O almirante William Fallon, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, que inclui o Oriente Médio e o Afeganistão, deixou o cargo na terça-feira. Ele se opõe à política do presidente George Walker Bush para o Irã, especialmente a possibilidade de um bombardeio aéreo maciço para tentar destruir o programa nuclear iraniano.
A revista Esquire previu sua queda, observando que Bush não costuma tolerar subordinados que expressem claramente posições contrárias às suas.
Em diversas entrevistas, o almirante considerou a retórica belicista do governo americano em relação ao Irã antiprodutiva e perigosa. Fallon também defendia uma retirada de um contingente substancial do Iraque, alegando que manter 140 mil soldados no país está colocando as Forças Armadas dos EUA numa situação-limite.
Nesse sentido, sua orientação se chocava com a do general David Petraeus, o comandante militar americano no Iraque, responsável pela queda da violência nos últimos nove meses, embora ontem tenha sido outro dia extremamente violento, com pelo menos 46 mortes por motivos políticos. Petraeus é um dos nomes cotados para substituir Fallon.
"É uma grande perda para o país", lamentou a presidente da Câmara, deputada democrata Nancy Pelosi.
Para o empresário Thomas P. M. Barnett, ex-professor da Escola de Guerra Naval, previu que, se o almirante Fallon passasse para a reserva prematuramente, seria um sinal de que "o presidente e o vice-presidente pretendem lançar uma ação militar contra o Irã antes do final do ano e não querem um comandante em seu caminho".
Na noite passada, o almirante Mike Mullen, comandante-em-chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA rejeitou essa interpretação. Alegou que a saída do almirante Fallon "não deve ser visto como um sinal que estamos marchando para qualquer tipo de conflito com o Irã".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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