Dez dos 18 palestinos mortos ontem durante um protesto na fronteira da Faixa de Gaza com Israel eram militantes de grupos terroristas. Oito pertenciam ao braço armado do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o maior partido extremista muçulmano palestino, que convocou a manifestação, afirma o Exército de Israel.
Cerca de 30 mil palestinos participaram ontem da Marcha do Retorno, iniciando uma onda de protestos programada para durar até a aniversário de 70 anos da fundação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. Eles reivindicavam o "direito de retorno" às casas e terras onde moravam antes da criação e da Guerra da Independência de Israel (1948-49).
Alguns jovens extremistas foram até a cerca de segurança erguida por Israel e jogaram pedras e coquetéis molotov nos soldados israelenses do outro lado da fronteira. As Forças de Defesa de Israel declararam que só foram alvejados com munição letal os palestinos que atacaram os soldados ou a cerca de segurança.
Oito seriam ativistas do Hamas, acusou Israel. O grupo fundamentalista palestino só reconheceu cinco como milicianos das Brigadas Izzadin al-Cassam e alegou que participavam pacificamente da manifestação.
Pelo menos um, Sari Abu Odeh, era da tropa de elite do Hamas, chamada Nukhba. Muhammad Abu Amro trabalhava no setor do Hamas dedicado à construção de túneis para furar o bloqueio israelense. Mussab al-Saloul, de 23 anos, morreu quando tentava romper a cerca.
O mais velho era Jihad Farina, de 35 anos, comandante de uma companhia da ala militar do Hamas. O mais jovem era Ahmad Odeh, de 19 anos, do grupo terrorista Batalha Shati
Outro miliciano morto era das Brigadas dos Martires de Al-Aqsa, braço armado da Fatah (Luta), maior partido da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que domina a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa os territórios sob controle palestino na Cisjordânia. O décimo palestino morto era militante da "guerra santa global", membro de algum dos grupos salafistas de Gaza.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 31 de março de 2018
sexta-feira, 30 de março de 2018
Marcha do Retorno deixa 18 palestinos mortos e mais de mil feridos
Pelo menos 18 palestinos morreram e mais de 1,4 mil saíram feridos de confrontos com as forças de segurança de Israel quando se manifestavam perto da fronteira da Faixa de Gaza na chamada Marcha do Retorno.
Cerca de 30 mil palestinos participaram da marcha convocada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o maior partido islamista palestino, para a marcha, parte das manifestações de protesto pelos 70 anos da criação do Estado de Israel, que serão completados em 14 de maio.
O protesto se tornou violento quando jovens palestinos jogaram pedras nos soldados israelenses e tocaram fogo em pneus junto à cerca que marca a fronteira. Ontem, o comandante do Exército de Israel, general Gadi Eisenkot, advertira que mais de 100 atiradores seriam colocados para defender a fronteira com balas de borracha e munição letal.
Israel responsabilizou o Hamas por "explorar cinicamente mulheres e crianças, mandando-os para a cerca de segurança e colocando suas vidas em perigo". O grupo radical controla Gaza desde uma guerra civil palestina contra a Fatah, principal partido da Organização para a Libertação da Palestina, em 2007.
O líder do Hamas, o ex-primeiro-ministro Ismail Haniya, declarou que o movimento visa a fortalecer o "direito de retorno" dos palestinos expulsos desde a criação de Israel, em maio de 1948. Israel rejeita o "direito de retorno", um dos problemas centrais das negociações de paz árabe-israelenses. Se todos os palestinos e descendentes voltassem, seriam maioria no país.
Em qualquer acordo de paz, o direito de retorno terá de ser resolvido com compensação financeira pelas propriedades deixadas para trás pelos palestinos quando da fundação de Israel.
Os outros pontos fundamentais são a criação de um Estado nacional palestino nos territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o reconhecimento de Israel, o futuro das colônias israelenses na Cisjordânia e do setor oriental (árabe) de Jerusalém.
Cerca de 30 mil palestinos participaram da marcha convocada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o maior partido islamista palestino, para a marcha, parte das manifestações de protesto pelos 70 anos da criação do Estado de Israel, que serão completados em 14 de maio.
O protesto se tornou violento quando jovens palestinos jogaram pedras nos soldados israelenses e tocaram fogo em pneus junto à cerca que marca a fronteira. Ontem, o comandante do Exército de Israel, general Gadi Eisenkot, advertira que mais de 100 atiradores seriam colocados para defender a fronteira com balas de borracha e munição letal.
Israel responsabilizou o Hamas por "explorar cinicamente mulheres e crianças, mandando-os para a cerca de segurança e colocando suas vidas em perigo". O grupo radical controla Gaza desde uma guerra civil palestina contra a Fatah, principal partido da Organização para a Libertação da Palestina, em 2007.
O líder do Hamas, o ex-primeiro-ministro Ismail Haniya, declarou que o movimento visa a fortalecer o "direito de retorno" dos palestinos expulsos desde a criação de Israel, em maio de 1948. Israel rejeita o "direito de retorno", um dos problemas centrais das negociações de paz árabe-israelenses. Se todos os palestinos e descendentes voltassem, seriam maioria no país.
Em qualquer acordo de paz, o direito de retorno terá de ser resolvido com compensação financeira pelas propriedades deixadas para trás pelos palestinos quando da fundação de Israel.
Os outros pontos fundamentais são a criação de um Estado nacional palestino nos territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o reconhecimento de Israel, o futuro das colônias israelenses na Cisjordânia e do setor oriental (árabe) de Jerusalém.
quinta-feira, 29 de março de 2018
Ex-presidente Sarkozy é denunciado na França por corrupção
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy será processado por corrupção ativa e tráfico de influência por ter feito favores para influenciar um alto magistrado a revelar detalhes de uma investigação e assim obter uma decisão favorável num tribunal superior, revelou hoje o jornal francês Le Monde.
Sarkozy é acusado de tentar obter informações de um processo sigiloso do então ministro Gilbert Azibert, da Corte de Cassação, equivalente no sistema judiciário da França ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil.
O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, e o ex-magistrado foram denunciados por corrupção ativa, tráfico de influência e violação do sigilo profissional.
Este processo é do caso Liliane Bettencourt, a mulher mais rica da França, dona da empresa de produtos de beleza L'Oréal. Em 2010, quando estava sendo investigada por evasão fiscal por manter dinheiro em contas secretas na Suíça, ela teria feito pagamento a membros do governo Sarkozy.
Com o telefone de Bettencourt sob escuta judicial, o então ministro do Orçamento, Éric Woerth, pediu um emprego para a mulher dele gerenciar a fortuna da dona de L'Oréal, quando movia uma campanha contra a sonegação fiscal. Bettencourt recebeu uma restituição de imposto de renda no valor de 30 milhões de euros (R$ 120 milhões pelo câmbio atual).
Um mês depois, em julho de 2010, a ex-contadora de Liliane Bettencourt, Claire Thibout revelou que a bilionária dava envelopes de dinheiro a políticos do partido conservador União por um Movimento Popular (UMP), liderado por Sarkozy. Em março de 2007, Woerth, tesoureiro do partido, teria recebido da contadora 150 mil euros para a campanha eleitoral do UMP.
Pela lei francesa, as contribuições individuais são limitadas a 6,4 mil euros. Doações acima de 150 euros precisam ser feitas em cheque com identificação clara contra do doador.
Em outubro de 2010, as redações do jornal Le Monde, da revista Le Point e da empresa jornalística digital Mediapart foram invadidas e os computadores arquivos sobre o Caso Bettencourt foram roubados. Sarkozy e Woerth foram indiciados em 2013, mas o ex-presidente foi excluído do caso em 2014
Quando abriu inquérito a respeito, o Ministério Público de Paris obteve uma autorização de escuta telefônica. Os telefonemas revelaram que Sarkozy e Herzog gozaram da cumplicidade do ministro Azibert. Em 2016, a Corte de Cassação confirmou a legalidade das gravações.
Há nove dias, Sarkozy foi indiciado em outro caso, sobre uma doação ilegal de 50 milhões euros (R$ 200 milhões) que teria recebido clandestinamente do ditador da Líbia, coronel Muamar Kadafi, para a campanha de 2007.
Sarkozy é acusado de tentar obter informações de um processo sigiloso do então ministro Gilbert Azibert, da Corte de Cassação, equivalente no sistema judiciário da França ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil.
O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, e o ex-magistrado foram denunciados por corrupção ativa, tráfico de influência e violação do sigilo profissional.
Este processo é do caso Liliane Bettencourt, a mulher mais rica da França, dona da empresa de produtos de beleza L'Oréal. Em 2010, quando estava sendo investigada por evasão fiscal por manter dinheiro em contas secretas na Suíça, ela teria feito pagamento a membros do governo Sarkozy.
Com o telefone de Bettencourt sob escuta judicial, o então ministro do Orçamento, Éric Woerth, pediu um emprego para a mulher dele gerenciar a fortuna da dona de L'Oréal, quando movia uma campanha contra a sonegação fiscal. Bettencourt recebeu uma restituição de imposto de renda no valor de 30 milhões de euros (R$ 120 milhões pelo câmbio atual).
Um mês depois, em julho de 2010, a ex-contadora de Liliane Bettencourt, Claire Thibout revelou que a bilionária dava envelopes de dinheiro a políticos do partido conservador União por um Movimento Popular (UMP), liderado por Sarkozy. Em março de 2007, Woerth, tesoureiro do partido, teria recebido da contadora 150 mil euros para a campanha eleitoral do UMP.
Pela lei francesa, as contribuições individuais são limitadas a 6,4 mil euros. Doações acima de 150 euros precisam ser feitas em cheque com identificação clara contra do doador.
Em outubro de 2010, as redações do jornal Le Monde, da revista Le Point e da empresa jornalística digital Mediapart foram invadidas e os computadores arquivos sobre o Caso Bettencourt foram roubados. Sarkozy e Woerth foram indiciados em 2013, mas o ex-presidente foi excluído do caso em 2014
Quando abriu inquérito a respeito, o Ministério Público de Paris obteve uma autorização de escuta telefônica. Os telefonemas revelaram que Sarkozy e Herzog gozaram da cumplicidade do ministro Azibert. Em 2016, a Corte de Cassação confirmou a legalidade das gravações.
Há nove dias, Sarkozy foi indiciado em outro caso, sobre uma doação ilegal de 50 milhões euros (R$ 200 milhões) que teria recebido clandestinamente do ditador da Líbia, coronel Muamar Kadafi, para a campanha de 2007.
Marcadores:
corrupção ativa,
Corte de Cassação,
França,
Gilbert Azibert,
L'Oréal,
Liliane Bettencourt,
Nicolas Sarkozy,
processo,
Thierry Herzog,
tráfico de influência
Rússia expulsa 150 diplomatas e fecha consulado dos EUA
Em resposta à expulsão em massa de diplomatas russos suspeitos da espionagem de 25 países ocidentais e aliados, a Rússia anunciou hoje que vai mandar embora pelo menos 150 diplomatas estrangeiros, inclusive 60 americanos, e fechar em dois dias o consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo.
A nova guerra de espiões é resultado do envenenamento, em 4 de março, no interior da Inglaterra, de um ex-agente duplo russo, Serguei Skripal, e sua filha por um agente nervoso, uma arma química proibida. O Reino Unido acusou o governo da Rússia e recebeu uma solidariedade sem precedentes dos aliados.
"Nossas medidas de retaliação serão recíprocas ou mais", declarou o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov.
Hoje, o hospital onde Serguei Skripal e a filha estão hospitalizado revelou que Yulia melhorou, mas sua situação ainda é crítica. A polícia britânica, a Scotland Yard, descobriu que eles foram envenenados em casa. O agente tóxico foi detectado na maçaneta da porta, causando pânico na vizinhança.
Na segunda-feira, os EUA expulsaram 60 diplomatas russos e anunciaram o fechamento do consulado em Seattle, no estado de Washington, alegando estar perto de uma base de submarinos. Também há na cidade um polo de alta tecnologia com a Amazon e a Microsoft, e a fábrica da Boeing, que produz aviões civis e de guerra.
A nova guerra de espiões é resultado do envenenamento, em 4 de março, no interior da Inglaterra, de um ex-agente duplo russo, Serguei Skripal, e sua filha por um agente nervoso, uma arma química proibida. O Reino Unido acusou o governo da Rússia e recebeu uma solidariedade sem precedentes dos aliados.
"Nossas medidas de retaliação serão recíprocas ou mais", declarou o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov.
Hoje, o hospital onde Serguei Skripal e a filha estão hospitalizado revelou que Yulia melhorou, mas sua situação ainda é crítica. A polícia britânica, a Scotland Yard, descobriu que eles foram envenenados em casa. O agente tóxico foi detectado na maçaneta da porta, causando pânico na vizinhança.
Na segunda-feira, os EUA expulsaram 60 diplomatas russos e anunciaram o fechamento do consulado em Seattle, no estado de Washington, alegando estar perto de uma base de submarinos. Também há na cidade um polo de alta tecnologia com a Amazon e a Microsoft, e a fábrica da Boeing, que produz aviões civis e de guerra.
Incêndio em prisão deixa 68 mortos na Venezuela
Pelo menos 68 pessoas morreram, inclusive 10 mulheres, num incêndio durante uma rebelião de presos numa cadeia da cidade de Valência, no estado de Carabobo, na região central da Venezuela. Foi a segunda pior tragédia no sistema penal da história do país, atrás apenas de outro motim de presos com incêndio, em Sabaneta, há mais de 20 anos.
"Antes os terríveis atos acontecidos na Comando da Polícia do Estado de Carabobo, designamos quatro procuradores para esclarecer os fatos dramáticos", declarou o procurador-geral da ditadura de Nicolás Maduro, Tarek William Saab, citado pelo jornal espanhol El País.
Era de visitas íntimas. O cárcere da Polícia de Carabobo estava superlotado como todas as prisões da Venezuela, um dos países mais violentos do mundo. Com uma navalha, os réus atacaram um agente penitenciário, fazendo-o refém. Um líder da rebelião impôs condições para soltar o agente e ameaçou explodir uma granada.
Como as autoridades não cederam, os presos começaram a queimar colchões, desencadeando a tragédia. Os bombeiros de duas cidades combatem o fogo. Além dos 68 mortos, a maior parte por asfixia, há um número indeterminado de feridos, entre eles dois agentes penitenciários.
A oposição e organizações não governamentais responsabilizaram a ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, um dos quadros mais extremistas do chavismo.
"Antes os terríveis atos acontecidos na Comando da Polícia do Estado de Carabobo, designamos quatro procuradores para esclarecer os fatos dramáticos", declarou o procurador-geral da ditadura de Nicolás Maduro, Tarek William Saab, citado pelo jornal espanhol El País.
Era de visitas íntimas. O cárcere da Polícia de Carabobo estava superlotado como todas as prisões da Venezuela, um dos países mais violentos do mundo. Com uma navalha, os réus atacaram um agente penitenciário, fazendo-o refém. Um líder da rebelião impôs condições para soltar o agente e ameaçou explodir uma granada.
Como as autoridades não cederam, os presos começaram a queimar colchões, desencadeando a tragédia. Os bombeiros de duas cidades combatem o fogo. Além dos 68 mortos, a maior parte por asfixia, há um número indeterminado de feridos, entre eles dois agentes penitenciários.
A oposição e organizações não governamentais responsabilizaram a ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, um dos quadros mais extremistas do chavismo.
França marcha contra o antissemitismo
Milhares de pessoas marcharam ontem da Praça da Nação, em Paris, até o edifício onde vivia Mireille Knoll, uma sobrevivente do Holocausto de 85 anos, brutalmente assassinada a facadas na semana passada. Os líderes da extrema direita, Marine Le Pen, e da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, foram vaiados e obrigados a deixar a manifestação de protesto contra o antissemitismo.
A morte reabriu o debate sobre o renitente antissemitismo francês, "um antissemitismo que permanece, que se transforma, que reaparece, que é mutante", deplorou o primeiro-ministro Edouard Philippe.
O presidente Emmanuel Macron foi ao enterro e comparou o "terrorista de Trèbes", que matou quatro pessoas, e com quem "assassinou uma mulher inocente e vulnerável porque era judia." Ontem, o policial morto por um muçulmano fanático em Trèbes, Arnaud Beltrame, foi homenageado como herói nacional no Hotel dos Inválidos, onde fica o túmulo de Napoleão Bonaparte.
Mireille escapou por pouco de ir para o Velódromo de Inverno de Paris, para onde foram levadas mais de 13 mil pessoas, em 16 e 17 de julho de 1942, enviadas depois para campos de concentração pelo regime colaboracionista de Vichy, o governo-fantoche da França durante a ocupação pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Durante a campanha eleitoral do ano passado, Marine Le Pen, da Frente Nacional, tentou negar a responsabilidade dos franceses pelo caso do Velódromo de Inverno, botando a culpa nos alemães nazistas. A aliança França Insubmissa, de Mélenchon, apoia o movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), acusado de ser contra a existência de Israel e não apenas da ocupação de territórios árabes.
Por isso, o Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) não convidou os dois líderes extremistas para a Marcha Branca, alegando que difundem um discurso de ódio. O pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, foi alvo do CRIF no passado, quando tentou negar a importância das câmaras de gás no genocídio dos judeus na guerra
"Ela sobreviveu ao Holocausto no século passado e penso que teve uma vida feliz, mas foi morta dentro de casa em 2018, frágil, sem defesa", contou a acompanhante Leila Dessante. "Que mundo é esse em que estamos vivendo?"
Seu corpo estava parcialmente queimado depois de receber 12 facadas. Os assassinos tentaram tocar fogo no apartamento. Dois suspeitos, Yacine M., de 27 anos, e Alex C., de 21, foram detidos, interrogados e soltos pela polícia. Yacine era um vizinho que frequentava o apartamento de Mireille. Alex, um amigo dele sem teto.
Yacine foi condenado em março de 2017 a dois anos de prisão por agressão sexual contra a filha da acompanhante da vítima. Saiu da cadeia em setembro graças a uma suspensão da pena. Ele estava em liberdade condicional, proibido de se aproximar do edifício de Mireille Knoll.
Alex saiu da cadeia em janeiro depois de ficar quase um ano preso por pequenos furtos e danos a propriedade alheia. O sem-teto declarou que o vizinho teria dito "Alá é grande!" na hora do ataque, num sinal de que seria terrorista muçulmano, mas os depoimentos foram contraditórios.
A morte reabriu o debate sobre o renitente antissemitismo francês, "um antissemitismo que permanece, que se transforma, que reaparece, que é mutante", deplorou o primeiro-ministro Edouard Philippe.
O presidente Emmanuel Macron foi ao enterro e comparou o "terrorista de Trèbes", que matou quatro pessoas, e com quem "assassinou uma mulher inocente e vulnerável porque era judia." Ontem, o policial morto por um muçulmano fanático em Trèbes, Arnaud Beltrame, foi homenageado como herói nacional no Hotel dos Inválidos, onde fica o túmulo de Napoleão Bonaparte.
Mireille escapou por pouco de ir para o Velódromo de Inverno de Paris, para onde foram levadas mais de 13 mil pessoas, em 16 e 17 de julho de 1942, enviadas depois para campos de concentração pelo regime colaboracionista de Vichy, o governo-fantoche da França durante a ocupação pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Durante a campanha eleitoral do ano passado, Marine Le Pen, da Frente Nacional, tentou negar a responsabilidade dos franceses pelo caso do Velódromo de Inverno, botando a culpa nos alemães nazistas. A aliança França Insubmissa, de Mélenchon, apoia o movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), acusado de ser contra a existência de Israel e não apenas da ocupação de territórios árabes.
Por isso, o Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) não convidou os dois líderes extremistas para a Marcha Branca, alegando que difundem um discurso de ódio. O pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, foi alvo do CRIF no passado, quando tentou negar a importância das câmaras de gás no genocídio dos judeus na guerra
"Ela sobreviveu ao Holocausto no século passado e penso que teve uma vida feliz, mas foi morta dentro de casa em 2018, frágil, sem defesa", contou a acompanhante Leila Dessante. "Que mundo é esse em que estamos vivendo?"
Seu corpo estava parcialmente queimado depois de receber 12 facadas. Os assassinos tentaram tocar fogo no apartamento. Dois suspeitos, Yacine M., de 27 anos, e Alex C., de 21, foram detidos, interrogados e soltos pela polícia. Yacine era um vizinho que frequentava o apartamento de Mireille. Alex, um amigo dele sem teto.
Yacine foi condenado em março de 2017 a dois anos de prisão por agressão sexual contra a filha da acompanhante da vítima. Saiu da cadeia em setembro graças a uma suspensão da pena. Ele estava em liberdade condicional, proibido de se aproximar do edifício de Mireille Knoll.
Alex saiu da cadeia em janeiro depois de ficar quase um ano preso por pequenos furtos e danos a propriedade alheia. O sem-teto declarou que o vizinho teria dito "Alá é grande!" na hora do ataque, num sinal de que seria terrorista muçulmano, mas os depoimentos foram contraditórios.
Marcadores:
Edouard Philippe,
França,
Holocausto,
Jean-Luc Mélenchon,
Marine Le Pen,
Mireille Knoll,
Praça da Nação,
regime de Vichy,
Segunda Guerra Mundial,
sobrevivente
quarta-feira, 28 de março de 2018
EUA cresceram mais no fim de 2017 do que estimado anteriormente
Na terceira estimativa, o crescimento do produto interno bruto dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2017 foi revisado para cima. Ficou em 2,9% ao ano. Os cálculos anterior deram 2,6% e 2,5%. Hoje os analistas de mercado esperavam, na média, 2,7%.
Com o novo dado, a maior economia do mundo cresceu 2,3% em 2017.
"O aumento no PIB do quarto trimestre reflete principalmente contribuições positivas do consumo pessoal, investimento em capital fixo residencial e não residencial, despesas dos governos federal, estaduais e municipais e exportações", declarou o relatório do governo americano.
A maior taxa de expansão foi divulgada uma semana depois de uma alta de 0,25 na taxa básica de juros para uma faixa de 1,5%-1,75% e de um aviso do Conselho da Receita Federal (Fed), o banco central dos EUA, de que deve haver três aumentos nos juros básicos em 2019.
Neste ano, deve haver mais três altas. O mercado não descarta a possibilidade de quatro aumentos rumo à normalização da política monetária. No momento, a expectativa é que a taxa básica de juros chegue a 3% ao ano até 2020.
Antes da Grande Recessão, a taxa básica de juros da economia dos EUA estava em 5,25% ao ano.
Com o novo dado, a maior economia do mundo cresceu 2,3% em 2017.
"O aumento no PIB do quarto trimestre reflete principalmente contribuições positivas do consumo pessoal, investimento em capital fixo residencial e não residencial, despesas dos governos federal, estaduais e municipais e exportações", declarou o relatório do governo americano.
A maior taxa de expansão foi divulgada uma semana depois de uma alta de 0,25 na taxa básica de juros para uma faixa de 1,5%-1,75% e de um aviso do Conselho da Receita Federal (Fed), o banco central dos EUA, de que deve haver três aumentos nos juros básicos em 2019.
Neste ano, deve haver mais três altas. O mercado não descarta a possibilidade de quatro aumentos rumo à normalização da política monetária. No momento, a expectativa é que a taxa básica de juros chegue a 3% ao ano até 2020.
Antes da Grande Recessão, a taxa básica de juros da economia dos EUA estava em 5,25% ao ano.
terça-feira, 27 de março de 2018
Kim Jong Un vai à China antes do encontro com Trump
Em sua primeira viagem ao exterior desde que virou ditador da Coreia do Norte, em 2011, Kim Jong Un foi ontem a Beijim, deixando claro que a China terá um peso importante nas negociações de sua aliada com os Estados Unidos. Kim deve receber o presidente Donald Trump até o fim de maio.
A presença de um trem blindado norte-coreano na estação central da capital da China suscitou especulações ontem. O regime comunista chinês confirmou a visita de Estado de dois dias, parte da preparação para a reunião de cúpula EUA-Coreia do Norte. Pelo esquema de segurança, Kim deve ter se encontrado com o ditador chinês, Xi Jinping.
Os dois países são antigos aliados. Durante a Guerra da Coreia (1950-53), quando a aliança liderada pelos EUA cruzou o paralelo 38º Norte na linha que divide as duas Coreias, a China entrou no conflito. Queria e conseguiu impedir a reunificação da Península Coreana sob o controle dos EUA, que ocupavam militarmente o Sul desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Dentro da Guerra da Coreia, houve uma guerra particular entre a China e os EUA - e a China ganhou. Conquistou o objetivo estratégico de empurrar os americanos e aliados para baixo do paralelo 38º N, restaurando a situação anterior à guerra. Nunca mais os EUA e a China estiveram em guerra.
Depois dos testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, que aumentaram o risco de guerra, a China concordou com as sanções propostas pelos EUA dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Maior parceira comercial de Pyongyang, a China é decisiva para a aplicação das sanções.
Sob pressão das sanções e das ameaças de guerra de Trump, no discurso de Ano Novo, Kim abandonou o discurso belicista, enviou uma delegação à Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, marcou um encontro de cúpula com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, e finalmente convidou Trump a ir à Coreia do Norte.
Ao mesmo tempo em que pressiona a China a enquadrar Kim, Trump anunciou a imposição de tarifas de US$ 60 bilhões sobre os produtos chineses. As duas maiores potências econômicas do planeta já estão negociando em sigilo, mas a ameaça de guerra comercial deteriorou as relações EUA-China.
Kim pode usar o encontro com Trump para alegar que está pronto para negociar a paz e assim pedir à China para aliviar as sanções. Na carta-convite, ele acenou com a possibilidade de abandonar as armas nucleares em troca de garantias de segurança.
Se Kim exigir a retirada das forças dos EUA da Coreia do Sul, hoje cerca de 28 mil soldados, a resposta certamente será não. Durante a Guerra Fria, as forças americanas estavam no Leste da Ásia para proteger seus aliados do Japão e da Coreia do Norte. Hoje, fazem parte da estratégia para conter a China. Uma retirada dos EUA deixaria o controle estratégico da região nas mãos da China.
"A visita de Kim a Beijim mostra a todos os países interessados que a China é um ator central na geopolítica do Nordeste da Ásia e que qualquer solução sobre a Coreia do Norte vai precisar da aprovação chinesa", declarou Dennis Wilder, ex-assessor do governo George W. Bush (2001-9) para a Ásia.
Há muito tempo, a China defende negociações diretas entre os EUA e a Coreia do Sul. Quando a hora chegou, não quer ficar de fora. "A China quer voltar ao jogo. Beijim não gosta a ideia de ficar nas laterais", comentou Paul Haenle, diretor do Centro Carnegie-Tsinghua para a Política Global, com sede em Beijim.
"Os chineses devem andar aliviados porque, pelo menos por enquanto, o governo Trump não numa ação militar contra a Coreia do Norte e a diplomacia está de volta", observou Bonnie Glaser, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington. "Por outro lado, entendem que não podem proteger seus interesses se não estiverem envolvidos."
Beijim viu um Kim sorridente, mais autoconfiante com suas armas nucleares e sua nova estratégia diplomática.
De outra parte, o novo assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o linha-dura John Bolton, ex-embaixador do governo George W. Bush na ONU, deixou claro seu conselho ao presidente Trump sobre o encontro com Kim: "Vamos entrar e perguntar a ele se está realmente disposto a abrir mão das armas nucleares. Em cinco minutos, o problema estará resolvido ou a reunião será encerrada."
A presença de um trem blindado norte-coreano na estação central da capital da China suscitou especulações ontem. O regime comunista chinês confirmou a visita de Estado de dois dias, parte da preparação para a reunião de cúpula EUA-Coreia do Norte. Pelo esquema de segurança, Kim deve ter se encontrado com o ditador chinês, Xi Jinping.
Os dois países são antigos aliados. Durante a Guerra da Coreia (1950-53), quando a aliança liderada pelos EUA cruzou o paralelo 38º Norte na linha que divide as duas Coreias, a China entrou no conflito. Queria e conseguiu impedir a reunificação da Península Coreana sob o controle dos EUA, que ocupavam militarmente o Sul desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Dentro da Guerra da Coreia, houve uma guerra particular entre a China e os EUA - e a China ganhou. Conquistou o objetivo estratégico de empurrar os americanos e aliados para baixo do paralelo 38º N, restaurando a situação anterior à guerra. Nunca mais os EUA e a China estiveram em guerra.
Depois dos testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, que aumentaram o risco de guerra, a China concordou com as sanções propostas pelos EUA dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Maior parceira comercial de Pyongyang, a China é decisiva para a aplicação das sanções.
Sob pressão das sanções e das ameaças de guerra de Trump, no discurso de Ano Novo, Kim abandonou o discurso belicista, enviou uma delegação à Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, marcou um encontro de cúpula com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, e finalmente convidou Trump a ir à Coreia do Norte.
Ao mesmo tempo em que pressiona a China a enquadrar Kim, Trump anunciou a imposição de tarifas de US$ 60 bilhões sobre os produtos chineses. As duas maiores potências econômicas do planeta já estão negociando em sigilo, mas a ameaça de guerra comercial deteriorou as relações EUA-China.
Kim pode usar o encontro com Trump para alegar que está pronto para negociar a paz e assim pedir à China para aliviar as sanções. Na carta-convite, ele acenou com a possibilidade de abandonar as armas nucleares em troca de garantias de segurança.
Se Kim exigir a retirada das forças dos EUA da Coreia do Sul, hoje cerca de 28 mil soldados, a resposta certamente será não. Durante a Guerra Fria, as forças americanas estavam no Leste da Ásia para proteger seus aliados do Japão e da Coreia do Norte. Hoje, fazem parte da estratégia para conter a China. Uma retirada dos EUA deixaria o controle estratégico da região nas mãos da China.
"A visita de Kim a Beijim mostra a todos os países interessados que a China é um ator central na geopolítica do Nordeste da Ásia e que qualquer solução sobre a Coreia do Norte vai precisar da aprovação chinesa", declarou Dennis Wilder, ex-assessor do governo George W. Bush (2001-9) para a Ásia.
Há muito tempo, a China defende negociações diretas entre os EUA e a Coreia do Sul. Quando a hora chegou, não quer ficar de fora. "A China quer voltar ao jogo. Beijim não gosta a ideia de ficar nas laterais", comentou Paul Haenle, diretor do Centro Carnegie-Tsinghua para a Política Global, com sede em Beijim.
"Os chineses devem andar aliviados porque, pelo menos por enquanto, o governo Trump não numa ação militar contra a Coreia do Norte e a diplomacia está de volta", observou Bonnie Glaser, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington. "Por outro lado, entendem que não podem proteger seus interesses se não estiverem envolvidos."
Beijim viu um Kim sorridente, mais autoconfiante com suas armas nucleares e sua nova estratégia diplomática.
De outra parte, o novo assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o linha-dura John Bolton, ex-embaixador do governo George W. Bush na ONU, deixou claro seu conselho ao presidente Trump sobre o encontro com Kim: "Vamos entrar e perguntar a ele se está realmente disposto a abrir mão das armas nucleares. Em cinco minutos, o problema estará resolvido ou a reunião será encerrada."
Marcadores:
armas atômicas,
Beijim,
China,
Conselho de Segurança,
Coreia do Norte,
Donald Trump,
EUA,
Kim Jong Un,
Mísseis Nucleares,
Negociações de Paz,
ONU,
Sanções,
Xi Jinping
segunda-feira, 26 de março de 2018
Puigdemont fica preso até julgamento do pedido de extradição
Um juiz da cidade de Neumünster, na Alemanha, decidiu manter na prisão o ex-governador catalão Carles Puigdemont e passar o caso ao Tribunal de Justiça do Estado de Schleswig-Holstein, que vai examinar o pedido de extradição feito pela Espanha.
Puigdemont, acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos por causa do plebiscito e da declaração de independência da Catalunha, fugiu da Espanha em outubro do ano passado. Em sua primeira declaração após a prisão, pediu calma depois dos protestos que deixaram cem feridos ontem em Barcelona.
A polícia espanhola instalou um GPS no carro de Puigdemont. Ele foi detido ontem em Schaby, na Alemanha, depois de cruzar a fronteira com a Dinamarca, com base num mandado de prisão pan-europeu, que parte do princípio de que todo o mundo terá um julgamento justo em qualquer país da União Europeia. Pretendia chegar à Bélgica, onde um dos delitos de que é acusado não é considerado crime, o que impediria a extradição.
O depoimento do ex-governador ainda não foi marcado. Embora seus advogados aleguem que sua prisão é "provisoríssima", ele só pode ser solto se o Ministério Público da Alemanha der parecer favorável. A procuradoria teme sua fuga.
"A decisão de hoje não significa que Puigdemont será extraditado, apenas que agora começa o processo", declarou o promotor distrital Georg-Friedrich Güntge.
Se Puigdemont aceitar a extradição, tudo será resolvido em dez dias. Caso contrário, a procuradoria de Schleswig-Holstein vai examinar se o pedido da Espanha está tecnicamente correto. O processo deve durar 60 dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Uma delegação de partidos defensores da independência da Catalunha foi a Neumünster acompanhar o caso.
Na Bélgica, a Procuradoria-Geral declarou que não vê risco de fuga dos ex-secretários do governo regional catalão Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig.
Puigdemont, acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos por causa do plebiscito e da declaração de independência da Catalunha, fugiu da Espanha em outubro do ano passado. Em sua primeira declaração após a prisão, pediu calma depois dos protestos que deixaram cem feridos ontem em Barcelona.
A polícia espanhola instalou um GPS no carro de Puigdemont. Ele foi detido ontem em Schaby, na Alemanha, depois de cruzar a fronteira com a Dinamarca, com base num mandado de prisão pan-europeu, que parte do princípio de que todo o mundo terá um julgamento justo em qualquer país da União Europeia. Pretendia chegar à Bélgica, onde um dos delitos de que é acusado não é considerado crime, o que impediria a extradição.
O depoimento do ex-governador ainda não foi marcado. Embora seus advogados aleguem que sua prisão é "provisoríssima", ele só pode ser solto se o Ministério Público da Alemanha der parecer favorável. A procuradoria teme sua fuga.
"A decisão de hoje não significa que Puigdemont será extraditado, apenas que agora começa o processo", declarou o promotor distrital Georg-Friedrich Güntge.
Se Puigdemont aceitar a extradição, tudo será resolvido em dez dias. Caso contrário, a procuradoria de Schleswig-Holstein vai examinar se o pedido da Espanha está tecnicamente correto. O processo deve durar 60 dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Uma delegação de partidos defensores da independência da Catalunha foi a Neumünster acompanhar o caso.
Na Bélgica, a Procuradoria-Geral declarou que não vê risco de fuga dos ex-secretários do governo regional catalão Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig.
"Resposta a erro estratégico de Putin isola ainda mais a Rússia", diz professor
A expulsão de mais de cem diplomatas da Rússia de países ocidentais e de ex-repúblicas soviéticas "é uma resposta a um erro estratégico do governo Vladimir Putin". A longo prazo, vai levar a um isolamento maior e enfraquecimento, com consequências perigosas para o mundo inteiro, analisa o professor Paulo Wrobel, do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Duas semanas antes de Putin ser "reapontado como novo presidente da Rússia, porque eleição não houve, não tem oposição", um ex-agente duplo e sua filha foram envenenados com um agente neurotóxico em Salisbury, no interior da Inglaterra, e não foi o único caso, comentou o professor.
"Houve pelo menos 15 tentativas de assassinato de russos num Estado Nacional soberano, um atentado a soberania nacional com o uso de armas químicas. O Reino Unido reagiu moderadamente, expulsando 23 diplomatas russos, e a Rússia não escalou o conflito, admitindo a culpa. Todo o mundo sabe que foi a Rússia. Mais de 20 países reagiram em solidariedade ao Reino Unido", acrescentou Wrobel.
Uma conclusão é que, "mesmo com a saída britânica da União Europeia, a coesão anti-Rússia vai permanecer. A expulsão de diplomatas baseados nas Nações Unidas é significativa. A sede da ONU fica em território americano, mas é uma organização internacional. É uma pancada diplomática séria", entende o pesquisador.
O governo Barack Obama (2009-17) "fechou o consulado em São Francisco", base da espionagem russa no Vale do Silício, o grande centro da indústria de alta tecnologia nos EUA, lembra Wrobel. Hoje, "o governo Donald Trump fecha o consulado em Seattle, no estado de Washington, porque fica perto de uma base naval de submarinos, da Boeing e de outras empresas de alta tecnologia", como a Microsoft.
"A Guerra Fria acabou em 1991. Agora, é outro contexto. Estamos vendo uma solidariedade da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e de países que têm uma agenda pró-ocidental", a favor de uma ordem internacional liberal, argumentou o professor da PUC-RJ. "É uma união anti-Putin, resposta a uma ação excessiva e equivocada."
A violência política é uma marca do governo russo no plano interno. No exterior, tem consequências, nota Paulo Wrobel: "Putin pode matar quem quiser. O governo russo faz isso todo o tempo. Num país soberano, é diferente."
Hoje o número de espiões russos no Reino Unido é maior do que durante a Guerra Fria. Londres tornou-se um centro financeiro importante para os investimentos russos no exterior. "Há oligarcas amigos e inimigos de Putin no Reino Unido", observa o professor.
"A Rússia é um país com serviços secretos muito bem preparados, melhores do que os dos EUA durante a Guerra Fria. Putin vem do sistema de inteligência, que é quem manda no país. São profissionais de inteligência", afirma Wrobel.
Outra consequência da guerrinha fria de Putin: "O governo Trump se realinha com a OTAN, que sobrevive para conter a Rússia, especialmente depois da intervenção militar na Ucrânia em 2014. Talvez reflita as mudanças na equipe de política externa. Não há ninguém mais identificado com a linha dura do que o novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton. O novo secretário de Estado, Mike Pompeo, também vem da direita republicana."
Putin tem fama de ser um bom tático, que conquista pequenas vitórias, mas um mau estrategista. Seu objetivo é restaurar o poder imperial da era soviética: "O Ministério do Exterior da Rússia iniciou uma pesquisa na Internet para decidir que consulado americano será fechado. É uma postura irônica, sarcástica, infantil e antidiplomática", criticou o professor.
"A médio e longo prazos, vai haver um maior isolamento russo", prevê Wrobel, que não acredita numa reaproximação consistente entre a Rússia e a China. "A Rússia foi o primeiro país europeu a invadir o Império Chinês, no século 17. Toda a costa do pacífico russa foi um dia parte do Império Chinês, inclusive sua maior cidade, Vladivostok."
Eles se aproximaram com as revoluções comunistas, mas tiveram "um sério conflito de fronteiras em que a União Soviética ameaçou usar armas nucleares, em 1969, e levou à reaproximação entre os EUA e a China".
Mais uma vez, o regime comunista da China deve aproveitar a fraqueza e o isolamento da Rússia para extrair mais concessões econômicas nas áreas de energia e matérias-primas.
Duas semanas antes de Putin ser "reapontado como novo presidente da Rússia, porque eleição não houve, não tem oposição", um ex-agente duplo e sua filha foram envenenados com um agente neurotóxico em Salisbury, no interior da Inglaterra, e não foi o único caso, comentou o professor.
"Houve pelo menos 15 tentativas de assassinato de russos num Estado Nacional soberano, um atentado a soberania nacional com o uso de armas químicas. O Reino Unido reagiu moderadamente, expulsando 23 diplomatas russos, e a Rússia não escalou o conflito, admitindo a culpa. Todo o mundo sabe que foi a Rússia. Mais de 20 países reagiram em solidariedade ao Reino Unido", acrescentou Wrobel.
Uma conclusão é que, "mesmo com a saída britânica da União Europeia, a coesão anti-Rússia vai permanecer. A expulsão de diplomatas baseados nas Nações Unidas é significativa. A sede da ONU fica em território americano, mas é uma organização internacional. É uma pancada diplomática séria", entende o pesquisador.
O governo Barack Obama (2009-17) "fechou o consulado em São Francisco", base da espionagem russa no Vale do Silício, o grande centro da indústria de alta tecnologia nos EUA, lembra Wrobel. Hoje, "o governo Donald Trump fecha o consulado em Seattle, no estado de Washington, porque fica perto de uma base naval de submarinos, da Boeing e de outras empresas de alta tecnologia", como a Microsoft.
"A Guerra Fria acabou em 1991. Agora, é outro contexto. Estamos vendo uma solidariedade da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e de países que têm uma agenda pró-ocidental", a favor de uma ordem internacional liberal, argumentou o professor da PUC-RJ. "É uma união anti-Putin, resposta a uma ação excessiva e equivocada."
A violência política é uma marca do governo russo no plano interno. No exterior, tem consequências, nota Paulo Wrobel: "Putin pode matar quem quiser. O governo russo faz isso todo o tempo. Num país soberano, é diferente."
Hoje o número de espiões russos no Reino Unido é maior do que durante a Guerra Fria. Londres tornou-se um centro financeiro importante para os investimentos russos no exterior. "Há oligarcas amigos e inimigos de Putin no Reino Unido", observa o professor.
"A Rússia é um país com serviços secretos muito bem preparados, melhores do que os dos EUA durante a Guerra Fria. Putin vem do sistema de inteligência, que é quem manda no país. São profissionais de inteligência", afirma Wrobel.
Outra consequência da guerrinha fria de Putin: "O governo Trump se realinha com a OTAN, que sobrevive para conter a Rússia, especialmente depois da intervenção militar na Ucrânia em 2014. Talvez reflita as mudanças na equipe de política externa. Não há ninguém mais identificado com a linha dura do que o novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton. O novo secretário de Estado, Mike Pompeo, também vem da direita republicana."
Putin tem fama de ser um bom tático, que conquista pequenas vitórias, mas um mau estrategista. Seu objetivo é restaurar o poder imperial da era soviética: "O Ministério do Exterior da Rússia iniciou uma pesquisa na Internet para decidir que consulado americano será fechado. É uma postura irônica, sarcástica, infantil e antidiplomática", criticou o professor.
"A médio e longo prazos, vai haver um maior isolamento russo", prevê Wrobel, que não acredita numa reaproximação consistente entre a Rússia e a China. "A Rússia foi o primeiro país europeu a invadir o Império Chinês, no século 17. Toda a costa do pacífico russa foi um dia parte do Império Chinês, inclusive sua maior cidade, Vladivostok."
Eles se aproximaram com as revoluções comunistas, mas tiveram "um sério conflito de fronteiras em que a União Soviética ameaçou usar armas nucleares, em 1969, e levou à reaproximação entre os EUA e a China".
Mais uma vez, o regime comunista da China deve aproveitar a fraqueza e o isolamento da Rússia para extrair mais concessões econômicas nas áreas de energia e matérias-primas.
Marcadores:
armas químicas,
assassinato político,
China,
Donald Trump,
EUA,
expulsão de diplomatas,
Governo Obama,
IRI,
OTAN,
Paulo Wrobel,
PUC-RJ,
Reino Unido,
Rússia,
Seattle,
UE,
Vladimir Putin
França cresceu 2% e reduziu déficit público em 2017
O governo Emmanuel Macron festeja: a França teve uma pequena aceleração do crescimento no último trimestre do ano passado, quando a economia avançou 0,7% e fechou o ano com expansão de 2%, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee).
Pela primeira vez em uma década, o déficit orçamentário caiu abaixo do limite de 3% do produto interno bruto fixado pela União Europeia, noticiou o jornal inglês Financial Times, citando o Insee.
O crescimento de 2,5% nas exportações no fim do ano passado foi responsável pela aceleração do crescimento, elevando o PIB de 2017 para 2%, quase o dobro do 1,1% de 2016. A alta no consumo caiu de 0,5% para 0,2% e os últimos indicadores apontam uma desaceleração no início de 2018.
De acordo com o Insee, o déficit fiscal do ano passado ficou em 2,6% do PIB, abaixo da meta oficial do governo, de 2,9%. Em 2016, antes da eleição de Macron, o déficit foi de 3,4%. Desde 2007, o déficit não ficava abaixo dos 3%, a meta fixada pelo pacto de estabilidade para sustentar o euro, moeda comum de 19 dos 28 países da UE.
A dívida pública subiu um pouco, de 96,6% para 97% do PIB, bem acima do limite fixado no pacto de sustentabilidade, de 60% do PIB. Ficou em 2,218 trilhões de euros no fim de 2017.
Pela primeira vez em uma década, o déficit orçamentário caiu abaixo do limite de 3% do produto interno bruto fixado pela União Europeia, noticiou o jornal inglês Financial Times, citando o Insee.
O crescimento de 2,5% nas exportações no fim do ano passado foi responsável pela aceleração do crescimento, elevando o PIB de 2017 para 2%, quase o dobro do 1,1% de 2016. A alta no consumo caiu de 0,5% para 0,2% e os últimos indicadores apontam uma desaceleração no início de 2018.
De acordo com o Insee, o déficit fiscal do ano passado ficou em 2,6% do PIB, abaixo da meta oficial do governo, de 2,9%. Em 2016, antes da eleição de Macron, o déficit foi de 3,4%. Desde 2007, o déficit não ficava abaixo dos 3%, a meta fixada pelo pacto de estabilidade para sustentar o euro, moeda comum de 19 dos 28 países da UE.
A dívida pública subiu um pouco, de 96,6% para 97% do PIB, bem acima do limite fixado no pacto de sustentabilidade, de 60% do PIB. Ficou em 2,218 trilhões de euros no fim de 2017.
EUA, Canadá e Europa expulsam mais de 120 diplomatas russos
Numa reação conjunta contra o envenenamento de um ex-agente duplo na Inglaterra, os Estados Unidos, o Canadá e 25 países da Europa anunciaram hoje a expulsão de dezenas de diplomatas russos suspeitos de espionagem.
Só os EUA, mandaram embora 60 russos e fecharam o Consulado da Rússia em Seattle. A Alemanha, o Canadá e a França expulsaram quatro cada. O Reino Unido já havia ordenado a 23 que saíssem do país. Ao todo, mais de 120 diplomatas receberam ordem de partir, além dos 23 britânicos expulsos pela Rússia.
Na Europa, num primeiro momento, a ex-república soviética da Ucrânia, que não faz parte da União Europeia, expulsou 13 diplomatas; a Alemanha, a França e a Polônia, quatro cada; as ex-repúblicas soviética da Estônia e a Lituânia, e a República Tcheca, três cada; a Holanda e a Itália, dois cada; a Croácia, a ex-república soviética da Letônia, a Romênia, a Suécia e a Albânia, que também não faz parte da UE, um cada.
O ex-espião russo Serguei Skripal e a filha foram encontrados inconscientes em 4 de março na cidade de Salisbury, no interior da Inglaterra, e estão hospitalizados até agora em estado crítico. Talvez nunca se recuperem de um envenenamento com um agente nervoso, uma arma química proibida.
Nos EUA, a expulsão partiu do Departamento de Estado e não diretamente pela Casa Branca. O presidente Donald Trump é suspeito de conluio com a Rússia para vencer Hillary Clinton na eleição presidencial de 2016. Terão de ir embora 48 diplomatas da Embaixada da Rússia e 12 da representação russa junto às Nações Unidas.
Há uma condenação generalizada no Ocidente à agressividade da Rússia a partir da intervenção militar da Ucrânia e a anexação da Crimeia, em 2014, que rebaixou as relações diplomáticas ao menor nível desde o fim da Guerra Fria, em 1991.
Desde então, aviões bombardeiros da Rússia retomaram voos provocativos na Europa e perto dos EUA, e o Kremlin foi acusado de lançar uma guerra cibernética para manipular eleições em outros países.
Hoje o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, prometeu retaliação.
Só os EUA, mandaram embora 60 russos e fecharam o Consulado da Rússia em Seattle. A Alemanha, o Canadá e a França expulsaram quatro cada. O Reino Unido já havia ordenado a 23 que saíssem do país. Ao todo, mais de 120 diplomatas receberam ordem de partir, além dos 23 britânicos expulsos pela Rússia.
Na Europa, num primeiro momento, a ex-república soviética da Ucrânia, que não faz parte da União Europeia, expulsou 13 diplomatas; a Alemanha, a França e a Polônia, quatro cada; as ex-repúblicas soviética da Estônia e a Lituânia, e a República Tcheca, três cada; a Holanda e a Itália, dois cada; a Croácia, a ex-república soviética da Letônia, a Romênia, a Suécia e a Albânia, que também não faz parte da UE, um cada.
O ex-espião russo Serguei Skripal e a filha foram encontrados inconscientes em 4 de março na cidade de Salisbury, no interior da Inglaterra, e estão hospitalizados até agora em estado crítico. Talvez nunca se recuperem de um envenenamento com um agente nervoso, uma arma química proibida.
Nos EUA, a expulsão partiu do Departamento de Estado e não diretamente pela Casa Branca. O presidente Donald Trump é suspeito de conluio com a Rússia para vencer Hillary Clinton na eleição presidencial de 2016. Terão de ir embora 48 diplomatas da Embaixada da Rússia e 12 da representação russa junto às Nações Unidas.
Há uma condenação generalizada no Ocidente à agressividade da Rússia a partir da intervenção militar da Ucrânia e a anexação da Crimeia, em 2014, que rebaixou as relações diplomáticas ao menor nível desde o fim da Guerra Fria, em 1991.
Desde então, aviões bombardeiros da Rússia retomaram voos provocativos na Europa e perto dos EUA, e o Kremlin foi acusado de lançar uma guerra cibernética para manipular eleições em outros países.
Hoje o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, prometeu retaliação.
Incêndio mata 64 pessoas em centro comercial na Sibéria
Pelo menos 64 pessoas morreram, entre elas 41 crianças, no incêndio de um centro comercial da cidade de Kemerovo, na Sibéria, no Centro-Sul da Rússia, a 3,6 mil quilômetros de Moscou, informou a agência de notícias Interfax, citada pelo jornal The Moscow Times.
O fogo começou numa sala de cinema. Outras 16 pessoas estariam desaparecidas, informou a televisão pública britânica BBC. O inquérito ficará a cargo do Comitê de Investigação, responsável por esclarecer os fatos em grandes crimes e tragédias. Ele presta contas diretamente ao presidente Vladimir Putin.
Mais de 100 pessoas que estavam nas lojas, restaurantes e cinemas do centro comercial saíram ilesas. O movimento era grande por ser domingo. A televisão russa mostrou imagens dramáticas de pessoas pulando das janelas do centro comercial envolto por uma fumaça escura. Os bombeiros levaram mais de 17 horas para apagar o fogo por causa da estrutura do prédio.
Kemerovo, uma cidade de 533 mil habitantes, de acordo como Censo de 2010, é a capital da província de Kemerovo, uma região produtora de carvão.
O fogo começou numa sala de cinema. Outras 16 pessoas estariam desaparecidas, informou a televisão pública britânica BBC. O inquérito ficará a cargo do Comitê de Investigação, responsável por esclarecer os fatos em grandes crimes e tragédias. Ele presta contas diretamente ao presidente Vladimir Putin.
Mais de 100 pessoas que estavam nas lojas, restaurantes e cinemas do centro comercial saíram ilesas. O movimento era grande por ser domingo. A televisão russa mostrou imagens dramáticas de pessoas pulando das janelas do centro comercial envolto por uma fumaça escura. Os bombeiros levaram mais de 17 horas para apagar o fogo por causa da estrutura do prédio.
Kemerovo, uma cidade de 533 mil habitantes, de acordo como Censo de 2010, é a capital da província de Kemerovo, uma região produtora de carvão.
domingo, 25 de março de 2018
Ex-governador da Catalunha é preso na Alemanha
O ex-governador Carles Puigdemont foi preso hoje ao cruzar a fronteira da Dinamarca para a Alemanha por força de um mandado de prisão europeu emitido pela Espanha. É acusado de rebelião, sedição e malversação de dinheiro público por organizar um plebiscito ilegal, realizado em 1ª de outubro de 2017, sobre a independência da Catalunha. Pode pegar até 30 anos de prisão.
Puigdemont saiu da Finlândia na sexta-feira, mesmo dia em que a Espanha reativou o mandado de prisão. Ele passou pela Suécia e a Dinamarca de carro rumo à Bélgica, onde se refugiou desde que a Justiça espanhola decretou sua prisão. Os serviços secretos espanhóis avisaram a polícia da Alemanha sobre a movimentação do ex-governador, revelou a revista alemã Focus em sua edição digital
Eram 11h19 pela hora local (5h19 em Brasília), quando Puigdemont foi detido na rodovia A7 perto da localidade de Schuby, no estado Schleswig-Holstein, que fica na fronteira com a Dinamarca. Depois de ser fichado numa delegacia de polícia, Puigdemont foi levado para a prisão de Neumünster, informou a agência de notícias alemã DPA.
Amanhã, o ex-governador catalão será apresentado a um juiz, que vai identificá-lo e pode decidir se põe Puigdemont em liberdade ou encaminha o caso a um tribunal superior encarregado de examinar o pedido de extradição feito pela Espanha. Este processo pode levar de 10 a 60 dias, noticiou o jornal catalão La Vanguardia, de Barcelona.
Milhares de pessoas protestaram na capital da Catalunha. Quase cem saíram feridas de um confronto quando a polícia regional catalã, Los Mossos d'Esquadra, tentou impedir manifestantes de ultrapassar uma barreira diante da sede da delegação do governo central espanhol em Barcelona.
Puigdemont saiu da Finlândia na sexta-feira, mesmo dia em que a Espanha reativou o mandado de prisão. Ele passou pela Suécia e a Dinamarca de carro rumo à Bélgica, onde se refugiou desde que a Justiça espanhola decretou sua prisão. Os serviços secretos espanhóis avisaram a polícia da Alemanha sobre a movimentação do ex-governador, revelou a revista alemã Focus em sua edição digital
Eram 11h19 pela hora local (5h19 em Brasília), quando Puigdemont foi detido na rodovia A7 perto da localidade de Schuby, no estado Schleswig-Holstein, que fica na fronteira com a Dinamarca. Depois de ser fichado numa delegacia de polícia, Puigdemont foi levado para a prisão de Neumünster, informou a agência de notícias alemã DPA.
Amanhã, o ex-governador catalão será apresentado a um juiz, que vai identificá-lo e pode decidir se põe Puigdemont em liberdade ou encaminha o caso a um tribunal superior encarregado de examinar o pedido de extradição feito pela Espanha. Este processo pode levar de 10 a 60 dias, noticiou o jornal catalão La Vanguardia, de Barcelona.
Milhares de pessoas protestaram na capital da Catalunha. Quase cem saíram feridas de um confronto quando a polícia regional catalã, Los Mossos d'Esquadra, tentou impedir manifestantes de ultrapassar uma barreira diante da sede da delegação do governo central espanhol em Barcelona.
Marcadores:
Alemanha,
Carles Puigdemont,
Catalunha,
Espanha,
Independência,
Malversação de fundos,
Neumünster,
Plebiscito,
rebelião,
Schleswig-Holstein,
sedição
sábado, 24 de março de 2018
Centenas de milhares marcham por controle de armas nos EUA
Centenas de milhares de jovens marcharam hoje pelas ruas de Washington e outras cidades dos Estados Unidos para pressionar o Congresso a aprovar novas leis de controle de armas, inclusive a proibição de venda de fuzis de guerra e outras armas usadas em massacres em escolas e outros locais do país.
Desde o Massacre de Columbine, no Colorado, em 20 de abril de 1999, em que 13 vítimas e os dois assassinos morreram, 187 mil jovens sobreviveram a ataques com armas de fogo nos EUA. Eles foram as principais vozes da Marcha por Nossas Vidas., com um grande cartaz de advertência: "Faltam só 222 dias para as eleições de meio de mandato."
Um dos mais eloquentes em seu desafio aos políticos e Associação Nacional do Rifle (NRA), o lobby dos fabricantes de armas que os financia, foi Daniel Hogg. O sobrevivente do atentado na Escola Secundária Stoneman Douglas deixou claro: "Ou nos representam e estão do nosso lado ou aceitam o dinheiro do NRA e não estão."
O movimento nacional foi organizado pelos estudantes da escola de Parkland, na Flórida, atacada em 14 de fevereiro de 2018 por Nikolas Cruz, que matou 17 pessoas e feriu outras 17.
"Para os líderes, céticos e cínicos que nos mandaram sentar, ficar em silêncio e esperar a nossa vez, bem-vindos à revolução!", bradou Cameroon Kasky para a multidão que ocupava 10 quarteirões da Avenida Pensilvânia, onde ficam a Casa Branca e o Congresso dos EUA. "Ou representam o povo ou caem fora. Fiquem do nosso ou, cuidado!, os eleitores estão chegando."
Emma González, de 18 anos, ficou em silêncio no palanque o tempo que durou o ataque ao colégio: "Desde que cheguei aqui, passaram-se 6 minutos e 20 segundos. O atirador parou de atirar e logo vai se livrar de seu fuzil, se misturar aos alunos em fuga e andar livre por mais de uma hora. Lutem por suas vidas antes que outro tenha de fazer o trabalho", citou o jornal The Washington Post.
Logo depois do massacre, o presidente Donald Trump chegou a defender maior controle, inclusive o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Sob pressão da NRA, recuou e passou a apoiar a proposta do lobby dos fabricantes de armas: armar professores e agentes de segurança para patrulhar as escolas.
Hogg falou que a Escola Stoneman Douglas se transformou numa "prisão", com "centenas de policiais armados andando pelo campus. Estou preocupado com a disparidade entre estudantes negros e brancos. Por exemplo, estudantes negros são suspensos numa proporção três vezes maior do que os brancos.
Desde o Massacre de Columbine, no Colorado, em 20 de abril de 1999, em que 13 vítimas e os dois assassinos morreram, 187 mil jovens sobreviveram a ataques com armas de fogo nos EUA. Eles foram as principais vozes da Marcha por Nossas Vidas., com um grande cartaz de advertência: "Faltam só 222 dias para as eleições de meio de mandato."
Um dos mais eloquentes em seu desafio aos políticos e Associação Nacional do Rifle (NRA), o lobby dos fabricantes de armas que os financia, foi Daniel Hogg. O sobrevivente do atentado na Escola Secundária Stoneman Douglas deixou claro: "Ou nos representam e estão do nosso lado ou aceitam o dinheiro do NRA e não estão."
O movimento nacional foi organizado pelos estudantes da escola de Parkland, na Flórida, atacada em 14 de fevereiro de 2018 por Nikolas Cruz, que matou 17 pessoas e feriu outras 17.
"Para os líderes, céticos e cínicos que nos mandaram sentar, ficar em silêncio e esperar a nossa vez, bem-vindos à revolução!", bradou Cameroon Kasky para a multidão que ocupava 10 quarteirões da Avenida Pensilvânia, onde ficam a Casa Branca e o Congresso dos EUA. "Ou representam o povo ou caem fora. Fiquem do nosso ou, cuidado!, os eleitores estão chegando."
Emma González, de 18 anos, ficou em silêncio no palanque o tempo que durou o ataque ao colégio: "Desde que cheguei aqui, passaram-se 6 minutos e 20 segundos. O atirador parou de atirar e logo vai se livrar de seu fuzil, se misturar aos alunos em fuga e andar livre por mais de uma hora. Lutem por suas vidas antes que outro tenha de fazer o trabalho", citou o jornal The Washington Post.
Logo depois do massacre, o presidente Donald Trump chegou a defender maior controle, inclusive o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Sob pressão da NRA, recuou e passou a apoiar a proposta do lobby dos fabricantes de armas: armar professores e agentes de segurança para patrulhar as escolas.
Hogg falou que a Escola Stoneman Douglas se transformou numa "prisão", com "centenas de policiais armados andando pelo campus. Estou preocupado com a disparidade entre estudantes negros e brancos. Por exemplo, estudantes negros são suspensos numa proporção três vezes maior do que os brancos.
Marcadores:
armas de fogo,
armas de guerra,
Cameroon Kasky,
Columbine,
Controle de armas,
Douglas Hogg,
EUA,
fuzis de assalto,
Marcha por Nossas Vidas,
massacres,
Nikolas Cruz,
NRA,
Parkland
Policial que trocou de lugar com refém morre na França
A França tem um novo herói nacional, um mártir na guerra contra o terrorismo: morreu o policial Arnaud Beltrame, de 44 anos, que trocou de lugar com uma mulher ontem durante sequestro num supermercado da cidade de Trèbes. Além do terrorista, o marroquino Redouane Lakdim, três pessoas morreram no ataque. O policial é a quarta vítima fatal. Outras 15 pessoas saíram feridas.
"Ele deu sua vida para proteger nossos concidadãos. É um "herói caído" e merece "o respeito e a admiração da nação inteira", declarou o presidente Emmanuel Macron. Ele "fez a escolha, com risco para sua vida, de tomar o lugar de reféns detidos no supermercado", disse ontem o procurador-geral François Molins. "Deixou seu telefone ligado sobre uma mesa e assim que percebemos o som dos tiros o GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional) entrou em ação." É o grupo tático da polícia francesa.
Lakdim feriu o motorista e matou um passageiro ao roubar um carro ontem de manhã na cidade vizinha de Carcassonne, capital do departamento de Aude, no Sul da França. De lá, foi para Trèbes, onde invadiu um supermercado e tomou reféns. Beltrame trocou de lugar com uma mulher. Dois reféns e o policial morreram.
"Morreu pela pátria! Jamais a França esquecerá seu heroísmo, sua bravura e seu sacrifício", escreveu no Twitter o ministro do Interior, Gérard Collomb.
"Ele deu sua vida para proteger nossos concidadãos. É um "herói caído" e merece "o respeito e a admiração da nação inteira", declarou o presidente Emmanuel Macron. Ele "fez a escolha, com risco para sua vida, de tomar o lugar de reféns detidos no supermercado", disse ontem o procurador-geral François Molins. "Deixou seu telefone ligado sobre uma mesa e assim que percebemos o som dos tiros o GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional) entrou em ação." É o grupo tático da polícia francesa.
Lakdim feriu o motorista e matou um passageiro ao roubar um carro ontem de manhã na cidade vizinha de Carcassonne, capital do departamento de Aude, no Sul da França. De lá, foi para Trèbes, onde invadiu um supermercado e tomou reféns. Beltrame trocou de lugar com uma mulher. Dois reféns e o policial morreram.
"Morreu pela pátria! Jamais a França esquecerá seu heroísmo, sua bravura e seu sacrifício", escreveu no Twitter o ministro do Interior, Gérard Collomb.
sexta-feira, 23 de março de 2018
Ação terrorista deixa quatro mortos e 16 feridos na França
Um marroquino foi morto hoje pela polícia depois de tomar reféns e se entrincheirar num supermercado da cidade de Trèbes, no Sul da França. Ele matou três pessoas e feriu outras 16. Duas estão em estado grave, inclusive um policial que trocou de lugar com uma refém.
O terrorista, que havia jurado lealdade à organização Estado Islâmico, foi identificado como Redouane Lakdim, de 26 anos, residente em Carcassonne, onde começou a ação, encerrada com sua morte às 14h30 pela hora local (10h30 em Brasília).
Lakdim roubou um carro em Carcassone, capital do departamento de Aude, matando um passageiro e ferindo o motorista. Em seguida, foi para a cidade de Trèbes, onde tomou reféns num supermercado, logo cercado pela polícia.
Durante o cerco, o terrorista exigiu a libertação de Salah Abdeslam, único sobrevivente do grupo responsável pelos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris. Quando ouviu tiros, a polícia invadiu a loja e matou o terrorista, que havia sido detido antes por posse e uso de drogas.
Em entrevista coletiva em Bruxelas, ao lado da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, o presidente Emmanuel Macron confirmou "se tratar de um ataque terrorista".
Ao chegar a Trèbes, o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, revelou que Lakdim "era conhecido [pela polícia] por ter cometido pequenos delitos. Nós o seguíamos e não pensávamos que não havia se radicalizado, mas ele passou a agir bruscamente".
Em comunicado divulgado via Internet, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, descrevendo Lakdim como um de seus soldados. Ele era um salafista ativo nas redes sociais.
Desde os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, 2.365 pessoas foram mortas e cerca de 8,8 mil feridas em ataques terroristas na Europa, inclusive na Rússia e na Turquia.
O terrorista, que havia jurado lealdade à organização Estado Islâmico, foi identificado como Redouane Lakdim, de 26 anos, residente em Carcassonne, onde começou a ação, encerrada com sua morte às 14h30 pela hora local (10h30 em Brasília).
Lakdim roubou um carro em Carcassone, capital do departamento de Aude, matando um passageiro e ferindo o motorista. Em seguida, foi para a cidade de Trèbes, onde tomou reféns num supermercado, logo cercado pela polícia.
Durante o cerco, o terrorista exigiu a libertação de Salah Abdeslam, único sobrevivente do grupo responsável pelos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris. Quando ouviu tiros, a polícia invadiu a loja e matou o terrorista, que havia sido detido antes por posse e uso de drogas.
Em entrevista coletiva em Bruxelas, ao lado da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, o presidente Emmanuel Macron confirmou "se tratar de um ataque terrorista".
Ao chegar a Trèbes, o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, revelou que Lakdim "era conhecido [pela polícia] por ter cometido pequenos delitos. Nós o seguíamos e não pensávamos que não havia se radicalizado, mas ele passou a agir bruscamente".
Em comunicado divulgado via Internet, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, descrevendo Lakdim como um de seus soldados. Ele era um salafista ativo nas redes sociais.
Desde os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, 2.365 pessoas foram mortas e cerca de 8,8 mil feridas em ataques terroristas na Europa, inclusive na Rússia e na Turquia.
Marcadores:
Carcassonne,
Emmanuel Macron,
Estado Islâmico do Iraque e do Levante,
Extremismo muçulmano,
França,
Gérard Collomb,
Redouane Lakdim,
Terrorismo,
Trèbes
quinta-feira, 22 de março de 2018
Maduro corta três zeros da moeda da Venezuela
Com uma hiperinflação prevista em 13.000% neste ano, começa a faltar dinheiro na Venezuela. Hoje o ditador Nicolás Maduro anunciou sua solução: cortar três zeros da moeda nacional, o bolívar, que um dia o finado caudilho Hugo Chávez chamou de "bolívar forte".
A medida entre em vigor em 4 de junho, quando o regime começará a retirar de circulação as atuais notas do desvalorizado bolívar. As moedas de 50 centavos e 1 bolívar voltam a circular.
Ao anunciar o corte de zeros, o ditador culpou a Colômbia pela crise monetária venezuelana, de única a exclusiva responsabilidade das políticas do "socialismo do século 21" impostas pelo chavismo.
"Roubam o dinheiro. Mal termina de sair uma nova cédula e já estão levando para Cúcuta", acusou irresponsavelmente Maduro, citando a cidade colombiana na fronteira onde os venezuelanos tentam comprar tudo o que falta em seu país, ou seja, quase tudo, menos gasolina.
Maduro acusou irresponsavelmente os presidentes da Colômbia e da Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pela oposição: "Essa máfia dirige [o presidente] Juan Manuel Santos assessorado por Julio Borges, como uma vingança para fazer mal à Venezuela."
No câmbio negro, o dólar foi vendido hoje a 231.334,02 bolívares em Caracas e a 259.622,64 em Cúcuta, na Colômbia. Um euro vale 284.672,70 bolívares em Caracas e 319.081,41 em Cúcuta.
A medida entre em vigor em 4 de junho, quando o regime começará a retirar de circulação as atuais notas do desvalorizado bolívar. As moedas de 50 centavos e 1 bolívar voltam a circular.
Ao anunciar o corte de zeros, o ditador culpou a Colômbia pela crise monetária venezuelana, de única a exclusiva responsabilidade das políticas do "socialismo do século 21" impostas pelo chavismo.
"Roubam o dinheiro. Mal termina de sair uma nova cédula e já estão levando para Cúcuta", acusou irresponsavelmente Maduro, citando a cidade colombiana na fronteira onde os venezuelanos tentam comprar tudo o que falta em seu país, ou seja, quase tudo, menos gasolina.
Maduro acusou irresponsavelmente os presidentes da Colômbia e da Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pela oposição: "Essa máfia dirige [o presidente] Juan Manuel Santos assessorado por Julio Borges, como uma vingança para fazer mal à Venezuela."
No câmbio negro, o dólar foi vendido hoje a 231.334,02 bolívares em Caracas e a 259.622,64 em Cúcuta, na Colômbia. Um euro vale 284.672,70 bolívares em Caracas e 319.081,41 em Cúcuta.
China faz lista de 128 produtos dos EUA para impor tarifas retaliatórias
O Ministério do Comércio da China revelou na manhã desta sexta-feira ter feito uma lista de 128 produtos importados dos Estados Unidos para responder à decisão do presidente Donald Trump de sobretaxar as importações de produtos chineses em até US$ 60 bilhões por ano, informou a televisão americana CNBC, especializada em noticiário econômico.
Entre os produtos visados, estão alumínio reciclado, canos de aço, carne de porco, porcos vivos, soja e sorgo. O total deve chegar a US$ 3 bilhões, 20 vezes menos do que o tarifaço ameaçado por Trump.
A China acusou o governo Trump de causar "danos graves" ao sistema multilateral de comércio e à "ordem normal do comércio global. A nota do ministério pede a realização de negociações urgentes com os EUA para evitar um impacto ainda maior nas relações bilaterais.
Em Washington, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, vai divulgar em 15 dias uma lista de produtos chineses a serem sobretaxados. A partir daí, haverá um prazo de 30 dias para um debate público e possíveis negociações. Cerca de 1,3 mil produtos foram examinados.
A proposta inicial era impor tarifas de até 25% com um valor de até US$30 bilhões por ano. Trump interferiu pessoalmente para dobrar este valor para US$ 60 bilhões. A China não vai deixar barato. Alega ter aumentado a proteção à propriedade intelectual e promete abrir setores de sua economia ainda fechados ao capital estrangeiro.
"Não queremos uma guerra comercial", declarou o embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai. "Mas não estamos com medo. Se alguém nos impuser uma guerra comercial, com certeza vamos contra-atacar e retaliar."
Entre os produtos visados, estão alumínio reciclado, canos de aço, carne de porco, porcos vivos, soja e sorgo. O total deve chegar a US$ 3 bilhões, 20 vezes menos do que o tarifaço ameaçado por Trump.
A China acusou o governo Trump de causar "danos graves" ao sistema multilateral de comércio e à "ordem normal do comércio global. A nota do ministério pede a realização de negociações urgentes com os EUA para evitar um impacto ainda maior nas relações bilaterais.
Em Washington, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, vai divulgar em 15 dias uma lista de produtos chineses a serem sobretaxados. A partir daí, haverá um prazo de 30 dias para um debate público e possíveis negociações. Cerca de 1,3 mil produtos foram examinados.
A proposta inicial era impor tarifas de até 25% com um valor de até US$30 bilhões por ano. Trump interferiu pessoalmente para dobrar este valor para US$ 60 bilhões. A China não vai deixar barato. Alega ter aumentado a proteção à propriedade intelectual e promete abrir setores de sua economia ainda fechados ao capital estrangeiro.
"Não queremos uma guerra comercial", declarou o embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai. "Mas não estamos com medo. Se alguém nos impuser uma guerra comercial, com certeza vamos contra-atacar e retaliar."
Trump demite McMaster e nomeia Bolton para Segurança Nacional
Como a imprensa anunciou e a Casa Branca desmentiu depois da saída do secretário de Estado Rex Tillerson, o general Herbert McMaster será substituído por John Bolton, embaixador nas Nações Unidas no governo George W. Bush, como conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
"Tenho o prazer de anunciar que, a partir de 9 de abril de 2018, o embaixador John Bolton será meu novo assessor de Segurança Nacional", anunciou o presidente no Twitter. "Sou muito grato pelo serviço do Gen. H. R. McMaster, que fez um trabalho excelente e será sempre meu amigo." Mas os estilos e as personalidades são muito diferentes.
McMaster, um general de três estrelas, era considerado ao lado de Tillerson e do secretário da Defesa, James Mattis, um dos "adultos" do governo Donald Trump, capazes de impor alguma ordem e disciplina ao presidente. É um militar com a vida dedicada ao país e ao serviço público, sem a lealdade pessoal incondicional que Trump exige de seus subordinados.
Quando Trump reclamou que McMaster não tomava a iniciativa de defendê-lo das acusações de conluio com a Rússia durante a campanha eleitoral, sinalizou a intenção de demiti-lo.
O assessor de Segurança Nacional recomendou ao presidente que não congratulasse o ditador russo, Vladimir Putin, por sua reeleição fraudulenta no domingo passado. Trump desconsiderou o conselho e anunciou publicamente. A dança das cadeiras em altos cargos do governo dos EUA continua.
"Tenho o prazer de anunciar que, a partir de 9 de abril de 2018, o embaixador John Bolton será meu novo assessor de Segurança Nacional", anunciou o presidente no Twitter. "Sou muito grato pelo serviço do Gen. H. R. McMaster, que fez um trabalho excelente e será sempre meu amigo." Mas os estilos e as personalidades são muito diferentes.
McMaster, um general de três estrelas, era considerado ao lado de Tillerson e do secretário da Defesa, James Mattis, um dos "adultos" do governo Donald Trump, capazes de impor alguma ordem e disciplina ao presidente. É um militar com a vida dedicada ao país e ao serviço público, sem a lealdade pessoal incondicional que Trump exige de seus subordinados.
Quando Trump reclamou que McMaster não tomava a iniciativa de defendê-lo das acusações de conluio com a Rússia durante a campanha eleitoral, sinalizou a intenção de demiti-lo.
O assessor de Segurança Nacional recomendou ao presidente que não congratulasse o ditador russo, Vladimir Putin, por sua reeleição fraudulenta no domingo passado. Trump desconsiderou o conselho e anunciou publicamente. A dança das cadeiras em altos cargos do governo dos EUA continua.
Bolton, um realista da linha-dura, é o terceiro assessor de Segurança Nacional deste governo. O primeiro, general Michael Flynn, durou menos de um mês no cargo por ter mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre encontros com russos.
Como Trump, Bolton confia mais no uso da força do que na diplomacia para defender os interesses nacionais. De 2001 a 2005, antes de ser embaixador na ONU, Bolton foi subsecretário de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional.
De imediato, terá de aconselhar o presidente sobre o encontro com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o acordo nuclear com o Irã. Bolton não acredita que o regime comunista norte-coreano esteja mesmo disposto a abandonar as armas atômicas nem que o regime fundamentalista iraniano pretenda fazer o mesmo.
Em artigo recente, Bolton admitiu a possibilidade de um "ataque preventivo" contra a Coreia do Norte, opção descartada pela maioria dos analistas por causa da capacidade de retaliação da ditadura comunista de Pyongyang, que poderia arrasar Seul, a capital da Coreia do Norte, matando centenas de milhares de pessoas sem usar armas atômicas.
Como Trump, Bolton confia mais no uso da força do que na diplomacia para defender os interesses nacionais. De 2001 a 2005, antes de ser embaixador na ONU, Bolton foi subsecretário de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional.
De imediato, terá de aconselhar o presidente sobre o encontro com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o acordo nuclear com o Irã. Bolton não acredita que o regime comunista norte-coreano esteja mesmo disposto a abandonar as armas atômicas nem que o regime fundamentalista iraniano pretenda fazer o mesmo.
Em artigo recente, Bolton admitiu a possibilidade de um "ataque preventivo" contra a Coreia do Norte, opção descartada pela maioria dos analistas por causa da capacidade de retaliação da ditadura comunista de Pyongyang, que poderia arrasar Seul, a capital da Coreia do Norte, matando centenas de milhares de pessoas sem usar armas atômicas.
Trump impõe tarifas de US$ 60 bilhões por ano à China
O presidente Donald Trump anunciou hoje a decisão de impor tarifas no valor de até US$ 60 bilhões por ano às importações da China, que acusou por décadas comércio desleal, roubo de propriedade intelectual e segredos comerciais dos Estados Unidos.
A China declarou estar pronta para uma guerra comercial de longo prazo entre as duas maiores economias do mundo. Por medo do impacto do conflito, o Índice Dow Jones da Bolsa da Valores de Nova York caiu mais de 700 pontos (2,9%).
É a segunda medida protecionista adotada pelo presidente americano para combater o que chama de "agressão econômica". A primeira foi sobretaxar as importações de aço em 25% e de alumínio em 10%. Em 15 dias, os EUA deverão apresentar a lista dos produtos chineses a serem sobretaxados.
Além das tarifas, os EUA vão restringir a compra de empresas de alta tecnologia e a transferência de tecnologia para os chineses. Há um grande avanço da China para superar os EUA em alta tecnologia e os americanos consideram essa supremacia essencial para manter a posição de maior potência mundial.
Trump chegou à Casa Branca decidido a reduzir o déficit comercial dos EUA, que no ano passado chegou a US$ 566 bilhões. Com a China, subiu de US$ 347 bilhões para US$ 375 bilhões. Diante destas cifras, o presidente cobrou do governo chinês um plano para reduzir o déficit em US$ 100 bilhões. Sem uma resposta concreta, partiu para a ação.
Ao contrário do que pensa a maioria dos economistas, o presidente afirmou que as tarifas "vão nos tornar numa nação mais rica e mais forte", reduzindo "o maior déficit comercial que qualquer país já teve na história da humanidade. Está fora de controle."
O presidente adota na política as mesmas táticas de confrontação que aprendeu no mundo dos negócios. Ataca, tenta minar o poder do outro lado e depois recua um pouco, dando a impressão de ceder.
Nas tarifas sobre o aço e o alumínio, Trump acenou com isenção para os aliados dos EUA, inclusive o Brasil. Austrália, Canadá e Coreia do Sul conseguiram oficialmente a isenção. O alvo da guerra comercial é a China e os EUA podem precisar de aliados.
"Não queremos uma guerra comercial", declarou o embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai. "Mas não estamos com medo. Se alguém nos impuser uma guerra comercial, com certeza vamos contra-atacar e retaliar."
A China se defende alegando que aumentou a proteção à propriedade intelectual e prometendo abrir sua economia ao investimento estrangeiro.
A China declarou estar pronta para uma guerra comercial de longo prazo entre as duas maiores economias do mundo. Por medo do impacto do conflito, o Índice Dow Jones da Bolsa da Valores de Nova York caiu mais de 700 pontos (2,9%).
É a segunda medida protecionista adotada pelo presidente americano para combater o que chama de "agressão econômica". A primeira foi sobretaxar as importações de aço em 25% e de alumínio em 10%. Em 15 dias, os EUA deverão apresentar a lista dos produtos chineses a serem sobretaxados.
Além das tarifas, os EUA vão restringir a compra de empresas de alta tecnologia e a transferência de tecnologia para os chineses. Há um grande avanço da China para superar os EUA em alta tecnologia e os americanos consideram essa supremacia essencial para manter a posição de maior potência mundial.
Trump chegou à Casa Branca decidido a reduzir o déficit comercial dos EUA, que no ano passado chegou a US$ 566 bilhões. Com a China, subiu de US$ 347 bilhões para US$ 375 bilhões. Diante destas cifras, o presidente cobrou do governo chinês um plano para reduzir o déficit em US$ 100 bilhões. Sem uma resposta concreta, partiu para a ação.
Ao contrário do que pensa a maioria dos economistas, o presidente afirmou que as tarifas "vão nos tornar numa nação mais rica e mais forte", reduzindo "o maior déficit comercial que qualquer país já teve na história da humanidade. Está fora de controle."
O presidente adota na política as mesmas táticas de confrontação que aprendeu no mundo dos negócios. Ataca, tenta minar o poder do outro lado e depois recua um pouco, dando a impressão de ceder.
Nas tarifas sobre o aço e o alumínio, Trump acenou com isenção para os aliados dos EUA, inclusive o Brasil. Austrália, Canadá e Coreia do Sul conseguiram oficialmente a isenção. O alvo da guerra comercial é a China e os EUA podem precisar de aliados.
"Não queremos uma guerra comercial", declarou o embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai. "Mas não estamos com medo. Se alguém nos impuser uma guerra comercial, com certeza vamos contra-atacar e retaliar."
A China se defende alegando que aumentou a proteção à propriedade intelectual e prometendo abrir sua economia ao investimento estrangeiro.
Guerra dos Fujimori e Odebrecht derrubam presidente do Peru
A três semanas da Cúpula das Américas, a que devem comparecer Donald Trump e Raúl Castro, o país-sede está sem presidente. Depois de um ano e oito meses no cargo, Pedro Pablo Kuczynski renunciou ontem à Presidência do Peru, em meio a uma guerra dos irmãos Fujimori.
Kuczynski evitou uma segunda votação no Congresso para afastá-lo por envolvimento em escândalo com a construtora brasileira Norberto Odebrecht, de quem neste caso recebeu US$ 3 milhões quando era primeiro-ministro do presidente Alejando Toledo, em 2005-6, através da empresa Westfield Capital, noticiou o jornal peruano El Comercio.
"Não quero ser um entulho para que nossa nação encontre o caminho da harmonia que tanto necessita e a mim negaram. Não quero que a pátria sofra. Trabalhei honestamente durante 60 anos da minha vida", declarou o presidente na televisão, pretextando inocência.
Ele será substituído pelo vice-presidente Martín Vizcarra, que era embaixador no Canadá e deve assumir o cargo na sexta-feira. Do exterior, Vizcarra declarou-se "indignado" e estar "pronto para servir o país". Sem maioria no Congresso, já sofre pressões para fazer apenas um governo de transição até uma eleição presidencial antecipada. O atual mandato vai até 2021.
No fim do ano passado, para escapar do primeiro processo de impeachment, Kuczynski deu um indulto ao ex-ditador Alberto Fujimori, que cumpria pena de 25 anos por violações dos direitos humanos durante seu governo.
Em troca, o deputado Kenji Fujimori conseguiu os 10 votos necessários para salvar PPK, como é conhecido popularmente, do primeiro processo de impeachment, por receber US$ 4 milhões da Odebrecht através de empresas de consultoria. Até poucos dias atrás, a mesma fórmula parecia prestes a dar nova sobrevida a PPK.
Traída pelo próprio irmão, a ex-deputada Keiko Fujimori, derrotada por Kuczynski no segundo turno da eleição presidencial peruana de 2016, divulgou agora um vídeo em que Kenji oferecia uma negociata com obras públicas numa compra de voto para salvar Kuczynski.
Foi o golpe final. Um ministro e dois deputados do PPK (Peruanos pelo Câmbio), partido criado para lançar a candidatura de Kuczynski à Presidência, pediram a renúncia: "A investidura presidencial vai muito além das pessoas. É necessário proteger as instituições. Por isso, com muito pesar, senhor presidente, lhe peço que dê um passo ao lado."
A Procuradoria-Geral da República pediu à Justiça que proíba a saída do país do ex-presidente.Três deputados e dois ministros também serão investigados por causa dos keikovídeos. Eles estão sendo comparados aos vladivídeos, em que o chefe do serviço secreto de Fujimori desmoraliza inimigos do regime depois do golpe de 1992.
O próprio papa Francisco ironizou, na última visita ao país: "O que há no Peru que todos os ex-presidentes são presos?"
Fujimori (1990-2000) recebeu indulto, mas a Justiça decidiu que o perdão de PPK não se aplica a outros casos. Toledo (2001-6) vive nos Estados Unidos, onde há um pedido de extradição. Alán García (2006-11) está sendo investigado. Ollanta Humala (2011-16) e sua mulher Nadine Heredia estão presos.
Kuczynski evitou uma segunda votação no Congresso para afastá-lo por envolvimento em escândalo com a construtora brasileira Norberto Odebrecht, de quem neste caso recebeu US$ 3 milhões quando era primeiro-ministro do presidente Alejando Toledo, em 2005-6, através da empresa Westfield Capital, noticiou o jornal peruano El Comercio.
"Não quero ser um entulho para que nossa nação encontre o caminho da harmonia que tanto necessita e a mim negaram. Não quero que a pátria sofra. Trabalhei honestamente durante 60 anos da minha vida", declarou o presidente na televisão, pretextando inocência.
Ele será substituído pelo vice-presidente Martín Vizcarra, que era embaixador no Canadá e deve assumir o cargo na sexta-feira. Do exterior, Vizcarra declarou-se "indignado" e estar "pronto para servir o país". Sem maioria no Congresso, já sofre pressões para fazer apenas um governo de transição até uma eleição presidencial antecipada. O atual mandato vai até 2021.
No fim do ano passado, para escapar do primeiro processo de impeachment, Kuczynski deu um indulto ao ex-ditador Alberto Fujimori, que cumpria pena de 25 anos por violações dos direitos humanos durante seu governo.
Em troca, o deputado Kenji Fujimori conseguiu os 10 votos necessários para salvar PPK, como é conhecido popularmente, do primeiro processo de impeachment, por receber US$ 4 milhões da Odebrecht através de empresas de consultoria. Até poucos dias atrás, a mesma fórmula parecia prestes a dar nova sobrevida a PPK.
Traída pelo próprio irmão, a ex-deputada Keiko Fujimori, derrotada por Kuczynski no segundo turno da eleição presidencial peruana de 2016, divulgou agora um vídeo em que Kenji oferecia uma negociata com obras públicas numa compra de voto para salvar Kuczynski.
Foi o golpe final. Um ministro e dois deputados do PPK (Peruanos pelo Câmbio), partido criado para lançar a candidatura de Kuczynski à Presidência, pediram a renúncia: "A investidura presidencial vai muito além das pessoas. É necessário proteger as instituições. Por isso, com muito pesar, senhor presidente, lhe peço que dê um passo ao lado."
A Procuradoria-Geral da República pediu à Justiça que proíba a saída do país do ex-presidente.Três deputados e dois ministros também serão investigados por causa dos keikovídeos. Eles estão sendo comparados aos vladivídeos, em que o chefe do serviço secreto de Fujimori desmoraliza inimigos do regime depois do golpe de 1992.
O próprio papa Francisco ironizou, na última visita ao país: "O que há no Peru que todos os ex-presidentes são presos?"
Fujimori (1990-2000) recebeu indulto, mas a Justiça decidiu que o perdão de PPK não se aplica a outros casos. Toledo (2001-6) vive nos Estados Unidos, onde há um pedido de extradição. Alán García (2006-11) está sendo investigado. Ollanta Humala (2011-16) e sua mulher Nadine Heredia estão presos.
Marcadores:
Alberto Fujimori,
Corrupção,
Keiko Fujimori,
Kenji Fujimori,
Martín Vizcarra,
Odebrecht,
Pedro Pablo Kuczynski,
Peru,
renúncia
quarta-feira, 21 de março de 2018
Fusões e aquisições chegam a um recorde de US$ 1 tri no início do ano
As compras e fusões de empresas ultrapassaram a marca de US$ 1 trilhão ontem, um recorde, num momento em que todas as grandes economias do planeta estão em crescimento, com uma onda de consolidação nos Estados Unidos e forte atividade na China, no Japão, na Alemanha e no Reino Unido, noticiou hoje o jornal inglês Financial Times.
Com o crescimento econômico e o aumento da confiança do empresariado, houve vários negócios de dezenas de bilhões de dólares. A seguradora americana Cygna pagou US$ 67 bilhões pela Express Scripts. A empresa de energia elétrica alemã Eon pagou 43 bilhões de euros pelo grupo de energia renovável Inoggy. A americana Comcast ofereceu 22 bilhões de libras esterlinas pelo grupo europeu de mídia Sky.
Os negócios são 50% maiores do que no mesmo período no ano passado e 12% acima de 2007, quando foi estabelecido o recorde anterior, de US$ 4,6 trilhões no ano. A atividade no Japão e no Reino Unido é mais do dobro do registrado no ano passado. Na Alemanha, é quatro vezes maior.
Com o crescimento econômico e o aumento da confiança do empresariado, houve vários negócios de dezenas de bilhões de dólares. A seguradora americana Cygna pagou US$ 67 bilhões pela Express Scripts. A empresa de energia elétrica alemã Eon pagou 43 bilhões de euros pelo grupo de energia renovável Inoggy. A americana Comcast ofereceu 22 bilhões de libras esterlinas pelo grupo europeu de mídia Sky.
Os negócios são 50% maiores do que no mesmo período no ano passado e 12% acima de 2007, quando foi estabelecido o recorde anterior, de US$ 4,6 trilhões no ano. A atividade no Japão e no Reino Unido é mais do dobro do registrado no ano passado. Na Alemanha, é quatro vezes maior.
Zuckerberg rompe silêncio e promete auditar milhares de aplicativos
Cinco dias depois do estouro do escândalo sobre o roubo de dados de 50 milhões de americanos com objetivos eleitorais pela empresa britânica Cambridge Analytica, o fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, quebrou o silêncio.
Em texto publicado na rede social, diante da "quebra de confiança", Zuckerberg prometeu auditar milhares de aplicativos e proteger a privacidade dos usuários, mas a declaração foi considerada insuficiente.
"Você precisa vir ao Congresso e depor sob juramento", respondeu o senador democrata Ed Markey, citado pelo jornal The New York Times. O Parlamento Europeu e a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico também querem ouvi-lo.
Por enquanto, Zuckerberg se defende via Facebook: "Temos a responsabilidade de proteger nossos dados e, se não pudermos, não merecemos servir vocês", escreveu. "Fundei o Facebook e sou responsável pelo que acontece em nossa plataforma", citou o jornal The Washington Post.
Zuckerberg tenta tratar o caso como isolado: "Embora esta questão específica envolvendo a Cambridge Analytica não vá se repetir com os novos aplicativos de hoje, não muda o que aconteceu no passado. Vamos aprender com esta experiência e aumentar a segurança da nossa plataforma e assegurar nossa comunidade daqui para a frente."
O chefão do Facebook prometeu reduzir o acesso de empresas que produzem aplicativos aos dados dos usuários, mas não tocou na questão central: sua empresa se tornou uma mina de dados pessoais de mais de 1 bilhão de consumidores, cobiçados por milhares de empresas.
"Ele evitou a grande questão, que há muitos anos o Facebook está basicamente dando dados dos usuários como quem distribui doces", comentou o professor Jonathan Albright, diretor de pesquisas do Centro Tow para Jornalismo Digital da Universidade de Colúmbia. "Não há discussão de que a distribuição de dados fez do Facebook o sucesso que é hoje. Isto tem de ser reconhecido como parte do modelo de negócios e não como um problema isolado."
Em texto publicado na rede social, diante da "quebra de confiança", Zuckerberg prometeu auditar milhares de aplicativos e proteger a privacidade dos usuários, mas a declaração foi considerada insuficiente.
"Você precisa vir ao Congresso e depor sob juramento", respondeu o senador democrata Ed Markey, citado pelo jornal The New York Times. O Parlamento Europeu e a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico também querem ouvi-lo.
Por enquanto, Zuckerberg se defende via Facebook: "Temos a responsabilidade de proteger nossos dados e, se não pudermos, não merecemos servir vocês", escreveu. "Fundei o Facebook e sou responsável pelo que acontece em nossa plataforma", citou o jornal The Washington Post.
Zuckerberg tenta tratar o caso como isolado: "Embora esta questão específica envolvendo a Cambridge Analytica não vá se repetir com os novos aplicativos de hoje, não muda o que aconteceu no passado. Vamos aprender com esta experiência e aumentar a segurança da nossa plataforma e assegurar nossa comunidade daqui para a frente."
O chefão do Facebook prometeu reduzir o acesso de empresas que produzem aplicativos aos dados dos usuários, mas não tocou na questão central: sua empresa se tornou uma mina de dados pessoais de mais de 1 bilhão de consumidores, cobiçados por milhares de empresas.
"Ele evitou a grande questão, que há muitos anos o Facebook está basicamente dando dados dos usuários como quem distribui doces", comentou o professor Jonathan Albright, diretor de pesquisas do Centro Tow para Jornalismo Digital da Universidade de Colúmbia. "Não há discussão de que a distribuição de dados fez do Facebook o sucesso que é hoje. Isto tem de ser reconhecido como parte do modelo de negócios e não como um problema isolado."
Marcadores:
Cambrigde Analytica,
Ed Markey,
EUA,
Facebook,
Mark Zuckerberg,
Parlamento Britânico,
Parlamento Europeu,
roubo de dados,
Senado
Fed eleva juros e prevê mais duas altas neste ano
O Comitê de Mercado Aberto do Conselho da Reserva Federal (Fed) decidiu hoje aumentar a taxa básica de juros de curto prazo da economia dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 1,5% a 1,75%. É a maior desde 2008, quando o banco central americano praticamente zerou sua taxa de juros para combater a Grande Recessão (2008-9).
"A perspectiva econômica se fortaleceu nos últimos meses", declarou o Fed em nota no fim de uma reunião de dois dias de seu comitê de política monetária. "O comitê espera que, com o ajuste gradual da política monetária, a atividade econômica vai se expandir em ritmo moderado em médio prazo e as condições do mercado de trabalho devem continuar fortes."
Com o corte de impostos de US$1,5 trilhão promovido pelo governo Donald Trump, a expectativa é de um aumento de 0,5 ponto percentual no crescimento do produto interno bruto em 2018, previu Lael Brainard, um dos diretores do Fed.
O mercado espera agora mais duas ou três altas de juros neste ano e três em 2019, rumo à normalização da política monetária. Antes da Grande Recessão, a taxa básica estava em 5,25% ao ano.
"A perspectiva econômica se fortaleceu nos últimos meses", declarou o Fed em nota no fim de uma reunião de dois dias de seu comitê de política monetária. "O comitê espera que, com o ajuste gradual da política monetária, a atividade econômica vai se expandir em ritmo moderado em médio prazo e as condições do mercado de trabalho devem continuar fortes."
Com o corte de impostos de US$1,5 trilhão promovido pelo governo Donald Trump, a expectativa é de um aumento de 0,5 ponto percentual no crescimento do produto interno bruto em 2018, previu Lael Brainard, um dos diretores do Fed.
O mercado espera agora mais duas ou três altas de juros neste ano e três em 2019, rumo à normalização da política monetária. Antes da Grande Recessão, a taxa básica estava em 5,25% ao ano.
FARC tem 1,2 mil dissidentes que não abandonaram a luta armada
Cerca de 1,2 mil guerrilheiros das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que se transformaram em partido político depois de um acordo de paz com o governo colombiano, não abandonaram a luta armada, declarou hoje o comandante do Exército, general Alberto Mejia. A agora Força Alternativa Revolucionária do Comum admitiu a deserção de 500 dissidentes.
Os rebeldes tentam financiar a luta armada com o tráfico de drogas e se aliar ao Exército de Libertação Nacional (ELN), que retomou as negociações de paz depois de violar a trégua e matar policiais em ataques a delegacias, ou ao Clã do Golfo, que reúne paramilitares de extrema direita desmobilizados durante o governo Álvaro Uribe (2002-10).
Desde a assinatura do acordo, em novembro de 2016, pelo menos 248 dissidentes das FARC foram mortos, presos ou entregues às autoridades, revelou o comandante do Exército. O novo partido colabora com o governo no combate à violência política e à erradicação das plantações de coca.
Com o fim da Guerra Fria e da União Soviética, em 1991, o tráfico de drogas passou a ser a principal fonte de financiamento das guerrilhas esquerdistas da Colômbia, prolongando a guerra civil iniciada em 9 de abril de 1948, com o assassinado do líder liberal e candidato a presidente Jorge Eliécer Gaitán.
O ELN teria hoje cerca de 1,5 mil homens em armas. A nova FARC teve um desempenho eleitoral medíocre. Seus candidatos ao Senado obtiveram apenas 52 mil votos, 0,34% do total.
Os rebeldes tentam financiar a luta armada com o tráfico de drogas e se aliar ao Exército de Libertação Nacional (ELN), que retomou as negociações de paz depois de violar a trégua e matar policiais em ataques a delegacias, ou ao Clã do Golfo, que reúne paramilitares de extrema direita desmobilizados durante o governo Álvaro Uribe (2002-10).
Desde a assinatura do acordo, em novembro de 2016, pelo menos 248 dissidentes das FARC foram mortos, presos ou entregues às autoridades, revelou o comandante do Exército. O novo partido colabora com o governo no combate à violência política e à erradicação das plantações de coca.
Com o fim da Guerra Fria e da União Soviética, em 1991, o tráfico de drogas passou a ser a principal fonte de financiamento das guerrilhas esquerdistas da Colômbia, prolongando a guerra civil iniciada em 9 de abril de 1948, com o assassinado do líder liberal e candidato a presidente Jorge Eliécer Gaitán.
O ELN teria hoje cerca de 1,5 mil homens em armas. A nova FARC teve um desempenho eleitoral medíocre. Seus candidatos ao Senado obtiveram apenas 52 mil votos, 0,34% do total.
Marcadores:
Acordo de Paz,
Clã do Golfo,
Cocaína,
Colômbia,
ELN,
FARC,
Guerra Civil,
guerrilha esquerdista,
negociação de paz,
Tráfico de Drogas
terça-feira, 20 de março de 2018
Trump ignora assessor de Segurança Nacional e cumprimenta Putin
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, general Herbert McMaster, tem mais um motivo para deixar a Casa Branca, como antecipam os jornais. Mais uma vez, o presidente Donald Trump ignorou sua recomendação, noticiou o jornal The Washington Post.
McMaster aconselhou Trump a não cumprimentar o presidente Vladimir Putin pela vitória numa eleição totalmente controlada e manipulada pelo Kremlin, no momento em que os EUA investigam a interferência indevida da Rússia nas eleições americanas de 2016.
Trump é suspeito de ser o principal beneficiário de um possível conluio de sua candidatura com Moscou para derrotar Hillary Clinton, que Putin culpa por mobilizações de massa da oposição quando ela era secretária de Estado, no primeiro governo Barack Obama. A interferência russa é objeto do inquérito do procurador especial Robert Mueller.
Desde a anexação ilegal da península da Crimeia, em março de 2014, os EUA e a União Europeia adotaram sanções contra a Rússia. As relações com o Ocidente estão no pior momento desde o fim da Fica a vontade com o líder russo.
Além de cumprimentar Putin, Trump não seguiu a orientação de seus assessores, que incluíram o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra entre os pontos a serem discutidos com o czar moderno, assim como a guerra civil na Síria e a questão nuclear da Coreia do Norte.
Na conversa, descrita pelo presidente americano como "muito boa", Trump sugeriu a realização de um encontro para evitar uma "nova corrida armamentista". Nenhuma palavra sobre a interferência russa nas eleições nos EUA nem sobre o espião.
"Provavelmente vamos nos encontrar num futuro não muito distante", disse o presidente dos EUA, embora nada esteja sendo planejado neste sentido, como esclareceu a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
O cumprimento foi repudiado pelo senador John McCain, presidente da Comissão das Forças Armadas do Senado e candidato derrotado por Obama em 2008: "Um presidente americano não lidera o mundo livre cumprimentando ditador por ganharem eleições vergonhosas. Ao fazer isso com Vladimir Putin, o presidente Trump insultou todos os russos que não tiveram o direito de votar em eleições livres e limpas."
Putin ganhou com 76,6% dos votos, com a participação de 67,5% do eleitorado, de acordo com dados oficiais, mas circulam na Internet imagens de fraude eleitoral, com uma mesária enchendo a urna com cédulas de votação.
McMaster aconselhou Trump a não cumprimentar o presidente Vladimir Putin pela vitória numa eleição totalmente controlada e manipulada pelo Kremlin, no momento em que os EUA investigam a interferência indevida da Rússia nas eleições americanas de 2016.
Trump é suspeito de ser o principal beneficiário de um possível conluio de sua candidatura com Moscou para derrotar Hillary Clinton, que Putin culpa por mobilizações de massa da oposição quando ela era secretária de Estado, no primeiro governo Barack Obama. A interferência russa é objeto do inquérito do procurador especial Robert Mueller.
Desde a anexação ilegal da península da Crimeia, em março de 2014, os EUA e a União Europeia adotaram sanções contra a Rússia. As relações com o Ocidente estão no pior momento desde o fim da Fica a vontade com o líder russo.
Além de cumprimentar Putin, Trump não seguiu a orientação de seus assessores, que incluíram o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra entre os pontos a serem discutidos com o czar moderno, assim como a guerra civil na Síria e a questão nuclear da Coreia do Norte.
Na conversa, descrita pelo presidente americano como "muito boa", Trump sugeriu a realização de um encontro para evitar uma "nova corrida armamentista". Nenhuma palavra sobre a interferência russa nas eleições nos EUA nem sobre o espião.
"Provavelmente vamos nos encontrar num futuro não muito distante", disse o presidente dos EUA, embora nada esteja sendo planejado neste sentido, como esclareceu a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
O cumprimento foi repudiado pelo senador John McCain, presidente da Comissão das Forças Armadas do Senado e candidato derrotado por Obama em 2008: "Um presidente americano não lidera o mundo livre cumprimentando ditador por ganharem eleições vergonhosas. Ao fazer isso com Vladimir Putin, o presidente Trump insultou todos os russos que não tiveram o direito de votar em eleições livres e limpas."
Putin ganhou com 76,6% dos votos, com a participação de 67,5% do eleitorado, de acordo com dados oficiais, mas circulam na Internet imagens de fraude eleitoral, com uma mesária enchendo a urna com cédulas de votação.
Marcadores:
conluio,
Corrida Armamentista,
Donald Trump,
Eleições,
EUA,
Gen. Herbert McMaster,
manipulação eleitoral,
Rússia,
telefonema,
Vladimir Putin
EUA, UE e Reino Unido exigem explicações do Facebook por roubo de dados
O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, está sendo intimido a depor no Congresso dos Estados Unidos, no Parlamento Europeu e na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico para explicar como a empresa inglesa Cambridge Analytica roubou e manipulou os dados sobre 50 milhões de americanos para ajudar a campanha de Donald Trump para a Casa Branca. As multas serão pesadas.
A Comissão Federal de Comércio dos EUA está investigando se o Facebook violou um acordo de proteção da privacidade. A rede social coleta dados fornecidos voluntariamente por mais de 1 bilhão de usuários no mundo inteiro. Usa isso para fazer propagandas destinadas aos usuários, mas não pode passar essas informações a uma empresa que manipula campanhas políticas.
No olho do furacão, a Cambridge Analytica suspendeu seu diretor-geral, Alexandre Nix, depois de uma gravação clandestina apresentada no Canal 4 da televisão britânica em que fala de táticas desonestas, inclusive sexo e suborno, para ganhar eleições no exterior. Além da eleição de Trump, a empresa participou da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia.
A Cambridge Analytica foi fundada em 2013 por Steve Bannon, chefe da campanha de Trump e ex-assessor especial da Casa Branca, e pelo milionário conservador Robert Mercer, doador do Partido Republicano.
Através do Facebook, a pretexto de fazer pesquisa, encaminhou perguntas respondidas por 270 mil usuários. Aparentemente sem autorização do Facebook, a Cambridge Analytica ampliou a coleta de dados para os amigos desses usuários. A falta de controle interno do Facebook permitiu a operação, observou o jornal The Wall Street Journal.
Com as informações sobre 50 milhões de americanos extraídas do Facebook, a Cambridge Analytica fez um grande bancos de dados e uma série de perfis do eleitorado para produzir anúncios orientados diretamente para determinado grupo de eleitores. Um ex-funcionário acusou Bannon de supervisionar pessoalmente a coleta de dados no Facebook, revelou o jornal The Washington Post.
Desde que o escândalo veio à tona, no fim de semana, em dois dias, o Facebook perdeu US$ 50 bilhões em valor de mercado na Bolsa de Valores. O diretor de segurança da informação, Alex Stamos, está deixando a empresa. Stamos seria a favor de maior transparência, mas foi vencido no debate interno da diretoria.
Os investidores temem a regulamentação das megaempresas de alta tecnologia. Antes admiradas e respeitadas, companhias como a Apple, o Facebook e o Google são quase monopólios com um tremendo poder de mercado que usam, entre outras coisas, para comprar ou sufocar possíveis rivais.
A Comissão Federal de Comércio dos EUA está investigando se o Facebook violou um acordo de proteção da privacidade. A rede social coleta dados fornecidos voluntariamente por mais de 1 bilhão de usuários no mundo inteiro. Usa isso para fazer propagandas destinadas aos usuários, mas não pode passar essas informações a uma empresa que manipula campanhas políticas.
No olho do furacão, a Cambridge Analytica suspendeu seu diretor-geral, Alexandre Nix, depois de uma gravação clandestina apresentada no Canal 4 da televisão britânica em que fala de táticas desonestas, inclusive sexo e suborno, para ganhar eleições no exterior. Além da eleição de Trump, a empresa participou da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia.
A Cambridge Analytica foi fundada em 2013 por Steve Bannon, chefe da campanha de Trump e ex-assessor especial da Casa Branca, e pelo milionário conservador Robert Mercer, doador do Partido Republicano.
Através do Facebook, a pretexto de fazer pesquisa, encaminhou perguntas respondidas por 270 mil usuários. Aparentemente sem autorização do Facebook, a Cambridge Analytica ampliou a coleta de dados para os amigos desses usuários. A falta de controle interno do Facebook permitiu a operação, observou o jornal The Wall Street Journal.
Com as informações sobre 50 milhões de americanos extraídas do Facebook, a Cambridge Analytica fez um grande bancos de dados e uma série de perfis do eleitorado para produzir anúncios orientados diretamente para determinado grupo de eleitores. Um ex-funcionário acusou Bannon de supervisionar pessoalmente a coleta de dados no Facebook, revelou o jornal The Washington Post.
Desde que o escândalo veio à tona, no fim de semana, em dois dias, o Facebook perdeu US$ 50 bilhões em valor de mercado na Bolsa de Valores. O diretor de segurança da informação, Alex Stamos, está deixando a empresa. Stamos seria a favor de maior transparência, mas foi vencido no debate interno da diretoria.
Os investidores temem a regulamentação das megaempresas de alta tecnologia. Antes admiradas e respeitadas, companhias como a Apple, o Facebook e o Google são quase monopólios com um tremendo poder de mercado que usam, entre outras coisas, para comprar ou sufocar possíveis rivais.
Marcadores:
Câmara dos Comuns,
Cambridge Analytica,
EUA,
Europa,
Facebook,
Mark Zuckerberg,
Parlamento Britânico,
Parlamento Europeu,
UE
Sarkozy é preso sob suspeita receber dinheiro de Kadafi para eleição de 2007
O ex-presidente Nicolas Sarkozy foi preso hoje de manhã para ser interrogado no inquérito sobre um suposto financiamento ilegal que teria recebido do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, para a eleição de 2007. Ele passa a noite numa delegacia de polícia de Nanterre. Pode ficar detido por até 48 horas.
Em março de 2011, quando as Nações Unidas autorizaram uma intervenção militar na Líbia para impedir Kadafi de massacrar os rebeldes cercados em Bengázi, em meio a uma rebelião da chamada Primavera Árabe, o ditador declarou à mídia francesa que Sarkozy lhe devia a eleição porque ele dera 50 milhões de euros (R$ 200 milhões pela cotação de hoje) à campanha eleitoral do presidente da França.
Na época, o limite de gastos de uma campanha presidencial na França era de 21 milhões de euros (R$ 82 milhões). O caso está sob investigação desde 2013.
Sarkozy é ouvido pela primeira vez neste caso semanas depois da prisão, em Londres, de seu ex-assessor Alexandre Djouhri. Em novembro de 2016, um empresário franco-libanês confessou ter levado três malas cheias de dinheiro da Líbia para o diretor da campanha de Sarkozy, Claude Guéant.
Em entrevista ao sítio de notícias Mediapart, Ziad Takieddine revelou ter feito três viagens da capital líbia, Trípoli, a Paris. Em cada viagem, carregou uma mala com 1,5 a 2 milhões em notas de 200 e 500 euros. Ele disse ter recebido o dinheiro do chefe do serviço secreto militar de Kadafi, Abdallah Senussi.
O ex-presidente chamou Takieddine de "mentiroso" e "condenado inúmeras vezes por difamação". Sarkozy governou a França de 2007 a 2012, quando perdeu a reeleição para o socialista François Hollande. Pouco depois da posse, convidou o ditador líbio para uma visita de Estado.
Durante a guerra civil na Líbia, temendo massacres e uma fuga em massa de refugiados pelo Mar Mediterrâneo, Sarkozy articulou com os Estados Unidos e o Reino Unido uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes.
Essa intervenção foi decisiva para a queda e morte de Kadafi, em 2011. Não houve uma missão internacional de paz da ONU. Até hoje, a Líbia está em estado de anarquia, com governos paralelos e milícias rivais lutando pelo poder.
Em 2016, Sarkozy ficou em terceiro lugar nas eleições prévias do partido gaullista, conservador, de centro-direita, que hoje se chama Os Republicanos e perdeu muitos eleitores e deputados com a ascensão do presidente Emmanuel Macron e sua República em Marcha.
Em março de 2011, quando as Nações Unidas autorizaram uma intervenção militar na Líbia para impedir Kadafi de massacrar os rebeldes cercados em Bengázi, em meio a uma rebelião da chamada Primavera Árabe, o ditador declarou à mídia francesa que Sarkozy lhe devia a eleição porque ele dera 50 milhões de euros (R$ 200 milhões pela cotação de hoje) à campanha eleitoral do presidente da França.
Na época, o limite de gastos de uma campanha presidencial na França era de 21 milhões de euros (R$ 82 milhões). O caso está sob investigação desde 2013.
Sarkozy é ouvido pela primeira vez neste caso semanas depois da prisão, em Londres, de seu ex-assessor Alexandre Djouhri. Em novembro de 2016, um empresário franco-libanês confessou ter levado três malas cheias de dinheiro da Líbia para o diretor da campanha de Sarkozy, Claude Guéant.
Em entrevista ao sítio de notícias Mediapart, Ziad Takieddine revelou ter feito três viagens da capital líbia, Trípoli, a Paris. Em cada viagem, carregou uma mala com 1,5 a 2 milhões em notas de 200 e 500 euros. Ele disse ter recebido o dinheiro do chefe do serviço secreto militar de Kadafi, Abdallah Senussi.
O ex-presidente chamou Takieddine de "mentiroso" e "condenado inúmeras vezes por difamação". Sarkozy governou a França de 2007 a 2012, quando perdeu a reeleição para o socialista François Hollande. Pouco depois da posse, convidou o ditador líbio para uma visita de Estado.
Durante a guerra civil na Líbia, temendo massacres e uma fuga em massa de refugiados pelo Mar Mediterrâneo, Sarkozy articulou com os Estados Unidos e o Reino Unido uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes.
Essa intervenção foi decisiva para a queda e morte de Kadafi, em 2011. Não houve uma missão internacional de paz da ONU. Até hoje, a Líbia está em estado de anarquia, com governos paralelos e milícias rivais lutando pelo poder.
Em 2016, Sarkozy ficou em terceiro lugar nas eleições prévias do partido gaullista, conservador, de centro-direita, que hoje se chama Os Republicanos e perdeu muitos eleitores e deputados com a ascensão do presidente Emmanuel Macron e sua República em Marcha.
Marcadores:
campanha eleitoral,
Claude Guéant,
Corrupção,
França,
Guerra Civil,
inquérito,
Intervenção Militar,
Líbia,
Nicolas Sarkozy,
Prisão,
Ziad Takieddine
segunda-feira, 19 de março de 2018
Carro sem motorista atropela e mata pedestre em teste no Arizona
A empresa Uber suspendeu as experiências com automóveis dirigidos automaticamente, sem motorista, depois da primeira morte de um pedestre em acidente causado por um de seus veículos autômos em teste nos Estados Unidos. Em 2016, o motorista de um Tesla morreu quando usava o piloto automático.
A morte de uma mulher em Tempe, no estado do Arizona, reabre o debate sobre veículos autônomos no momento em que as empresas tentam desenvolver a tecnologia e as autoridades estudam sua regulamentação.
Os testes da Uber estão sendo realizados em Tempe, São Francisco e Pittsburgh, nos EUA, e Toronto, no Canadá. O acidente aconteceu ontem por volta das 22h. A mulher atravessava a rua fora da faixa de segurança quando foi atingida.
"O veículo envolvido era um dos veículos autônomos da Uber", declarou a polícia da cidade. "Estava em modo autônomo no momento da colisão, com um operador na direção." A vítima foi hospitalizada, mas não resistiu aos ferimentos.
A morte de uma mulher em Tempe, no estado do Arizona, reabre o debate sobre veículos autônomos no momento em que as empresas tentam desenvolver a tecnologia e as autoridades estudam sua regulamentação.
Os testes da Uber estão sendo realizados em Tempe, São Francisco e Pittsburgh, nos EUA, e Toronto, no Canadá. O acidente aconteceu ontem por volta das 22h. A mulher atravessava a rua fora da faixa de segurança quando foi atingida.
"O veículo envolvido era um dos veículos autônomos da Uber", declarou a polícia da cidade. "Estava em modo autônomo no momento da colisão, com um operador na direção." A vítima foi hospitalizada, mas não resistiu aos ferimentos.
domingo, 18 de março de 2018
Descontentamento militar aumenta ameaça de golpe contra Maduro
Com a economia em colapso, cresce a ameaça de um golpe militar contra o ditador Nicolás Maduro na Venezuela. Há um expurgo silencioso em andamento dos oficiais que participaram da tentativa de golpe liderada pelo coronel Hugo Chávez contra o presidente Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992.
Mais de cem militares foram presos desde o início do ano, inclusive comandantes de batalhão, sargentos, tenentes e até mesmo generais. Na quinta-feira, foi detido o general Alexis López Ramírez, ex-secretário do Conselho de Defesa da Nação (Codena). As autoridades não confirmaram a prisão e a família não sabe onde ele está.
As casas dos coronéis Erik Peña e Igber José Marín Chaparro, comandante do Batalhão de Infantaria Motorizada Juan Pablo Ayala, foram revistadas por agentes da Direção Geral de Contrainteligência Militar na mesma quinta-feira. Eles foram detidos em 2 de março sob a suspeita de pertencerem ao Movimento de Transição para a Dignidade do Povo, de oposição a Maduro.
Em 14 de fevereiro, foram presos o ex-ministro do Interior general da reserva Miguel Rodríguez Torres e 19 oficiais da ativa da Força Armada Nacional Bolivarista (FANB), entre eles comandantes de unidades com alto poder de fogo.
Antes de sua prisão, o general López Ramírez manifestou solidariedade ao companheiro: "Minha solidariedade ao companheiro RodTor, suas filhas e toda a sua família. Tudo passará e a Venezuela recuperará o caráter republicano que nos legou Bolívar e a democracia que tanto esforço, sofrimento e sangue nos custou no século passado. Viva Bolívar! Viva a Venezuela!"
Um mês antes da prisão de Rodríguez, em 15 de janeiro, o policial e piloto de helicóptero rebelde Óscar Pérez foi sumariamente fuzilado quando tentava se entregar ao ser encurralado, meses depois de atacar o Ministério do Interior no ano passado.
Ao liquidar o Rambo venezuelano, o policial era dublê de personagem do cinema e da televisão, Maduro mandou um recado claro: nenhuma dissidência militar será tolerada. Com a oposição desarmada, o ditador sabe que qualquer desafio à sua autoridade virá dos homens em armas. O fim da ditadura depende de uma cisão interna.
Agora, o próximo preso seria o general Clíver Alcalá Cordones.
"Não tenho dúvidas em assinalar que a Venezuela enfrenta a pior crise militar desde 1992. A de 2002 foi palaciana, daí a diferença", alertou a advogada venezuelana Rocío San Miguel, diretora da organização não governamental Controle Cidadão, comparando a situação atual com o golpe contra o então presidente Hugo Chávez 16 anos atrás.
"Pela primeira vez em seis anos, incluo o golpe de Estado entre minhas hipóteses, não com alta probabilidade, mas sim como uma variável em crescimento sustentado. E não necessariamente violento, mas como um produto de um acordo do chavismo militar dentro da FANB", acrescentou a advogada.
Com o colapso da economia, 40% menor do que em 2013, quando Chávez morreu, uma inflação de 13.000% ao ano, dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e desabastecimento generalizado, os venezuelanos estão passando fome. Cada cidadão perdeu em média oito quilos nos últimos anos.
O governo Maduro distribui cestas básicas na periferia na campanha para a eleição presidencial de 20 de maio, mas policiais e militares de baixas patentes estão excluídos das mordomias do fracassado "socialismo do século 21". Suas famílias também passam fome e outras necessidades, como a falta de medicamentos básicos. A inquietação nos quartéis mina o regime. A fome tem um poder revolucionário.
Entre os presos, "não há militares oposicionistas", observa a analista Sebastiana Barráez. "Tinham comando e só aos mais testados dão poder de fogo." Ela entende que Maduro "pôs toda a FANB sob suspeita porque acabam de cair os 'incondicionais', os 'profundamente chavistas' e do componente mais determinante, o Exército. Está justificado o alarme."
O expurgo dos "profundamente chavistas", os aliados de primeira hora da tentativa de golpe de 1992, com a prisão do ex-ministro Rodríguez Torres, na opinião da advogada Rocío San Miguel, "é apenas uma mostra da ruptura em marcha entre o chavismo e o madurismo nas FANB. São previsíveis novas prisões nas próximas horas", previu, antes da detenção de López Ramírez.
"Aqui não pode haver golpe de Estado. Estamos no século 21", declarou à televisão estatal TeleSur o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, homem-forte do regime. Mas admitiu: "Agora, há tentativas e conspirações, e do império estão movimentando suas marionetes aqui na Venezuela, tentando fazer o que é impossível, usar a FANB com propósitos obscuros. A FANB está curada, tem maturidade política suficiente, tem integridade constitucional suficiente."
Por outro lado, a oposição formou a Frente Ampla Venezuela Livre para protestar contra a eleição presidencial antecipada por Maduro. Durante várias reuniões durante o fim de semana, uma nota foi lida na Universidade Andrés Bello: "Ratificamos a Assembleia Nacional como único órgão legislativo e desconhecemos a assembleia nacional constituinte que, sem tempo nem condições, convocou um evento presidencial, legislativo, regional e municipal que deveria ser feito de forma separada por ordem constitucional. Propomos uma ampla aliança em que esteja incorporada a FANB para dizer não à farsa eleitoral. Queremos votar, mas sem repressão, perseguição e inabilitação."
Mais de cem militares foram presos desde o início do ano, inclusive comandantes de batalhão, sargentos, tenentes e até mesmo generais. Na quinta-feira, foi detido o general Alexis López Ramírez, ex-secretário do Conselho de Defesa da Nação (Codena). As autoridades não confirmaram a prisão e a família não sabe onde ele está.
As casas dos coronéis Erik Peña e Igber José Marín Chaparro, comandante do Batalhão de Infantaria Motorizada Juan Pablo Ayala, foram revistadas por agentes da Direção Geral de Contrainteligência Militar na mesma quinta-feira. Eles foram detidos em 2 de março sob a suspeita de pertencerem ao Movimento de Transição para a Dignidade do Povo, de oposição a Maduro.
Em 14 de fevereiro, foram presos o ex-ministro do Interior general da reserva Miguel Rodríguez Torres e 19 oficiais da ativa da Força Armada Nacional Bolivarista (FANB), entre eles comandantes de unidades com alto poder de fogo.
Antes de sua prisão, o general López Ramírez manifestou solidariedade ao companheiro: "Minha solidariedade ao companheiro RodTor, suas filhas e toda a sua família. Tudo passará e a Venezuela recuperará o caráter republicano que nos legou Bolívar e a democracia que tanto esforço, sofrimento e sangue nos custou no século passado. Viva Bolívar! Viva a Venezuela!"
Um mês antes da prisão de Rodríguez, em 15 de janeiro, o policial e piloto de helicóptero rebelde Óscar Pérez foi sumariamente fuzilado quando tentava se entregar ao ser encurralado, meses depois de atacar o Ministério do Interior no ano passado.
Ao liquidar o Rambo venezuelano, o policial era dublê de personagem do cinema e da televisão, Maduro mandou um recado claro: nenhuma dissidência militar será tolerada. Com a oposição desarmada, o ditador sabe que qualquer desafio à sua autoridade virá dos homens em armas. O fim da ditadura depende de uma cisão interna.
Agora, o próximo preso seria o general Clíver Alcalá Cordones.
"Não tenho dúvidas em assinalar que a Venezuela enfrenta a pior crise militar desde 1992. A de 2002 foi palaciana, daí a diferença", alertou a advogada venezuelana Rocío San Miguel, diretora da organização não governamental Controle Cidadão, comparando a situação atual com o golpe contra o então presidente Hugo Chávez 16 anos atrás.
"Pela primeira vez em seis anos, incluo o golpe de Estado entre minhas hipóteses, não com alta probabilidade, mas sim como uma variável em crescimento sustentado. E não necessariamente violento, mas como um produto de um acordo do chavismo militar dentro da FANB", acrescentou a advogada.
Com o colapso da economia, 40% menor do que em 2013, quando Chávez morreu, uma inflação de 13.000% ao ano, dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e desabastecimento generalizado, os venezuelanos estão passando fome. Cada cidadão perdeu em média oito quilos nos últimos anos.
O governo Maduro distribui cestas básicas na periferia na campanha para a eleição presidencial de 20 de maio, mas policiais e militares de baixas patentes estão excluídos das mordomias do fracassado "socialismo do século 21". Suas famílias também passam fome e outras necessidades, como a falta de medicamentos básicos. A inquietação nos quartéis mina o regime. A fome tem um poder revolucionário.
Entre os presos, "não há militares oposicionistas", observa a analista Sebastiana Barráez. "Tinham comando e só aos mais testados dão poder de fogo." Ela entende que Maduro "pôs toda a FANB sob suspeita porque acabam de cair os 'incondicionais', os 'profundamente chavistas' e do componente mais determinante, o Exército. Está justificado o alarme."
O expurgo dos "profundamente chavistas", os aliados de primeira hora da tentativa de golpe de 1992, com a prisão do ex-ministro Rodríguez Torres, na opinião da advogada Rocío San Miguel, "é apenas uma mostra da ruptura em marcha entre o chavismo e o madurismo nas FANB. São previsíveis novas prisões nas próximas horas", previu, antes da detenção de López Ramírez.
"Aqui não pode haver golpe de Estado. Estamos no século 21", declarou à televisão estatal TeleSur o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, homem-forte do regime. Mas admitiu: "Agora, há tentativas e conspirações, e do império estão movimentando suas marionetes aqui na Venezuela, tentando fazer o que é impossível, usar a FANB com propósitos obscuros. A FANB está curada, tem maturidade política suficiente, tem integridade constitucional suficiente."
Por outro lado, a oposição formou a Frente Ampla Venezuela Livre para protestar contra a eleição presidencial antecipada por Maduro. Durante várias reuniões durante o fim de semana, uma nota foi lida na Universidade Andrés Bello: "Ratificamos a Assembleia Nacional como único órgão legislativo e desconhecemos a assembleia nacional constituinte que, sem tempo nem condições, convocou um evento presidencial, legislativo, regional e municipal que deveria ser feito de forma separada por ordem constitucional. Propomos uma ampla aliança em que esteja incorporada a FANB para dizer não à farsa eleitoral. Queremos votar, mas sem repressão, perseguição e inabilitação."
Putin é reeleito com mais de 70% dos votos
Como sempre na Rússia, o candidato do Kremlin ganhou. Com 98,6% dos votos apurados na eleição de hoje, o presidente Vladimir Putin está reeleito com quase 56,2 milhões de votos (77%) para um quarto mandato, agora de seis anos.
O segundo colocado é o candidato do Partido Comunista, Pavel Groudinine, com 8,6 milhões (11,8%), seguido pelo ultranacionalista Vladimir Jirinovsky com 4,1 milhão (5,6%) e pela jornalista Ksenia Sobchak com 1,2 milhão (1,67%).
Com a vitória garantida, a grande preocupação do Kremlin era com o comparecimento às urnas. Proibido de concorrer por causa de processos forjados, o principal líder da oposição, Alexei Navalny defendeu um boicote. De acordo com a Comissão Central Eleitoral, 64% ou 73,3 dos 110 milhões de eleitores russos foram às urnas.
Exilado em Moscou desde 2013 por revelar um megaesquema da espionagem dos Estados Unidos na Internet, o americano Edward Snowden denunciou no Twitter uma gigantesca fraude eleitoral.
Para o deputado Igor Morozov, o confronto com o Ocidente ajudou a reeleição: "Os americanos e britânicos têm de entender que não podem influenciar o resultado da eleição. Nossos concidadãos compreendem a situação em que a Rússia se encontra hoje."
Putin chegou ao poder em 1999 como primeiro-ministro de Boris Yeltsin, a quem sucedeu depois de iniciar a Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000) em reação contra ações terroristas de extremistas muçulmanos no Norte do Cáucaso. Foi sua primeira tentativa de restaurar o poder imperial da Rússia, perdido desde o fim da União Soviética, em 1991, que ele considera a "maior catástrofe geopolítica do século 20".
Em março de 2000, Putin já estava no cargo como substituto de Yeltsin quando foi eleito presidente pela primeira vez. Ex-diretor do Serviço Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política soviética, Putin combateu a anarquia da era pós-URSS resgatando o autoritarismo.
A pretexto de combater movimentos nacionalistas pela independência como o da Chechênia, as eleições diretas para as hoje 83 unidades administrativas da Federação Russa foram suspensas. Aumentou o combate às ideias liberais, da censura à perseguição de homossexuais, jornalistas e defensores dos direitos humanos.
No plano internacional, a restauração do poder imperial soviético significa manter a esfera de influência de Moscou sobre o "exterior próximo", as antigas repúblicas da URSS, o antigo império interior soviético, e sobre o antigo Bloco Soviético na Europa Oriental, o antigo império exterior soviético.
Assim, as revoluções liberais Rosa (2003), na ex-república soviética da Geórgia, e Laranja (2004), na ex-república soviética da Ucrânia, foram vistas como conspirações do Ocidente para enfraquecer a Rússia. Em 2008, a Rússia interveio na Geórgia numa guerra rápida, consolidando o poder de aliados de Moscou nas regiões da Abecásia e da Ossétia do Sul.
Com a alta nos preços internacionais do petróleo, a economia russa se recuperou do colapso de agosto de 1998 e teve boas taxas de crescimento até a Grande Recessão (2008-9), quando levou um tombo de 8%. Putin aproveitou para reconstruir o única indústria competitiva da Rússia, o setor bélico.
De 2008 a 2012, cumprindo o limite constitucional uma reeleição, Putin trocou de lugar com o primeiro-ministro Dimitri Medvedev, um fiel escudeiro que nunca tentou um golpe palaciano.
Na campanha para as eleições parlamentares de dezembro de 2011, em plena Primavera Árabe, Putin viu a influência do Ocidente nas grandes mobilizações da oposição e lançou nova onda repressiva contra liberais em geral e as organizações não governamentais, especialmente as estrangeiras.
O conflito com o Ocidente se acirrou com a revolta popular na Ucrânia, em novembro de 2013, quando o presidente Viktor Yanukovich abandonou uma negociação para fazer um acordo com a União Europeia. Na visão de Putin, mais uma tentativa de enfraquecer a Rússia, como se a Ucrânia não tivesse o direito de entrar para a UE.
Desta vez, Putin decidiu reagir. Logo depois da queda de Yanukovich, em fevereiro de 2014, soldados da Frota do Mar Negro, baseada no porto de Sebastopol, começaram a assumir o controle da região da Crimeia, onde a maioria da população é de origem russa. Há quatro anos, a Rússia anexava oficialmente a Crimeia.
Em abril de 2014, com inspiração, armas, dinheiro, mercenários e soldados da Rússia, começava uma rebelião em províncias do Leste da Ucrânia com maioria de origem étnica russa. Mais de 10 mil pessoas foram mortas até novembro de 2017.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções que agravaram a crise econômica da Rússia, abalada pela queda nos preços internacionais do petróleo, que baixaram de US$ 110 por barril em junho de 2014 para pouco mais de US$ 60 hoje.
Com a deterioração da economia, Putin usa a guerra para insuflar uma onda nacionalista e apresentar a Rússia como vítima de uma conspiração internacional. Em 30 de setembro de 2015, a Rússia entrou na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de seu aliado Bachar Assad para preservar sua base naval em Tartus, no Mar Mediterrâneo, e se reafirmar como grande potência no Oriente Médio.
Esse apoio foi decisivo para o regime de Assad recuperar o controle sobre a maior parte do país, enquanto Putin tenta articular um acordo de paz que o mantenha no poder contra a vontade dos EUA e seus aliados europeus.
A julgar pelo resultado das urnas, as bravatas militaristas de Putin tem apoio popular. O envenenamento de um ex-agente duplo russo na Inglaterra e a reação indignada do governo britânico, com a expulsão de 23 diplomatas de cada lado, reforçaram a imagem de líder todo-poderoso que Putin tenta apresentar aos russos.
O segundo colocado é o candidato do Partido Comunista, Pavel Groudinine, com 8,6 milhões (11,8%), seguido pelo ultranacionalista Vladimir Jirinovsky com 4,1 milhão (5,6%) e pela jornalista Ksenia Sobchak com 1,2 milhão (1,67%).
Com a vitória garantida, a grande preocupação do Kremlin era com o comparecimento às urnas. Proibido de concorrer por causa de processos forjados, o principal líder da oposição, Alexei Navalny defendeu um boicote. De acordo com a Comissão Central Eleitoral, 64% ou 73,3 dos 110 milhões de eleitores russos foram às urnas.
Exilado em Moscou desde 2013 por revelar um megaesquema da espionagem dos Estados Unidos na Internet, o americano Edward Snowden denunciou no Twitter uma gigantesca fraude eleitoral.
Para o deputado Igor Morozov, o confronto com o Ocidente ajudou a reeleição: "Os americanos e britânicos têm de entender que não podem influenciar o resultado da eleição. Nossos concidadãos compreendem a situação em que a Rússia se encontra hoje."
Putin chegou ao poder em 1999 como primeiro-ministro de Boris Yeltsin, a quem sucedeu depois de iniciar a Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000) em reação contra ações terroristas de extremistas muçulmanos no Norte do Cáucaso. Foi sua primeira tentativa de restaurar o poder imperial da Rússia, perdido desde o fim da União Soviética, em 1991, que ele considera a "maior catástrofe geopolítica do século 20".
Em março de 2000, Putin já estava no cargo como substituto de Yeltsin quando foi eleito presidente pela primeira vez. Ex-diretor do Serviço Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política soviética, Putin combateu a anarquia da era pós-URSS resgatando o autoritarismo.
A pretexto de combater movimentos nacionalistas pela independência como o da Chechênia, as eleições diretas para as hoje 83 unidades administrativas da Federação Russa foram suspensas. Aumentou o combate às ideias liberais, da censura à perseguição de homossexuais, jornalistas e defensores dos direitos humanos.
No plano internacional, a restauração do poder imperial soviético significa manter a esfera de influência de Moscou sobre o "exterior próximo", as antigas repúblicas da URSS, o antigo império interior soviético, e sobre o antigo Bloco Soviético na Europa Oriental, o antigo império exterior soviético.
Assim, as revoluções liberais Rosa (2003), na ex-república soviética da Geórgia, e Laranja (2004), na ex-república soviética da Ucrânia, foram vistas como conspirações do Ocidente para enfraquecer a Rússia. Em 2008, a Rússia interveio na Geórgia numa guerra rápida, consolidando o poder de aliados de Moscou nas regiões da Abecásia e da Ossétia do Sul.
Com a alta nos preços internacionais do petróleo, a economia russa se recuperou do colapso de agosto de 1998 e teve boas taxas de crescimento até a Grande Recessão (2008-9), quando levou um tombo de 8%. Putin aproveitou para reconstruir o única indústria competitiva da Rússia, o setor bélico.
De 2008 a 2012, cumprindo o limite constitucional uma reeleição, Putin trocou de lugar com o primeiro-ministro Dimitri Medvedev, um fiel escudeiro que nunca tentou um golpe palaciano.
Na campanha para as eleições parlamentares de dezembro de 2011, em plena Primavera Árabe, Putin viu a influência do Ocidente nas grandes mobilizações da oposição e lançou nova onda repressiva contra liberais em geral e as organizações não governamentais, especialmente as estrangeiras.
O conflito com o Ocidente se acirrou com a revolta popular na Ucrânia, em novembro de 2013, quando o presidente Viktor Yanukovich abandonou uma negociação para fazer um acordo com a União Europeia. Na visão de Putin, mais uma tentativa de enfraquecer a Rússia, como se a Ucrânia não tivesse o direito de entrar para a UE.
Desta vez, Putin decidiu reagir. Logo depois da queda de Yanukovich, em fevereiro de 2014, soldados da Frota do Mar Negro, baseada no porto de Sebastopol, começaram a assumir o controle da região da Crimeia, onde a maioria da população é de origem russa. Há quatro anos, a Rússia anexava oficialmente a Crimeia.
Em abril de 2014, com inspiração, armas, dinheiro, mercenários e soldados da Rússia, começava uma rebelião em províncias do Leste da Ucrânia com maioria de origem étnica russa. Mais de 10 mil pessoas foram mortas até novembro de 2017.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções que agravaram a crise econômica da Rússia, abalada pela queda nos preços internacionais do petróleo, que baixaram de US$ 110 por barril em junho de 2014 para pouco mais de US$ 60 hoje.
Com a deterioração da economia, Putin usa a guerra para insuflar uma onda nacionalista e apresentar a Rússia como vítima de uma conspiração internacional. Em 30 de setembro de 2015, a Rússia entrou na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de seu aliado Bachar Assad para preservar sua base naval em Tartus, no Mar Mediterrâneo, e se reafirmar como grande potência no Oriente Médio.
Esse apoio foi decisivo para o regime de Assad recuperar o controle sobre a maior parte do país, enquanto Putin tenta articular um acordo de paz que o mantenha no poder contra a vontade dos EUA e seus aliados europeus.
A julgar pelo resultado das urnas, as bravatas militaristas de Putin tem apoio popular. O envenenamento de um ex-agente duplo russo na Inglaterra e a reação indignada do governo britânico, com a expulsão de 23 diplomatas de cada lado, reforçaram a imagem de líder todo-poderoso que Putin tenta apresentar aos russos.
sábado, 17 de março de 2018
Subdiretor do FBI demitido entregou relatos de encontros com Trump ao procurador especial
Numa vingança pessoal do presidente Donald Trump, o secretário da Justiça, Jeff Sessions, demitiu ontem o subdiretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), Andrew McCabe, dois dias antes do prazo para ele se aposentar com vencimentos integrais.
Como sentia-se perseguido, McCabe entregou memorandos de seus encontros com o presidente ao procurador especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia nas eleições nos Estados Unidos e um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin.
Sob pressão da Casa Branca, McCabe deixou o cargo em janeiro. Estava afastado sob licença, aguardando o prazo para se aposentar. Ao justificar a demissão, Sessions citou uma investigação do Inspetor Geral para acusar o ex-subdiretor de fazer revelações não autorizadas aos meios de comunicação e por "falta de candura - inclusive sob juramento - em múltiplas ocasiões".
Em sua conta no Twitter, Trump festejou: "É um grande dia para os homens e mulheres que trabalham duramente no FBI. Um grande dia para a democracia. Santinho James Comey era seu chefe e fez McCabe parecer um sacristão. Ele sabia tudo sobre as mentiras e a corrupção nos altos níveis do FBI!"
McCabe reagiu imediatamente. Denunciou uma manobra da "guerra contra o FBI" para desacreditar a investigação do procurador especial: "É parte de um esforço para me desacreditar como testemunha. É extremamente injusto com minha reputação depois de 21 anos de carreira."
Ele foi diretor-geral interino do FBI, a polícia federal dos EUA, depois que Trump demitiu o diretor-geral James Comey, em 9 de maio de 2017, depois de pressioná-lo, sem sucesso, a encerrar o inquérito sobre as relações de seu ex-assessor de Segurança Nacional, general Michael Flynn, com a Rússia.
Como Mueller pediu documentos da Organização Trump, o presidente sente o inquérito se aproximar cada vez mais dele e de sua família. Quatro ex-assessor de Trump, 13 russos e quatro empresas russas já foram denunciadas criminalmente pelo procurador especial.
Quando recebeu McCabe na Casa Branca, Trump perguntou em quem ele havia votado na eleição presidencial. McCabe respondeu que não havia votado. O presidente considera a lealdade uma questão pessoal, enquanto os altos funcionários do FBI como Comey ou McCabe vêm de uma cultura de serviço público de trabalhar para o país e não para pessoas.
O governo acusa McCabe de interferir na investigação do FBI sobre o correio eletrônico privado usado por Hillary Clinton quando secretária de Estado. Sua mulher foi candidata a senadora estadual pelo Partido Democrata na Virgínia, quando recebeu US$ 700 mil de um comitê de campanha de um aliado de Hillary.
Como sentia-se perseguido, McCabe entregou memorandos de seus encontros com o presidente ao procurador especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia nas eleições nos Estados Unidos e um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin.
Sob pressão da Casa Branca, McCabe deixou o cargo em janeiro. Estava afastado sob licença, aguardando o prazo para se aposentar. Ao justificar a demissão, Sessions citou uma investigação do Inspetor Geral para acusar o ex-subdiretor de fazer revelações não autorizadas aos meios de comunicação e por "falta de candura - inclusive sob juramento - em múltiplas ocasiões".
Em sua conta no Twitter, Trump festejou: "É um grande dia para os homens e mulheres que trabalham duramente no FBI. Um grande dia para a democracia. Santinho James Comey era seu chefe e fez McCabe parecer um sacristão. Ele sabia tudo sobre as mentiras e a corrupção nos altos níveis do FBI!"
McCabe reagiu imediatamente. Denunciou uma manobra da "guerra contra o FBI" para desacreditar a investigação do procurador especial: "É parte de um esforço para me desacreditar como testemunha. É extremamente injusto com minha reputação depois de 21 anos de carreira."
Ele foi diretor-geral interino do FBI, a polícia federal dos EUA, depois que Trump demitiu o diretor-geral James Comey, em 9 de maio de 2017, depois de pressioná-lo, sem sucesso, a encerrar o inquérito sobre as relações de seu ex-assessor de Segurança Nacional, general Michael Flynn, com a Rússia.
Como Mueller pediu documentos da Organização Trump, o presidente sente o inquérito se aproximar cada vez mais dele e de sua família. Quatro ex-assessor de Trump, 13 russos e quatro empresas russas já foram denunciadas criminalmente pelo procurador especial.
Quando recebeu McCabe na Casa Branca, Trump perguntou em quem ele havia votado na eleição presidencial. McCabe respondeu que não havia votado. O presidente considera a lealdade uma questão pessoal, enquanto os altos funcionários do FBI como Comey ou McCabe vêm de uma cultura de serviço público de trabalhar para o país e não para pessoas.
O governo acusa McCabe de interferir na investigação do FBI sobre o correio eletrônico privado usado por Hillary Clinton quando secretária de Estado. Sua mulher foi candidata a senadora estadual pelo Partido Democrata na Virgínia, quando recebeu US$ 700 mil de um comitê de campanha de um aliado de Hillary.
sexta-feira, 16 de março de 2018
Trump forma um ministério de comentaristas de televisão
O primeiro presidente da era dos reality shows monta um governo de comentaristas de televisão, observa hoje o boletim The Daily 202, do jornal The Washington Post. Donald Trump, um presidente com fama de não ler nem o informe de inteligência preparado diariamente pelos serviços secretos dos Estados Unidos, se informa pela TV e nela recruta seus ministros.
No Departamento de Estado, Rex Tillerson, foi substituído pelo diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), Mike Pompeo, sempre pronto a defender o presidente nos programas de entrevistas. Trump não confirma, mas deve substituir o assessor de Segurança Nacional, general Herbert McMaster. O mais cotado é o ex-embaixador na ONU John Bolton, comentarista do canal direitista Fox News.
Como principal conselheiro econômico da Casa Branca, sai Gary Cohn, ex-diretor do banco de investimentos Goldman Sachs, e entra Larry Kudlow, analista do canal de notícias CNBC. Para assumir a Secretaria dos Veteranos, o favorito é Pete Hagseth, apresentador do programa Fox and Friends Weekend.
Heather Nauert, ex-apresentadora do programa Fox and Friends, foi promovida de porta-voz do Departamento de Estado a subsecretária de Estado para Diplomacia Pública. Substitui Steve Goldstein, demitido por contradizer publicamente a Casa Branca ao questionar a demissão do secretário Rex Tillerson.
Como de costume, Trump desvaloriza o conhecimento e os verdadeiros especialistas, e opta por celebridades. Durante a transição entre a eleição e a posse, o presidente manifestou o interesse de levar Bolton, Hegseth e Kudlow para o governo. Foi convencido de que eles não eram qualificados para o cargo.
Cada vez mais Trump forma um governo com sua cara e suas ideias.
No Departamento de Estado, Rex Tillerson, foi substituído pelo diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), Mike Pompeo, sempre pronto a defender o presidente nos programas de entrevistas. Trump não confirma, mas deve substituir o assessor de Segurança Nacional, general Herbert McMaster. O mais cotado é o ex-embaixador na ONU John Bolton, comentarista do canal direitista Fox News.
Como principal conselheiro econômico da Casa Branca, sai Gary Cohn, ex-diretor do banco de investimentos Goldman Sachs, e entra Larry Kudlow, analista do canal de notícias CNBC. Para assumir a Secretaria dos Veteranos, o favorito é Pete Hagseth, apresentador do programa Fox and Friends Weekend.
Heather Nauert, ex-apresentadora do programa Fox and Friends, foi promovida de porta-voz do Departamento de Estado a subsecretária de Estado para Diplomacia Pública. Substitui Steve Goldstein, demitido por contradizer publicamente a Casa Branca ao questionar a demissão do secretário Rex Tillerson.
Como de costume, Trump desvaloriza o conhecimento e os verdadeiros especialistas, e opta por celebridades. Durante a transição entre a eleição e a posse, o presidente manifestou o interesse de levar Bolton, Hegseth e Kudlow para o governo. Foi convencido de que eles não eram qualificados para o cargo.
Cada vez mais Trump forma um governo com sua cara e suas ideias.
Marcadores:
celebridades,
EUA,
Governo Trump,
Heather Nauert,
John Bolton,
Larry Kudlow,
Mike Pompeo,
Pee Hagseth,
Rex Tillerson,
TV,
veteranos de guerra
Civis fogem em massa de regiões sob ataque na Síria
Cerca de 20 mil civis fugiram ontem do distrito de Guta Oriental, alvo há semanas de uma ofensiva do Exército da Síria e aliados, inclusive a Força Aérea da Rússia. No Norte da Síria, milhares de curdos fogem de uma ofensiva da Turquia para evitar a criação de um enclave em sua fronteira.
A guerra civil síria completou sete anos com um total de 500 mil. Cerca de 12 milhões, mais metade da população, fugiram de casa e 5,5 milhões saíram do país. A tragédia humanitária continua sem trégua.
Com a cobertura dos bombardeios aéreos, as forças leais à ditadura de Bachar Assad avançam por terra. Já controlam mais da metade do território de Guta Oriental, uma região agrícola na periferia de Damasco, último reduto dos rebeldes nos arredores da capital síria.
Só da cidade de Hamuriê saíram 10 mil pessoas nos últimos dias. Quem ficou se esconde em ruínas, túneis e cavernas. "Fugi através do campo", contou um sírio via Skype ao jornal americano The Washington Post. "Havia um intenso bombardeio a meu redor. A fuga é um renascimento porque o suplício aqui era igualmente perigoso."
Outra testemunha contou que "famílias inteiras foram assassinadas. Seus corpos estão jogados nas ruas. Ninguém pode ajudar por causa dos bombardeios."
A Batalha de Guta Oriental é das mais encarniçadas da guerra civil síria. O total de mortos é estimado em 1,8 mil.
Em Ancara, a Turquia repudiou uma moção aprovada no Parlamento Europeu para exigir a retirada imediata da região de Afrin. Quando uma milícia árabe-curda financiada, treinada e armada pelos Estados Unidos para combater o Estado Islâmico ocupou a área, o governo turco viu uma ameaça por causa da ligação dos guerrilheiros curdos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta pela autonomia dos curdos da Turquia.
O ditador turco, Recep Tayyip Erdogan, teme que os curdos da Síria se juntem aos do Iraque para proclamar a independência do Curdistão e reivindicar a soberania sobre a região de maioria curda na Turquia.
A guerra civil síria completou sete anos com um total de 500 mil. Cerca de 12 milhões, mais metade da população, fugiram de casa e 5,5 milhões saíram do país. A tragédia humanitária continua sem trégua.
Com a cobertura dos bombardeios aéreos, as forças leais à ditadura de Bachar Assad avançam por terra. Já controlam mais da metade do território de Guta Oriental, uma região agrícola na periferia de Damasco, último reduto dos rebeldes nos arredores da capital síria.
Só da cidade de Hamuriê saíram 10 mil pessoas nos últimos dias. Quem ficou se esconde em ruínas, túneis e cavernas. "Fugi através do campo", contou um sírio via Skype ao jornal americano The Washington Post. "Havia um intenso bombardeio a meu redor. A fuga é um renascimento porque o suplício aqui era igualmente perigoso."
Outra testemunha contou que "famílias inteiras foram assassinadas. Seus corpos estão jogados nas ruas. Ninguém pode ajudar por causa dos bombardeios."
A Batalha de Guta Oriental é das mais encarniçadas da guerra civil síria. O total de mortos é estimado em 1,8 mil.
Em Ancara, a Turquia repudiou uma moção aprovada no Parlamento Europeu para exigir a retirada imediata da região de Afrin. Quando uma milícia árabe-curda financiada, treinada e armada pelos Estados Unidos para combater o Estado Islâmico ocupou a área, o governo turco viu uma ameaça por causa da ligação dos guerrilheiros curdos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta pela autonomia dos curdos da Turquia.
O ditador turco, Recep Tayyip Erdogan, teme que os curdos da Síria se juntem aos do Iraque para proclamar a independência do Curdistão e reivindicar a soberania sobre a região de maioria curda na Turquia.
quinta-feira, 15 de março de 2018
Trump vai demitir assessor de Segurança Nacional da Casa Branca
Depois do secretário de Estado Rex Tillerson, o maior peso-pesado a deixar o caos do governo Donald Trump, o presidente também deve trocar o assessor de Segurança Nacional, general Herbert McMaster, revelou o jornal The Washington Post.
Apesar do caos em seu governo, Trump se considera fortalecido neste momento pela imposição da tarifas de importação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, e o anúncio do encontro de cúpula com o ditador da Coreia do Norte. Os novos secretário de Estado e assessor de Segurança Nacional terão de correr para preparar a reunião histórica com Kim, prevista para o fim de maio.
McMaster, um general de três estrelas, pode agora voltar ao Exército. Ao lado do secretário da Defesa, James Mattis, e do ex-secretário de Estado Rex Tillerson, era considerado um dos "adultos" do governo, capazes de corrigir a infantilidade do presidente.
Como general da ativa, homem austero e disciplinado, McMaster tem um profundo senso do dever que não se confunde com a lealdade pessoal incondicional exigida por Trump dos subordinados. Quando o presidente reclamou no Twitter que o general não havia feito esforços para defendê-lo, sua sorte estava selada.
Trump negou. No Twitter, declarou ter ótimas relações com seu conselheiro de Segurança Nacional. Tenta ganhar tempo e desmentir a imprensa liberal, que detesta. Mas a saída de McMaster é iminente.
O governo fica cada vez mais com a cara de Trump. O novo secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a condenar a censura e não acredita no acordo nuclear com o Irã. A nova diretora da CIA (Agência Central de Inteligência), Gina Haspel, é acusada de participar de sessões de tortura. Trump acredita na tortura.
Ontem, Larry Kudlow, um comentarista de televisão conservador sem diploma da economia foi nomeado principal conselheiro econômico da Casa Branca, em substituição a Gary Cohn, que sai porque, como defensor do livre comércio, é contra as tarifas de Trump.
Um nome cotado para conselheiro de Segurança Nacional é John Bolton, embaixador dos EUA nas Nações Unidas em 2005 e 2006, no governo George W. Bush (2001-9). É um linha-dura do Partido Republicano, um ultrarrealista. Como Trump, acredita mais no uso da força do que na diplomacia.
Entrevistei Bolton numa palestra no Royal Institute of International Affairs (RIIA), a Chatham House, em Londres. Ele reagiu com fúria a uma pergunta sobre a Iniciativa Europeia de Defesa Estratégica (ESDI), o embrião de um Exército da Europa. Como Trump, Bolton não gosta de nada que possa afetar nem de longe a supremacia estratégica e militar dos EUA.
Apesar do caos em seu governo, Trump se considera fortalecido neste momento pela imposição da tarifas de importação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, e o anúncio do encontro de cúpula com o ditador da Coreia do Norte. Os novos secretário de Estado e assessor de Segurança Nacional terão de correr para preparar a reunião histórica com Kim, prevista para o fim de maio.
McMaster, um general de três estrelas, pode agora voltar ao Exército. Ao lado do secretário da Defesa, James Mattis, e do ex-secretário de Estado Rex Tillerson, era considerado um dos "adultos" do governo, capazes de corrigir a infantilidade do presidente.
Como general da ativa, homem austero e disciplinado, McMaster tem um profundo senso do dever que não se confunde com a lealdade pessoal incondicional exigida por Trump dos subordinados. Quando o presidente reclamou no Twitter que o general não havia feito esforços para defendê-lo, sua sorte estava selada.
Trump negou. No Twitter, declarou ter ótimas relações com seu conselheiro de Segurança Nacional. Tenta ganhar tempo e desmentir a imprensa liberal, que detesta. Mas a saída de McMaster é iminente.
O governo fica cada vez mais com a cara de Trump. O novo secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a condenar a censura e não acredita no acordo nuclear com o Irã. A nova diretora da CIA (Agência Central de Inteligência), Gina Haspel, é acusada de participar de sessões de tortura. Trump acredita na tortura.
Ontem, Larry Kudlow, um comentarista de televisão conservador sem diploma da economia foi nomeado principal conselheiro econômico da Casa Branca, em substituição a Gary Cohn, que sai porque, como defensor do livre comércio, é contra as tarifas de Trump.
Um nome cotado para conselheiro de Segurança Nacional é John Bolton, embaixador dos EUA nas Nações Unidas em 2005 e 2006, no governo George W. Bush (2001-9). É um linha-dura do Partido Republicano, um ultrarrealista. Como Trump, acredita mais no uso da força do que na diplomacia.
Entrevistei Bolton numa palestra no Royal Institute of International Affairs (RIIA), a Chatham House, em Londres. Ele reagiu com fúria a uma pergunta sobre a Iniciativa Europeia de Defesa Estratégica (ESDI), o embrião de um Exército da Europa. Como Trump, Bolton não gosta de nada que possa afetar nem de longe a supremacia estratégica e militar dos EUA.
Marcadores:
Casa Branca,
CIA,
Coreia do Norte,
Donald Trump,
EUA,
Gen. Herbert McMaster,
Gen. Michael Flynn,
John Bolton,
Kim Jong Un,
Larry Kudlow,
Linha Dura,
Mike Pompeo
Procurador especial intima Organização Trump a entregar documentos
A investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 se aproxima do presidente Donald Trump. Mueller intimou a Organização Trump a entregar documentos no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra 19 cidadãos e cinco organizações russas.
Em julho do ano passado, Trump declarou que o limite tolerável do inquérito era as finanças de sua família. Hoje a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, teve de declarar mais uma vez que "não houve conluio entre a candidatura Trump e a Rússia".
As intimações foram encaminhadas semanas atrás, revelou o jornal The New York Times. Os documentos são sobre as relações do grupo empresarial com a Rússia e outros tópicos de interesse da investigação.
São indicações de que o inquérito deve durar ainda vários meses. Mueller está examinando as fontes de financiamento do exterior para a campanha de Trump. Já interrogou um assessor do governo dos Emirados Árabes Unidos sobre o apoio a Trump.
Mueller denunciou vários ex-assessores do presidente dos EUA, 13 cidadãos e três empresas da Rússia.
Em julho do ano passado, Trump declarou que o limite tolerável do inquérito era as finanças de sua família. Hoje a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, teve de declarar mais uma vez que "não houve conluio entre a candidatura Trump e a Rússia".
As intimações foram encaminhadas semanas atrás, revelou o jornal The New York Times. Os documentos são sobre as relações do grupo empresarial com a Rússia e outros tópicos de interesse da investigação.
São indicações de que o inquérito deve durar ainda vários meses. Mueller está examinando as fontes de financiamento do exterior para a campanha de Trump. Já interrogou um assessor do governo dos Emirados Árabes Unidos sobre o apoio a Trump.
Mueller denunciou vários ex-assessores do presidente dos EUA, 13 cidadãos e três empresas da Rússia.
Marcadores:
campanha eleitoral,
conluio,
Donald Trump,
EUA,
inquérito,
Organização Trump,
Robert Mueller,
Rússia,
Sarah Huckabee Sanders
quarta-feira, 14 de março de 2018
Consumo pessoal cai nos EUA pelo terceiro mês seguido
As vendas ao consumidor registraram em fevereiro de 2018 o terceiro mês consecutivo de queda. É a primeira vez que isso acontece em cinco anos e meio. Como a inflação, divulgada ontem, está sob controle, as duas notícias reforçam a possibilidade de que o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumente as taxas básicas de juros três vezes em vez de quatro.
Os dados sobre o contínuo fortalecimento do mercado de trabalho, com índice de desemprego de 4,1%, publicados na semana passada, aumentaram a expectativa de quatro altas de juros. Mas as vendas baixaram 0,3% em fevereiro depois de quedas de 0,1% em dezembro e janeiro.
Desde o segundo trimestre de 2012, não havia queda no consumo pessoal nos EUA por três meses seguidos. A expectativa dos economistas era de uma alta de 0,3%.
A inflação anual subiu de 2,1% para 2,2% em fevereiro, mas o núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, ficou em 1,8%, dentro da meta perseguida informalmente pelo Fed, de 2% ao ano.
Os dados sobre o contínuo fortalecimento do mercado de trabalho, com índice de desemprego de 4,1%, publicados na semana passada, aumentaram a expectativa de quatro altas de juros. Mas as vendas baixaram 0,3% em fevereiro depois de quedas de 0,1% em dezembro e janeiro.
Desde o segundo trimestre de 2012, não havia queda no consumo pessoal nos EUA por três meses seguidos. A expectativa dos economistas era de uma alta de 0,3%.
A inflação anual subiu de 2,1% para 2,2% em fevereiro, mas o núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, ficou em 1,8%, dentro da meta perseguida informalmente pelo Fed, de 2% ao ano.
Reino Unido expulsa diplomatas russos por ataque a ex-agente duplo
Na maior expulsão de espiões do país desde o fim da Guerra Fria, o Reino Unido anunciou hoje que 23 diplomatas da Rússia terão de deixar o país em duas semanas. Todos os contatos de alto nível entre os dois países estão suspensos.
É uma retaliação a um ataque químico contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripol, encontrado inconsciente junto com a filha numa praça em Salisbury, na Inglaterra, em 4 de março. Ambos continuam hospitalizados em estado grave.
A Rússia nega qualquer participação no ataque. Sua embaixada em Londres considerou a medida "inaceitável, injustificável e míope".
Para a primeira-ministra britânica, Theresa May, não há dúvidas. Além da expulsão de 23 diplomatas considerados espiões, ela ameaçou congelar bens e ativos do governo russo no Reino Unido. As autoridades britânicas não irão à Rússia durante a Copa do Mundo.
May dera prazo até a meia-noite de ontem pelo horário britânico para a Rússia explicar o uso de um agente nervoso, uma arma química proibida.
"Sua resposta demonstra o total desdém pela gravidade dos fatos", declarou a primeira-ministra à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. "Trataram o uso de um agente nervoso de grau militar na Europa com sarcasmo, desprezo e desafio. Isso representa um uso ilegal da força pelo Estado russo contra o Reino Unido."
Skripal era um agente duplo. Entregou os nomes de vários espiões russos aos serviços secretos ocidentais. Preso em 2006, foi libertado em 2010 numa troca de espiões e foi morar no Reino Unido, onde deveria estar sob a proteção do serviço secreto britânico.
O caso está sendo comparado ao assassinato de outro ex-espião russo. Alexander Litvinenko definhou diante das câmeras durante três semanas até morrer depois de ser envenenado em 1º de novembro de 2006 por dois ex-colegas num hotel de Londres.
A Rússia negou a extradição dos dois acusados. Um deles, Andrei Lugovoi, é deputado da Duma do Estado, a câmara baixa do Parlamento russo. Cometou o discurso da primeira-ministra britânica ao vivo na televisão estatal.
É uma retaliação a um ataque químico contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripol, encontrado inconsciente junto com a filha numa praça em Salisbury, na Inglaterra, em 4 de março. Ambos continuam hospitalizados em estado grave.
A Rússia nega qualquer participação no ataque. Sua embaixada em Londres considerou a medida "inaceitável, injustificável e míope".
Para a primeira-ministra britânica, Theresa May, não há dúvidas. Além da expulsão de 23 diplomatas considerados espiões, ela ameaçou congelar bens e ativos do governo russo no Reino Unido. As autoridades britânicas não irão à Rússia durante a Copa do Mundo.
May dera prazo até a meia-noite de ontem pelo horário britânico para a Rússia explicar o uso de um agente nervoso, uma arma química proibida.
"Sua resposta demonstra o total desdém pela gravidade dos fatos", declarou a primeira-ministra à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. "Trataram o uso de um agente nervoso de grau militar na Europa com sarcasmo, desprezo e desafio. Isso representa um uso ilegal da força pelo Estado russo contra o Reino Unido."
Skripal era um agente duplo. Entregou os nomes de vários espiões russos aos serviços secretos ocidentais. Preso em 2006, foi libertado em 2010 numa troca de espiões e foi morar no Reino Unido, onde deveria estar sob a proteção do serviço secreto britânico.
O caso está sendo comparado ao assassinato de outro ex-espião russo. Alexander Litvinenko definhou diante das câmeras durante três semanas até morrer depois de ser envenenado em 1º de novembro de 2006 por dois ex-colegas num hotel de Londres.
A Rússia negou a extradição dos dois acusados. Um deles, Andrei Lugovoi, é deputado da Duma do Estado, a câmara baixa do Parlamento russo. Cometou o discurso da primeira-ministra britânica ao vivo na televisão estatal.
terça-feira, 13 de março de 2018
Total de venezuelanos que saem do país aumentou 20 vezes
Só no ano passado, 94 mil venezuelanos pediram asilo em outros países. De 2014 até 7 de março de 2018, a fuga do país aumentou 20 vezes, e chegou a um total de 145,2 mil pessoas, revelou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Outras 444,8 mil pessoas saíram da Venezuela, mas não fixaram oficialmente residência no exterior.
A ONU atribui a emigração em massa "aos complexos acontecimentos políticos e socioeconômicos da Venezuela. Os motivos para a saída do território incluem insegurança e violência, falta de comida, remédios ou acesso a serviços sociais essenciais, assim como perda de renda."
Sob o desgoverno do ditador Nicolás Maduro, a Venezuela vive a pior crise econômica de sua história, apesar de ter as maiores reservas mundiais comprovadas de petróleo, por causa do fracasso do "socialismo do século 21" implantado pelo caudilho Hugo Chávez, que morreu em 5 de março de 2013.
Sem o talento nem o carisma do chefe, Maduro está arruinando a Venezuela numa escala sem precedentes para um país relativamente desenvolvido em tempo de paz. Com os controles de câmbio e preços, o regime chavista causou uma hiperinflação que deve chegar a 13.000% neste ano.
Desde a ascensão de Maduro, o produto interno bruto caiu pelo menos um terço. Isso caracteriza uma recessão econômica. Mas a situação é muito pior. Mais de 80% dos produtos desapareceram das prateleiras dos supermercados. Os venezuelanos perderam peso com a fome.
A vitória da oposição nas eleições parlamentares de dezembro de 2015 foi o último suspiro da democracia. O Tribunal Supremo de Justiça, subserviente ao regime, impugnou a eleição de cinco deputados para tirar a maioria de dois terços que em tese daria à oposição o direito de reformar a Constituição.
Depois de uma tentativa do TSJ de usurpar o Poder Legislativo da Assembleia Nacional, desafiada por uma onda de manifestações de protesto em abril, maio e junho de 2017, Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita por regras especiais criadas pelo regime chavista.
A oposição boicotou a Constituinte de Maduro, que transformou definitivamente o regime numa ditadura ao marginalizar a Assembleia Nacional eleita democraticamente.
No ano passado, a Venezuela teve o segundo maior índice de homicídios do mundo fora de zonas de guerra, atrás apenas de El Salvador. Em 2014, o índice era de 62 homicídios para cada 100 mil habitantes por ano, de acordo com a então procuradora-geral Luisa Ortega. A taxa considera civilizada é até 10.
Como 95% dos mortos são homens e 69% jovens, a taxa de homicídios entre os jovens chegou a 225 por 100 mil no ano 2000. Cerca de 92% dos homicídios são cometidos com armas de fogo, 83% perto da casa das vítimas, 55% em altercações públicas e 55% das mortes violentas ocorrem nos fins de semana.
Para manipular a eleição presidencial, remarcada de 22 de abril para 20 de maio, a ditadura madurista vetou os principais candidatos, partidos e a grande aliança oposicionistas, antecipou a votação, prevista para ocorrer no fim do ano, e está distribuindo cestas básicas em áreas carentes.
A ONU atribui a emigração em massa "aos complexos acontecimentos políticos e socioeconômicos da Venezuela. Os motivos para a saída do território incluem insegurança e violência, falta de comida, remédios ou acesso a serviços sociais essenciais, assim como perda de renda."
Sob o desgoverno do ditador Nicolás Maduro, a Venezuela vive a pior crise econômica de sua história, apesar de ter as maiores reservas mundiais comprovadas de petróleo, por causa do fracasso do "socialismo do século 21" implantado pelo caudilho Hugo Chávez, que morreu em 5 de março de 2013.
Sem o talento nem o carisma do chefe, Maduro está arruinando a Venezuela numa escala sem precedentes para um país relativamente desenvolvido em tempo de paz. Com os controles de câmbio e preços, o regime chavista causou uma hiperinflação que deve chegar a 13.000% neste ano.
Desde a ascensão de Maduro, o produto interno bruto caiu pelo menos um terço. Isso caracteriza uma recessão econômica. Mas a situação é muito pior. Mais de 80% dos produtos desapareceram das prateleiras dos supermercados. Os venezuelanos perderam peso com a fome.
A vitória da oposição nas eleições parlamentares de dezembro de 2015 foi o último suspiro da democracia. O Tribunal Supremo de Justiça, subserviente ao regime, impugnou a eleição de cinco deputados para tirar a maioria de dois terços que em tese daria à oposição o direito de reformar a Constituição.
Depois de uma tentativa do TSJ de usurpar o Poder Legislativo da Assembleia Nacional, desafiada por uma onda de manifestações de protesto em abril, maio e junho de 2017, Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita por regras especiais criadas pelo regime chavista.
A oposição boicotou a Constituinte de Maduro, que transformou definitivamente o regime numa ditadura ao marginalizar a Assembleia Nacional eleita democraticamente.
No ano passado, a Venezuela teve o segundo maior índice de homicídios do mundo fora de zonas de guerra, atrás apenas de El Salvador. Em 2014, o índice era de 62 homicídios para cada 100 mil habitantes por ano, de acordo com a então procuradora-geral Luisa Ortega. A taxa considera civilizada é até 10.
Como 95% dos mortos são homens e 69% jovens, a taxa de homicídios entre os jovens chegou a 225 por 100 mil no ano 2000. Cerca de 92% dos homicídios são cometidos com armas de fogo, 83% perto da casa das vítimas, 55% em altercações públicas e 55% das mortes violentas ocorrem nos fins de semana.
Para manipular a eleição presidencial, remarcada de 22 de abril para 20 de maio, a ditadura madurista vetou os principais candidatos, partidos e a grande aliança oposicionistas, antecipou a votação, prevista para ocorrer no fim do ano, e está distribuindo cestas básicas em áreas carentes.
Marcadores:
Assembleia Nacional,
Assembleia Nacional Constituinte,
desabastecimento,
Ditadura,
emigração,
Fome,
Hiperinflação,
homicídios,
Hugo Chávez,
Nicolás Maduro,
Refugiados,
Venezuela,
Violência
Trump demite secretário de Estado e indica chefe da CIA para o cargo
Em mais uma decisão inesperada, o presidente Donald Trump demitiu hoje o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, alegando os dois têm "mentalidades diferentes" e discordavam em questões importantes como o acordo nuclear com o Irã.
O novo chefe da diplomacia dos Estados Unidos será o atual diretor de Agência Central de Inteligência (CIA), Mike Pompeo, que será substituído por Gina Haspel. Ela é acusada de participar de tortura de suspeitos de terrorismo na Tailândia, em 2002, e de destruir gravações que poderiam ser provas, em 2005.
Depois de um ano e dois meses no cargo, Tillerson soube da demissão pelo Twitter, pouco depois do jornal The Washington Post dar a notícia em primeira mão. Ele agradeceu a quem trabalhou com ele nos departamento de Estado e da Defesa, mas não ao presidente.
Trump e Tillerson tiveram várias desavenças em público. Na audiência de confirmação no Senado, em fevereiro do ano passado, o secretário adotou uma posição muito mais dura em relação à Rússia do que o discurso do presidente, suspeito de conluio com o Kremlin durante a campanha.
Tillerson propôs em abril um corte de 2,3 mil empregos e de 26% do orçamento do Departamento de Estado para poupar recursos a serem investidos pelo Departamento de Defesa dentro da política de Trump de dar mais valor ao poderio militar do que à diplomacia, como se o sucesso de um não dependesse do outro.
Internamente, isso foi visto como um enfraquecimento da diplomacia americana. Muitos diplomatas pediram demissão ou se aposentaram. Subsecretários como o da América Latina não foram nomeados.
O presidente rejeitou, em maio, o nome sugerido por Tillerson para subsecretário de Estado, Elliott Abrams, um linha dura da era Ronald Reagan (1981-89), por tê-lo criticado durante a campanha.
Apesar dos apelos de Tillerson, do secretário da Defesa, James Mattis, e dos generais do Pentágono, em 2 de junho, Trump anunciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima.
Quando a Arábia Saudita, o Egito e outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico decidiram boicotar e isolar o Catar sob a acusação de ser próximo do Irã, Trump apoiou a iniciativa do novo príncipe herdeiro saudita, Mohamed ben Salman. Tillerson pediu união no combate ao terrorismo.
Em outubro do ano passado, a imprensa americana revelou que o secretário chamou o presidente de idiota. Trump respondeu via Twitter que é mais inteligente e tem um quociente intelectual (QI) maior.
No mesmo mês, o presidente desprezou o esforço do secretário para negociar com a Coreia do Norte no Twitter: "Poupe sua energia, Rex! Vamos fazer o que tiver de ser feito", como quem diz que não valeria a pena o esforço de negociar, numa ameaça de uso da força.
Na semana passada, convidado pelo ditador Kim Jong Un para ir a Pyongyang, Trump aceitou imediatamente, enquanto o secretário observava que seriam necessários meses para preparar tal encontro.
Quanto ao Irã, Tillerson é a favor da manutenção do acordo nuclear negociado com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Sob pressão da direita republicana e de Israel, Trump é contra. Não acredita que o modelo iraniano sirva para negociar com a Coreia do Norte.
A esperada reunião de cúpula com o ditador norte-coreano será organizada por Pompeo, um linha-dura que se negou a condenar a tortura, fez várias declarações preconceituosas sobre muçulmanos, é contra o acordo nuclear com o Irã e não acredita que Kim cogite abrir mão de suas armas atômicas.
O novo chefe da diplomacia dos Estados Unidos será o atual diretor de Agência Central de Inteligência (CIA), Mike Pompeo, que será substituído por Gina Haspel. Ela é acusada de participar de tortura de suspeitos de terrorismo na Tailândia, em 2002, e de destruir gravações que poderiam ser provas, em 2005.
Depois de um ano e dois meses no cargo, Tillerson soube da demissão pelo Twitter, pouco depois do jornal The Washington Post dar a notícia em primeira mão. Ele agradeceu a quem trabalhou com ele nos departamento de Estado e da Defesa, mas não ao presidente.
Trump e Tillerson tiveram várias desavenças em público. Na audiência de confirmação no Senado, em fevereiro do ano passado, o secretário adotou uma posição muito mais dura em relação à Rússia do que o discurso do presidente, suspeito de conluio com o Kremlin durante a campanha.
Tillerson propôs em abril um corte de 2,3 mil empregos e de 26% do orçamento do Departamento de Estado para poupar recursos a serem investidos pelo Departamento de Defesa dentro da política de Trump de dar mais valor ao poderio militar do que à diplomacia, como se o sucesso de um não dependesse do outro.
Internamente, isso foi visto como um enfraquecimento da diplomacia americana. Muitos diplomatas pediram demissão ou se aposentaram. Subsecretários como o da América Latina não foram nomeados.
O presidente rejeitou, em maio, o nome sugerido por Tillerson para subsecretário de Estado, Elliott Abrams, um linha dura da era Ronald Reagan (1981-89), por tê-lo criticado durante a campanha.
Apesar dos apelos de Tillerson, do secretário da Defesa, James Mattis, e dos generais do Pentágono, em 2 de junho, Trump anunciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima.
Quando a Arábia Saudita, o Egito e outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico decidiram boicotar e isolar o Catar sob a acusação de ser próximo do Irã, Trump apoiou a iniciativa do novo príncipe herdeiro saudita, Mohamed ben Salman. Tillerson pediu união no combate ao terrorismo.
Em outubro do ano passado, a imprensa americana revelou que o secretário chamou o presidente de idiota. Trump respondeu via Twitter que é mais inteligente e tem um quociente intelectual (QI) maior.
No mesmo mês, o presidente desprezou o esforço do secretário para negociar com a Coreia do Norte no Twitter: "Poupe sua energia, Rex! Vamos fazer o que tiver de ser feito", como quem diz que não valeria a pena o esforço de negociar, numa ameaça de uso da força.
Na semana passada, convidado pelo ditador Kim Jong Un para ir a Pyongyang, Trump aceitou imediatamente, enquanto o secretário observava que seriam necessários meses para preparar tal encontro.
Quanto ao Irã, Tillerson é a favor da manutenção do acordo nuclear negociado com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Sob pressão da direita republicana e de Israel, Trump é contra. Não acredita que o modelo iraniano sirva para negociar com a Coreia do Norte.
A esperada reunião de cúpula com o ditador norte-coreano será organizada por Pompeo, um linha-dura que se negou a condenar a tortura, fez várias declarações preconceituosas sobre muçulmanos, é contra o acordo nuclear com o Irã e não acredita que Kim cogite abrir mão de suas armas atômicas.
Republicanos da Câmara tentam eximir Trump de conluio com a Rússia
A Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos encerrou sua investigação sobre um possível conluio da candidatura Donald Trump com o governo da Rússia na eleição de 2016, anunciou ontem o deputado Mike Conaway, líder republicano na comissão.
A fase de tomada de depoimentos está encerrada, informou o deputado, enquanto o inquérito do procurador especial Robert Mueller segue em frente, observou o jornal The New York Times. Um anteprojeto de relatório final, de 150 páginas, será apresentado hoje à bancada democrata.
Sua conclusão final vai contra o entendimento da bancada democrata e de Mueller, primeiro, de que seja hora de encerrar a investigação da Câmara e, em segundo lugar, porque há vários indícios de cumplicidade entre a equipe de Trump e o Kremlin.
"Não encontramos prova de conluio", declarou ontem Conaway. "Descobrimos talvez erros de julgamentos, encontros inapropriados, julgamentos inapropriados em participar de encontros - mas só Tom Clancy poderia juntar essa série de encontros e contatos inadvertidos e tecer uma história de espionagem."
Trump imediatamente aplaudiu a decisão via Twitter: "A Comissão de Inteligência da Câmara, depois de uma profunda investigação de 14 meses, não encontros provas de conluio ou coordenação entre a campanha de Trump e a Rússia para influenciar a eleição presidencial de 2016."
O líder democrata na comissão, deputado Adam Schiff, repudiou a posição do Partido Republicano como "um marco trágico" e "uma capitulação diante do Executivo".
"Ao encerrar seu papel de supervisão na única investigação autorizada na Câmara, a maioria colocou o interesse de proteger o presidente acima da proteção ao país", disparou Schiff. "A história vai julgar suas ações com dureza."
A fase de tomada de depoimentos está encerrada, informou o deputado, enquanto o inquérito do procurador especial Robert Mueller segue em frente, observou o jornal The New York Times. Um anteprojeto de relatório final, de 150 páginas, será apresentado hoje à bancada democrata.
Sua conclusão final vai contra o entendimento da bancada democrata e de Mueller, primeiro, de que seja hora de encerrar a investigação da Câmara e, em segundo lugar, porque há vários indícios de cumplicidade entre a equipe de Trump e o Kremlin.
"Não encontramos prova de conluio", declarou ontem Conaway. "Descobrimos talvez erros de julgamentos, encontros inapropriados, julgamentos inapropriados em participar de encontros - mas só Tom Clancy poderia juntar essa série de encontros e contatos inadvertidos e tecer uma história de espionagem."
Trump imediatamente aplaudiu a decisão via Twitter: "A Comissão de Inteligência da Câmara, depois de uma profunda investigação de 14 meses, não encontros provas de conluio ou coordenação entre a campanha de Trump e a Rússia para influenciar a eleição presidencial de 2016."
O líder democrata na comissão, deputado Adam Schiff, repudiou a posição do Partido Republicano como "um marco trágico" e "uma capitulação diante do Executivo".
"Ao encerrar seu papel de supervisão na única investigação autorizada na Câmara, a maioria colocou o interesse de proteger o presidente acima da proteção ao país", disparou Schiff. "A história vai julgar suas ações com dureza."
Assinar:
Postagens (Atom)