis represálias.

Governo argentino ameaça prender grevistas

Na mais dura ameaça até agora, o chefe da Casa Civil do governo da Argentina, o poderoso Anibal Fernández, que ocupa o cargo desde o governo Néstor Kirchner, deu um ultimato para que os produtores rurais em greve suspendam o bloqueio das estradas: "Quem não liberar as estradas será preso."

No final da tarde de ontem, a presidente Cristina Kirchner adotou um tom mais conciliatório, prometendo abrir diálogo assim que as rodovias sejam reabertas.

A proposta partiu do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. O governo recorreu aos governadores para intermediar a crise provocada pela imposição de impostos de exportação sobre as vendas de grãos ao exterior, com o objetivo de controlar os preços internos.

Os ruralistas ficaram de dar uma resposta hoje, quando o movimento completa 15 dias.

Bush apóia ofensiva contra milícias no Iraque

O presidente dos Estados Unidos voltou a defender ontem sua decisão de invadir o Iraque, afirmando que pouco mais de um ano depois da queda de Saddam Hussein houve uma transformação política de um "pesadelo totalitário" para o país com "a Constituição mais democrática do mundo árabe".

Milícia xiita ataca oleoduto no Iraque

O Exército Mehdi, a maior milícia do Iraque, controlada pelo aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader, desafiou o ultimato do primeiro-ministro Nuri al-Maliki e atacou um oleoduto a sete quilômetros da cidade de Bássora, no Sul do Iraque, região por onde passam 80% do petróleo exportado pelo país. Em conseqüência, o preço do barril de petróleo voltou a passar de US$ 107.

Pelo menos 105 pessoas morreram nos três primeiros dias da ofensiva ordenada por Maliki contra as milícias xiitas que disputam o poder em Bássora. O primeiro-ministro deu prazo até sábado pela manhã para as milícias se renderem.

Num desafio ao governo e às forças de ocupação dos Estados Unidos, milhares de xiitas saíram em passeata no bairro perifério Cidade de Sáder, em Bagdá, protestando contra a ofensiva no Sul do Iraque.

Também houve ataques atribuídos à milícia de Sader contra a ultrafortificada Zona Verde de Bagdá, onde ficam a sede do governo, o comando militar dos EUA e as embaixadas.

Um bombardeio aéreo americano matou pelo menos 30 pessoas em Hilla. Houve combates ainda em Amara e Carbalá.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Espanhóis descobrem mais antigo europeu

Havia seres humanos na Europa há 1,2 milhão de anos, revelaram pesquisadores espanhóis. Hoje os cientistas apresentaram a mandíbula do mais antigo europeu encontrado até agora. A escavação foi feita em Atapuerca, no Norte da Espanha.

O mais antigo hominídeo conhecido nasceu no Chade, no coração da África, há sete milhões de anos. Seus descentes migraram para a Europa e a Ásia, onde evoluíram em espécies diferentes.

Até agora, acreditava-se que os mais antigos homens tinham vivido no continente europeu há um milhão de anos. A descoberta de Atacuerpa muda a pré-história da Europa.

Leia mais na revista científica Nature.

Rússia cria problemas de visto para BP

Na guerra das autoridades da Rússia contra o Reino Unido e na tentativa do governo Vladimir Putin de retomar o controle total do setor de energia, 148 funcionários da British Petroleum enfrentam problemas de visto.

A Rússia vem fustigando o Reino Unido de diversas maneiras desde que um ex-agente russo, Andrei Lugovoi, agora eleito deputado, foi denunciado criminalmente pela Justiça britânica pela morte de outro ex-gente, Alexander Litivinenko, envenado com o elemento radioativo polônio-210 em novembro de 2006, em Londres.

Piqueteiros enfrentam panelaço na Argentina

Os piqueteiros que apóiam o governo Cristina Kirchner enfrentaram os manifestantes que faziam um panelaço, inicialmente ao redor do Obelisco, na Avenida 9 de Julho, no coração de Buenos Aires, em protesto contra o desabastecimento e em apoio à greve dos produtores rurais contra os impostos sobre exportações.

Houve momentos de conflitos, sem que a polícia da capital argentina, ausente nas duas noites de panelaço, interviesse. Alguns manifestantes saíram feridos.

Japão e Coréia do Sul não querem mozzarella

O Japão e a Coréia do Sul suspenderam as importações de mussarela de búfala da Itália, por suspeita de contaminação por dioxina, uma das substâncias mais tóxicas que existe.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tata Motors compra Jaguar e Land Rover

Em mais uma prova de que a globalização está criando empresas transnacionais de países do antiga Terceiro Mundo, a fábrica de automóveis indiana Tata Motors, famosa por fazer o carro mais barato do mundo, comprou da Ford duas marcas britânicas de veículos de luxo: Jaguar e Land Rover.

A Tata pagou US$ 2,3 bilhões, quase a metade do a Ford gastara na compra. Comprometeu-se a manter as três fábricas e os centros de engenharia das empresas na Grã-Bretanha pelo menos até 2011.

Maliki dá ultimato a milícias xiitas no Iraque

No segundo dia de uma ofensiva contra milícias xiitas em Bagdá e Bássora, as duas principais cidades do Iraque, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki deu prazo de 72 horas para que elas se entreguem.

Maliki está comandando pessoalmente as operações em Bássora. O líder da principal milícia, conhecida como Exército Mehdi, o aiatolá rebelde Muktada al-Sader, pediu ao primeiro-ministro que voltasse para Bagdá e resolvesse a questão pacificamente.

O ataque ameaça a trégua ordenada por Sader em agosto do ano passado, um fatores da queda do número de mortes na guerra do Iraque.

China já prendeu 660 tibetanos

A China anunciou hoje que 660 pessoas foram presas nas últimas duas semanas por causa dos violentos protestos do movimento pela liberdade do Tibete.

O governo tibetano no exílio denuncia pelo menos 140 mortes. Na contagem do governo chinês, só morreram 22 "civis inocentes", o que significa chineses da etnia hã, dominante no país, que foram alvo da violência no Tibete.

Para alegar que não há censura, a China organizou uma visita guiada de 26 jornalistas estrangeiros que só podiam filmar, fotografar e falar com pessoas escolhidas pelos chineses. A rede de televisão pública britânica BBC e o jornal americano The New York Times não foram convidados

Mesmo assim, os correspondentes do Financial Times e do Wall St. Journal constataram um clima de enorme tensão entre tibetanos e chineses étnicos, uma desconfiança mútua entre as comunidades. Elas convivem por força de uma política de migrações forçadas do regime comunista chinês para assimilar o Tibete. É o que o Dalai Lama chama de "genocídio cultural".

Por mais que o governo chinês se esforce para indicar o contrário, o clima é de guerra em Lhassa, a capital tibetana. Há um profundo mal-estar entre as comunidades que vai durar muito tempo.

Lhassa é uma cidade parcialmente devastada e tomada por tropas e tanques.

Quando os jornalistas convidados pelo regime comunista chinês falavam com monges num mosteiro, um deles furou o bloqueio da censura e lamentou chorando, dizendo que nem os monges nem o Dalai Lama são responsáveis pela violência no Tibete. Logo, foi afastado pelos guias chineses. O mosteiro foi imediatamente cercado pela polícia.

Em Nova Déli, a capital da Índia, o Dalai Lama elogiou a visita dos jornalistas mas pediu "total liberdade" para que eles possam dizer o que realmente pensam sobre o Tibete.

O presidente do Parlamento do Tibete no exílio, Karma Chophel, falou no Parlamento Europeu. Ele declarou-se a favor da realização da Olimpíada na China, mas exigiu respeito ao direito e às leis internacionais. Quanto a um possível boicote, observou que deve ser uma decisão baseada na consciência de cada pessoa e cada país.

No plenário, os eurodeputados usaram camisetes com os anéis olímpicos substituídos por algemas. O presidente do Parlamento Europeu aconselhou os chefes de Estado e de governo a boicotar a cerimônia de abertura dos Jogos de Beijim, em 8 de agosto, se a China não dialogar com o Dalai Lama.

McCain quer Brasil e Índia no G-8, sem Rússia

O candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, senador John McCain, defendeu hoje uma política externa americana baseada no liberalismo e na promoção da democracia.

McCain propôs transformar o Grupo dos Oito em "um clube das grandes democracias, incluindo o Brasil e a Índia, e excluindo a Rússia", que acusou de "chantagem nuclear e guerra cibernética". Deixou de fora a China, que não faz parte do G-8 (EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia).

Argentinos fazem panelaço contra Cristina

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, rejeitou ontem qualquer negociação com os produtores rurais, em greve há duas semanas contra as restrições à exportação impostas pelo governo para tentar controlar a inflação. É a primeira crise grave de seu governo.

Depois que Cristina declarou que a greve era contra a sociedade e não contra o governo, a classe média saiu às ruas de Buenos Aires e de outras cidade batendo panelas vazias num protesto contra o desabastecimento.

Sarkozy quer Brasil, Índia e China no G-8

Em discurso no Parlamento Britânico, durante uma visita de Estado ao Reino Unido, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeu mandar mais soldados para o Afeganistão e defendeu a ampliação do Grupo dos Oito (maiores potências industrias democráticas: EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia), alegando que não se pode resolver os problemas globais sem a China, a Índia e o Brasil.

Sarkozy chegou acompanhado de sua nova mulher, a ex-modelo e ex-namorada de Mick Jagger Carla Bruni. Os tablóides, tradicionalmente de um nacionalismo chauvinista, estamparam fotos eróticas e nus de Madame Sarkozy sob títulos como "Esta é a Carla Bruni que a rainha não vai ver".

Depois do casal ser recebido pela rainha no Castelo de Windsor pela manhã, o presidente francês falou no Palácio de Westminster à tarde.

O chefe de Estado francês começou elogiando o primeiro de todos os parlamentos, uma lição para o mundo inteiro, a origem da democracia parlamentarista.

"É uma honra falar aqui", declarou Sarkozy, herdeiro de Napoleão Bonaparte e do general Charles de Gaulle. "Acredito na força da política para melhorar e modelar o futuro das pessoas".

Seguiu elogiando seus anfitriões: "A força do povo britânico vem da liberdade. Vocês preparados para pagar o mais caro dos preços para defendê-la. Derrotaram a Invencível Armada e outros desafios. Vocês acreditam em vocês. A Batalha da Inglaterra é outro exemplo da luta pela liberdade de espírito, o som e a fúria do Reino Unido. Vocês são verdadeiros consigo mesmo."

A História de mil anos que une a Inglaterra à França desde a invasão normanda de Guilherme o Conquistador, em 1066, até a invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, início da libertação da França na Segunda Guerra Mundial.

"Milhares de britânicos ajudaram a libertar a Europa", acrescentou. "Às vezes, ficamos uns contra os outros porque somos parecidos, temos os mesmos ideais humanos e politicos. Ambos cimentaram a visão de Estados Nacionais e são as melhores encarnações da Europa."

Inimigas durante séculos, a França e a Grã-Bretanha já tinham lutado juntas contra a Rússia na Guerra de Criméia (1854). Em 1905, formaram a Entente Cordiale, que o presidente francês sugeriu mudar de nome para Entente Amicable.

"Temos uma eterna dívida de gratidão", emocionou-se Sarkozy. "A França jamais se esquecerá que os britânicos receberam De Gaulle e a França Livre, e que jovens britânicos lutaram para libertar a França."

Falou, então da proximidade cada vez maior dos dois países e da grande quantidade de franceses que mora no Reino Unido: "Londres é a sétima maior cidade da França".

A União Européia é, para Sarkozy, o instrumento ideal para tratar de questões como a mudança do clima, energia e imigração. "Podemos trabalhar juntos na UE para garantir que a UE tenha um papel central na aprovação de um acordo pós-Protocolo de Quioto."

O líder francês foi recebido num jantar de gala oferecido pela rainha na maior mesa do mundo, no Castelo de Windsor. Ainda teve tempo para discutir comércio internacional, a política agrícola comum de subsídios da UE e a Rodada Doha de liberalização do comércio internacional.

terça-feira, 25 de março de 2008

Afeganistão tem déficit de ajuda internacional

As grandes potências ocidentais não cumpriram suas promessas de ajuda humanitária, denunciam agências internacionais. Esse é o maior obstáculo à pacificação e ao desenvolvimento do país.

Dos US$ 25 bilhões prometidos, cerca US$ 15 bilhões foram efetivamente entregues. Dessa quantia, 40% voltaram aos países de origem como lucro de empresas contratadas e pagamento de profissionais.

Resultado: o Afeganistão continua sendo um dos países mais pobres e atrasados do mundo, terreno fértil para senhores da guerra e o extremismo muçulmano da milícia dos Talebã. Só no ano passado, a guerra matou 6 mil afegãos.

Os Estados Unidos, por exemplo, gastam US$ 100 milhões no combate aos Talebã. Já a ajuda internacional desde que o país foi invadido, em 7 de outubro de 2001, em resposta aos atentados de 11 de setembro, é na média de US$ 7 milhões por dia.

Depois de quase 30 anos de guerra, a contar da invasão soviética de 26 de dezembro de 1979, o Afeganistão depende em 90% de ajuda externa

Anistia denuncia desaparecimento de monges

Quinze jovens monges tibetanos que iniciaram os protestos contra a dominação chinesa em 10 de março foram presos e espancados pela polícia, e estão desaparecidos. A denúncia foi feita ontem em Londres pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.

Leia mais no jornal inglês The Independent.

Sarkozy ameaça boicotar Olimpíada de Beijim

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pressionou hoje seu colega chinês, Hu Jintao, a iniciar um diálogo com o líder espiritual do Tibete no exílio, ameaçando não comparecer 'a abertura da Olimpíada de Pequim.

Medvedev adverte para expansão da OTAN

O presidente eleito da Rússia, Dimitri Medvedev, advertiu ontem que a segurança da Europa estará em risco se as ex-repúblicas soviéticas da Geórgia e da Ucrânia entrarem para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A questão será discutida na reunião de cúpula da OTAN em Bucareste, na Romênia, na próxima semana.

Medvedev está inquieto: "Não estamos gostando de situação na Geórgia e na Ucrânia. Consideramos extremamente preocupante para a estrutura de segurança da Europa."

Ele se justificou: "Nenhum país ficaria satisfeito vendo representantes de uma aliança militar da qual ele não faz parte se aproximando de sua fronteira".

Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, Medvedev prometeu ainda fortalecer o Estado de Direito, combater a corrupção e garantir que a nova riqueza do país se traduza em uma vida melhor para todos os seus cidadãos.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Manifestantes protestam contra Olimpíada

Três ativistas dos Repórteres sem Fronteiras perturbaram hoje a cerimônia onde foi acesa a tocha olímpica, na Grécia, abrindo faixas que pedem o boicote à Olimpíada de Beijim, em protesto contra a violenta repressão contra a revolta no Tibete.

A chama foi acesa em Olímpia, berço dos Jogos Olímpicos, na Antigüidade. Quando o presidente do Comitê Organizador da Olimpíada de Beijim fazia seus discurso, os jovens apareceram atrás dele, com faixas e uma bandeira olímpica com algemas em vez dos anéis olímpicos entrelaçados, que representam os cinco continente numa união universal.

O revezamento da tocha vai passar por 20 países, num roteiro de 137 mil quilômetros até chegar ao Estádio Olímpico de Beijim em 8 de agosto, data de abertura dos Jogos. Deveria ir ao topo do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, e atravessar o Tibete.

Ao comentar o protesto, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, declarou estar preocupado com "os acontecimentos no Tibete" e advertiu que "os Jogos não podem ser realizados num ambiente de violência".

Depois de duas semanas de conflito, o governo tibetano no exílio denuncia que mais de 130 pessoas foram mortas. Os protestos contra a ditadura militar chinesa tendem a aumentar até a Olimpíada de Beijim.

Lee corta impostos e regulamentação na Coréia

O presidente Lee Miung Bak prometeu transformar a Coréia do Sul, terceira maior economia da Ásia, com uma mistura de cortes de impostos, desregulamentação e privatizações. Seu objetivo é um crescimento econômico de 7% ao ano, apesar da crise financeira global.

Lee, ex-diretor-executivo do poderoso conglomerado industrial Hyundai, é chamado de Nicolas Sarkozy sul-coreano. Pretende criar um ambiente mais favorável a investimentos privados.

"Os negócios são a base da economia, é preciso estimular o ambiente de negócios para recuperar a economia", declarou o líder sul-coreano.

Confira a entrevista do presidente Lee ao Financial Times.

Traficantes usam submarinos no Mar do Caribe

Os traficantes de drogas da Colômbia estão usando minissubmarinos para levar até cinco toneladas de cocaína por viagem para os Estados Unidos.

Desde 2002, 23 submarinos clandestinos foram apreendidos por autoridades americanas e colombianas, sendo 13 nos últimos dois anos. Eles faziam o tráfico entre a costa da Colômbia e a América Central ou México, de onde a droga é levada para os EUA.

A previsão da Guarda Costeira americana é de 85 novos submarinos clandestinos em 2008 e outros 120 para 2009.

"Fabricar um submarino desses custa US$ 1 milhão", declarou o comandante da Guarda, Thad Allen. A relativa simplicidade é o segredo de seu sucesso: "Algumas vezes eles são desmontados e remontados em outros lugares, o que torna mais difícil descobri-los.

Total de soldados dos EUA mortos no Iraque chega a 4 mil

Outra bomba colocada à beira de uma estrada em Bagdá matou mais quatro soldados americanos, elevando o total de militares dos Estados Unidos mortos na guerra do Iraque para 4 mil.

As estimativas sobre o total de civis iraquianos mortos variam de pouco mais de 80 mil a centenas de milhares.

domingo, 23 de março de 2008

Americanos esperam recuperação em 2009

Cerca de 60% dos americanos acreditam que a situação econômica dos Estados Unidos será "boa" em 2009, em contraste com 75% que a consideram "ruim" no momento, indica uma pesquisa divulgada pela rede de televisão CNN.

Dos mil entrevistados entre 14 e 16 de março, 83% estão confiantes em que conseguirão manter sua padrão de vida no próximo ano e 85% acham que manterão seus empregos nos próximos seis meses.

Nove em cada dez estão certos de que vão quitar as prestações da casa própria e 83% esperam pagar em dia seus empréstimos educacionais, prestações de automóveis e cartões de crédito no futuro. A dívida média dos cartões de crédito dos entrevistados é de US$ 4 mil.

Aumenta pressão para Hillary Clinton desistir

Ao anunciar seu apoio ao senador Barack Obama, o governador do Novo México, Bill Richardson, mandou um recado claro para que o Partido Democrata "acabe com a luta interna" e "se una em torno do único candidato capaz de unir a nação".

Único governador de origem latino-americana dos Estados Unidos, Richardson é um dos mais influentes superdelegados que vão decidir a disputa na convenção nacional do partido, no final de agosto.

Para o estrategista eleitoral Dick Morris, que trabalhou na campanha de reeleição de Clinton em 1996, "está claro: Obama será o candidato democrata. Não há como Hillary Clinton possa ganhar em delegados ou convencer os superdelegados".

Argentina estuda suspender exportação de carne

Depois de dez dias de protesto no campo por causa do aumento das retenções das exportações agrícolas da Argentina, o governo Cristina Kirchner estuda suspender temporariamente as exportações de carne e talvez também de leite, se a greve dos produtores rurais continuar e houver um desabastecimento desses produtos no mercado interno, informou no sábado o jornal La Nación.

No domingo, o poderoso chefe da Casa Civil do governo argentino, Alberto Fernández, pediu aos governadores das províncias que negociam com o agronegócio para acabar com a greve. Em troca, oferece ajuda para aliviar os custos de insumos e fretes, através de subsídios diretos, benefícios fiscais ou crédito subsidiado.

O presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, confirmou a manutenção da greve por tempo indeterminado e declarou que não iria atrás do governo.

Buzzi reclamou no sábado que nem Fernández nem o ministro da Economia, Martín Lousteau, haviam entrado em contato ainda com as entidades promotoras do protesto no campo para negociar: "Os ministros falam na mídia e tentam manipular a opinião pública", disse o líder ruralista.

Leia mais em La Nación deste domingo.

sábado, 22 de março de 2008

Um por cento dos americanos está na cadeia

Pela primeira vez na História dos Estados Unidos, mais de 1% dos adultos está na cadeia. São cerca de 1,6 milhão de presos. Outros 273 mil detentos estão em prisões locais.

O estudo do Centro Pew revela ainda que um em cada 36 latino-americanos está na prisão. Entre os negros, está proporção cai de um para 15.

Leia mais no jornal The New York Times.

Diário do Povo manda esmagar revolta no Tibete

O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista da China, convoca as forças de segurança do país, a esmagar a revolta dos tibetanos.

Pelos números do regime comunista chinês, o total de mortos na onda de protestos iniciada em 10 de março para lembrar os 49 anos da revolta tibetana de 1959 é de 19, todos civis inocentes da etnia hã, amplamente majoritária na China.

O governo do Tibete no exílio denuncia 99 mortes, 80 em Lhassa, a capital do Tibete, e 19 na província de Gansu, enquanto os militantes tibetanos dentro da China falam em mais de cem, talvez centenas de mortos.

Na sexta-feira, o Diário do Tibete, jornal oficial do regime comunista na província, publicou fotos de 14 militantes procurados pela polícia. Agora, já são 21.

Sarkozy reduz arsenal nuclear da França

A França vai reduzir parte de seu arsenal nuclear, desmontando cerca de um terço das ogivas que seriam lançadas de mísseis instalados em aviões, anunciou ontem o presidente Nicolas Sarkozy, ao lançar um novo submarino atômico, Le Terrible.

"Nosso arsenal nuclear terá menos de 300 ogivas", que descreveu como metade do que a França tinha no auge da Guerra Fria.

Em discurso o porto de Cherburgo, na Normandia, Sarkozy advertiu que, embora no momento só as grandes potências tenham mísseis capazes de atingir a Europa em menos de meia hora, "há países da Ásia e do Oriente Médio que estão desenvolvento esta capacidade".

Leia mais no jornal americano Financial Times

Oposição pró-China vence eleição em Taiwan

Com a promessa de melhorar as relações econômicas com a China, o partido nacionalista Kuomintang (KMT), que governou Taiwan durante a maior parte de sua história independente, venceu a eleição presidencial deste sábado, 22 de março de 2008, em Taiwan, antes conhecida como Formosa. A China considera a ilha uma província rebelde e ameaça invadi-la, se Taiwan declarar a independência.

O presidente eleito, Ma Yang-jeou, baseou sua campanha nos três nãos: não à independência, não à reunificação, não à guerra. Obteve 58% dos votos válidos, contra 42% para Frank Hsieh, do Partido Progressista Democrático (PPD), que governava Taiwan há oito anos.

As chances de Hsieh teriam aumentado nos últimos dias por causa da violenta repressão chinesa às manifestações pela liberdade do Tibete, que teriam provocado mais de cem mortes, um número não-confirmado por fontes independentes.

Se Hsieh ganhasse, o PPD pretendia pedir associação às Nações Unidas para tentar romper o isolamento internacional de Taiwan. Seria um gesto meramente simbólico. A proposta seria fatalmente rejeitada pelo regime comunista chinês, que insiste, tanto no caso de Taiwan como no do Tibete, que "só existe uma China".

Como membro permanente do Conselho de Segurança, a China é uma das cinco grandes potências com direito de veto na ONU.

Líderes de Chipre discutem reunificação

O novo presidente comunista de Chipre, Demetris Christofias, e Mehmet Ali Talat, líder da república turco-cipriota do norte da ilha, não-reconhecida internacionalmente, se reuniram nesta sexta-feira e prometeram começar negociações formais para unificar a ilha, dividida deste 1974. Ele anunciaram a reabertura imediata de uma passagem entre as duas metades do país.

Quando a ditadura militar grega derrubou o presidente Makarios III em 1974, a Turquia ocupou o norte da ilha, cerca de 40% do território e criou uma república que em realidade é um estado federado turco que nunca foi reconhecido, a não ser pela própria Turquia.

Presidente da Câmara dos EUA vista Dalai Lama

O presidente da Câmara dos Representantes, deputada Nancy Pelosi, terceira pessoa mais poderosa na política americana, visitou ontem o Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, no exílio no Norte da Índia para levar seu apoio, diante do conflito da comunidade tibetana dentro da China com o regime comunista.

Uma das maiores críticas da China no Congresso dos Estados Unidos, Pelosi disse que "a situação no Tibete é um desafio para a consciência do mundo."

"Se os amantes de liberdade não denunciarmos os abusos dos direitos humanos cometidos pela China no Tibete, perderemos toda autoridade moral", declarou a presidente da Câmara.

Para a China, trata-se de uma questão interna.

A onda de protestos que começou no Tibete em 10 março para lembrar a revolta tibetana contra o domínio chinês de 1959 se espalhou pelas províncias vizinhas, provocando a morte de mais de cem pessoas.

Na sexta-feira, 21 de março, o jornal oficial chinês Diário do Tibete descreveu o Dalai Lama como "um chacal com face humana e coração de fera". O líder do governo tibetano no exílio, um budista e pacifista, nega qualquer responsabilidade pelas mortes. No mesmo jornal, as autoridades chinesas publicaram fotos de manifestantes procurados pela polícia.

O Tibete está no roteiro do revezamento da tocha da Olimpíada de Beijim, a ser realizada de 8 a 24 de agosto. A tocha será acesa em 24 de março em Olímpia, na Grécia, sede dos Jogos Olímpicos da Antigüidade, e deveria passar pelo Tibete nas próximas semanas.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Conflito no Tibete influencia eleição em Taiwan

O partido nacionalista Kuomintang, de oposição, a favor de relações amistosas com a China, tinha a eleição presidencial do sábado praticamente garantida em Taiwan. Mas a violenta repressão chinesa contra os protestos no Tibete reduziu a vantagem do candidato do KMT, Ma Ying-jeou.

Nos últimos dias, embora as pesquisas estejam proibida nesta reta final, o candidato do Partido Progressista Democrático, Frank Hsieh, encurtou diferença em relação a Ma. O PPD adverte que Taiwan pode ser o novo Tibete. Pretende pedir associação às Nações Unidas. Mas o veto chinês é certo.

A China considera Taiwan uma província rebelde e ameaça declarar guerra se o país, não reconhecido por nenhum que mantém relações com Beijim, declarar independência. Um pilares do regime comunista chinês é o mantra de que "só existe uma China".

Taiwan, antes conhecida pelo nome português, Formosa, foi onde o líder anticomunista Chiang Kai-shek se refugiou depois da vitória da revolução comunista chinesa, em 1º de outubro de 1949.

Ben Laden prega libertação da Palestina

Uma nova mensagem de voz do líder terrorista mais procurado do mundo, Ossama ben Laden, divulgada quinta-feira para marcar o quinto aniversário da invasão do Iraque, prega uma luta "a ferro e fogo" para libertar a Palestina.

"O Iraque é uma boa base para lançar a guerra santa pela libertação da Palestina", conclamou o chefe da rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

A mensagem pede aos "muçulmanos nos países vizinhos" que façam "todos os esforços para apoiar os irmãos mujahedin no Iraque".

Ben Laden disse ainda que seu pronunciamento visava a liberar a Faixa de Gaza, cercada por Israel em retaliação contra os ataques de foguetes do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, ao território israelense.

Para o líder terrorista "o cerco de Gaza é resultado da reunião de Anápolis", uma referência à conferência internacional organizada pelo governo George Walker Bush para tentar relançar o processo de paz entre árabes e israelenses. Ele acusou os árabes que apóiam o plano de "cúmplices nesse crime horrendo".

Ataques em Darfur violam lei humanitária

Os ataques do Sudão contra aldeias da província de Darfur em janeiro e fevereiro "violaram os direitos humanos e as leis humanitárias internacionais", denuncia um relatório das Nações Unidas.

Rússia prende funcionário da BP por espionagem

Em mais uma rodada do conflito com o Reino Unido, deflagrado pelo assassinato em Londres de um ex-agente russo em novembro de 2006, a Rússia prendeu um funcionário da empresa BP-TNK, uma aliança da British Petroleum com uma empresa russa do setor de energia.

Dois irmãos, Alexander e Ilya Zaslavsky, presos em 12 de março, foram acusados de espionagem industral por "coletar informações comerciais classificadas para uma série de empresas de gás e petróleo para obter vantagens concretas sobre seus concorrentes russos".

É mais um dos métodos ditatoriais da antiga União Soviética usados pelo governo Vladimir Putin. O presidente foi diretor do Birô Federal de Segurança, sucessor da temida polícia política soviética KGB (Comitê de Defesa do Estado). Foi o BFS que efetuou as prisões.

Ambos têm dupla nacionalidade. São russos e britânicos ao mesmo tempo. Ilya trabalha para a BP-TNK. Alexander é presidente do Clube de Ex-Estudantes na Grã-Bretanha.

Seria mais um ato da ópera bufa dirigida por Putin, se não fosse trágico. É mais uma jogada do governo Putin para estatizar o setor de energia. Metade da empresa pertence à BP; o resto a três bilionários russos.

O fato da empresa ter 50% de suas ações em poder de um grupo estrangeiros é um anátema no império do czar Putin, que já botou na cadeia o então homem mais rico da Rússia, Mihail Khodorkovski, sob alegações de corrupção e fraude fiscal, crimes provavelmente cometidos por todos os novos ricos russos. Khodorkovski também cometeu o crime de financiar a oposição.

Em janeiro, o Conselho Britânico, um órgão de promoção cultural do Reino Unido, foi obrigado a fechar seus escritórios em São Petersburgo e Iekaterinburgo sob pressão do BFS.

Na Rússia, como na extinga URSS, quem manda ainda é o Kremlin e sua vasta rede de espiões.

Registro do passaporte de Obama foi espionado

Os registros do passaporte do senador Barack Obama foram ilegalmente observados pelo menos três vezes neste ano, admitiu na quinta-feira o Departamento de Estado. Dois funcionários terceirizados foram demitidos por causa da espionagem.

A espionagem aconteceu três vezes, em 9 de janeiro, 21 de fevereiro e 14 de março.

"No momento, estamos tratando o caso apenas como uma curiosidade imprudente", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Sam McCormack.

Indignada, a campanha de Obama exige muito mais explicações: "Esta foi uma quebra ultrajante da segurança e da privacidade, mesmo para um governo que mostrou pouca atenção a ambas nos últimos oito anos", reagiu o porta-voz de Obama, Bill Burton. "O dever do governo é proteger as informações pessoais do povo americano, não usá-las com objetivos políticos."

"Exigimos que se saiba quem olhou a ficha do passaporte de Obama, por que motivos e por que demorou tanto tempo para essa falha na segurançã ser revelada.

A notícia potencialmente bombástica surge no momento em que o senador tenta recuperar o prestígio abalado por duas derrotas para a senadora Hillary Clinton, nos estados de Ohio e do Texas, dia 4 de maio.

Há três dias Obama fez um notável discurso sobre o desafio americano para superar o racismo. Ele pode ser o primeiro negro a conquistar a Presidência dos EUA.

quinta-feira, 20 de março de 2008

China admite que matou tibetanos a tiros

O regime comunista da China admitiu hoje que matou quatro tibetanos a tiros na província de Sichuã, pretextando legítima defesa.

A televisão chinesa mostrou imagens de presos no Tibete sendo humilhados e obrigados a assinar confissões. Eles são acusados de ameaça à "segurança nacional", um argumento típico de ditaduras.

Lhassa, a capital tibetana, é uma praça de guerra ocupada por milhares de soldados chineses. Está fechada para jornalistas e turistas.

Enquanto o governo afirma que 105 tibetanos que participaram de protestos se entregaram às autoridades chinesas no Tibete, o governo tibetano no exílio denuncia mais de mil prisões.

Em Beijim, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores voltou a acusar o Dalai Lama pela violência, responsabilizando o líder espiritual do Tibete, um pacifista, por assassinatos, incêndios criminosos, saques e depredação de lojas.

É uma atitude contraditória porque os dirigentes da China declaram oficialmente estarem prontos a dialogar com o Dalai Lama, se ele renunciar à violência e à luta pela independência do Tibete. Só que o Dalai Lama nunca defendeu a independência do Tibete, que sabe que seria um objetivo irrealizável. O que ele quer é uma real autonomia.

Oficialmente, o Tibete é uma região autônoma dentro da China. Na prática, o regime comunista pratica uma política de migrações forçadas e destruição da cultura e do meio ambiente tibetanos que é a causa da atual revolta popular.

Dalai Lama acusa China de corrupção

Depois de declarar que está pronto para conversar com o presidente Hu Jintao, Tenzin Gyatso, o 14ª Dalai Lama, líder espiritual do tibete, denunciou a corrupção endêmica do regime comunista da China e de seu stalinismo de mercado: "No tempo de Mao Tsé-tung, havia uma ideologia. Havia uma preocupação com os pobres e necessitado. Hoje é só dinheiro, dinheiro, dinheiro... Essa é a grande doença da sociedade chinesa".

Diante das acusações de que organizou a atual onda de violência, o Dalai Lama reafirmou seu compromisso com métodos pacifistas.

O presidente do Parlamento tibetano no exílio, em Daramsalá, na Índia, esclareceu que estão autorizados protestos pacíficos, mas não o uso da força.

O Dalai Lama admite que muitos jovens monges estão impacientes em face da destruição de sua cultura. Gostariam de enfrentar as autoridades chinesas na luta pela independência total. Tenzin Gyasto sabe que é isso é impossível.

Vaticano rejeita acusação de Ben Laden

O Vaticano rejeitou hoje a alegação do terrorista mais procurado do mundo de que o papa Bento XVI esteja envolvido numa nova cruzada contra os muçulmanos.

Ossama ben Laden, o líder da rede terrorista Al Caeda, acusou o papa em mensagem divulgada ontem pela Internet em que ameaçou a Europa pela republicação, na Dinamarca, de uma caricatura do profeta Maomé com um turbante-bomba e por lutar ao lado dos Estados Unidos contra a milícia fundamentalista dos Talebã, no Afeganistão. E prometeu "sérias punições".

Sem responder diretamente, Bento XVI declarou na Quinta-Feira Santa que "o sacerdote deve ser firme e decidido para resistir inclusive aos insultos, em nome de Deus". Há um ano e meio, o papa citou um líder medieval que chamou o islamismo de "uma religião da espada". Isso irritou Ben Laden, que, no seu messianismo demoníaco, não deixa escapar nada.

Arquivos revelam vida de Hillary na Casa Branca

A revelação dos arquivos do governo Bill Clinton desmentem a alegação da senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton que ela era "uma das principais formuladoras da política dos Estados Unidos". Ela usa esse argumento para se apresentar como mais experiente do que o senador Barack Obama, seu rival na disputal pela candidatura do Partido Democrataà Presidência na eleição de 4 de novembro.

Hillary alega ter desempenhado um papel importante na paz na Irlanda do Norte. Mas suas alegações não correspondem aos fatos.

Mas o jogo sujo de Hillary parece estar dando resultado. Pela primeira vez desde o início de fevereiro, uma pesquisa nacional, feita pelo Instituto Gallup, a coloca na frente de Obama, por 49%-42%, na preferência do eleitorado democrata.

Na mesma pesquisa, ambos seriam derrotados pelo candidato republicano, senador John McCain. Mas, nas duas simulações, a vantagem de McCain fica dentro da margem de erro da pesquisa.

Obama denuncia custo da guerra para cidadãos

A Guerra do Iraque custa US$ 100 por dia para cada lar americano, denunciou hoje o senador Barack Obama e, enquanto "a Guarda Nacional está comprometida com a operação no Iraque, não pode ajudar cidadãos americanos atingidos por enchentes na Louisiana ou na Virgínia Ocidental", lembrou o pré-candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos.

"Não contaram toda a verdade sobre essa guerra para vocês", alfinetou Obama, atacando sua "execução incompetente e negligente. Disseram que custaria de US$ 40 bilhões a US$ 60 bilhões, e a reconstrução seria paga com o dinheiro do petróleo iraquiano.

"Já custou pelo menos US$ 500 bilhões, mais do que qualquer outra guerra na História dos Esstados Unidos, com exceção da Segunda Guerra Mundial, e há estimativas de que o custo total possa chegar a US$ 3 trilhões, enquanto empresas como a Halliburton ganham contratos milionários", acrescentou.

O vice-presidente Dick Cheney, um dos grandes defensores da guerra, foi presidente da Halliburton.

Obama também acusou o governo George W. Bush de não honrar os compromissos com os veteranos de guerra.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ben Laden ameaça a Europa em nova mensagem


No quinto aniversário da invasão do Iraque, quem deu a última palavra foi o terrorista saudita Ossama ben Laden. Em gravação divulgada na Internet, o líder da rede Al Caeda (A Base) ameaçou a Europa por apoiar os Estados Unidos na guerra do Afeganistão e pela publicação de caricaturas do profeta Maomé, um anátema para os muçulmanos.

Ben Laden também atacou o papa Bento XVI, declarando que a republicação das caricaturas faz parte de uma nova cruzada de que participa o chefe da Igreja Católica.

Bush defende invasão do Iraque, que faz cinco anos

Em discurso no Departamento da Defesa, o presidente George Walker Bush está defendendo sua decisão de invadir o Iraque e derrubar o ditador Saddam Hussein, há cinco anos, e insistindo em que os Estados Unidos "podem e precisam" ganhar.

Depois de listar as inúmeras atrocidades cometidas pela ditadura de Saddam, Bush argumentou que os Estados Unidos ficaram mais seguros por causa da guerra, como se a infiltração da rede terrorista Al Caeda no Iraque não fosse conseqüência da intervenção americana.

O presidente dos Estados Unidos atribuiu a redução da violência no Iraque desde junho do ano passado à sua estratégia de aumentar em 30 mil soldados o contingente americano no país, que é hoje de cerca de 130 mil homens. Mas isso se deve ao cessar-fogo negociado com o aiatolá rebelde Muktada al-Sader e à proliferação de milícias sunitas que resolveram combater Al Caeda como uma ameaça maior do que os EUA.

Há uma segregação que divide árabes xiitas de árabes sunitas em áreas diferentes, praticamente isolando um grupo religioso do outro.

Bush admitiu que há hoje 90 mil iraquianos "defendendo suas comunidades", mas não reconheceu que na verdade são milicianos sem maior lealdade à idéia de uma união nacional. Afirmou que eles estão lutando pela liberdade, apontando um caminho para o futuro do Oriente Médio.

"Como os adversários da guerra não podem mais alegar que estamos perdendo a guerra", argumenta Bush, "dizem agora que o custo da guerra é caro demais". Está se referindo ao livro A Guerra de Três Trilhões de Dólares, do economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel da Paz.

Se os EUA não vencerem no Iraque, acrescenta Bush, a rede Al Caeda terá uma nova base de onde lançar seus ataques contra os EUA e outros países. Na verdade, o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos recuou em Bagdá e na província de Diala, mas está ativo em Mossul, na região curda do Norte do Iraque, de onde se infiltra em outros países do Oriente Médio, como na batalha que os jihadistas travaram contra o Exército do Líbano no campo de refugiados palestinos de Naher al-Barad na segunda maior cidade libanesa.

O presidente americano afirma que os EUA criaram no Iraque uma democracia que será exemplo na região. Mas essa é uma meia-verdade. Se é evidente que os iraquianos têm maior liberdade de expressão e elegeram os deputados da Assembléia Nacional, o colapso do Estado deixou o país numa situação de total anarquia em que não há segurança.

Um garoto entrevistado pela TV pública britânica BBC na série de reportagens sobre os cinco anos da guerra disse que desde 2003 não pode sair de casa para jogar futebol.

Mais de 4 mil americanos foram mortos no Iraque, entre civis e militares, admitiu o presidente Bush. Pelo menos 82.249 civis iraquianos foram comprovadamente mortos pela guerra, informa o site Iraq Body Count. Outras estimativas falam em centenas de milhares de mortos.

Cerca de 4 milhões de iraquianos, 14% da população, fugiram de suas casas.

No final do discurso, Bush agradeceu aos militares e garantiu que essa guerra "nobre, justa e necessária" só pode terminar com a vitória dos EUA.

Quando a guerra começou, tinha o apoio de 68% do povo americano. Hoje, 66% são contra e 61% querem que o presidente a ser eleito em 4 de novembro retire das tropas dos EUA do Iraque em meses depois da posse.

A maioria dos americanos acredita que a guerra prejudicou a economia dos EUA. Certamente teve um impacto sobre o preço do petróleo, que estava em torno de US$ 30 o barril e chegou a US$ 100, e também sobre o déficit público federal, drenando recursos que poderiam ser usados para estimular a maior economia do mundo, que enfrenta uma série crise, talvez a mais grave desde a Grande Depressão (1929-39).

Além disso, a Guerra do Iraque abalou o prestígio dos EUA no mundo, tornou-se um poderoso instrumento de propaganda e recrutamento para grupos terroristas muçulmanos, fortaleceu a revolução islâmica no Irã e provocou uma profunda divisão entre os EUA e seus aliados europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um dos pilares da ordem internacional do pós-guerra. E o verdadeiro inimigo que atacou os EUA em 11 de setembro, Ossama ben Laden, continua solto.

Morre Arthur Clarke, mestre da ficção científica

O escritor inglês Arthur Clarke, um mestre da ficção científica, autor de 2001: Uma Odisséia no Espaço, morreu ontem aos 90 anos de colapso cardíaco e problemas respiratórios decorrentes de uma poliomielite que o deixou em cadeira de rodas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Clarke trabalhou como um especialista em radares. Ele foi um dos pioneiros a propor a instalação de satélites artificiais de comunicação ao redor da Terra. Nos anos 40, previu que o homem pousaria na Lua até o ano 2000.

Quando o americano Neil Armstrong se tornou o primeiro astronauta a caminhar na Lua, em 1969, agradeceu a Clarke pelo "impulso intelectual" na conquista do espaço.

Ao completar sua "90ª órbita ao redor do Sol", em 16 de dezembro de 2007, ele expressou três desejos: que seres extraterrestres entrem em contato, que o homem se livre do seu vício em petróleo e que a paz chegue ao Sri Lanca, país onde escolheu viver.

Crise deixou bancos dos EUA com papel pintado

No final do século passado, o crescimento da Internet criou um euforia nos Estados Unidos. Jovens ficaram milionários com empresas criadas na garagem ou no laboratório da faculdade.

A American On Line (AoL), empresa que tinha o maior número de clientes de correio eletrônico, o email, comprou uma megaempresa cultural, a Time-Warner, que publica a revista semanal de notícias mais vendida do mundo, o Time, e é dona dos estúdios de cinema Warner Brothers, inclusive dos filmes de Walt Disney.

Em maio de 2000, quando ficou claro que muitas das empresas da Internet não dariam os lucros esperados, os preços das ações dessas empresas desabaram. A economia americana entrou em recessão, isto é, passou a produzir menos riqueza do que antes. Os Estados Unidos continuaram sendo o país mais rico do mundo, mas ficaram um pouco mais pobres.

No meio dessa crise, os terroristas atacaram Nova Iorque e o Departamento da Defesa em 11 de setembro de 2001.

Para restaurar a confiança, o banco central dos Estados Unidos baixou a taxa básica de juros para 1% ao ano e passou a emprestar dinheiro aos bancos a 1,5% ao ano, abaixo da taxa de inflação. Durante meses, deu dinheiro de graça aos bancos.

Os bancos fizeram o que costumam fazer nos países ricos: emprestaram dinheiro. Primeiro, para quem podia pagar; depois, para quem tinha problemas de crédito.

Com dinheiro fácil e barato, muita gente comprou a casa própria. Isso deu trabalho a empresas de engenharia, que contrataram operários da construção civil, gerando empregos e movimentando a economia.

Quem compra casa precisa de móveis, fogão, geladeira, eletrodomésticos, televisão. Tudo isso acelerou o crescimento econômico. Para controlar o aumento de preços, o banco central americano aumentou as taxas de juros até 5,25% ao ano. As prestações da casa própria subiram na mesma proporção. Muita gente não conseguiu mais pagar.

Antigamente, quando um banco ou caderneta de poupança financiava a construção de casas, botava o dinheiro que recebia dos poupadores em casas, apartamentos e terrenos que serviam como garantia de que poderia devolver o dinheiro quando esses poupadores quisessem sacar. Se havia uma crise, o preço dos imóveis caía mas eles continuavam tendo valor porque as pessoas precisam de casas, terrenos e apartamentos.

Na última onda de euforia no mercado imobiliário, os bancos venderam títulos da dívida dos compradores da casa própria que foram comprados por outros bancos dos Estados Unidos e da Europa. Quando ficou claro que muita gente não conseguiria pagar as prestações, ninguém mais quis saber desses títulos.

De uma hora para outra, os bancos ficaram com pilhas de papel pintado que não valia mais nada. É a revelação do tamanho desse prejuízo, que já se aproxima de 300 bilhões de dólares, que provoca a crise atual.

Diante dessa perda, os bancos têm medo de emprestar dinheiro para outros bancos, para empresas e consumidores. Por isso, o banco central dos Estados Unidos começou a baixar a taxa básica de juros, que já está em 2,25% ao ano, abaixo do índice de inflação, o que ameaça gerar uma nova crise para o futuro.

Como os Estados Unidos produzem cerca de US$ 14 trilhões por ano, um quarto da riqueza gerada no mundo inteiro, e compram US$ 800 bilhões a mais do que vendem para o resto do mundo, todos os outros países são atingidos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Fed corta taxa básica para 2,25% ao ano

Em mais uma tentativa de estimular a economia americana, abalada pela crise financeira iniciada com o calote de tomadores de empréstimos para compra de casa própria com problemas de crédito, o Federal Reserve Board, o banco central dos Estados Unidos, cortou hoje sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, de 3% para 2,25% ao ano.

O mercado reagiu favoravelmente, com altas de cerca de 3,5% nas bolsas de valores de Nova Iorque, Londres, Paris e Frankfurt, ajudadas pela publicação dos balanços dos bancos americanos Lehman Brothers e Morgan Stanley, que apresentaram resultados negativos mas acima da expectativa pessismista dos economistas.

Obama condena sermões de pastor racista

Sob intensa pressão para esclarecer suas ligações de 20 anos com o reverendo Jeremiah Wright, que faz pregações racistas na Igreja Unida da Trindade de Cristo, em Chicago, onde se casou e batizou suas filhas, o senador Barack Obama fez hoje na Filadélfia um discurso sobre o racismo.

Filho de um africano negro e de uma americana branca, Obama disse que o simples fato de poder chegar à Presidência dos Estados Unidos reafirma o sonho americano.

Ao contrário do que costumam fazer os candidatos com amigos ou assessores inconvenientes, Obama agradeceu ao pastor por tê-lo convertido ao cristianismo.

Em seguida, lembrou a Convenção da Filadélfia, que aprovou em 1787 a Constituição dos EUA, até hoje um modelo para o resto do mundo. "Os pais da pátria prometiam liberdade, igualdade e justiça", observou Obama, "mas não se livraram do pecado original da escravidão".

Para criar "uma sociedade mais justa, mais livre e mais próspera", o senador por Illinois defendeu um aperfeiçoamento da União: "Não podemos resolver os problemas a não ser juntos. Podemos não parecer iguais, mas queremos ir na mesma direção".

Ele invocou sua própria história: "Meu avô branco lutou na Segunda Guerra Mundial. Minha avó branca fabricou munição. Tenho parentes em três continentes e de todas as raças. Em nenhum outro país do mundo isso é possível", afirmou.

"O povo americano está faminto por essa unidade acima das raças. Ganhei a eleição primária na Carolina do Sul, onde a bandeira da Confederação ainda tremula", acrescentou, falando da bandeira dos estados do Sul, que se revoltaram contra a União quando o presidente Abraham Lincoln aboliu a escravatura, provocando a Guerra da Secessão (1861-65), até hoje o conflito mais marcante da História dos EUA, mais do que as duas guerras mundiais.

Durante a atual campanha, Obama foi acusado "de ser negro demais e de não ser suficientemente negro". Na verdade, ele é mulato. "Mas só nas últimas semanas a questão racial aflorou. O reverendo ofendeu negros e brancos com uma linguagem. Já condenei esses sermões. Sabia que ele criticava as políticas interna e externa dos EUA. Discordo totalmente de suas opiniões".

Há uma profunda distorção na visão de Jeremiah Wright sobre os EUA, raciocinou o pré-candidato democrata: "Ele vê o país como branco e os conflitos no Oriente Médio como fruto dos EUA e não do radicalismo. É um discurso que divide, quando temos de unir brancos, negros, asiáticos e latinos".

Nesse momento, Obama voltou a defender o reverendo: "O homem que conheci há 20 anos me apresentou Cristo, me ensinou a amar o próximo, serviu como fuzileiro naval e ajudou gente que sofre neste país. Não posso abandoná-lo, como não podia abandonar minha avó branca, aquela mulher que me amava e cuidava de mim, quando dizia que sentia medoao cruzar na rua com um homem negro"

Na sua mensagem de unidade, "a América tem de superar a questão racial. Esta não é uma tentativa de desculpar discursos indesculpáveis. Também não se deve desqualificar Geraldine Ferraro", declarou magninimamente, referindo-se da ex-candidata a vice-presidente em 1984 e ex-assessora da campanha de sua rival Hillary Clinton.

Geraldine Ferraro foi pressionada a se afastar depois de comentar que "o senador Obama só está onde está", na liderança da disputa pela candidatura democrata, "por ser negro. Se fosse branco ou mulher, não estaria lá". Ferraro foi acusada de jogar a cartada racial para insinuar que Obama não tem chance de virar presidente num país onde os negros são apenas 12% da população.

"São problemas que este país ainda não resolveu. É uma questão que não podemos ignorar", desafiou. "Há uma raiva que às vezes se manifesta nas igrejas. Não sou ingênuo de pensar que possamos superar isso em uma eleição e com uma candidatura. Precisamos ter fé em Deus e no povo americano. Não temos escolha se quisermos continuar na trilha da união americana. Não podemos ser vítimas do passado."

O futuro dos EUA depende, na opinião do candidato à Casa Branca, de um esforço conjunto para "termos melhores escolas e mais empregos, assumirmos a responsabilidade sobre nossas vidas. Podemos escrever nossa própria história. A sociedade pode mudar. Na visão do reverendo Wright, os EUA são uma sociedade estática, presa a um passado irrevogável".

No mundo pragmático de Barack Obama, há questões reais a serem resolvidas, como melhores escolas e mais justiça: "Seus sonhos não precisam ser realizados às custas dos meus. Não acho que a senadora Hillary Clinton esteja jogando com a questão racial nem que todos os homens brancos vão votar no senador McCain", o candidato do Partido Republicano.

"Há uma opção: podemos nos unir para consertar as escolas que estão desabando, nos juntando para cuidar delas. Eu não estaria me candidatando à Presidência se não acreditasse nessa União".

Merkel discursa no parlamento de Israel

A chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel tornou-se hoje a primeira chefe de governo da Alemanha a discursar na Knesset, o parlamento de Israel.

O Estado judaico completa 60 anos em maio. Foi criado depois da tentativa da Alemanha nazista de exterminar o povo judeu na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Cerca de seis milhões de judeus foram mortos no genocídio conhecido como Holocausto.

Dalai Lama pede fim da violência no Tibete e ameaça renunciar à chefia do governo no exílio

Diante das acusações da ditadura militar chinesa, que o acusa de boicotar a Olimpíada de Beijim, o líder espiritual do Tibete, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, pediu hoje a violência que teria provocado mais de cem mortes, talvez centenas, no confronto de manifestantes contra soldados e policiais da China.

Ele condenou o uso da força pelos dois lados e ameaçou renunciar ao cargo de chefe do governo tibetano no exílio.

Primeiro-ministro da China culpa Dalai Lama pelas mortes no Tibete e finge propor diálogo

Com um discurso típico de ditadura, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, acusou "um pequeno grupo de criminosos" liderados pelo Dalai Lama que "mataram cruelmente pessoas" por "roubos, saques, violência e incêndios criminosos. Eles destruíram veículos, prédios públicos, casas, lojas e escolas".

Em uma rara entrevista coletiva, no encerramento da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o parlamento-fantoche do regime comunista chinês, questionado por repórteres que trabalham para meios de comunicação do Ocidente, Wen foi obrigado a responder.

Depois de meia hora de perguntas inócuas de jornalistas chineses, inclusive exaltando o papel da Internet, que é censurada na China, o chefe do governo de Beijim afirmou que "estes incidentes perturbaram a ordem pública". Na posição oficial chinesa, "tudo foi instigado pelo Dalai Lama. Temos diversas provas de que tudo foi organizado pelo Dalai Lama", afirmou o dirigente chinês, sem apresentar as tais provas.

Wen acusou o Dalai Lama de hipocrisia: "Vejam não apenas o que ele diz, mas o que ele faz", arrematou, ironizando o discurso pacifista de Tenzin Gyatso, nome de batismo do 14º Dalai Lama, a quem acusa por "ataques a embaixadas e consulados" da China no exterior.

Com cinismo e desfaçatez, o dirigente declarou que a China está aberta ao diálogo tanto com o líder espiritual do Tibete quanto com os dirigentes de Taiwan, a ilha que o regime comunista considera uma província rebelde, "desde que eles aceitem o princípio de que suas regiões são partes integrais da China".

Para a ditadura militar chinesa, "a alegação de que querem diálogo e não a independência é mentirosa".

Diante da acusação do Dalai Lama de que a China está cometendo um "genocídio cultural" no Tibete, o primeiro-ministro da China afirmou que "é mentira que estejamos destruindo a cultura tibetana".

Essa é a questão central. Desde que ocupou militarmente o Tibete depois da vitória da revolução comunista, e especialmente depois do massacre da revolta tibetana de 1959, o regime comunista chinês faz uma política de migrações forçadas para assimilar definitivamente o Tibete.

Há hoje no Tibete mais chineses da etnia hã, que são 93% da população total da China, do que tibetanos. Em tese, o Tibete é uma região autônoma. Na prática, a cultura tibetana está em processo acelerado de destruição. Sobrevive graças a uma rede internacional que congrega 153 organizações do Movimento Tibete Livre.

Dentro da visão utilitarista do comunismo chinês, Wen Jiabao argumentandou que "o Tibete tem feito progressos, está se desenvolvendo. Mantemos a estabilidade e a ordem. Continuaremos a apoiar o desenvolvimento do Tibete, a proteger a cultura e o meio ambiente."

Aqui está outra afirmação cínica. A China é hoje o país que mais destrói seu próprio ambiente natural. Em breve, talvez já este ano, supere os Estados Unidos como maior poluidor da atmosfera, para não falar da destruição dos rios e da contaminação do ar em Beijim, que preocupa o Comitê Olímpico Internacional e levou o recordista mundial da maratona, Haile Gebrselassie, a abandonar este prova nos próximos Jogos Olímpicos, em agosto.

Um boicote aos Jogos de Beijim seria uma resposta que a China sentiria. Mas a União Européia e os EUA afastam a possibilidade. Afinal, ninguém quer perder as oportunidades de negócios oferecidas pela economia que mais cresce no mundo. O cinismo político não tem mesmo fim.

Taiwan, a província rebelde que insiste em manter sua autonomia, apesar das ameaças de invasão, elege novo presidente no próximo sábado e pretende pedir reconhecimento às Nações Unidas. Isso a deixa a um passo de uma declaração de independência que para a ditadura militar chinesa equivaleria a uma declaração de guerra.

"É um momento sensível", admite a face visível da sinistra burocracia chinesa. "Queremos manter a paz e a estabilidade, e promover o desenvolvimento econômico dos dois lados do estreito" de Taiwan", disse Wen, reiterando a disposição para o diálogo baseado no princípio de que só existe uma China.

Em seguida, o primeiro-ministro reconheceu que "talvez este seja o ano mais difícil para a economia da China. As incertezas internas e externas tornam mais difícil a tomada de decisões. Precisamos criar 10 milhões de novos empregos por ano e controlar a inflação, a prioridade no momento".

segunda-feira, 17 de março de 2008

Hillary diz que EUA não podem ganhar no Iraque

Ao defender a retirada das tropas americanas do Iraque nesta segunda-feira, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton declarou que é uma guerra que os Estados Unidos "não podem ganhar".

Hillary se apresenta como a única candidata à Casa Branca capaz de acabar com a guerra. Ela acusa seu rival na disputa pela candidatura do Partido Democrata, senador Barack Obama, de só se preocupar com o assunto depois de começar sua campanha.

Obama critica o voto de Hillary no Senado autorizando o presidente George Walker Bush a usar a força para derrubar o então ditador iraquiano Saddam Hussein.

Os ataques de Hillary coincidem com visitas a Bagdá do candidato republicano à Presidência, senador John McCain, defensor da guerra desde seu início, e do vice-presidente Dick Cheney, o verdadeiro poder por detrás do trono, um dos dos grandes responsáveis pela invasão do Iraque.

Ambos defenderam o atual progresso, ou melhor, queda no número de mortos, atribuindo-o à estratégia do presidente Bush de enviar mais 30 mil soldados para a capital iraquiana a partir de fevereiro do ano passado. Mas, na cidade sagrada xiita de Carbalá, uma mulher-bomba matou pelo menos 37 pessoas nesta segunda-feira.

Essa redução da violência se deve muito mais à trégua firmada com o aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader e seu Exército Mehdi, a maior milícia em atuação no Iraque, e aos acordos entre os EUA e milícias xiitas que deixaram a insurgência para enfrentar a rede terrorista Al Caeda, que passaram a ver como um mal maior do que a ocupação americana. Há uma política de segregação que separa árabes sunitas de árabes xiitas e o fortalecimento de milícias que garantem a segurança dessas comunidades.

O novo Exército e a nova polícia do Iraque, sem os quais os americanos não podem se retirar sem jogar o país num caos e anarquia ainda maiores, estão totalmente infiltrados por essas milícias.

A guerra do Iraque completa cinco anos em 20 de março. Em 1º de maio de 2003, Bush anunciou o fim das grandes operações declarando "missão cumprida".

Até hoje, a infra-estrutura não foi reconstruída nem a produção de petróleo, que poderia financiar a recuperação do país, retomada ao nível esperado do país com a segunda maior reserva mundial comprovada do produto.

Cerca de 4 mil militares americanos e centenas de milhares de civis iraquianos foram mortos. Outros 4 milhões, 14% da população total, viraram refugiados internos ou externos.

Tibetanos no exílio falam em centenas de mortes

O governo do Tibete no exílio divulgou nota oficial denunciando que a repressão chinesa contra os protestos em Lhassa causaram centenas de mortes. A China nega ter usado armas letais.

Makoni promete união nacional no Zimbábue

O ex-ministro das Finanças Simba Makoni, um dissidente do partido do governo, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Popular (ZANU-PF, do inglês) promete formar um governo de união nacional e deixar o presidente Robert Mugabe se aposentar e voltar para sua aldeia.

Mas adverte que o atual chefe de Estado, herói da independência que está no poder desde 1980, será submetido "às leis do país".

Depois de massacrar outros heróis da independência, no início dos anos 80, Mugabe consolidou seu poder. Só começou a ser desafiado a partir de 1999, quando o Congresso dos Sindicatos, uma central sindical, criou o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), liderado por Morgan Tsvangirai, outro candidato a presidente.

Desde então, Mugabe tomou uma série de medidas arbitrárias e ruinosas. Hoje o Zimbábue tem a maior inflação do mundo, cerca de 150 mil por cento ao ano. O antigo celeiro da África vive uma crise de desabastecimento, enquanto o ditador culpa os Estados Unidos e o Reino Unido, acusando-os de querer recolonizar o país.

Conservadores ganham eleições no Irã

Com a maioria dos candidatos reformistas, liberais e independentes barrados, os conservadores venceram as eleições parlamentares de sexta-feira no Irã, com cerca de 70% dos votos.

Os conservadores, partidários da revolução islâmica, conquistaram 163 das 290 cadeiras do Majlis (Parlamento). Mas estão divididos entre a corrente mais radical, apoiada pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, e a ala mais pragmática, que discorda de sua gestão econômica e do isolamento a que levou o país com sua obstinação em manter o programa nuclear.

Sem oposição real, porque o Conselho dos Anciães vetou 2,4 mil dos 7,2 mil candidatos, os reformistas, liberais e independentes concorreram em apenas 81 distritos. A disputa ficou entre os aliados de Ahmadinejad e os conservadores mais pragmáticos.

Entre estes últimos, está Ari Larijani, ex-negociador internacional da questão nuclear iraniana. Ele obteve uma vitória esmagadora na cidade sagrada de Com e pode desafiar Ahmadinejad na eleição presidencial de 2009.

O índice de abstenção foi de 40% mas, na capital, chegou a 60%.

"Sua presença épica e poderosa superou os truques do inimigos e transformou a intensa guerra psicológica do inimigo destinada a encorajar uma participação fraca numa bolha inútil", declarou o aiatolá Ali Khamenei, Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica.

Petróleo bate novo recorde a US$ 111,42

O barril de petróleo bateu novo recorde hoje. Está sendo negociado na Ásia a US$ 111,42.

A explicação é a queda do dólar, acentuada pelo último corte de juros anunciado domingo pelo banco central dos Estados Unidos.

O ouro também bate novo recorde.

Bolsas da Ásia voltam a desabar

Com a falência do banco de investimentos Bear Stearns e a queda de cerca de 2% na Bolsa de Nova Iorque na última sexta-feira, as bolsas de valores da Ásia iniciaram suas operações nesta segunda-feira em acentuada queda.

As medidas anunciadas pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentaram o nervosismo dos investidores, que vêem o risco de um colapso financeiro em série, de um efeito dominó no sistema bancário americano,

Em Tóquio, a baixa é de 3,4%; em Hong Kong, de mais de 4,5%.

O euro bateu novo recorde a US$ 1,59 e o dólar atingiu sua cotação mais baixa em 12 anos em relação ao iene japonês, abaixo de 97 ienes.

J P Morgan Chase compra Bear Stearns

O banco J P Morgan Chase anunciou no domingo a compra do que foi o quinto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Bear Stearns, ao preço de US$ 2 por ação. Há cerca de um ano, o preço era de US$ 169, 85 vezes maior.

Na sexta-feira, a delegacia regional de Nova Iorque do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, anunciou uma intervenção conjunta com o J P Morgan Chase, para salvar o Bear Stearns, alvo de uma corrida ao banco. Isso acontece quando os clientes, com medo da falência da instituição, correm para sacar seu dinheiro, provocando ou acelerando seu colapso.

Desde 1930, durante a Grande Depressão, o Fed não intervinha para salvar um grande banco.

O Bear Stearns é mais uma vítima da crise no mercado de crédito hipotecário nos EUA.

domingo, 16 de março de 2008

Fed corta juros de empréstimos a bancos

O Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, cortou a taxa de juros para empréstimos a instituições financeiras de 3,5% para 3,25% ao e aumentou os prazos para alivar a crise de crédito.

Na terça-feira, o Comitê do Mercado Aberto do Fed se reúne para cortar sua taxa básica de juros, hoje em 3%. Há um a expectativa no mercado de mais um corte profundo de até um ou mesmo 1,25 ponto percentual.

Um problema dessas ações drásticas é que o mercado desconfia que a situação seja ainda pior do que se sabe. Afinal, o Fed pode ter informações de que a crise na maior economia do mundo é mais grave.

Para o Brasil e o resto do mundo, a conseqüência de uma grande redução nos juros americanos é uma maior desvalorização do dólar.

Socialistas vencem Sarkozy em eleições locais

Dez meses depois de sua vitória na eleição presidencial, o presidente conservador Nicolas Sarkozy sofreu uma derrota para o Partido Socialista nas eleições municipais na França.

A esquerda manteve a Prefeitura de Paris e conquistou cidades importantes como Estrasburgo e Toulouse.

Em defesa do governo, o primeiro-ministro François Fillon afirmou que as eleições muncipais discutem temas locais que não devem ser confundidos com as grandes questões nacionais. Mas a líder socialista Ségolène Royal, derrotada por Sarkozy na eleição presidencial de 2007, declarou que "o povo francês exige respeito".

McCain vai ao Iraque e democratas se atacam

Para reforçar sua credenciais na área de segurança nacional, o senador John McCain, candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, fez uma visita-surpresa ao Iraque neste domingo, enquando os dois pré-candidatos democratas se atacam com uma ferocidade cada vez maior.

McCain, um dos defensores do reforço de tropas anunciado pelo presidente George Walker Bush em janeiro do ano passado, foi festejar a redução de 60% no número de mortos no Iraque a partir de junho de 2007, em conseqüência desta reforço.

Já o senador Barack Obama passou o fim de semana explicando os sermões incendiários de seu mentor, o reverendo Benjamin Wright, e se defendendo das acusações de ligação com o empresário Tony Rezko, processado por corrupção, e da notícia do jornal Chicago Tribune de que prepara um "ataque frontal" contra sua rival, a senadora Hillary Clinton.

Antes mesmo das acusações virem a público, a campanha de Hillary lançou um ataque preventivo, dizendo que "o candidato que prometeu uma campanha de esperança e renovação" está baixando o nível, como se a ex-primeira-dama não tivesse feito mesmo quando sentiu-se ameaçada por Obama.

A campanha do senador contra-atacou alegando que parece evidente que Hillary está disposta a fazer qualquer coisa para garantir a candidatura.

Hoje o jornal The New York Times anuncia que os 796 superdelegados que darão os votos decisivos na convenção nacional que vai escolher o candidato do Partido Democrata em Denver, no Colorado, no final de agosto, devem se orientar pelo voto popular. Obama teve mais votos do que Hillary nas eleições primárias até agora e dificilmente será superado.

Esse baixo nível ameaça o Partido Democrata, que parecia ter uma eleição garantida para recuperar a Casa Branca depois de dois governos desastrados de Bush.

Dalai Lama acusa China de "genocídio cultural"

O Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, acusa a ditadura militar chinesa de "genocídio cultural, consciente ou inconsciente", para assimilar o povo tibetano dentro da República Popular da China.

Prof. Fred Halliday invoca Vinicius de Moraes

Um dos mais prestigiados acadêmicos e uma das mentes mais brilhantes que conheci, o professor Fred Halliday, encerrou sua carreira como professor da London School of Economics em 30 de janeiro falando sobre As Relações Internacionais na Era Pós-Hegemômica.

Foi uma palestra cheia de referências históricas e teóricas, como Fred costumava fazer, com requintes de teatralidade e do humor desse irlandês nascido a poucos quilômetros ao sul da turbulenta fronteira com a Irlanda do Norte, em Dandalk, uma área de intensa atividade do Exército Republicano Irlandês (IRA).

Filho daquele ambiente revolucionário, criado com a ajuda de uma babá ideologicamente orientada pelo IRA, desde cedo Fred aprendeu a desconfiar de impérios, nacionalismos e religiões, de dogmas, de certezas e de idéias pré-concebidas.

Sem analisar o conjunto da palestra, o que me obrigaria a ouvi-la mais de uma vez atentamente, fiquei particularmente comovido ao ouvir meu orientador dizer que, se tivesse de começar de novo, usaria mais filmes e músicas em suas aulas, ilustrando-a com uma música brasileira.

Para se despedir, em sua mensagem final, invocou o poeta e diplomata Vinicius de Moraes, citando-a como exemplo de como reinterpretar temas clássicos - a música original é do compositor barroco Tomaso Albinoni - à luz de modernidade com fidelidade ao original. E concluiu com os versos do poetinha: "Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não".

Obrigado, Vinicius! Obrigado, Fred Halliday!

Ouça a íntegra da última aula do professor Halliday no site da LSE , onde também está o texto completo.

sábado, 15 de março de 2008

China dá ultimato a manifestantes do Tibete


A ditadura militar da China declarou uma "guerra popular" contra os monges lamaístas e os manifestantes que desde segunda-feira, 10 de março, relembram o aniversário da revolta de 1959 no Tibete, massacrada pelo regime comunista chinês. Deu prazo até segunda-feira próxima para se entregarem às autoridades chinesas, que acusam o Dalai Lama, líder espiritual do Tibete e ganhador do Prêmio Nobel da Paz 1989, pelos protestos.

Na sexta-feira, 14 de março, cerca de mil manifestantes tomaram as ruas do centro histórico de Lhassa, a capital tibetana, depredaram símbolos do poder de Beijim, como o Banco da China e lojas de chineses, e enfrentaram o Exército Popular de Libertação e a polícia de choque.

A capital do Tibete está ocupada por tropas e tanques.

Neste sábado, a televisão chinesa apresentou os primeiros vídeos sobre a batalha em Lhassa. A agência oficial de notícias Nova China disse que 10 pessoas morreram, todas "civis inocentes".

O governo tibetano no exílio declarou em Daramsalá, na Índia, que pelo menos 30 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da China. Mas testemunhas afirmam ter contado pelo menos 67 cadáveres num necrotério em Lhassa.

Grupos de defesa dos direitos humanos denunciam 100 mortes. Os governos dos Estados Unidos, da Austrália e de vários países da Europa fizeram um apelo às autoridades chinesas para que evitem usar a violência. Mas, a julgar pelo Massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 3 a 4 de junho de 1989, quando centenas, talvez milhares, de pessoas foram mortas, na última vez em que o regime comunista foi desafiado em grande escala, a expectativa é de nova matança.

A intenção dos manifestantes e do Movimento Tibete Livre, que tem representantes na Europa e nos Estados Unidos, é intensificar as manifestações até a Olimpíada de Beijim, marcada para 8 a 20 de agosto. O ator hollywoodiano Richard Gere, uma das figuras destacadas do movimento, está propondo um boicote aos Jogos Olímpicos.

Desde o século 13, o Tibete é dominado pela China. Só foi independente durante um curto período, de 1912 a 1950, da criação da República da China até a vitória da revolução comunista, quando o país viveu uma guerra civil e a ocupação japonesa, na Segunda Guerra Mundial, que lá começou antes. Neste período, diversas regiões do interior da China eram dominadas por senhores da guerra.

Em 1931, o Exército Imperial do Japão invadiu e ocupou a Manchúria e, em 1937, o Leste da China, dominando o país até o fim da guerra, em 1945.

Um ano depois da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé Tung, o novo regime ocupou o Tibete, tentando reconstruir o que considerava o território histórico da China. Isso provocou a revolta de 1959, quando Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, fugiu para o exílio no Norte da Índia, onde lidera um governo no exílio.

Desde então, a ditadura militar chinesa adota uma política de migração forçada para mudar a composição étnica do Tibete. Hoje, a maioria da população seria de chineses da etnia hã, que são mais de 90% da população da China, a maior do mundo, com 1,3 bilhão de pessoas.

Os chineses étnicos foram os principais alvos da revolta popular que explodiu ontem na cidade sagrada de Lhassa, centro histórico do lamaísmo, o budismo tibetano. Foram os monges lamaístas que iniciaram os protestos na segunda-feira. Serão eles os principais alvos da reação chinesa.

As autoridades comunistas responsabilizaram o Dalai Lama. Tentam caracterizar a revolta como um movimento ilegítimo orquestrado no Ocidente para prejudicar a imagem da China no momento em que o país se destaca como uma superpotência econômica e organiza a Olimpíada de Beijim.

Explosão destrói arsenal na Albânia

Uma violenta explosão ouvida até nos países vizinhos, a 190 quilômetros de distância, destruiu neste sábado um grande depósito de armas em Tirana, a capital da Albânia.

Pelo menos seis pessoas morreram e outras 250 saíram feridas. O arsenal continha armas e munições antigas, inclusive da Segunda Guerra Mundial.

Anti-semitismo está em alta no mundo

Embora o repúdio ao nazismo seja quase universal, a hostilidade e a discriminação contra judeus está crescendo no mundo, denuncia um relatório do Departamento de Estado americano.

Entre as formas denunciadas de anti-semitismo, estão o discurso que compara o comportamento de Israel no conflito com os árabes ao Holocausto, ataques a pessoas e propriedade, e a profanação de cemitérios judaicos.

Na última década, houve um aumento do número desses ataques.

Chávez telefone para Uribe e consolidar a paz

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, telefonou para seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para consolidar a paz entre os dois países depois da agressiva troca de acusações que se seguiu ao bombardeio que matou em 1º de março, em território do Equador, o subcomandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes.

Eles ficaram de se encontrar na próxima semana e prometeram colaborar para que "nenhum grupo armado ameace qualquer dos dois países", informou o governo da Colômbia ao jornal espanhol El País.

Reyes era o principal contato de Chávez nas negociações para libertar reféns seqüestrados pela guerrilha colombiana. Sua morte provocou a indignação do presidente do Equador, Rafael Correa, um aliado de Chávez que ameaçou ir às "últimas conseqüências".

Dada a fragilidade das Forças Armadas do Equador, essa bravata só faria sentido se Correa pudesse contar com o apoio de Chávez. A Venezuela e o Equador mobilizaram tropas rumo à fronteira da Colômbia.

A crise foi desarmada, com mediação brasileira, numa sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) e na reunião de cúpula do Grupo do Rio em São Domingos, na República Dominicana, em 7 de março. Tanto Chávez quanto Correa apertaram a mão de Uribe na ocasião.

Ontem, parentes de cinco estudantes mortos no ataque ao acampamento das FARC receberam os corpos. Eles denunciaram o bombardeio como "um massacre" e afirmaram que os universitários não eram guerrilheiros.

O presidente Correa reagiu com indignação às críticas do presidente George W. Bush sobre a falta de patrulhamento na fronteira. Isso permitiu às FARC instalar ali um acampamento permanente, como concluiu a missão liderada pelo secretário-geral da OEA, o ex-ministro das Relações Exteriores do Chile José Miguel Insulza: "Por que não manda soldados americanos para patrulhar a fronteira? Ou cala a boca."

Seria pior se Bush aceitasse a provocação.

Pastor radical prejudica candidatura Obama

Um sermão raivoso do pastor Jeremiah Wright, que há 20 anos é o mentor do senador Barack Obama, prejudica o líder da disputa pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, Obama foi obrigado a repudiar o discurso do pastor: "Discordo veementemente e condeno totalmente as declarações que foram objeto desta controvérsia".

Wright afirmou que o "terrorismo" dos EUA provocou os atentados de 11 de setembro de 2001 e que os negros deveriam cantar Deus dane a América em vez de Deus salve a América.

Seus últimos ataques foram contra a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton. Wright disse que, sendo branca e fica, Hillary não é capaz de entender o que significa ser negro e pobre nos EUA, ser chamado de "crioulo" (nigger).

A direita conservadora logo se aproveitou do caso. Obama foi questionado no canal de notícias Fox News, do magnata australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, um dos magnatas da mídia.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Intervenção em banco derruba bolsas de valores

A intervenção do Federal Reserve Board, o banco central dos Estados Unidos, com a ajuda do banco J P Morgan Chase, para salvar o quinto maior banco de investimentos americanos abalou mais uma vez o mercado financeiro.

O Bear Stearns é a nova vítima da crise no setor habitacional nos EUA. Não foi revelado quanto dinheiro será necessário injetar para impedir sua quebra.

Diante de líderes empresarias reunidos do Clube da Economia de Nova Iorque, o presidente George W. Bush tentou passar uma mensagem otimista. Ele prometeu ajuda para refinanciar os contratos de quem corre risco de perder a casa, defendeu a aprovação definitiva dos cortes de impostos de seu governo e advertiu para os riscos de "uma regulamentação excessiva capaz de prejudicar a economia americana a longo prazo".

Com mais um banco em dificuldades, as ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque perderem, em média, 2%.

China ataca e mata manifestantes no Tibete


No quinto dia de protestos para lembrar a revolta tibetana de 1959, a ditadura militar da China enviou o Exército Popular de Libertação e a polícia de choque para acabar com as maiores manifestações dos últimos vinte anos no Tibete.

Centenas de tibetanos ocuparam hoje o centro da capital, Lhassa. Em pouco tempo, a polícia cercou a área e os mosteiros budistas. Os manifestantes apedrejaram os ônibus do Exército Popular de Libertação e a tropa de choque, atacaram lojas de chineses, queimaram carros e bandeiras da China.

As forças de segurança atiraram contra a multidão. Pelo menos 10 pessoas morreram, admite a agência de notícias oficial Nova China. Grupos de defesa dos direitos humanos denunciam cerca de 100 mortes.

Eram 10h30, hora local, quando os tibetanos atacaram com pedras um caminhão militar chinês na Rua Ramoche, no centro da capital, onde há lojas e albergues para turistas, obrigando-o a recuar com o pára-brisa quebrado.

Às 12h30, outro caminhão também teve o vidro dianteiro apedrejado, desta vez na Rua Beijim Leste, a principal da cidade, depois de deixar dezenas de soldados. Mais caminhões trouxeram um total de 150 soldados para enfrentar cerca de mil manifestantes tibetanos concentrados naquela área.

No início da tarde, os tibetanos atacaram, na Praça Barcor, as lojas de chineses do grupo étnico hã, que são mais de 90% da população da China, de 1,3 bilhão. Diversos carros foram incendiados.

Todas as lojas do Distrito Tibetano, o centro histórico de Lhaça, foram depredadas e saqueadas, enquanto os turistas procuravam lugares seguros para fugir da batalha nas ruas da capital. Testemunhas contam ter ouvido diversas explosões, provavelmente de instalações de gás nas lojas destruídas.

A tropa de choque chinesa marchou então rumo ao Templo Jocã, o mais importante do lamaísmo, o budismo tibetano. Lá, os policiais e soldados atiraram nos manifestantes

O governo comunista de Beijim culpou Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, acusando-o de orquestrar as manifestações.

Na Índia, onde vive a maioria dos exilados tibetanos, a polícia reprimiu um protesto na capital, Nova Déli. Enquanto eram arrastados pela política, os manifestantes gritavam: "Tibete livre!"

Houve protestos por todo o mundo. Em Londres, a polícia apenas observou. Diante da Embaixada da China no Reino Unido, os manifestantes gritavam: "Tibete livre! Fora, China!"

Em Washington, o governo americano pediu ao governo chinês que evite usar a violência. Insistiu na abertura de um diálogo entre a China e o Dalai Lama.

O Tibete era uma província do Império Chinês. Quando a República da China foi criada por Sun Yat Sen, em 1912, o Tibete se tornou independente.

A China vivia um período de caos, dominada por senhores da guerra. Vieram a guerra civil e a ocupação japonesa, durante a Segunda Guerra Mundial.

Com a vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé Tung, em 1º de outubro de 1949, o novo regime tratou de reconstruir o que considerava o território histórico da China. Em 1950, os comunistas chineses ocuparam o Tibete.

Uma grande revolta, em 1959, foi massacrada pela República Popular da China. O Dalai Lama fugiu para Daramsalá, no Norte da Índia, de onde lidera um governo no exílio.

Os protestos tendem a se intensificar até a Olimpíada de Beijim, especialmente diante da truculência do regime comunista chinês, que censurou as reportagens das televisões internacionais sobre a batalha campal de hoje em Lhassa.