O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, telefonou para seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para consolidar a paz entre os dois países depois da agressiva troca de acusações que se seguiu ao bombardeio que matou em 1º de março, em território do Equador, o subcomandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes.
Eles ficaram de se encontrar na próxima semana e prometeram colaborar para que "nenhum grupo armado ameace qualquer dos dois países", informou o governo da Colômbia ao jornal espanhol El País.
Reyes era o principal contato de Chávez nas negociações para libertar reféns seqüestrados pela guerrilha colombiana. Sua morte provocou a indignação do presidente do Equador, Rafael Correa, um aliado de Chávez que ameaçou ir às "últimas conseqüências".
Dada a fragilidade das Forças Armadas do Equador, essa bravata só faria sentido se Correa pudesse contar com o apoio de Chávez. A Venezuela e o Equador mobilizaram tropas rumo à fronteira da Colômbia.
A crise foi desarmada, com mediação brasileira, numa sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) e na reunião de cúpula do Grupo do Rio em São Domingos, na República Dominicana, em 7 de março. Tanto Chávez quanto Correa apertaram a mão de Uribe na ocasião.
Ontem, parentes de cinco estudantes mortos no ataque ao acampamento das FARC receberam os corpos. Eles denunciaram o bombardeio como "um massacre" e afirmaram que os universitários não eram guerrilheiros.
O presidente Correa reagiu com indignação às críticas do presidente George W. Bush sobre a falta de patrulhamento na fronteira. Isso permitiu às FARC instalar ali um acampamento permanente, como concluiu a missão liderada pelo secretário-geral da OEA, o ex-ministro das Relações Exteriores do Chile José Miguel Insulza: "Por que não manda soldados americanos para patrulhar a fronteira? Ou cala a boca."
Seria pior se Bush aceitasse a provocação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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