Na véspera das eleições deste sábado, as Forças Armadas do Zimbábue entraram em estado de alerta, temendo que uma vitória do governo provoque grandes manifestações de protesto da oposição, que tem fortes suspeitas de fraude. Há o risco de uma situação semelhante à vivida pelo Quênia no início do ano.
O presidente Robert Mugabe, um herói da independência, que está no poder desde então, em 1980. Nos últimos nove anos, desde o surgimento do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), primeira ameaça real a seu poder, Mugabe age ditatorialmente. Ele acusa a oposição de ser fantoche da minoria branca e agente do imperialismo britânico e americano.
"Nunca mais o Zimbábue será uma colônia", foi o mantra que o ditador repetiu ao longo da campanha, como se esta fosse uma questão real.
Com uma inflação de 150.000% ao ano, a maior do mundo, a economia do país que já foi chamado de "celeiro da África" está em ruínas, com desemprego elevado e desabastecimento. A expectativa de vida caiu para menos de 50 anos tanto para homens como para mulheres.
A oposição está dividida entre duas candidaturas. Morgan Tsvangirai, do MDC, um partido nascido dos sindicatos, e o ex-ministro das Finanças Simba Makoni, um dissidente do partido do governo, prometem se aliar caso haja segundo turno.
Esta divisão favorece a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Popular (ZANU-PF), no poder desde que os rebeldes liderados por Mugabe derrotaram o regime de supremacia branca liderado por Ian Smith.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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