A situação na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, onde estariam refugiados Ossama ben Laden e a cúpula da rede terrorista Al Caeda, é "uma clara ameaça" ao Ocidente, afirma o almirante Michael Hayden, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), o principal serviço de espionagem dos Estados Unidos.
O diretor da CIA acusa os terroristas de recrutarem a treinarem militantes de aparência ocidental para burlar a segurança em fronteiras e aeroportos.
"É evidente para nós que nos últimos 18 meses Al Caeda estabeleceu um refúgio seguro na fronteira afegã-paquistanesa como não tinha antes e que está atraindo novos recrutas para treinamento na região", declara Hayden. "Eles serão capazes de passar sem ser detectados em nossos aeroportos."
Há uma grande pressão dos EUA sobre o novo governo do Paquistão, formado pelo parlamento eleito em 18 de fevereiro, para que continue a combater o terrorismo e permita operações das Forças Armadas americanas.
O novo governo paquistanês, uma aliança do Partido Popular Paquistanês, da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto, com a Liga Muçulmana do Paquistão do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, quer negociar com os extremistas muçulmanos. Eles tiveram pouquíssimos votos mas lutam ferozmente.
Desde o assalto à Mesquita Vermelha, em Islamabad, em julho de 2007, em que pelo menos 173 pessoas morreram, os jihadistas travam uma guerra contra o governo paquistanês, cometendo atentados terroristas que só neste ano causaram mais de 500 mortes.
Neste fim de semana, o novo primeiro-ministro do Paquistão, Youssaf Raza Gilani, afirmou que a luta contra o terrorismo é uma prioridade de seu governo. Mas ele acredita que negociações de paz e programas de ajuda são mais eficientes do que soluções militares.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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