A Guerra do Iraque, ao ser justificada como promoção da democracia, levanta suspeitas sobre a promoção da democracia, afirma a pesquisadora brasileira Valerie de Campos Mello, analista do Fundo das Nações Unidas para a Democracia. Em mesa-redonda realizada hoje sobre Estratégias de Promoção da Democracia, no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio de Janeiro, Valerie ressalvou que "não existe modelo perfeito" de democracia, que na sua opinião é sempre um "processo interno" de cada país.
“Os valores democráticos estão presentes na Carta da ONU”, notou a pesquisadora, “mas a democracia em si não tinha sido declarada como objetivo da ONU” porque os princípios de soberania nacional e de não-intervenção são a base do sistema internacional.
Assim, o Fundo da ONU para a Democracia só surgiu em 2005, sob a pressão dos Estados Unidos, que colocaram a liberdade e a democracia como armas importantes na guerra ideológica contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos. Isto provocou uma certa desconfiança, admitiu Valerie de Campos Mello, por causa do fracasso da invasão do Iraque.
“O Fundo nasceu num momento de desconfiança em relação aos EUA”, reconhece a pesquisadora. “Mas a democracia não pertence a ninguém. É um trabalho feito com base na Carta da ONU. É um fundo novo que nasce num contexto difícil. Precisa ser visto como um instrumento sem vinculação político-ideológica”.
Como cada país tem suas particularidades e a democracia é um processo interno, a ação do Fundo se baseia em dois princípios:
1. Não existe modelo perfeito de democracia: é um processo dinâmico sempre em evolução. As ameaças à democracia são a abstenção, a crise de representatividade dos partidos, a corrupção, as crises sociais.
2. É um processo interno: o papel internacional deve ser de apoio. “Exagera-se o papel de agentes externos".
Em outras palavras, a democracia não pode ser imposta a ferro e fogo como os EUA fizeram no Iraque.
“No momento, o Fundo da ONU para a Democracia desenvolve 125 projetos em 110 países”, revelou a pesquisadora, “desde o modelo de organização de eleições no Camboja, supervisão de eleições na Namíbia, fiscalização eleitoral na Nicarágua e assistência técnica na Mauritânia”. Até hoje, recebeu US$ 60 milhões, tudo em doações voluntárias.
A ONU dá legitimidade aos regimes políticos, acrescenta Valerie. “Toda a área de direitos humanos pode ser acionada em apoio à democracia. Outro trabalho importante é o das missões de paz. O Fundo da ONU para a Democracia é uma tentativa de participar mais deste processo. Foi criado pela reforma da ONU aprovada em 2005”.
Ela destacou ainda “o papel de organizações privadas como a Fundação Ford, a Fundação Soros, o Centro Jimmy Carter, as fundações alemãs”.
O trabalho da ONU visa a garantir a realização de eleições livres e limpas e a consolidação das instituições, com três objetivos:
• Melhorar a qualidade da resposta dos Estados às demandas da população: liberdade, prosperidade, desenvolvimento.
• Aumentar a participação da sociedade civil em processos decisórios.
• Aumentar a transparência e a prestação de contas das elites e classes dominantes.
Valerie de Campos Mello rejeitou a idéia de que o déficit democrático nos países muçulmanos esteja associado à religião, lembrando que o mesmo preconceito já foi usado contra os países ibéricos e latino-americanos.
“Estamos numa crise de legitimidade do debate sobre democracia, afetando o que parecia ser um avanço cada vez maior da democracia, por causa da guerra do Iraque, da guerra preventiva, da tentativa de imposição da democracia à força”, resume a pesquisadora. “Mas o desejo dos povos de escolher seus governantes, na grande maioria dos dos casos, faz parte dos anseios da população. É uma agenda legítima. Deve ser estimulada.”
Ela negou que haja um retrocesso da democracia, uma reação negativa no Oriente Médio por causa da intervenção militar americana, um movimento para derrubar o governo do Líbano, o desgaste da ‘revolução laranja’ na Ucrânia, a concentração cada vez maior de poderes nas mãos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
“Não há retrocesso mas problemas sérios”, sustenta Valerie. “A taxa de participação eleitoral foi elevada no Líbano e no Iraque. Mas existem ameaças reais.”
O Haiti, onde há uma missão de paz liderada por soldados do Brasil, é um “caso prioritário” para a ONU. Mas a pesquisadora não é otimista: “Há uma rejeição crescente da população à ajuda estrangeira. É um país fortemente marcado pelo apoio americano a governos anteriores”, diz, em linguagem diplomática, ao falar das terríveis ditaduras da família Duvalier (1957-86). “Há sérios problemas econômicos mas o Haiti revela um Brasil mais ativo, menos conservador”.
Para o professor Pedro Cunca Bocayuva, que participava como debatedor, “Caetano Veloso estava certo: o Haiti também é aqui”, uma referência à desigualdade social brasileira.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Lucro do Google triplica e chega a US$ 1 bilhão
O lucro líquido do Google triplicou, chegando a US$ 1,03 bilhão, na medida em que a gigante da Internet conquista fatias cada vez maiores dos mercados de busca e de propaganda na rede mundial de computadores. A renda bruta aumentou 67%, atingindo US$ 3,21 bilhões.
Fed mantém juros e bolsa de Nova Iorque dispara
O Federal Reserve Board, o banco central dos Estados Unidos, manteve inalterada hoje a taxa básica de juros da maior economia do mundo em 5,25% ao ano, apesar do crescimento do PIB americano a uma taxa anual de 3,5% no último trimestre do ano passado. Esta decisão provocou uma alta de quase 100 pontos no Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que subiu 0,8%, fechando em 12.621,69.
Polícia britânica prende nove suspeitos de terrorismo
A Scotland Yard prendeu hoje em Birmingham, segunda maior cidade do Reino Unido, nove suspeitos de terrorismo, acusando-os de planejar seqüestros no "estilo iraquiano". O plano era seqüestrar um soldado britânico de origem muçulmana que tivesse lutado no Iraque para degolá-lo diante das câmeras e divulgar as imagens da execução na Internet.
EUA cresceram 3,4% em 2007
A maior economia do mundo superou a crise no mercado imobiliário e cresceu 3,5% em bases anuais no último trimestre do ano, em contraste com 2% no trimestre anterior. Em todo o ano de 2006, o crescimento dos Estados Unidos foi de 3,4%, superando os 3,2% de 2005, mas ficou abaixo dos 3,9% de 2004.
O resultado surpreendeu os analistas de mercado. A média das previsões era de um crescimento de 3%. Com a queda nos preços do petróleo, os consumidores tiveram dinheiro para outras coisas.
A expectativa agora é que o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americana, mantenha inalterada sua taxa básica de juros, em 5,25% ao ano, porque vários dados no relatório sobre o produto interno bruto indicam que a inflação está sob controle.
Houve uma queda de 0,8% no índice de preços de consumo pessoal, que subira 2,4% no terceiro trimestre e 4% no segundo. Foi a maior baixa desde 1,2% no terceiro trimestre trimestre de 1954. Como o consumo privado é responsável por 70% do PIB dos EUA, o aumento de 4,4% de outubro a dezembro do ano passado, depois de 2,8% de julho a setembro, foi importante para a retomada do crescimento.
O custo da mão-de-obra aumentou 0,8% de outubro a dezembro de 2006, abaixo do 1% do terceiro trimestre. Os salários subiram 0,8% e os benefícios, 1%. A taxa anual, observada com atenção pelo Fed, ficou em 3,3%.
O resultado surpreendeu os analistas de mercado. A média das previsões era de um crescimento de 3%. Com a queda nos preços do petróleo, os consumidores tiveram dinheiro para outras coisas.
A expectativa agora é que o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americana, mantenha inalterada sua taxa básica de juros, em 5,25% ao ano, porque vários dados no relatório sobre o produto interno bruto indicam que a inflação está sob controle.
Houve uma queda de 0,8% no índice de preços de consumo pessoal, que subira 2,4% no terceiro trimestre e 4% no segundo. Foi a maior baixa desde 1,2% no terceiro trimestre trimestre de 1954. Como o consumo privado é responsável por 70% do PIB dos EUA, o aumento de 4,4% de outubro a dezembro do ano passado, depois de 2,8% de julho a setembro, foi importante para a retomada do crescimento.
O custo da mão-de-obra aumentou 0,8% de outubro a dezembro de 2006, abaixo do 1% do terceiro trimestre. Os salários subiram 0,8% e os benefícios, 1%. A taxa anual, observada com atenção pelo Fed, ficou em 3,3%.
Promotoria alemã pede prisão de agentes da CIA
A promotoria de Munique, na Alemanha, pediu a prisão de 13 agentes secretos dos Estados Unidos envolvidos em seqüestros de suspeitos de terrorismo levados em vôos clandestinos para países que toleram a tortura.
Senador cobra reação de Bush a míssil chinês
Um senador do Partido Republicano critica o presidente George Walker Bush por não adotar uma atitude mais agressiva diante do teste de míssil realizado pela China em 11 de janeiro.
Os chineses destruíram um satélite meteorológico chinês desativado. Mas o recado foi claro: se a China atacar Taiwan, que considera uma província rebelde, e os Estados Unidos intervierem em defesa de Taiwan, a China tem condições de destruir todos os satélites-espiões americanos.
Para o senador Jon Kyl, foi uma provocação e uma militarização do espaço. Na verdade, a China está rejeitando o monopólio americano de militarização do espaço, entrando numa possível corrida armamentista espacial que vai depender da reação e da agressividade dos EUA. Ele entende que o governo americano precisa do apoio chinês no Conselho de Segurança das Nações Unidas para conter o desenvolvimento de bombas atômicas pela Coréia do Norte e pelo Irã, então evita outras questões delicadas.
Os chineses destruíram um satélite meteorológico chinês desativado. Mas o recado foi claro: se a China atacar Taiwan, que considera uma província rebelde, e os Estados Unidos intervierem em defesa de Taiwan, a China tem condições de destruir todos os satélites-espiões americanos.
Para o senador Jon Kyl, foi uma provocação e uma militarização do espaço. Na verdade, a China está rejeitando o monopólio americano de militarização do espaço, entrando numa possível corrida armamentista espacial que vai depender da reação e da agressividade dos EUA. Ele entende que o governo americano precisa do apoio chinês no Conselho de Segurança das Nações Unidas para conter o desenvolvimento de bombas atômicas pela Coréia do Norte e pelo Irã, então evita outras questões delicadas.
Iraque está em guerra civil, diz estudo americano
O Iraque já está em guerra civil, e o principal desafio é evitar que o conflito se amplie para uma conflagração regional de conseqüências imprevisíveis para o mundo inteiro, adverte um estudo da Brookings Institution, um importante centro de pesquisas conservador.
"A cada dia o Iraque se afunda mais profundamente no abismo da guerra civil", constata o relatório, assinado por Kenneth Pollack e David Byman, ex-analistas de Oriente Médio para o governo dos Estados Unidos. "Perguntar quem ganha com este tipo de conflito é como perguntar quem ganhou com o terremoto em São Francisco".
Na busca de soluções para o caos no Iraque, o relatório chamado O Desmoronamento: como conter as conseqüências da guerra civil no Iraque examina como as guerras civis no Líbano, no Afeganistão, na Bósnia-Herzegovina, em Ruanda, na Chechênia, no Tajiquistão e no Congo transformaram-se em conflitos internacionais.
Seus resultados foram crises de refugiados, aumento do terrorismo internacional, radicalização de países vizinhos, tentativas de secessão, grandes prejuízos econômicos, inclusive para os países vizinhos, e intervenção militar dos países vizinhos ou de potências regionais e mundiais.
"Muito poucas nações conseguiram evitar que uma guerra civil degenere num conflito total", admitem os autores, para em seguida fazer um 'mea culpa' pela nação americana: "Foi a arrogância diante da História que nos fez pensar que poderíamos invadir o Iraque sem preparar a ocupação. Deveríamos mostrar muito mais humildade ao aceitar as lições para enfrentarmos o que tememos possa ser a próxima fase trágica da História do Iraque".
Na opinião dos autores, "a única coisa que evita uma guerra civil devastadora como as do Líbano (1975-90) e da Bósnia (1992-95) é a presença no Iraque de 140 mil soldados americanos. A não ser que os EUA e o governo do Iraque adotem uma ação radical para mudar o rumo dos acontecimentos, a guerra civil será uma ameaça para todas as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico".
Como foi a invasão americana que provocou o caos ao derrubar a ditadura de Saddam Hussein e destruir a máquina do Estado iraquiano, os EUA não podem se eximir de sua responsabilidade, adverte o documento: "O Iraque está caindo rapidamente rumo uma guerra civil total. Desafortunadamente, os EUA não poderão simplesmente fugir do caos. Mesmo esquecendo o pesadelo humanitário que se produziria, uma guerra civil em grande escala não se limitaria ao Iraque: historicamente este tipo de conflito tem efeitos muito nocivos nos países vizinhos e em outros. Um contágio da guerra civil iraquiana seria um desastre. Os EUA têm interesses demais no Oriente Médio para ignorar as conseqüências. É imperativo que os EUA elaborem um plano para evitar uma guerra civil total no Iraque".
Outro analista observou que o poder dos EUA no Oriente Médio atingiu o pico em março de 2005, depois das eleições no Iraque. Naquele momento, falava-se de reformas democráticas na Arábia Saudita, no Egito e na Jordânia, e os protestos contra ao assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri pressionavam a Síria a retirar suas forças do Líbano depois de 30 anos.
Hoje, o Iraque afunda numa guerra civil e no caos da segurança pública, o movimento de Resistência Islâmica (Hamas) ganhou as eleições palestinas, fala-se na formação de um crescente xiita unindo o Irã aos xiitas iraquianos com tentáculos chegando até a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que resistiu a uma ofensiva israelense em julho e agosto, e agora tenta derrubar o governo do Líbano. O Irã foi o maior beneficiário da invasão do Iraque e avança em seu programa nuclear, apesar das sanções moderadas impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Para evitar uma guerra civil total no Iraque e uma conflagração regional no Oriente Médio, o estudo da Brookings Institution faz 13 recomendações ao governo dos EUA:
• não tentar escolher um vencedor, ou seja, não apoiar nenhuma facção;
• evitar a divisão do Iraque, que aumentaria as expulsões e a "faxina étnica" contra minorias;
• não deixar o problema nas mãos das Nações Unidas;
• retirar as forças dos EUA dos grandes centros populacionais, a não ser que se empreguem 450 mil soldados;
• ajudar os países vizinhos;
• reforçar a estabilidade regional;
• dissuadir os países vizinhos de intervir;
• indicar limites claros ao Irã;
• criar um grupo de contato para negociações diplomáticas;
• preparar-se para crises no suprimento de petróleo;
• conter os curdos, evitando que declarem a independência;
• atacar as bases terroristas; e
• estabelecer zonas de segurança nas fronteiras do Iraque.
Além das questões humanitárias, a guerra civil no Iraque ameaça alterar a composição étnica e religiosa dos países vizinhos por causa de migrações forçadas, provocando um contágio, especialmente do conflito entre sunitas e xiitas, e novas guerras civis que desestabilizem outros países criando uma situação de anarquia que contribui para a instalação de bases terroristas.
As conseqüências econômicas também costumam ser desastrosas para toda a região. No caso do Oriente Médio, como principal fonte do petróleo importado pelo resto do mundo, os efeitos negativos podem provocar um novo choque na economia internacional.
"A cada dia o Iraque se afunda mais profundamente no abismo da guerra civil", constata o relatório, assinado por Kenneth Pollack e David Byman, ex-analistas de Oriente Médio para o governo dos Estados Unidos. "Perguntar quem ganha com este tipo de conflito é como perguntar quem ganhou com o terremoto em São Francisco".
Na busca de soluções para o caos no Iraque, o relatório chamado O Desmoronamento: como conter as conseqüências da guerra civil no Iraque examina como as guerras civis no Líbano, no Afeganistão, na Bósnia-Herzegovina, em Ruanda, na Chechênia, no Tajiquistão e no Congo transformaram-se em conflitos internacionais.
Seus resultados foram crises de refugiados, aumento do terrorismo internacional, radicalização de países vizinhos, tentativas de secessão, grandes prejuízos econômicos, inclusive para os países vizinhos, e intervenção militar dos países vizinhos ou de potências regionais e mundiais.
"Muito poucas nações conseguiram evitar que uma guerra civil degenere num conflito total", admitem os autores, para em seguida fazer um 'mea culpa' pela nação americana: "Foi a arrogância diante da História que nos fez pensar que poderíamos invadir o Iraque sem preparar a ocupação. Deveríamos mostrar muito mais humildade ao aceitar as lições para enfrentarmos o que tememos possa ser a próxima fase trágica da História do Iraque".
Na opinião dos autores, "a única coisa que evita uma guerra civil devastadora como as do Líbano (1975-90) e da Bósnia (1992-95) é a presença no Iraque de 140 mil soldados americanos. A não ser que os EUA e o governo do Iraque adotem uma ação radical para mudar o rumo dos acontecimentos, a guerra civil será uma ameaça para todas as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico".
Como foi a invasão americana que provocou o caos ao derrubar a ditadura de Saddam Hussein e destruir a máquina do Estado iraquiano, os EUA não podem se eximir de sua responsabilidade, adverte o documento: "O Iraque está caindo rapidamente rumo uma guerra civil total. Desafortunadamente, os EUA não poderão simplesmente fugir do caos. Mesmo esquecendo o pesadelo humanitário que se produziria, uma guerra civil em grande escala não se limitaria ao Iraque: historicamente este tipo de conflito tem efeitos muito nocivos nos países vizinhos e em outros. Um contágio da guerra civil iraquiana seria um desastre. Os EUA têm interesses demais no Oriente Médio para ignorar as conseqüências. É imperativo que os EUA elaborem um plano para evitar uma guerra civil total no Iraque".
Outro analista observou que o poder dos EUA no Oriente Médio atingiu o pico em março de 2005, depois das eleições no Iraque. Naquele momento, falava-se de reformas democráticas na Arábia Saudita, no Egito e na Jordânia, e os protestos contra ao assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri pressionavam a Síria a retirar suas forças do Líbano depois de 30 anos.
Hoje, o Iraque afunda numa guerra civil e no caos da segurança pública, o movimento de Resistência Islâmica (Hamas) ganhou as eleições palestinas, fala-se na formação de um crescente xiita unindo o Irã aos xiitas iraquianos com tentáculos chegando até a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que resistiu a uma ofensiva israelense em julho e agosto, e agora tenta derrubar o governo do Líbano. O Irã foi o maior beneficiário da invasão do Iraque e avança em seu programa nuclear, apesar das sanções moderadas impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Para evitar uma guerra civil total no Iraque e uma conflagração regional no Oriente Médio, o estudo da Brookings Institution faz 13 recomendações ao governo dos EUA:
• não tentar escolher um vencedor, ou seja, não apoiar nenhuma facção;
• evitar a divisão do Iraque, que aumentaria as expulsões e a "faxina étnica" contra minorias;
• não deixar o problema nas mãos das Nações Unidas;
• retirar as forças dos EUA dos grandes centros populacionais, a não ser que se empreguem 450 mil soldados;
• ajudar os países vizinhos;
• reforçar a estabilidade regional;
• dissuadir os países vizinhos de intervir;
• indicar limites claros ao Irã;
• criar um grupo de contato para negociações diplomáticas;
• preparar-se para crises no suprimento de petróleo;
• conter os curdos, evitando que declarem a independência;
• atacar as bases terroristas; e
• estabelecer zonas de segurança nas fronteiras do Iraque.
Além das questões humanitárias, a guerra civil no Iraque ameaça alterar a composição étnica e religiosa dos países vizinhos por causa de migrações forçadas, provocando um contágio, especialmente do conflito entre sunitas e xiitas, e novas guerras civis que desestabilizem outros países criando uma situação de anarquia que contribui para a instalação de bases terroristas.
As conseqüências econômicas também costumam ser desastrosas para toda a região. No caso do Oriente Médio, como principal fonte do petróleo importado pelo resto do mundo, os efeitos negativos podem provocar um novo choque na economia internacional.
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Chávez governará por decreto por um ano e meio
A Assembléia Nacional da Venezuela aprovou ontem o projeto que dá poderes especiais ao presidente Hugo Chávez para governar por decreto por um ano e meio.
Durante este período, o caudilho venezuelano, que já domina amplamente a máquina do Estado venezuelano, os três poderes da República, as Forças Armadas e a companhia estatal de petróleo, terá um poder quase absoluto para mudar o que quiser no país.
Durante este período, o caudilho venezuelano, que já domina amplamente a máquina do Estado venezuelano, os três poderes da República, as Forças Armadas e a companhia estatal de petróleo, terá um poder quase absoluto para mudar o que quiser no país.
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
"Raúl Castro governa com liderança decisiva"
O vice-presidente Raúl Castro, que substitui interinamente seu irmão, Fidel Castro, como dirigente máximo de Cuba, consolidou sua liderança e terá ampla margem de manobra para conduzir a transição depois da morte de Fidel, afirma em entrevista ao jornal francês Le Monde o ex-agente secreto americano Brian Latell, professor da Universidade de Miami e autor de 'Depois de Fidel: Raúl Castro e o futuro da revolução cubana'.
Seis meses depois da transferência de poder por força da doença de Fidel, não houve críticas internas à liderança de Raúl, observa Latell. "Ele pede conselho a uns 20 altos funcionários da nomenklatura cubana e 'novas reflexões' aos universitários".
Por duas vezes, em agosto e dezembro do ano passado, Raúl propôs a abertura de diálogo para "normalizar as relações com os Estados Unidos".
O ex-espião da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos EUA, acredita que sua intenção é genuína: "Creio que Fidel compreende melhor a situação do que Fidel. Sabe que deve melhorar a economia do país custe o que custar. Sabe que deve atender aos anseios dos mais jovens, uma geração desencantada que não compartilham, nas palavras de certos dirigentes em Havana, dos valores da revolução".
Para recuperar a economia do país, "Raúl quer diversificar os investimentos estrangeiros, inclusive dos EUA. Quer desenvolver as atividades de pequenas empresas. O setor de turismo, que ele controla, funciona com base em técnicas de gerenciamento capitalistas".
Raúl sonha "em desenvolver uma versão tropical do modelo chinês, combinando abertura econômica com restrições às liberdades individuais e políticas", descreve Latell. "Mas atenção: ele pensa no modelo chinês de Deng Xiaoping no final dos anos 70 e não no atual. Raúl não quer bilionários de Mercedes em Cuba".
Na opinião do ex-espião, Raúl é o grande organizador do regime: "Fidel, o narcisista visionário, é o diretor; Raul é o produtor. É ele que estrutura as Forças Armadas, organiza os serviços de segurança e desenvolve setores inteiros da economia. Mas do que antes, o Partido Comunista está em suas mãos".
As outras instituições cubanas também estariam nas mãos de aliados de Raúl. Ele tende a continuar trabalhando em silêncio, cercado de personagens importantes como o vice-presidente Carlos Lage, encarregado das reformas econômicas.
Com a provável morte de Fidel em breve - ele acaba de reaparecer na televisão, bastante debilitado, junto com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez -, Raúl sairá da sombra que o obscurece: "Haverá festa em Miami e uma transição pacífica em Cuba", prevê o ex-agente da CIA. "Pode haver manifestações mas não acredito que desestabilizem o regime cubano. Será preciso observar as mudanças que Raúl fará depois do funeral. O irmão há tanto reprimido terá finalmente sua catarse, seu momento de libertação, quando exprimirá sua própria política e transformará a revolução na direção que escolher".
Seis meses depois da transferência de poder por força da doença de Fidel, não houve críticas internas à liderança de Raúl, observa Latell. "Ele pede conselho a uns 20 altos funcionários da nomenklatura cubana e 'novas reflexões' aos universitários".
Por duas vezes, em agosto e dezembro do ano passado, Raúl propôs a abertura de diálogo para "normalizar as relações com os Estados Unidos".
O ex-espião da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos EUA, acredita que sua intenção é genuína: "Creio que Fidel compreende melhor a situação do que Fidel. Sabe que deve melhorar a economia do país custe o que custar. Sabe que deve atender aos anseios dos mais jovens, uma geração desencantada que não compartilham, nas palavras de certos dirigentes em Havana, dos valores da revolução".
Para recuperar a economia do país, "Raúl quer diversificar os investimentos estrangeiros, inclusive dos EUA. Quer desenvolver as atividades de pequenas empresas. O setor de turismo, que ele controla, funciona com base em técnicas de gerenciamento capitalistas".
Raúl sonha "em desenvolver uma versão tropical do modelo chinês, combinando abertura econômica com restrições às liberdades individuais e políticas", descreve Latell. "Mas atenção: ele pensa no modelo chinês de Deng Xiaoping no final dos anos 70 e não no atual. Raúl não quer bilionários de Mercedes em Cuba".
Na opinião do ex-espião, Raúl é o grande organizador do regime: "Fidel, o narcisista visionário, é o diretor; Raul é o produtor. É ele que estrutura as Forças Armadas, organiza os serviços de segurança e desenvolve setores inteiros da economia. Mas do que antes, o Partido Comunista está em suas mãos".
As outras instituições cubanas também estariam nas mãos de aliados de Raúl. Ele tende a continuar trabalhando em silêncio, cercado de personagens importantes como o vice-presidente Carlos Lage, encarregado das reformas econômicas.
Com a provável morte de Fidel em breve - ele acaba de reaparecer na televisão, bastante debilitado, junto com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez -, Raúl sairá da sombra que o obscurece: "Haverá festa em Miami e uma transição pacífica em Cuba", prevê o ex-agente da CIA. "Pode haver manifestações mas não acredito que desestabilizem o regime cubano. Será preciso observar as mudanças que Raúl fará depois do funeral. O irmão há tanto reprimido terá finalmente sua catarse, seu momento de libertação, quando exprimirá sua própria política e transformará a revolução na direção que escolher".
Turismo internacional bate recorde
Apesar das ameaças do terrorismo e da gripe aviária, e dos preços do petróleo, o turismo internacional bateu recorde em 2006. Ao todo, foram realizadas 842 milhões de viagens internacionais, um aumento de 4,5% em relação a 2005, revelou ontem a Organização Mundial do Turismo, parte do sistema Nações Unidas.
Por continente, a África apresentou o maior crescimento, 8,2%, e a América teve o menor, apenas 2%.
Por continente, a África apresentou o maior crescimento, 8,2%, e a América teve o menor, apenas 2%.
Reino Unido e Irlanda convocam eleições na Irlanda do Norte
Os primeiros-ministros britânico, Tony Blair, e irlandês, Bertie Ahern, convocaram hoje para 7 de março eleições para a Assembléia da Irlanda do Norte, numa tentativa de recriar o governo semi-autônomo, dissolvido em 2002 por falta de acordo entre os principais partidos católicos e protestantes.
Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 1998 para pôr fim a uma guerra civil que matou mais de 3,3 mil em 30 anos, a minoria tem poder para vetar decisões da assembléia e do governo norte-irlandeses se reunir 40% dos votos. É um mecanismo criado para impedir a dominação total de uma comunidade, garantindo os direitos da minoria.
Isto provocou sucessivas crises e colapsos do governo. A decisão do Sinn Féin - partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês, principal grupo católico na luta contra a dominação britânica sobre a Irlanda do Norte - de aderir ao acordo que cria a Polícia da Irlanda do Norte, aprovada no domingo passado, recria as condições para reinstaurar o governo semi-autônomo.
Se isto acontecer, a Irlanda do Norte deixa de ser governada de Londres, um dos argumentos usados por Gerry Adams, presidente do SF, para convencer a linha dura a participar de uma polícia recentemente acusada de violência e arbitrariedade contra católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses, adversários dos protestantes que defendem a manutenção do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 1998 para pôr fim a uma guerra civil que matou mais de 3,3 mil em 30 anos, a minoria tem poder para vetar decisões da assembléia e do governo norte-irlandeses se reunir 40% dos votos. É um mecanismo criado para impedir a dominação total de uma comunidade, garantindo os direitos da minoria.
Isto provocou sucessivas crises e colapsos do governo. A decisão do Sinn Féin - partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês, principal grupo católico na luta contra a dominação britânica sobre a Irlanda do Norte - de aderir ao acordo que cria a Polícia da Irlanda do Norte, aprovada no domingo passado, recria as condições para reinstaurar o governo semi-autônomo.
Se isto acontecer, a Irlanda do Norte deixa de ser governada de Londres, um dos argumentos usados por Gerry Adams, presidente do SF, para convencer a linha dura a participar de uma polícia recentemente acusada de violência e arbitrariedade contra católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses, adversários dos protestantes que defendem a manutenção do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Confiança do consumidor americano cresce
A confiança do consumidor americano atingiu em janeiro para seu nível mais alto em cinco anos, revelou hoje o Conference Board, que reúne diversas instituições privadas.
O índice subiu de 110 para 110,3, o mais alto desde maio de 2002. Este aumento da confiança refletiria o aumento dos salários e da oferta de empregos. É importante porque o consumo privado representa dois terços do produto interno bruto da maior economia do mundo, que gera US$ 13,3 trilhões anualmente.
A tendência para este ano é de um crescimento econômico moderado nos Estados Unidos.
O índice subiu de 110 para 110,3, o mais alto desde maio de 2002. Este aumento da confiança refletiria o aumento dos salários e da oferta de empregos. É importante porque o consumo privado representa dois terços do produto interno bruto da maior economia do mundo, que gera US$ 13,3 trilhões anualmente.
A tendência para este ano é de um crescimento econômico moderado nos Estados Unidos.
Atentados matam 42 no último dia da Achura
Uma série de atentados contra fiéis matou pelo menos 42 iraquianos no último dia da Achura, a mais importante festa religiosa do calendário xiita, que celebra o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé, em 680.
O primeiro ataque matou 12 pessoas em Janakin, perto da fronteira com o Irã, durante uma procissão em que os xiitas se autoflagelavam, punindo-se por não terem acorrido em defesa de Hussein no século 7. Outras 17 pessoas morreram num ataque com morteiros contra o bairro de Adamia, no Noroeste de Bagdá. Em Dour Mondali, a 100 quilômetros a noroeste da capital iraquiana, um homem-bomba detonou seus explosivos quando estava no meio de uma multidão de 150 pessoas que entravam numa mesquista, matando 23 e ferindo outros 60.
Em 2004, atentados suicidas mataram 171 pessoas em Bagdá e Carbalá, onde Hussein foi morto na batalha que marca o cisma entre sunitas e xiitas, cerca de 10% dos mais de 1 bilhão de muçulmanos. Neste ano, com 11 mil soldados e policiais patrulhando Carbalá, os terroristas procuraram outras localidades.
Ao depor no Senado dos Estados Unidos, o novo comandante das operações militares americanas no Oriente Médio, almirante William Fallon, declarou que "chegou o momento" de dar a volta por cima no Iraque.
O primeiro ataque matou 12 pessoas em Janakin, perto da fronteira com o Irã, durante uma procissão em que os xiitas se autoflagelavam, punindo-se por não terem acorrido em defesa de Hussein no século 7. Outras 17 pessoas morreram num ataque com morteiros contra o bairro de Adamia, no Noroeste de Bagdá. Em Dour Mondali, a 100 quilômetros a noroeste da capital iraquiana, um homem-bomba detonou seus explosivos quando estava no meio de uma multidão de 150 pessoas que entravam numa mesquista, matando 23 e ferindo outros 60.
Em 2004, atentados suicidas mataram 171 pessoas em Bagdá e Carbalá, onde Hussein foi morto na batalha que marca o cisma entre sunitas e xiitas, cerca de 10% dos mais de 1 bilhão de muçulmanos. Neste ano, com 11 mil soldados e policiais patrulhando Carbalá, os terroristas procuraram outras localidades.
Ao depor no Senado dos Estados Unidos, o novo comandante das operações militares americanas no Oriente Médio, almirante William Fallon, declarou que "chegou o momento" de dar a volta por cima no Iraque.
Israel usou armas ilegais no Líbano
O Departamento de Estado americano acusou Israel de usar bombas de fragmentação em áreas civis durante a campanha contra a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), no Líbano, em julho e agosto do ano passado, o que é proibido pela lei internacional.
Mais de mil civis libaneses foram mortos na guerra de Israel contra o Hesbolá e outros milhares saíram feridos. Uma investigação das Nações Unidas confirmou as alegações de organizações de defesa dos direitos humanos: Israel usou bombas de fragmentação.
Como são bombas de fabricação americana, seu uso ilegal deveria, em princípio, suspender o comércio de armas. No caso de Israel, aliado incondicional dos Estados Unidos no Oriente Médio, as chances disso acontecer são mínimas.
Mais de mil civis libaneses foram mortos na guerra de Israel contra o Hesbolá e outros milhares saíram feridos. Uma investigação das Nações Unidas confirmou as alegações de organizações de defesa dos direitos humanos: Israel usou bombas de fragmentação.
Como são bombas de fabricação americana, seu uso ilegal deveria, em princípio, suspender o comércio de armas. No caso de Israel, aliado incondicional dos Estados Unidos no Oriente Médio, as chances disso acontecer são mínimas.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Terrorista suicida mata três em Israel
Um atentado suicida contra uma padaria de Eilat, uma praia do Mar Vermelho, matou pelo menos três israelenses. Foi o primeiro ataque terrorista suicida contra Israel em nove meses e o primeiro até hoje em Eilat.
A ação foi reivindicada por pelo menos três grupos, nenhum deles ligado ao governante Movimento de Resistência Islâmica (Hamas): as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligadas à Fatah, partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas; a Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina; e um desconhecido Exército dos Crentes.
Em resposta, Israel bombardeou um túnel na Faixa de Gaza que seria usado para infiltrar terroristas em seu território.
A ação foi reivindicada por pelo menos três grupos, nenhum deles ligado ao governante Movimento de Resistência Islâmica (Hamas): as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligadas à Fatah, partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas; a Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina; e um desconhecido Exército dos Crentes.
Em resposta, Israel bombardeou um túnel na Faixa de Gaza que seria usado para infiltrar terroristas em seu território.
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China é exemplo de crescimento acelerado
Os grandes exemplos de crescimento acelerado sustentado por longo prazo, que não é o mesmo que sustentável no sentido ecológico, estão na Ásia, com destaque para a China e a Índia, especialmente a China, que teve uma expansão de 10,7% em 2006, a maior em 11 anos. Há quatro anos, o país mais populoso do mundo cresce acima de 10%.
Em recente artigo na coluna ‘Riqueza das Nações’, no jornal americano The Wall Street Journal, Michael Spence, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001 e professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pergunta-se Por Que a China Cresce Tão Depressa?
Spence observa que o crescimento acelerado sustentável de países em desenvolvimento é um fenômeno pós-1945. Por acelerado, entende pelo menos 7% ao ano e sustentável por ao menos 25 anos.
Uma taxa de crescimento de 7% ao ano significa que a renda nacional dobra a cada década, trazendo profundas mudanças na renda e na riqueza dos cidadãos. Atualmente, com taxas de crescimento superiores a 10% ao ano nos últimos quatro anos, a China tira 180 milhões de pessoas da pobreza a cada ano.
Há 11 países com estes níveis de crescimento acelerado sustentável, nenhum latino-americano. Oito são asiáticos: Botsuana, China, Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Malta, Omã, Tailândia e Taiwan. Observe-se que está toda a Grande China, não apenas a China, Hong Kong e Taiwan mas também Cingapura, Indonésia, Malásia e Tailândia, onde há comunidades chinesas economicamente importantes, especialmente no setor comercial.
O economista ressalva não poder afirmar que todos os países possam atingir taxas de crescimento elevadas por longos períodos. Mas é evidente que elas proporcionam enorme bem-estar e libertam as forças criativas de uma sociedade. Convém analisar as causas do crescimento asiático com que o Brasil sonha.
“O crescimento”, ensina Spence, “vem de três fontes:
1. investimento;
2. aplicação de tecnologia ou conhecimento prático; e
3. aumento da parcela da população empregada produtivamente.”
A última é mais importante nas etapas iniciais do crescimento acelerado, quando os trabalhadores são atraídos para setores mais produtivos.
“Em todos os casos, é fundamental uma economia de mercado que funcione, com preços, incentivos, descentralização e regras de propriedade que estimulem o investimento”, afirma o Nobel de Economia. “Todas as tentativas de driblar estas condições necessárias com planejamento central levaram a grandes erros na alocação de recursos e ao fracasso.”
O crescimento acelerado sustentável exige também altas taxas de poupança e de investimento, uma poupança de pelo menos 25% do produto interno bruto. Na China, está entre 35% e 45%.
No Brasil, como o Estado é deficitário e tem uma dívida elevada, boa parte da poupança privada é desviada para cobrir o rombo nas contas públicas, reduzindo o capital disponível para investimentos. Talvez este seja hoje o maior entrave a um crescimento acelerado sustentável. O Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula não ataca o problema.
Com a crise nas finanças públicas, o Estado brasileiro não tem recursos para fazer os investimentos necessários em saúde, educação e infra-estrutura, que Spence considera cruciais para aumentar a taxa de retorno dos investimentos privados. O objetivo é atrair mais investimentos privados, que serão no final o combustível do crescimento.
A agilidade, a capacidade de inovação e de adaptação à “destruição criativa” do capitalismo, na expressão de Josef Schumpeter, também são fundamentais. O aumento da produtividade em níveis capazes de levar a taxas de crescimento chinesas não acontece simplesmente fazendo a mesma coisa de maneira um pouco mais eficiente.
É preciso revolucionar e modernizar tecnologicamente todo o aparelho produtivo.
Quando as reformas começaram na China, a imensa maioria de sua população de mais de 1 bilhão vivia no campo. Houve um desenvolvimento extraordinário da indústria que provocou grandes migrações.
O aumento da produtividade permitiu um crescimento geral da economia chinesa. Mas as diferenças de renda se acentuaram muito, na medida que os trabalhadores dos setores mais dinâmicos da economia passaram a receber salários muito melhores.
Embora seja uma conseqüência natural do crescimento, simplesmente porque uns têm mais sucesso do que outros, a excessiva desigualdade de renda e de riqueza cria problemas sociais e políticos. Exige investimentos públicos em saúde, educação, previdência e assistência sociais, e infra-estrutura (água, energia e transportes) como políticas compensatórias. Coloca em xeque o modelo econômico.
Para a América Latina, em particular, o grande desafio é promover o crescimento com inclusão social, o que exige investimentos públicos que os Estados só poderão fazer com economias crescendo mais.
Mas o aspecto mais importante, na opinião de Michael Spence, é saber aproveitar as oportunidades oferecidas pela economia internacional: “Todos os casos de crescimento acelerado sustentável incluem um setor exportador como motor do crescimento e um crescimento da parcela do PIB associada ao comércio exterior.
"Não há exemplos de crescimento acelerado sustentável no pós-guerra sem integração na economia global. A sistemática redução de barreiras ao crescimento e ao investimento nos últimos 55 anos, e a queda dramática nos custos das tecnologias de transporte, informação e de comunicações, combinaram-se para aumentar a integração. É o efeito combinado destas tendências que faz da economia global um estímulo cada vez mais poderoso para o crescimento.”
Em recente artigo na coluna ‘Riqueza das Nações’, no jornal americano The Wall Street Journal, Michael Spence, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001 e professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pergunta-se Por Que a China Cresce Tão Depressa?
Spence observa que o crescimento acelerado sustentável de países em desenvolvimento é um fenômeno pós-1945. Por acelerado, entende pelo menos 7% ao ano e sustentável por ao menos 25 anos.
Uma taxa de crescimento de 7% ao ano significa que a renda nacional dobra a cada década, trazendo profundas mudanças na renda e na riqueza dos cidadãos. Atualmente, com taxas de crescimento superiores a 10% ao ano nos últimos quatro anos, a China tira 180 milhões de pessoas da pobreza a cada ano.
Há 11 países com estes níveis de crescimento acelerado sustentável, nenhum latino-americano. Oito são asiáticos: Botsuana, China, Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Malta, Omã, Tailândia e Taiwan. Observe-se que está toda a Grande China, não apenas a China, Hong Kong e Taiwan mas também Cingapura, Indonésia, Malásia e Tailândia, onde há comunidades chinesas economicamente importantes, especialmente no setor comercial.
O economista ressalva não poder afirmar que todos os países possam atingir taxas de crescimento elevadas por longos períodos. Mas é evidente que elas proporcionam enorme bem-estar e libertam as forças criativas de uma sociedade. Convém analisar as causas do crescimento asiático com que o Brasil sonha.
“O crescimento”, ensina Spence, “vem de três fontes:
1. investimento;
2. aplicação de tecnologia ou conhecimento prático; e
3. aumento da parcela da população empregada produtivamente.”
A última é mais importante nas etapas iniciais do crescimento acelerado, quando os trabalhadores são atraídos para setores mais produtivos.
“Em todos os casos, é fundamental uma economia de mercado que funcione, com preços, incentivos, descentralização e regras de propriedade que estimulem o investimento”, afirma o Nobel de Economia. “Todas as tentativas de driblar estas condições necessárias com planejamento central levaram a grandes erros na alocação de recursos e ao fracasso.”
O crescimento acelerado sustentável exige também altas taxas de poupança e de investimento, uma poupança de pelo menos 25% do produto interno bruto. Na China, está entre 35% e 45%.
No Brasil, como o Estado é deficitário e tem uma dívida elevada, boa parte da poupança privada é desviada para cobrir o rombo nas contas públicas, reduzindo o capital disponível para investimentos. Talvez este seja hoje o maior entrave a um crescimento acelerado sustentável. O Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula não ataca o problema.
Com a crise nas finanças públicas, o Estado brasileiro não tem recursos para fazer os investimentos necessários em saúde, educação e infra-estrutura, que Spence considera cruciais para aumentar a taxa de retorno dos investimentos privados. O objetivo é atrair mais investimentos privados, que serão no final o combustível do crescimento.
A agilidade, a capacidade de inovação e de adaptação à “destruição criativa” do capitalismo, na expressão de Josef Schumpeter, também são fundamentais. O aumento da produtividade em níveis capazes de levar a taxas de crescimento chinesas não acontece simplesmente fazendo a mesma coisa de maneira um pouco mais eficiente.
É preciso revolucionar e modernizar tecnologicamente todo o aparelho produtivo.
Quando as reformas começaram na China, a imensa maioria de sua população de mais de 1 bilhão vivia no campo. Houve um desenvolvimento extraordinário da indústria que provocou grandes migrações.
O aumento da produtividade permitiu um crescimento geral da economia chinesa. Mas as diferenças de renda se acentuaram muito, na medida que os trabalhadores dos setores mais dinâmicos da economia passaram a receber salários muito melhores.
Embora seja uma conseqüência natural do crescimento, simplesmente porque uns têm mais sucesso do que outros, a excessiva desigualdade de renda e de riqueza cria problemas sociais e políticos. Exige investimentos públicos em saúde, educação, previdência e assistência sociais, e infra-estrutura (água, energia e transportes) como políticas compensatórias. Coloca em xeque o modelo econômico.
Para a América Latina, em particular, o grande desafio é promover o crescimento com inclusão social, o que exige investimentos públicos que os Estados só poderão fazer com economias crescendo mais.
Mas o aspecto mais importante, na opinião de Michael Spence, é saber aproveitar as oportunidades oferecidas pela economia internacional: “Todos os casos de crescimento acelerado sustentável incluem um setor exportador como motor do crescimento e um crescimento da parcela do PIB associada ao comércio exterior.
"Não há exemplos de crescimento acelerado sustentável no pós-guerra sem integração na economia global. A sistemática redução de barreiras ao crescimento e ao investimento nos últimos 55 anos, e a queda dramática nos custos das tecnologias de transporte, informação e de comunicações, combinaram-se para aumentar a integração. É o efeito combinado destas tendências que faz da economia global um estímulo cada vez mais poderoso para o crescimento.”
América Latina enfrenta desafio do crescimento acelerado sustentável
A América Latina cresceu no ano passado 4,5%, pelos cálculos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e 5,3%, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), órgão das Nações Unidas. Com aumento das exportações, inflação média de 6% e razoável equilíbrio nas contas públicas, a situação econômica do subcontinente é a melhor em décadas.
Mas não há muito para festejar. No mundo globalizado, é preciso se comparar com a concorrência. É a região do mundo de menor crescimento econômico e de ritmo mais lento de desenvolvimento social.
O crescimento médio latino-americano é a metade do asiático, está abaixo do Oriente Médio, da Europa Oriental e até mesmo da África, que cresceu em média 1,5 ponto percentual a mais do que a América Latina nesta década.
Assim, adverte o Banco Mundial, a América Latina é a região com maior desigualdade e a que menos está reduzindo a pobreza. Pelos dados da Cepal, 205 milhões de latino-americanos, 38,5% do total, vivem na pobreza. Como em 2005 este percentual era de 39,8%, a redução da pobreza em apenas 1,3 ponto percentual é muito pequena diante do crescimento médio de pelo menos 4,5% ao ano.
A pobreza absoluta – renda inferior a um dólar por dia – atinge 79 milhões de pessoas, 14,7% da população, 0,7 ponto a menos do que em 2005.
O grande sucesso das exportações serve para mostrar que o crescimento acelerado sustentável depende do aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo comércio internacional. As exportações 46% na Bolívia, apesar da crise política do país, 37% no Peru, 27% no Equador, 26% na Venezuela, 20% no México, 20% no Uruguai, 16% no Brasil, 15% na Colômbia, 14% na Argentina e 13% no Paraguai.
Com 12%, Cuba registrou o maior índice de crescimento econômico, seguida pela Venezuela com 10% e a Argentina com 8,5%. Nos dados da Cepal, Uruguai, Colômbia e Equador cresceram acima da media (5,3%), o México (4,8%) ligeiramente abaixo, e a Bolívia e o Equador, 5%. O Brasil ficou em último, com 2,8%.
Em vez de ser a locomotiva econômica da região, o que afirmaria sua liderança regional, o Brasil é um paquiderme que se arrasta lentamente.
Enquanto o Chile negociava acordos bilaterais de comércio com países de outros continentes, Colômbia, Peru, Panamá e Uruguai fecharam acordos com os Estados Unidos que ainda dependem da aprovação do Congresso americano.
DÉFICIT EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em longo prazo, o grande problema para o desenvolvimento econômico latino-americano está em ciência, tecnologia e educação. No ranking mundial das universidades publicado pelo jornal ingles The Times, só há uma universidade latino-americana entre as melhores duzentas, observa o analista político argentino Rosendo Fraga: a Universidade Autônoma do México, em 74º lugar. Os melhores acadêmicos são facilmente atraídos por universidades estrangeiras, sobretudo dos EUA.
A Internet, no final de 2006, chegava a 16% dos latino-americanos, exatamente a média mundial, mas o crescimento é muito mais rápido nos países pobres da Ásia.
No plano político, a eleição de Michelle Bachelet no Chile e a reeleição do presidente Lula consolidam uma esquerda moderada e social-democrata da qual faz parte também o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
Mais à esquerda, a Aliança Bolivarista para as Américas, inicialmente constituída pela Venezuela e Cuba, foi engrossada pela Bolívia, o Equador e a Nicarágua, reforçando o prestígio e a liderança do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de sua “revolução bolivarista” e de seu “socialismo do século 21. Diante da agressividade de Chávez, o Brasil exerce cada vez mais um papel moderador.
Mas surgiu uma terceira força, de centro-direita, com as vitórias de Felipe Calderón no México e do ex-presidente Alan García no Peru.
Com a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e o afastamento por doença do ditador cubano Fidel Castro, é o fim de um ciclo de mais de meio século em que ditaduras militares e guerrilhas de esquerda impediram a consolidação da democracia na América Latina.
A série de eleições presidenciais revela a maturidade da democracia latino-americana. Diante da desigualdade social que marca a região, é natural a eleição de governos de esquerda ou identificados com causas populares e reformas sociais.
O desafio é fazer a democracia funcionar para todos, promovendo o desenvolvimento socioeconômico. De um lado, há o modelo chavista, que aposta na estatização e no papel do Estado como agente econômico. Do outro, um keynesianismo liberal em que o Estado tenta corrigir as distorções do mercado.
Mas não há muito para festejar. No mundo globalizado, é preciso se comparar com a concorrência. É a região do mundo de menor crescimento econômico e de ritmo mais lento de desenvolvimento social.
O crescimento médio latino-americano é a metade do asiático, está abaixo do Oriente Médio, da Europa Oriental e até mesmo da África, que cresceu em média 1,5 ponto percentual a mais do que a América Latina nesta década.
Assim, adverte o Banco Mundial, a América Latina é a região com maior desigualdade e a que menos está reduzindo a pobreza. Pelos dados da Cepal, 205 milhões de latino-americanos, 38,5% do total, vivem na pobreza. Como em 2005 este percentual era de 39,8%, a redução da pobreza em apenas 1,3 ponto percentual é muito pequena diante do crescimento médio de pelo menos 4,5% ao ano.
A pobreza absoluta – renda inferior a um dólar por dia – atinge 79 milhões de pessoas, 14,7% da população, 0,7 ponto a menos do que em 2005.
O grande sucesso das exportações serve para mostrar que o crescimento acelerado sustentável depende do aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo comércio internacional. As exportações 46% na Bolívia, apesar da crise política do país, 37% no Peru, 27% no Equador, 26% na Venezuela, 20% no México, 20% no Uruguai, 16% no Brasil, 15% na Colômbia, 14% na Argentina e 13% no Paraguai.
Com 12%, Cuba registrou o maior índice de crescimento econômico, seguida pela Venezuela com 10% e a Argentina com 8,5%. Nos dados da Cepal, Uruguai, Colômbia e Equador cresceram acima da media (5,3%), o México (4,8%) ligeiramente abaixo, e a Bolívia e o Equador, 5%. O Brasil ficou em último, com 2,8%.
Em vez de ser a locomotiva econômica da região, o que afirmaria sua liderança regional, o Brasil é um paquiderme que se arrasta lentamente.
Enquanto o Chile negociava acordos bilaterais de comércio com países de outros continentes, Colômbia, Peru, Panamá e Uruguai fecharam acordos com os Estados Unidos que ainda dependem da aprovação do Congresso americano.
DÉFICIT EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em longo prazo, o grande problema para o desenvolvimento econômico latino-americano está em ciência, tecnologia e educação. No ranking mundial das universidades publicado pelo jornal ingles The Times, só há uma universidade latino-americana entre as melhores duzentas, observa o analista político argentino Rosendo Fraga: a Universidade Autônoma do México, em 74º lugar. Os melhores acadêmicos são facilmente atraídos por universidades estrangeiras, sobretudo dos EUA.
A Internet, no final de 2006, chegava a 16% dos latino-americanos, exatamente a média mundial, mas o crescimento é muito mais rápido nos países pobres da Ásia.
No plano político, a eleição de Michelle Bachelet no Chile e a reeleição do presidente Lula consolidam uma esquerda moderada e social-democrata da qual faz parte também o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
Mais à esquerda, a Aliança Bolivarista para as Américas, inicialmente constituída pela Venezuela e Cuba, foi engrossada pela Bolívia, o Equador e a Nicarágua, reforçando o prestígio e a liderança do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de sua “revolução bolivarista” e de seu “socialismo do século 21. Diante da agressividade de Chávez, o Brasil exerce cada vez mais um papel moderador.
Mas surgiu uma terceira força, de centro-direita, com as vitórias de Felipe Calderón no México e do ex-presidente Alan García no Peru.
Com a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e o afastamento por doença do ditador cubano Fidel Castro, é o fim de um ciclo de mais de meio século em que ditaduras militares e guerrilhas de esquerda impediram a consolidação da democracia na América Latina.
A série de eleições presidenciais revela a maturidade da democracia latino-americana. Diante da desigualdade social que marca a região, é natural a eleição de governos de esquerda ou identificados com causas populares e reformas sociais.
O desafio é fazer a democracia funcionar para todos, promovendo o desenvolvimento socioeconômico. De um lado, há o modelo chavista, que aposta na estatização e no papel do Estado como agente econômico. Do outro, um keynesianismo liberal em que o Estado tenta corrigir as distorções do mercado.
América Latina enfrenta desafio do crescimento acelerado sustentável
A América Latina cresceu no ano passado 4,5%, pelos cálculos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e 5,3%, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), órgão das Nações Unidas. Com aumento das exportações, inflação média de 6% e razoável equilíbrio nas contas públicas, a situação econômica do subcontinente é a melhor em décadas.
Mas não há muito para festejar. No mundo globalizado, é preciso se comparar com a concorrência. É a região do mundo de menor crescimento econômico e de ritmo mais lento de desenvolvimento social.
O crescimento médio latino-americano é a metade do asiático, está abaixo do Oriente Médio, da Europa Oriental e até mesmo da África, que cresceu em média 1,5 ponto percentual a mais do que a América Latina nesta década.
Assim, adverte o Banco Mundial, a América Latina é a região com maior desigualdade e a que menos está reduzindo a pobreza. Pelos dados da Cepal, 205 milhões de latino-americanos, 38,5% do total, vivem na pobreza. Como em 2005 este percentual era de 39,8%, a redução da pobreza em apenas 1,3 ponto percentual é muito pequena diante do crescimento médio de pelo menos 4,5% ao ano.
A pobreza absoluta – renda inferior a um dólar por dia – atinge 79 milhões de pessoas, 14,7% da população, 0,7 ponto a menos do que em 2005.
O grande sucesso das exportações serve para mostrar que o crescimento acelerado sustentável depende do aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo comércio internacional. As exportações 46% na Bolívia, apesar da crise política do país, 37% no Peru, 27% no Equador, 26% na Venezuela, 20% no México, 20% no Uruguai, 16% no Brasil, 15% na Colômbia, 14% na Argentina e 13% no Paraguai.
Com 12%, Cuba registrou o maior índice de crescimento econômico, seguida pela Venezuela com 10% e a Argentina com 8,5%. Nos dados da Cepal, Uruguai, Colômbia e Equador cresceram acima da media (5,3%), o México (4,8%) ligeiramente abaixo, e a Bolívia e o Equador, 5%. O Brasil ficou em último, com 2,8%.
Em vez de ser a locomotiva econômica da região, o que afirmaria sua liderança regional, o Brasil é um paquiderme que se arrasta lentamente.
Enquanto o Chile negociava acordos bilaterais de comércio com países de outros continentes, Colômbia, Peru, Panamá e Uruguai fecharam acordos com os Estados Unidos que ainda dependem da aprovação do Congresso americano.
DÉFICIT EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em longo prazo, o grande problema para o desenvolvimento econômico latino-americano está em ciência, tecnologia e educação. No ranking mundial das universidades publicado pelo jornal ingles The Times, só há uma universidade latino-americana entre as melhores duzentas, observa o analista político argentino Rosendo Fraga: a Universidade Autônoma do México, em 74º lugar. Os melhores acadêmicos são facilmente atraídos por universidades estrangeiras, sobretudo dos EUA.
A Internet, no final de 2006, chegava a 16% dos latino-americanos, exatamente a média mundial, mas o crescimento é muito mais rápido nos países pobres da Ásia.
No plano político, a eleição de Michelle Bachelet no Chile e a reeleição do presidente Lula consolidam uma esquerda moderada e social-democrata da qual faz parte também o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
Mais à esquerda, a Aliança Bolivarista para as Américas, inicialmente constituída pela Venezuela e Cuba, foi engrossada pela Bolívia, o Equador e a Nicarágua, reforçando o prestígio e a liderança do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de sua “revolução bolivarista” e de seu “socialismo do século 21. Diante da agressividade de Chávez, o Brasil exerce cada vez mais um papel moderador.
Mas surgiu uma terceira força, de centro-direita, com as vitórias de Felipe Calderón no México e do ex-presidente Alan García no Peru.
Com a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e o afastamento por doença do ditador cubano Fidel Castro, é o fim de um ciclo de mais de meio século em que ditaduras militares e guerrilhas de esquerda impediram a consolidação da democracia na América Latina.
A série de eleições presidenciais revela a maturidade da democracia latino-americana. Diante da desigualdade social que marca a região, é natural a eleição de governos de esquerda ou identificados com causas populares e reformas sociais.
O desafio é fazer a democracia funcionar para todos, promovendo o desenvolvimento socioeconômico. De um lado, há o modelo chavista, que aposta na estatização e no papel do Estado como agente econômico. Do outro, um keynesianismo liberal em que o Estado tenta corrigir as distorções do mercado.
Mas não há muito para festejar. No mundo globalizado, é preciso se comparar com a concorrência. É a região do mundo de menor crescimento econômico e de ritmo mais lento de desenvolvimento social.
O crescimento médio latino-americano é a metade do asiático, está abaixo do Oriente Médio, da Europa Oriental e até mesmo da África, que cresceu em média 1,5 ponto percentual a mais do que a América Latina nesta década.
Assim, adverte o Banco Mundial, a América Latina é a região com maior desigualdade e a que menos está reduzindo a pobreza. Pelos dados da Cepal, 205 milhões de latino-americanos, 38,5% do total, vivem na pobreza. Como em 2005 este percentual era de 39,8%, a redução da pobreza em apenas 1,3 ponto percentual é muito pequena diante do crescimento médio de pelo menos 4,5% ao ano.
A pobreza absoluta – renda inferior a um dólar por dia – atinge 79 milhões de pessoas, 14,7% da população, 0,7 ponto a menos do que em 2005.
O grande sucesso das exportações serve para mostrar que o crescimento acelerado sustentável depende do aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo comércio internacional. As exportações 46% na Bolívia, apesar da crise política do país, 37% no Peru, 27% no Equador, 26% na Venezuela, 20% no México, 20% no Uruguai, 16% no Brasil, 15% na Colômbia, 14% na Argentina e 13% no Paraguai.
Com 12%, Cuba registrou o maior índice de crescimento econômico, seguida pela Venezuela com 10% e a Argentina com 8,5%. Nos dados da Cepal, Uruguai, Colômbia e Equador cresceram acima da media (5,3%), o México (4,8%) ligeiramente abaixo, e a Bolívia e o Equador, 5%. O Brasil ficou em último, com 2,8%.
Em vez de ser a locomotiva econômica da região, o que afirmaria sua liderança regional, o Brasil é um paquiderme que se arrasta lentamente.
Enquanto o Chile negociava acordos bilaterais de comércio com países de outros continentes, Colômbia, Peru, Panamá e Uruguai fecharam acordos com os Estados Unidos que ainda dependem da aprovação do Congresso americano.
DÉFICIT EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em longo prazo, o grande problema para o desenvolvimento econômico latino-americano está em ciência, tecnologia e educação. No ranking mundial das universidades publicado pelo jornal ingles The Times, só há uma universidade latino-americana entre as melhores duzentas, observa o analista político argentino Rosendo Fraga: a Universidade Autônoma do México, em 74º lugar. Os melhores acadêmicos são facilmente atraídos por universidades estrangeiras, sobretudo dos EUA.
A Internet, no final de 2006, chegava a 16% dos latino-americanos, exatamente a média mundial, mas o crescimento é muito mais rápido nos países pobres da Ásia.
No plano político, a eleição de Michelle Bachelet no Chile e a reeleição do presidente Lula consolidam uma esquerda moderada e social-democrata da qual faz parte também o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
Mais à esquerda, a Aliança Bolivarista para as Américas, inicialmente constituída pela Venezuela e Cuba, foi engrossada pela Bolívia, o Equador e a Nicarágua, reforçando o prestígio e a liderança do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de sua “revolução bolivarista” e de seu “socialismo do século 21. Diante da agressividade de Chávez, o Brasil exerce cada vez mais um papel moderador.
Mas surgiu uma terceira força, de centro-direita, com as vitórias de Felipe Calderón no México e do ex-presidente Alan García no Peru.
Com a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e o afastamento por doença do ditador cubano Fidel Castro, é o fim de um ciclo de mais de meio século em que ditaduras militares e guerrilhas de esquerda impediram a consolidação da democracia na América Latina.
A série de eleições presidenciais revela a maturidade da democracia latino-americana. Diante da desigualdade social que marca a região, é natural a eleição de governos de esquerda ou identificados com causas populares e reformas sociais.
O desafio é fazer a democracia funcionar para todos, promovendo o desenvolvimento socioeconômico. De um lado, há o modelo chavista, que aposta na estatização e no papel do Estado como agente econômico. Do outro, um keynesianismo liberal em que o Estado tenta corrigir as distorções do mercado.
Transgênicos passam de 100 milhões de hectares
Dez anos depois do início do cultivo em larga escala de alimentos geneticamente modificados na América do Norte, com 1,7 milhão de hectares, as culturas transgênicas cobrem hoje uma área de 102 milhões de hectares. O aumento da área cultivada de 2005 para 2006 foi de 13%.
Maioria dos europeus deplora impacto do euro
A maioria dos cidadãos dos países que adotaram o euro como moeda única lamentou o impacto da união monetária sobre as economias de seus países, indica uma pesquisa do instituto britânico Harris publicada hoje no jornal inglês Financial Times.
Este impacto negativo é apontado por dois terços dos espanhóis, franceses e italianos, e pela maioria dos alemães. Ao mesmo tempo, a maioria dos alemães, espanhóis e italianos vê um impacto positivo para a zona do euro como um todo, opinião compartilhada por apenas 5% dos franceses.
Este impacto negativo é apontado por dois terços dos espanhóis, franceses e italianos, e pela maioria dos alemães. Ao mesmo tempo, a maioria dos alemães, espanhóis e italianos vê um impacto positivo para a zona do euro como um todo, opinião compartilhada por apenas 5% dos franceses.
Sinn Féin aprova polícia da Irlanda do Norte
O Sinn Féin, partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta pela unificação da Irlanda, aprovou ontem sua adesão ao acordo que cria a Polícia da Irlanda do Norte. Mesmo sem reconhecer a legitimidade da Irlanda do Norte, que considera um enclave britânico, o presidente do SF, Gerry Adams, apresentou-o como um ato importante para "acabar com a presença britânica na Irlanda".
Este acordo pode levar à reabertura da Assembléia e do governo semi-autônomo da Irlanda do Norte, paralisados desde 2002 pela falta de acordo entre os partidos protestantes (pró-Reino Unido) e católicos (republicanos e nacionalistas irlandeses).
A luta do IRA contra a discriminação da minoria católica provocou uma guerra civil que matou mais de 3,3 mil pessoas de 1969 a 1998, quando foi assinado o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa. Um dos pontos do acordo foi a criação da nova polícia, que substituiu o Royal Ulster Constabulary (Polícia Real do Ulster), eliminando o adjetivo real, que lembra a vinculação da província do Ulster à coroa britânica.
Este acordo pode levar à reabertura da Assembléia e do governo semi-autônomo da Irlanda do Norte, paralisados desde 2002 pela falta de acordo entre os partidos protestantes (pró-Reino Unido) e católicos (republicanos e nacionalistas irlandeses).
A luta do IRA contra a discriminação da minoria católica provocou uma guerra civil que matou mais de 3,3 mil pessoas de 1969 a 1998, quando foi assinado o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa. Um dos pontos do acordo foi a criação da nova polícia, que substituiu o Royal Ulster Constabulary (Polícia Real do Ulster), eliminando o adjetivo real, que lembra a vinculação da província do Ulster à coroa britânica.
domingo, 28 de janeiro de 2007
Sultão da Arábia Saudita adverte Irã
O rei Abdullah, da Arábia Saudita, fez uma velada advertência ao Irã para que não tente converter os sunitas ao xiismo nem assumir a liderança no Oriente Médio. Em entrevista a um jornal do Kuwait publicada no sábado, o sultão declarou ter alertado um enviado iraniano de que seu país coloca em risco a região do Golfo Pérsico, numa referência aos conflitos entre o Irã e os Estados Unidos por causa do Iraque e do programa nuclear iraniano.
Ao governar a Arábia Saudita, onde ficam as cidades sagradas de Meca e Medina, onde Maomé fez a peregrinação que marca o nascimento do Islamismo, a dinastia de Saud tem o compromisso de defender a fé. Adota o wahabismo, uma versão puritana do sunismo que rejeita a música e a dança, entre outras coisas. A polícia religiosa saudita treinou a dos talebã, no Afeganistão.
"Estamos atentos ao proselitismo xiita, observando para ver até onde vai", comentou o rei Abdullah. "Mas não acredito que atenda a seu objetivo porque a imensa maioria dos muçulmanos é sunita e não vai mudar de fé e de seita... Estamos conscientes do nosso papel como país onde a mensagem do Islã começou".
Em novembro, o sultão advertiu o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, de que a Arábia Saudita interviria se os sunitas iraquianos continuassem sendo massacrados por milícias xiitas com a suposta conivência do novo governo do Iraque, majoritariamente xiita.
Para os países árabes, o Irã, que é persa e tem uma longa tradição nacionalista, manipula as questões palestina e libanesa. Os recados foram dados ao principal negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, que esteve em Riad neste mês pedindo a mediação saudita no conflito nuclear com os EUA. A Arábia Saudita é um dos principais aliados americanos no Oriente Médio.
"Os árabes devem resolver sozinhos a questão palestina", disse o sultão, indicando que o Irã, que é persa, não deve explorar politicamente o problema. "Não queremos mais ninguém negociando nossas questões e se fortalecendo com isso".
Abdullah negou que haja divisões na família real saudita, que tem 22 mil príncipes sustentados com dinheiro público, muitos deles simpáticos ao fundamentalismo muçulmano. Até hoje, só governaram o país seu fundador, o sultão Abdel Aziz ben Saud e alguns de seus 44 filhos. Atualmente, o príncipe herdeiro é Sultan, meio-irmão do rei.
Diante do conflito entre os grupos palestinos Fatah e Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o rei convidou ambos para uma reunião na cidade sagrada de Meca, apontando-a como o lugar ideal para negociar a paz.
Ao governar a Arábia Saudita, onde ficam as cidades sagradas de Meca e Medina, onde Maomé fez a peregrinação que marca o nascimento do Islamismo, a dinastia de Saud tem o compromisso de defender a fé. Adota o wahabismo, uma versão puritana do sunismo que rejeita a música e a dança, entre outras coisas. A polícia religiosa saudita treinou a dos talebã, no Afeganistão.
"Estamos atentos ao proselitismo xiita, observando para ver até onde vai", comentou o rei Abdullah. "Mas não acredito que atenda a seu objetivo porque a imensa maioria dos muçulmanos é sunita e não vai mudar de fé e de seita... Estamos conscientes do nosso papel como país onde a mensagem do Islã começou".
Em novembro, o sultão advertiu o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, de que a Arábia Saudita interviria se os sunitas iraquianos continuassem sendo massacrados por milícias xiitas com a suposta conivência do novo governo do Iraque, majoritariamente xiita.
Para os países árabes, o Irã, que é persa e tem uma longa tradição nacionalista, manipula as questões palestina e libanesa. Os recados foram dados ao principal negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, que esteve em Riad neste mês pedindo a mediação saudita no conflito nuclear com os EUA. A Arábia Saudita é um dos principais aliados americanos no Oriente Médio.
"Os árabes devem resolver sozinhos a questão palestina", disse o sultão, indicando que o Irã, que é persa, não deve explorar politicamente o problema. "Não queremos mais ninguém negociando nossas questões e se fortalecendo com isso".
Abdullah negou que haja divisões na família real saudita, que tem 22 mil príncipes sustentados com dinheiro público, muitos deles simpáticos ao fundamentalismo muçulmano. Até hoje, só governaram o país seu fundador, o sultão Abdel Aziz ben Saud e alguns de seus 44 filhos. Atualmente, o príncipe herdeiro é Sultan, meio-irmão do rei.
Diante do conflito entre os grupos palestinos Fatah e Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o rei convidou ambos para uma reunião na cidade sagrada de Meca, apontando-a como o lugar ideal para negociar a paz.
EUA e Iraque matam 250 insurgentes
Em mais um dia sangrento no Iraque, forças americanas e iraquianas mataram pelo menos 250 rebeldes numa batalha do norte da cidade sagrada de Najaf, informou o coronel iraquiano Ali Nomas, enquanto outras 61 pessoas morreram em ataques em outros lugares do país e a polícia encontrou mais 54 cadáveres nas ruas de Bagdá.
A Batalha de Najaf foi travada enquanto milhares de peregrinos dirigiam-se para a cidade próxima de Carbalá para a festa da Achura, a mais importante do calendário religioso xiita. Havia 500 rebeldes na área, em sua maioria xiitas leais. Eles queriam atacar os xiitas para purgar seus pecados pela morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé e um dos principais heróis do xiismo, em Carbalá, no ano 680.
Pelo menos 100 rebeldes foram presos, inclusive um sudanês. Eles teriam declarado pertencer ao até então desconhecido e apocalíptico Exército do Imã Ahmed al-Yemeni.
Na cidade de Kirkuk, no Norte do Iraque, dois carros-bombas dirigidos contra os curdos, matou pelo menos 16 pessoas.
O governo iraquiano mobilizou 11 mil soldados e policiais para patrulhar Carbalá durante a Achura, que terá seu dia mais importante nesta terça-feira.
A Batalha de Najaf foi travada enquanto milhares de peregrinos dirigiam-se para a cidade próxima de Carbalá para a festa da Achura, a mais importante do calendário religioso xiita. Havia 500 rebeldes na área, em sua maioria xiitas leais. Eles queriam atacar os xiitas para purgar seus pecados pela morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé e um dos principais heróis do xiismo, em Carbalá, no ano 680.
Pelo menos 100 rebeldes foram presos, inclusive um sudanês. Eles teriam declarado pertencer ao até então desconhecido e apocalíptico Exército do Imã Ahmed al-Yemeni.
Na cidade de Kirkuk, no Norte do Iraque, dois carros-bombas dirigidos contra os curdos, matou pelo menos 16 pessoas.
O governo iraquiano mobilizou 11 mil soldados e policiais para patrulhar Carbalá durante a Achura, que terá seu dia mais importante nesta terça-feira.
China e Índia dão fórmula do crescimento rápido
Com o rápido crescimento da China e da Índia, os dois países mais populosos do mundo, os únicos com mais de um bilhão de habitantes, uma parcela considerável da população mundial experimenta os benefícios do desenvolvimento acelerado, no momento o grande sonho do Brasil. O Brasil cresceu apenas 2,7% no ano passado, em contraste com os 10,7% da China.
Em sua coluna Riqueza das Nações, publicada no Wall Street Journal, o ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001, Michael Spence, aponta alguns dos principais ingredientes deste crescimento acelerado sustentável:
- uma economia de mercado que funcione;
- altas taxas de poupança;
- investimento público e privado;
- mobilidade de recursos;
- e capacidade de acomodar as mudanças rápidas a nível macroeconômico para não deixar a população excessivamente exposta aos riscos da chamada "destruição criativa" inerente ao sistema capitalista.
Em sua coluna Riqueza das Nações, publicada no Wall Street Journal, o ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001, Michael Spence, aponta alguns dos principais ingredientes deste crescimento acelerado sustentável:
- uma economia de mercado que funcione;
- altas taxas de poupança;
- investimento público e privado;
- mobilidade de recursos;
- e capacidade de acomodar as mudanças rápidas a nível macroeconômico para não deixar a população excessivamente exposta aos riscos da chamada "destruição criativa" inerente ao sistema capitalista.
Batalha entre palestinos mata 25 em Gaza
Pelo menos 25 palestinos foram mortos e outras dezenas saíram feridos na Faixa de Gaza depois de dias de violência entre partidários da Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), do primeiro-ministro Ismail Haniyeh. O estopim foi a explosão de uma bomba que matou um militante do Hamas.
Numa onda de seqüestros, a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, um dos braços armados da Fatah, tomou como reféns 11 militantes do Hamas na Faixa de Gaxa e outros nove em Nablus, na Cisjordânia. Os nove seqüestrados em Nablus foram libertados.
Se não houver um acordo dentro de três semanas para formar um governo de união nacional, Abbas usará suas prerrogativas para convocar eleições antecipadas por decreto presidencial. Como o Hamas venceu as eleições legislativas de 25 de janeiro do ano passado, o movimento fundamentalista denuncia esta manobra como golpe.
Numa onda de seqüestros, a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, um dos braços armados da Fatah, tomou como reféns 11 militantes do Hamas na Faixa de Gaxa e outros nove em Nablus, na Cisjordânia. Os nove seqüestrados em Nablus foram libertados.
Se não houver um acordo dentro de três semanas para formar um governo de união nacional, Abbas usará suas prerrogativas para convocar eleições antecipadas por decreto presidencial. Como o Hamas venceu as eleições legislativas de 25 de janeiro do ano passado, o movimento fundamentalista denuncia esta manobra como golpe.
sábado, 27 de janeiro de 2007
ONU propõe soberania sob controle para o Kossovo
Sem falar em independência, o enviado especial das Nações Unidas para a antiga província iugoslava do Kossovo, Martti Ahtisaari, propôs ontem ao Grupo de Contato (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Rússia) a soberania do Kossovo sob controle internacional, com garantias de ampla autonomia à minoria sérvia.
Os principais pontos da proposta são:
1. O Kossovo continuará indefinidamente a ser patrulhada por uma força internacional, não só para garantir sua soberania, mas também para proteger a minoria sérvia, hoje de cerca de 100 mil pessoas numa população em torno de 2 milhões.
2. A tutela internacional será exercida por um representante da União Européia (UE).
3. O Kossovo poderá firmar acordos internacionais e participar de organizações internacionais como a ONU, o que o aproxima das características de país independente.
4. Será criada uma força militar do Kossovo, com 2,5 mil soldados e armamento leve.
5. Serão criados sete municípios sérvios com ampla autonomia.
6. O legado histórico e cultural sérvio na província será protegido.
Foi na província sérvia do Kossovo que o então líder do Partido Comunista, Slobodan Milosevic, lançou, em 1987, a semente da destruição da Iugoslávia, ao declarar que os sérvios não seriam mais "humilhados". Em 1989, Milosevic cassou a autonomia da província, submetendo-a à Sérvia.
No início dos anos 90, o conflito no Kossovo foi ofuscado pelas guerras de independência da Eslovênia, da Croácia e especialmente da Bósnia-Herzegovina, que mataram 250 mil iugoslavos. Depois da intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os EUA obrigaram os presidente da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic; da Croácia, Franjo Tudjman; e da Sérvia, Slobodan Milosevic; a assinar o acordo de paz de Dayton, em 1995.
Faltava o Kossovo, onde a tensão aumentava por causa da marginalização da maioria albanesa. Em fevereiro de 1996, nasce o Exército de Libertação do Kossovo. A repressão sérvia torna-se ainda mais violenta até nova intervenção militar da OTAN.
Em 24 de março de 1949, a aliança militar liderada pelos EUA iniciou uma campanha aérea de 78 dias para expulsar as forças sérvias do Kossovo. Desde então, a província é ocupada pela OTAN.
A independência do Kossovo é uma questão delicada porque a província ocupa um espaço especial no principal mito fundador do nacionalismo sérvio. Na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, os turcos do Império Otomano derrotaram a Sérvia, que só iria recuperar sua independência em 1878. É uma derrota que os sérvios festejam até hoje.
No mesmo dia, em 1914, o estudante radical sérvio Gavrilo Princip assassinou em Sarajevo, então parte da Sérvia, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro. Foi o estopim da Primeira Guerra Mundial.
O primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, não receberá o enviado da ONU quando ele for a Belgrado. Martti Ahtisaari estará com o presidente Boris Tadic, que exerce funções protocolares mas não detém o poder real.
Os principais pontos da proposta são:
1. O Kossovo continuará indefinidamente a ser patrulhada por uma força internacional, não só para garantir sua soberania, mas também para proteger a minoria sérvia, hoje de cerca de 100 mil pessoas numa população em torno de 2 milhões.
2. A tutela internacional será exercida por um representante da União Européia (UE).
3. O Kossovo poderá firmar acordos internacionais e participar de organizações internacionais como a ONU, o que o aproxima das características de país independente.
4. Será criada uma força militar do Kossovo, com 2,5 mil soldados e armamento leve.
5. Serão criados sete municípios sérvios com ampla autonomia.
6. O legado histórico e cultural sérvio na província será protegido.
Foi na província sérvia do Kossovo que o então líder do Partido Comunista, Slobodan Milosevic, lançou, em 1987, a semente da destruição da Iugoslávia, ao declarar que os sérvios não seriam mais "humilhados". Em 1989, Milosevic cassou a autonomia da província, submetendo-a à Sérvia.
No início dos anos 90, o conflito no Kossovo foi ofuscado pelas guerras de independência da Eslovênia, da Croácia e especialmente da Bósnia-Herzegovina, que mataram 250 mil iugoslavos. Depois da intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os EUA obrigaram os presidente da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic; da Croácia, Franjo Tudjman; e da Sérvia, Slobodan Milosevic; a assinar o acordo de paz de Dayton, em 1995.
Faltava o Kossovo, onde a tensão aumentava por causa da marginalização da maioria albanesa. Em fevereiro de 1996, nasce o Exército de Libertação do Kossovo. A repressão sérvia torna-se ainda mais violenta até nova intervenção militar da OTAN.
Em 24 de março de 1949, a aliança militar liderada pelos EUA iniciou uma campanha aérea de 78 dias para expulsar as forças sérvias do Kossovo. Desde então, a província é ocupada pela OTAN.
A independência do Kossovo é uma questão delicada porque a província ocupa um espaço especial no principal mito fundador do nacionalismo sérvio. Na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, os turcos do Império Otomano derrotaram a Sérvia, que só iria recuperar sua independência em 1878. É uma derrota que os sérvios festejam até hoje.
No mesmo dia, em 1914, o estudante radical sérvio Gavrilo Princip assassinou em Sarajevo, então parte da Sérvia, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro. Foi o estopim da Primeira Guerra Mundial.
O primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, não receberá o enviado da ONU quando ele for a Belgrado. Martti Ahtisaari estará com o presidente Boris Tadic, que exerce funções protocolares mas não detém o poder real.
Consumo de vinho nos EUA bate recorde
Os americanos compraram 300 milhões de caixas de vinho em 2006, um recorde. Para o importador Jay Youmans, citado no site MarketWatch, o crescimento se deve ao aumento da propaganda e à crescente popularidade do vinho entre jovens de 21 a 28 anos.
Como os americanos ainda bebem menos vinho que os europeus, analistas vêem maior potencial de crescimento no mercado dos Estados Unidos.
Como os americanos ainda bebem menos vinho que os europeus, analistas vêem maior potencial de crescimento no mercado dos Estados Unidos.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Venda de casas novas nos EUA sobe 4,8%
A venda de moradias novas nos Estados Unidos subiu 4,8% em dezembro, o maior índice desde abril, revelou hoje o Departamento do Comércio, projetando um total anualizado de 1,12 milhões.
Em quatro dos últimos cinco meses, houve aumento de vendas, atribuídos aos juros relativamente baixos e a grandes descontos oferecidos pelas construtoras. O pior mês foi julho, quando o total anual foi projetado em 979 mil. Mas em comparação com dezembro do ano passado, houve uma queda de vendas de 11%.
Esta notícia e o aumento das encomendas de produtos industriais duráveis levaram o mercado a supor que diminui a possibilidade de uma queda na taxa básica de juros da maior economia do mundo, hoje em 5,25% ao ano.
Em conseqüência, a Bolsa de Valores de Nova Iorque está em queda. Sob a influência de Wall Street, as bolsas européias fecharam em baixa.
Em quatro dos últimos cinco meses, houve aumento de vendas, atribuídos aos juros relativamente baixos e a grandes descontos oferecidos pelas construtoras. O pior mês foi julho, quando o total anual foi projetado em 979 mil. Mas em comparação com dezembro do ano passado, houve uma queda de vendas de 11%.
Esta notícia e o aumento das encomendas de produtos industriais duráveis levaram o mercado a supor que diminui a possibilidade de uma queda na taxa básica de juros da maior economia do mundo, hoje em 5,25% ao ano.
Em conseqüência, a Bolsa de Valores de Nova Iorque está em queda. Sob a influência de Wall Street, as bolsas européias fecharam em baixa.
Encomendas de bens duráveis crescem nos EUA
As encomendas de produtos manufaturados duráveis aumentaram 3,1% em dezembro nos Estados Unidos, o melhor resultado em três meses, puxadas por um forte aumento na demanda de aviões e máquinas industriais, revelou hoje o Departamento do Comércio. No ano de 2006 como um todo, o crescimento foi de 7%, abaixo dos 8,6% registrados em 2005.
É outro sinal de que a maior economia suave está numa desaceleração suave, devendo retomar o crescimento sem entrar em recessão.
Sem contar o setor de transportes, que cresceu 4,8%, com alta de 26,5% na compra de aviões e de 6,8% em veículos terrestres, a expansão foi de 2,3%, a maior desde março. As encomendas de bens de capital (máquinas industriais) subiram 2,4% em dezembro, melhor índice desde março, fechando o ano com alta de 9%.
É outro sinal de que a maior economia suave está numa desaceleração suave, devendo retomar o crescimento sem entrar em recessão.
Sem contar o setor de transportes, que cresceu 4,8%, com alta de 26,5% na compra de aviões e de 6,8% em veículos terrestres, a expansão foi de 2,3%, a maior desde março. As encomendas de bens de capital (máquinas industriais) subiram 2,4% em dezembro, melhor índice desde março, fechando o ano com alta de 9%.
OTAN apóia independência do Kossovo
Quase oito anos depois da intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na guerra civil entre a Sérvia e a maioria albanesa da província sérvia do Kossovo, os Estados Unidos e seus aliados europeus decidiram apoiar a independência do Kossovo, sob supervisão internacional, informa hoje o jornal americano The Washington Post.
O novo país pode ser criado nos próximos meses, mas um diplomata estrangeiro supervisionará o processo, com autoridade para vetar a nomeação de funcionários e de revogar leis consideradas prejudiciais à pacificação. As forças da OTAN continuarão patrulhando o Kossovo, devendo ser retiradas gradualmente.
A aliança militar liderada pelos EUA quer encerrar assim um capítulo trágico de guerras que destruíram a antiga Iugoslávia nos anos 90.
Foi no Kossovo, em 1987, que o então novo líder do Partido Comunista iugoslavo, Slobodan Milosevic, trocou a decadente ideologia comunista pelo nacionalismo sérvio. Em visita à província onde 90% da população é de origem albanesa, Milosevic declarou que os sérvios jamais seriam humilhados.
Era a primeira faísca que provocou uma grande explosão. Em 1989, Milosevic tirou a autonomia do Kossovo, entregando sua administração à minoria sérvia. Esse conflito seria abafado, em 1991, pelas guerras de independência de duas outras repúblicas iugoslavas: a Croácia e a Eslovênia.
Pior ainda seria a guerra na Bósnia-Herzegovina, uma província dividida etnicamente, com 44% de bósnios, 31% de sérvios e 21% de croatas. Sarajevo foi sitiada durante três anos. A guerra só acabou, em 1995, com a intervenção militar da Otan.
Os EUA levaram os presidentes da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic, da Croácia, Franjo Tudjman, e da Sérvia, Milosevic, para uma base militar em Dayton, no estado americano de Ohio, e forçou-os a assinar um acordo de paz, em novembro de 1995. Mas a chamada "limpeza étnica", a expulsão de minorias, continuou no Kossovo.
Isto levou ao surgimento do Exército de Libertação do Kossovo, em fevereiro de 1996, do Exército de Libertação do Kossovo, para defender a maioria albanesa, jogando a província numa guerra civil com a cruel repressão sérvia.
Depois de grande pressão internacional, ignorada por Milosevic, em 24 de março de 1999, quando festejava 50 anos, a OTAN iniciou uma campanha aérea de 78 dias para expulsar as forças sérvias do Kossovo.
Em 5 de outubro de 2000, diante de denúncias de fraude na eleição presidencial sérvia, uma revolução derrubou Milosevic, que seria enviado pelo novo governo sérvio para o tribunal das Nações Unidas para os crimes de guerra cometidos na antiga Iugoslávia, em Haia, na Holanda, onde ele morreu no ano passado.
Um problema para a independência é que o Kossovo ocupa uma posição central no mito fundador da nação sérvia. Foi na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, que a Sérvia foi derrotada pelos turcos do Império Otomano, perdendo sua independência até o Congresso de Berlim, em 1878. Como os albaneses são majoritariamente muçulmanos, representam no imaginário sérvia uma herança da dominação otomana.
O novo país pode ser criado nos próximos meses, mas um diplomata estrangeiro supervisionará o processo, com autoridade para vetar a nomeação de funcionários e de revogar leis consideradas prejudiciais à pacificação. As forças da OTAN continuarão patrulhando o Kossovo, devendo ser retiradas gradualmente.
A aliança militar liderada pelos EUA quer encerrar assim um capítulo trágico de guerras que destruíram a antiga Iugoslávia nos anos 90.
Foi no Kossovo, em 1987, que o então novo líder do Partido Comunista iugoslavo, Slobodan Milosevic, trocou a decadente ideologia comunista pelo nacionalismo sérvio. Em visita à província onde 90% da população é de origem albanesa, Milosevic declarou que os sérvios jamais seriam humilhados.
Era a primeira faísca que provocou uma grande explosão. Em 1989, Milosevic tirou a autonomia do Kossovo, entregando sua administração à minoria sérvia. Esse conflito seria abafado, em 1991, pelas guerras de independência de duas outras repúblicas iugoslavas: a Croácia e a Eslovênia.
Pior ainda seria a guerra na Bósnia-Herzegovina, uma província dividida etnicamente, com 44% de bósnios, 31% de sérvios e 21% de croatas. Sarajevo foi sitiada durante três anos. A guerra só acabou, em 1995, com a intervenção militar da Otan.
Os EUA levaram os presidentes da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic, da Croácia, Franjo Tudjman, e da Sérvia, Milosevic, para uma base militar em Dayton, no estado americano de Ohio, e forçou-os a assinar um acordo de paz, em novembro de 1995. Mas a chamada "limpeza étnica", a expulsão de minorias, continuou no Kossovo.
Isto levou ao surgimento do Exército de Libertação do Kossovo, em fevereiro de 1996, do Exército de Libertação do Kossovo, para defender a maioria albanesa, jogando a província numa guerra civil com a cruel repressão sérvia.
Depois de grande pressão internacional, ignorada por Milosevic, em 24 de março de 1999, quando festejava 50 anos, a OTAN iniciou uma campanha aérea de 78 dias para expulsar as forças sérvias do Kossovo.
Em 5 de outubro de 2000, diante de denúncias de fraude na eleição presidencial sérvia, uma revolução derrubou Milosevic, que seria enviado pelo novo governo sérvio para o tribunal das Nações Unidas para os crimes de guerra cometidos na antiga Iugoslávia, em Haia, na Holanda, onde ele morreu no ano passado.
Um problema para a independência é que o Kossovo ocupa uma posição central no mito fundador da nação sérvia. Foi na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, que a Sérvia foi derrotada pelos turcos do Império Otomano, perdendo sua independência até o Congresso de Berlim, em 1878. Como os albaneses são majoritariamente muçulmanos, representam no imaginário sérvia uma herança da dominação otomana.
Bush autoriza matar agentes iranianos no Iraque
Como parte de uma nova estratégia para enfraquecer a influência do Irã no Iraque, o presidente George Walker Bush autorizou os soldados americanos a matar agentes iranianos que estejam operando dentro do país ocupado pelos Estados Unidos, revela hoje o jornal The Washington Post.
Há mais de um ano, as forças dos EUA prendem suspeitos de serem agentes iranianos infiltrados no Iraque, detendo-os por três ou quatro, tempo considerado suficiente para intimidá-los sem criar um novo conflito diplomático com o Irã, acusado pelo governo americano de desenvolver armas atômicas.
No segundo semestre do ano passado, os comandantes americanos decidiram adotar uma postura de maior confrontação. Afinal, o programa nuclear iraniano está avançando, grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas resistem a aplicar sanções mais duras contra a república islâmica e a situação no Iraque se agrava.
Os serviços secretos americanos estimam que o Irã mantém permanentemente pelo menos 150 agentes no Iraque, além de comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. Não há provas de envolvimento direto dos iranianos em ataques contra as forças dos EUA. Mas há três anos o Irã dá treinamento, informações e armas a milícias xiitas iraquianas.
A decisão de autorizar as tropas americanas a matar os agentes iranianos teria sido tomada durante a guerra de Israel contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto do ano passado. O Hesbolá é visto como um instrumento de expansão da influência do Irã no Oriente Médio, o que aumenta a inquietação de países predominantemente sunitas aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito.
Há mais de um ano, as forças dos EUA prendem suspeitos de serem agentes iranianos infiltrados no Iraque, detendo-os por três ou quatro, tempo considerado suficiente para intimidá-los sem criar um novo conflito diplomático com o Irã, acusado pelo governo americano de desenvolver armas atômicas.
No segundo semestre do ano passado, os comandantes americanos decidiram adotar uma postura de maior confrontação. Afinal, o programa nuclear iraniano está avançando, grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas resistem a aplicar sanções mais duras contra a república islâmica e a situação no Iraque se agrava.
Os serviços secretos americanos estimam que o Irã mantém permanentemente pelo menos 150 agentes no Iraque, além de comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. Não há provas de envolvimento direto dos iranianos em ataques contra as forças dos EUA. Mas há três anos o Irã dá treinamento, informações e armas a milícias xiitas iraquianas.
A decisão de autorizar as tropas americanas a matar os agentes iranianos teria sido tomada durante a guerra de Israel contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto do ano passado. O Hesbolá é visto como um instrumento de expansão da influência do Irã no Oriente Médio, o que aumenta a inquietação de países predominantemente sunitas aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito.
Rússia oferece reatores nucleares à Índia
Numa tentativa de consolidar a parceria estratégica e a posição da Rússia como principal fornecedor de tecnologia nuclear à Índia, o presidente Vladimir Putin ofereceu ontem quatro reatores nucleares, nno início de uma visita de dois dias ao país. Um memorando de entendimento foi preparado pelas agências atômicas dos dois países, depois do acordo entre Putin e o primeiro-ministro Manmohan Singh.
Por sua política externa não-imperalista e não-alinhada após a independência do Império Britânico, em 1947, a Índia afastou-se do Ocidente e acabou se aproximando da União Soviética durante a Guerra Fria.
Acredita-se que o país tenha feito sua primeira explosão atômica em 1974. Só em maio de 1998 a Índia assumiu abertamente sua condição de potência nuclear, realizando explosões atômicas. Foi imediatamente seguida pelo vizinho e arquirrival Paquistão.
Os Estados Unidos impuseram restrições aos dois países mas, percebendo a ascensão da Índia como grande potência mundial, começaram a negociar uma aproximação, inclusive porque um dos principais inimigos históricos da Índia é a China. Washington vê a Índia como uma poderosa aliada, caso considere necessário conter a China algum dia.
A decisão indiana de fabricar a bomba atômica foi tomada depois de uma derrota militar para a China numa guerra na fronteiras, em 1962.
No ano passado, EUA e Índia assinaram um acordo nuclear. Agora, Putin tenta reafirmar a posição da Rússia como principal parceira da Índia no setor nuclear.
Singh agradeceu à Rússia pelo apoio "para suspender as restrições internacionais à cooperação nuclear e na expansão do nosso programa de energia nuclear", afirmando que a energia atômica é a pedra fundamental da "parceria estratégica" entre a Índia e a Rússia. Os dois países também estão discutindo a cooperação militar e negócios de venda de armas.
Por sua política externa não-imperalista e não-alinhada após a independência do Império Britânico, em 1947, a Índia afastou-se do Ocidente e acabou se aproximando da União Soviética durante a Guerra Fria.
Acredita-se que o país tenha feito sua primeira explosão atômica em 1974. Só em maio de 1998 a Índia assumiu abertamente sua condição de potência nuclear, realizando explosões atômicas. Foi imediatamente seguida pelo vizinho e arquirrival Paquistão.
Os Estados Unidos impuseram restrições aos dois países mas, percebendo a ascensão da Índia como grande potência mundial, começaram a negociar uma aproximação, inclusive porque um dos principais inimigos históricos da Índia é a China. Washington vê a Índia como uma poderosa aliada, caso considere necessário conter a China algum dia.
A decisão indiana de fabricar a bomba atômica foi tomada depois de uma derrota militar para a China numa guerra na fronteiras, em 1962.
No ano passado, EUA e Índia assinaram um acordo nuclear. Agora, Putin tenta reafirmar a posição da Rússia como principal parceira da Índia no setor nuclear.
Singh agradeceu à Rússia pelo apoio "para suspender as restrições internacionais à cooperação nuclear e na expansão do nosso programa de energia nuclear", afirmando que a energia atômica é a pedra fundamental da "parceria estratégica" entre a Índia e a Rússia. Os dois países também estão discutindo a cooperação militar e negócios de venda de armas.
EUA pressionam aliados europeus da OTAN a cooperar no Afeganistão
A secretária de Estado, Condoleezza Rice, vai pressionar nesta sexta-feira os aliados europeus dos Estados Unidos a cooperar mais na guerra contra a milícia dos Talebã (estudantes) e no desenvolvimento do Afeganistão, afirma hoje o jornal inglês Financial Times.
Rice vai anunciar, numa reunião de ministros do Exterior da União Européia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a intenção americana de destinar US$ 8 bilhões ao Afeganistão e pedir aos aliados que façam o mesmo. Em fevereiro, o presidente George W. Bush deve pedir o dinheiro ao Congresso.
Os EUA também devem manter 3,5 mil soldados americanos quatro meses além do previsto.
Pelo artigo 5 da Carta da OTAN, criada em 1949, durante a Guerra Fria, para conter o comunismo soviético, um ataque contra um país-membro é um ataque contra todos. Com base neste artigo, os aliados ofereceram ajuda militar aos EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Mas a invasão do Iraque provocou o maior divisão da história da aliança transatlântica: França e Alemanha foram abertamente contra a guerra. A imagem dos EUA está desgastada, e os países europeus relutam em aderir à guerra americana no Afeganistão. Preferem a ajuda civil.
Nesta sexta-feira, a Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, deve aprovar uma verba de 600 milhões de euros (US$ 780 milhões) a ser aplicada em quatro para melhorar a administração pública, as condições de saúde e oferecer alternativas à produção de drogas como ópio, morfina e heroína.
No momento, soldados britânicos e canadenses enfrentam a ofensiva dos talebã. Os combates foram descritos por comandantes britânicos como os mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial. A Holanda também está ao lado dos EUA, mas a Alemanha e a França não querem entrar em combate. Paris está retirando suas forças especiais, 200 soldados de elite.
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, general Rahim Wardak, declarou esperar reforços dos EUA e do Reino Unido, e a chegada de mil soldados da Polônia. O Exército Nacional afegão vai ganhar mais 12 mil soldados, além dos 40 mil atuais, para enfrentar a esperada ofensiva dos talebã na primavera no Hemisfério Norte, que começa no final de março.
Rice vai anunciar, numa reunião de ministros do Exterior da União Européia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a intenção americana de destinar US$ 8 bilhões ao Afeganistão e pedir aos aliados que façam o mesmo. Em fevereiro, o presidente George W. Bush deve pedir o dinheiro ao Congresso.
Os EUA também devem manter 3,5 mil soldados americanos quatro meses além do previsto.
Pelo artigo 5 da Carta da OTAN, criada em 1949, durante a Guerra Fria, para conter o comunismo soviético, um ataque contra um país-membro é um ataque contra todos. Com base neste artigo, os aliados ofereceram ajuda militar aos EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Mas a invasão do Iraque provocou o maior divisão da história da aliança transatlântica: França e Alemanha foram abertamente contra a guerra. A imagem dos EUA está desgastada, e os países europeus relutam em aderir à guerra americana no Afeganistão. Preferem a ajuda civil.
Nesta sexta-feira, a Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, deve aprovar uma verba de 600 milhões de euros (US$ 780 milhões) a ser aplicada em quatro para melhorar a administração pública, as condições de saúde e oferecer alternativas à produção de drogas como ópio, morfina e heroína.
No momento, soldados britânicos e canadenses enfrentam a ofensiva dos talebã. Os combates foram descritos por comandantes britânicos como os mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial. A Holanda também está ao lado dos EUA, mas a Alemanha e a França não querem entrar em combate. Paris está retirando suas forças especiais, 200 soldados de elite.
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, general Rahim Wardak, declarou esperar reforços dos EUA e do Reino Unido, e a chegada de mil soldados da Polônia. O Exército Nacional afegão vai ganhar mais 12 mil soldados, além dos 40 mil atuais, para enfrentar a esperada ofensiva dos talebã na primavera no Hemisfério Norte, que começa no final de março.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
Estudantes se enfrentam no Líbano
Pelo segundo dia seguido, houve violentos conflitos na Universidade Árabe de Beirute, outro sinal de que mais uma vez o Líbano está à beira da guerra civil. Ao menos quatro estudantes foram mortos. O Exército do Líbano decretou toque de recolher até as 6h desta sexta-feira.
Enquanto uma conferência internacional realizada em Paris oferece US$ 7,6 bilhões para apoiar o governo do primeiro-ministro Fouad Siniora, a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) e seus aliados, inclusive cristão, organizam protestos para derrubar o governo, que consideram pró-ocidental.
A situação é extremamente tensa e o Exército, uma das poucas instituições que representam o país inteiro, se mostrava incapaz de conter os manifestantes e agressores. Mas parece ter conseguido impor o toque de recolher, com a ajuda de líderes como o chefe do Hesbolá, xeque Hassan Nasrallah. Em pronunciamento na TV da milícia, ele pediu o fim das manifestações e da violência.
Enquanto uma conferência internacional realizada em Paris oferece US$ 7,6 bilhões para apoiar o governo do primeiro-ministro Fouad Siniora, a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) e seus aliados, inclusive cristão, organizam protestos para derrubar o governo, que consideram pró-ocidental.
A situação é extremamente tensa e o Exército, uma das poucas instituições que representam o país inteiro, se mostrava incapaz de conter os manifestantes e agressores. Mas parece ter conseguido impor o toque de recolher, com a ajuda de líderes como o chefe do Hesbolá, xeque Hassan Nasrallah. Em pronunciamento na TV da milícia, ele pediu o fim das manifestações e da violência.
Bush volta a olhar para o Afeganistão
Depois do ano mais violento desde que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, em 2001, para se vingar dos atentados de 11 de setembro daquele ano, o governo George Walker Bush prepara uma série de medidas militares, políticas e econômicas para conter o ressurgimento da milícia dos Talebã (estudantes, na língua pachtune), que estaria preparando uma nova ofensiva para os próximos meses, informa hoje o jornal The Washington Post.
Bush deve pedir entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões ao Congresso para segurança e reconstrução do país. Desde a queda dos Talebã, Bush desviou o foco da guerra contra o terrorismo para o Iraque. Os EUA deram apenas US$ 14 bilhões de ajuda ao Afeganistão.
Bush deve pedir entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões ao Congresso para segurança e reconstrução do país. Desde a queda dos Talebã, Bush desviou o foco da guerra contra o terrorismo para o Iraque. Os EUA deram apenas US$ 14 bilhões de ajuda ao Afeganistão.
China cresce acima do esperado
Apesar das tentativas do governo para esfriar a economia, a China teve uma aceleração no crescimento no último trimestre do ano passado, terminando 2006 com uma taxa de expansão de 10,7%, acima da expectativa do mercado, de 10,5% (veja abaixo). Foi o maior índice dos últimos 11 anos.
O resultado do quarto trimestre de 2006 foi 10,4%, um pouco abaixo dos 10,6% do terceiro trimestre, o que indica uma leve desaceleração. Mas o risco agora é de hiperaquecimento e de inflação.
Nos quatro últimos, a economia chinesa cresceu mais do que 10%. Neste ritmo, a China vai superar a Alemanha em 2008, tornando-se a terceira maior economia do mundo em termos nominais, com um produto interno bruto de mais de US$ 3 trilhões.
O resultado do quarto trimestre de 2006 foi 10,4%, um pouco abaixo dos 10,6% do terceiro trimestre, o que indica uma leve desaceleração. Mas o risco agora é de hiperaquecimento e de inflação.
Nos quatro últimos, a economia chinesa cresceu mais do que 10%. Neste ritmo, a China vai superar a Alemanha em 2008, tornando-se a terceira maior economia do mundo em termos nominais, com um produto interno bruto de mais de US$ 3 trilhões.
Ford teve prejuízo de US$ 12,7 bilhões em 2006
A indústria de automóveis Ford anunciou hoje um prejuízo de US$ 5,8 bilhões no último trimestre do ano passado, acumulando perdas totais de US$ 12,7 bilhões em 2006, o pior de seus 103 anos de história.
Pior ainda: a expectativa para este ano não é melhor, com queda na produção e redução de sua fatia no mercado americano. Com estas perdas, a Ford substitui a arquirrival General Motors como a mais deficitária fábrica de automóveis dos Estados Unidos. Em 2005, a GM teve um prejuízo de US$ 10,6 bilhões mas esperam-se números bem melhores para 2006.
Agora, a Ford vai demitir 38 mil operários e 14 mil funcionários administrativos, e fechar dezenas de fábricas. Enquanto isso, a japonesa Toyota avança e pode se tornar o maior fabricante de automóveis do mundo ainda neste ano.
Henry Ford, o fundador da companhia, é considerado o homem que popularizou o automóvel. Diante deste balanço, talvez não haja uma Ford no futuro.
Pior ainda: a expectativa para este ano não é melhor, com queda na produção e redução de sua fatia no mercado americano. Com estas perdas, a Ford substitui a arquirrival General Motors como a mais deficitária fábrica de automóveis dos Estados Unidos. Em 2005, a GM teve um prejuízo de US$ 10,6 bilhões mas esperam-se números bem melhores para 2006.
Agora, a Ford vai demitir 38 mil operários e 14 mil funcionários administrativos, e fechar dezenas de fábricas. Enquanto isso, a japonesa Toyota avança e pode se tornar o maior fabricante de automóveis do mundo ainda neste ano.
Henry Ford, o fundador da companhia, é considerado o homem que popularizou o automóvel. Diante deste balanço, talvez não haja uma Ford no futuro.
Uruguai não negocia com fronteira bloqueada
O Uruguai nega-se a negociar com a Argentina a instalação de duas fábricas de papel e celulose na margem oriental do Rio Uruguai enquanto não foram suspensos os bloqueios na fronteira entre os dois países, no conflito chamado de 'guerra das papeleiras'.
Por 14 votos a 1, a Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, não obrigou o governo argentino a intervir para impedir os bloqueios, alegando que é uma questão bilateral que deve ser negociada entre os dois países.
Diante desta decisão, o ministro do Exterior uruguaio, Reinaldo Gargano, admitiu a retomada das conversações mas advertiu: "Uma coisa é falar, outra é negociar, e com pontes bloqueadas o Uruguai não negocia".
Por 14 votos a 1, a Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, não obrigou o governo argentino a intervir para impedir os bloqueios, alegando que é uma questão bilateral que deve ser negociada entre os dois países.
Diante desta decisão, o ministro do Exterior uruguaio, Reinaldo Gargano, admitiu a retomada das conversações mas advertiu: "Uma coisa é falar, outra é negociar, e com pontes bloqueadas o Uruguai não negocia".
Fórum de Davos não ressuscita Rodada Doha
A reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, iniciada ontem, não será capaz de ressuscitar as negociações de liberalização comercial da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), prevê o jornal americano The Wall Street Journal, dizendo que os países desenvolvidos ainda não estão dispostos a fazer as concessões exigidas por países em desenvolvimento como o Brasil, sobretudo na questão dos subsídios agrícolas.
A Rodada Doha foi lançada em novembro de 2001 como a Rodada do Milênio ou do Desenvolvimento. Mas a rápida ascensão de países emergentes como a China gerou uma nova onda de protecionismo na economia mundial, especialmente nos países ricos, que antes lideravam o movimento pró-liberalização mas agora sentem os efeitos da globalização econômica. O setor agrícola, onde os países em desenvolvimento tem vantagens comparativas, ficou sempre em segundo plano.
Em 2003, diante da relutância da Europa, dos Estados Unidos e do Japão em ceder na questão agrícola, o Brasil criou o Grupo dos Vinte (G-20), reunindo países em desenvolvimento para acumular forças na defesa de seus interesses. Com a entrada da China, uma superpotência econômica emergente, mudou o equilíbrio de forças dentro da OMC - e esta mudança é definitiva.
O Fórum de Davos deve relançar as negociações mas o WSJ prevê que não haverá avanços significativos enquanto os países ricos não cederem.
A Rodada Doha foi lançada em novembro de 2001 como a Rodada do Milênio ou do Desenvolvimento. Mas a rápida ascensão de países emergentes como a China gerou uma nova onda de protecionismo na economia mundial, especialmente nos países ricos, que antes lideravam o movimento pró-liberalização mas agora sentem os efeitos da globalização econômica. O setor agrícola, onde os países em desenvolvimento tem vantagens comparativas, ficou sempre em segundo plano.
Em 2003, diante da relutância da Europa, dos Estados Unidos e do Japão em ceder na questão agrícola, o Brasil criou o Grupo dos Vinte (G-20), reunindo países em desenvolvimento para acumular forças na defesa de seus interesses. Com a entrada da China, uma superpotência econômica emergente, mudou o equilíbrio de forças dentro da OMC - e esta mudança é definitiva.
O Fórum de Davos deve relançar as negociações mas o WSJ prevê que não haverá avanços significativos enquanto os países ricos não cederem.
Bolsa de Nova Iorque bate novo recorde
O Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou ontem com pontuação recorde, de 12.621,77, com a maior alta do ano, de 87,97 (0,7%). A Nasdaq, onde são negociadas ações de empresas de alta tecnologia, subiu 1,4%, impulsionada por empresas como Yahoo, que teve alta de 7,3%, e Sun Microsystems, que se valorizou em 8,7%..
O barril de petróleo registrou alta de 33 centavos, fechando em US$ 55,37 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque (Nymex).
O barril de petróleo registrou alta de 33 centavos, fechando em US$ 55,37 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque (Nymex).
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
China cresce 10,5% por cento
A China, superpotência econômica emergente, deve anunciar um crescimento de 10,5% em 2006. Nos últimos quatro anos, a economia chinesa cresceu pelo menos 10% ao ano. Os dados do Escritório Nacional de Estatísticas indicam que as autoridades chinesas têm dificuldades para esfriar a economia, administrar os excessos e distribuir mais equitativamente os frutos do progresso.
Neste ritmo, a China deve ultrapassar a Alemanha em 2008, tornando-se a terceira maior economia do mundo em termos nominais, com um produto interno bruto superior a US$ 3 trilhões.
Em artigo para o jornal inglês Financial Times, o economista Jim O'Neill, chefe de pesquisas econômicas do banco de investimentos Goldman Sachs, diz que a China já venceu a concorrência com as outras grandes potências econômicas emergentes, o Brasil, a Rússia e Índia. Estes quatro países foram agrupados pelo banco em 2004 sob a sigla BRIC, que significa tijolo em inglês, como as economias emergentes de importância global, capazes de rivalizar dentro de poucas décadas com os atuais centros da economia mundial, os EUA, a Europa e o Japão.
Agora, O'Neill afirma que a China venceu o campeonato e que corre em faixa própria, sem adversários a altura no mundo em desenvolvimento.
Neste ritmo, a China deve ultrapassar a Alemanha em 2008, tornando-se a terceira maior economia do mundo em termos nominais, com um produto interno bruto superior a US$ 3 trilhões.
Em artigo para o jornal inglês Financial Times, o economista Jim O'Neill, chefe de pesquisas econômicas do banco de investimentos Goldman Sachs, diz que a China já venceu a concorrência com as outras grandes potências econômicas emergentes, o Brasil, a Rússia e Índia. Estes quatro países foram agrupados pelo banco em 2004 sob a sigla BRIC, que significa tijolo em inglês, como as economias emergentes de importância global, capazes de rivalizar dentro de poucas décadas com os atuais centros da economia mundial, os EUA, a Europa e o Japão.
Agora, O'Neill afirma que a China venceu o campeonato e que corre em faixa própria, sem adversários a altura no mundo em desenvolvimento.
Coréia do Norte ajuda programa nuclear do Irã
O regime comunista da Coréia do Norte está ajudando o Irã a realizar um teste nuclear subterrâneo como o que fez em 9 de outubro, provocando uma crise diplomática, afirma o jornal conservador inglês The Daily Telegraph em sua edição de hoje, citando como fonte "um militar europeu de alta patente".
Uma equipe do programa nuclear iraniano estaria na Coréia do Norte, a convite do governo de Pionguiangue, para estudar o teste nuclear norte-coreano. A mesma fonte garante que cientistas iranianos visitam regularmente a Coréia do Norte para participar de testes de lançamento de mísseis.
No discurso sobre o Estado da União de 2002, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, colocou o Irã e a Coréia do Norte ao lado do Iraque, no que chamou de "eixo do mal". Estava, na verdade, preparando o povo americano para a guerra no Iraque. Os outros dois países, sentindo-se ameaçados, aceleraram seus programas nucleares para fabricar a bomba atômica, o que dissuadiria Washington de atacá-los.
Agora, os dois inimigos dos EUA se unem, dificultando os esforços diplomáticos para solucionar as crises, apesar das pressões e sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que voltem a aceitar inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.
Uma equipe do programa nuclear iraniano estaria na Coréia do Norte, a convite do governo de Pionguiangue, para estudar o teste nuclear norte-coreano. A mesma fonte garante que cientistas iranianos visitam regularmente a Coréia do Norte para participar de testes de lançamento de mísseis.
No discurso sobre o Estado da União de 2002, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, colocou o Irã e a Coréia do Norte ao lado do Iraque, no que chamou de "eixo do mal". Estava, na verdade, preparando o povo americano para a guerra no Iraque. Os outros dois países, sentindo-se ameaçados, aceleraram seus programas nucleares para fabricar a bomba atômica, o que dissuadiria Washington de atacá-los.
Agora, os dois inimigos dos EUA se unem, dificultando os esforços diplomáticos para solucionar as crises, apesar das pressões e sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que voltem a aceitar inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.
Bush pede a americanos apoio para plano de guerra
Ao fazer sua prestação de contas anual ao Congresso dos Estados Unidos e apresentar seus planos de governo para este ano, na madrugada de hoje, o presidente George Walker Bush pediu a deputados e senadores, e ao povo americano em geral, uma chance para sua nova estratégia para a guerra no Iraque.
No seu primeiro discurso diante de um Congresso com maioria do Partido Democrata, o presidente foi conciliatório. Pela primeira vez, admitiu que o aquecimento global é "um desafio sério". Também revelou planos para reduzir o consumo de gasolina em 20%.
O álcool seria responsável por 75% da substituição, o que cria boas oportunidades de negócios para o Brasil, que tem um programa de álcool combustível há 30 anos. Isto não resolve o problema do aquecimento global mas reduziria a dependência americana de petróleo importado de países potencialmente hostis.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA propôs acabar com o déficit orçamentário federal em cinco anos, o que limitaria a capacidade do Congresso de maioria democrata de aumentar despesas.
Mas a questão central era a Guerra do Iraque. Bush anunciou há duas semanas a decisão de enviar mais 21 mil soldados americanos para o país invadido em 2003, apesar da oposição dentro de seu próprio partido, da maioria democrata na Câmara e no Senado, e de 65% do eleitorado dos EUA.
Na opinião do jornal francês Le Monde, o presidente americano é um "cowboy obstinado" que se julga capaz de evitar o que ele mesmo definiu como "um pesadelo", um Iraque em guerra civil que seria terreno fértil para o terrorismo da rede Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden. Numa provocação, em gravação divulgada na véspera, o segundo homem na hierarquia da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, perguntou por que 20 mil soldados e não 100 mil, afirmando que "os cães do Iraque estão prontos para atacar os cadáveres dos soldados americanos".
No seu primeiro discurso diante de um Congresso com maioria do Partido Democrata, o presidente foi conciliatório. Pela primeira vez, admitiu que o aquecimento global é "um desafio sério". Também revelou planos para reduzir o consumo de gasolina em 20%.
O álcool seria responsável por 75% da substituição, o que cria boas oportunidades de negócios para o Brasil, que tem um programa de álcool combustível há 30 anos. Isto não resolve o problema do aquecimento global mas reduziria a dependência americana de petróleo importado de países potencialmente hostis.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA propôs acabar com o déficit orçamentário federal em cinco anos, o que limitaria a capacidade do Congresso de maioria democrata de aumentar despesas.
Mas a questão central era a Guerra do Iraque. Bush anunciou há duas semanas a decisão de enviar mais 21 mil soldados americanos para o país invadido em 2003, apesar da oposição dentro de seu próprio partido, da maioria democrata na Câmara e no Senado, e de 65% do eleitorado dos EUA.
Na opinião do jornal francês Le Monde, o presidente americano é um "cowboy obstinado" que se julga capaz de evitar o que ele mesmo definiu como "um pesadelo", um Iraque em guerra civil que seria terreno fértil para o terrorismo da rede Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden. Numa provocação, em gravação divulgada na véspera, o segundo homem na hierarquia da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, perguntou por que 20 mil soldados e não 100 mil, afirmando que "os cães do Iraque estão prontos para atacar os cadáveres dos soldados americanos".
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Corte de Haia não proíbe bloqueio da fronteira do Uruguai na chamada guerra das papeleiras
Por 14 a 1, Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, não obrigou o governo da Argentina a impedir os bloqueios de pontes que ligam o país com o Uruguai, feitos por moradores que protestam contra a construção de uma fábrica de papel e celulose na margem oriental do Rio Uruguai, na chamada 'guerra das papeleiras'. O Uruguai apelara ao tribunal pedindo o desbloqueio de estradas e pontes com base no direito de ir e vir.
Na verdade, o tribunal de Haia declarou-se incompetente para decidir a questão, sob a alegação de que não há danos irreparáveis ao Uruguai, recomendando que ela seja resolvida por negociações bilaterais entre os dois países, ambos membros do Mercosul, que até agora se mostrou incapaz de mediar o conflito. "A Corte decidiu que, nas atuais circunstâncias, não podem exigir o exercício do poder deste tribunal para indicar medidas cautelares", diz o parecer da presidente, juíza Rosalyn Higgins.
Diante da decisão, o governo argentino pediu a abertura de negociações e os moradores de Gualeguaychú, cidade argentina que fica diante da fábrica da Botnia, em construção em Fray Bentos, no Uruguai, festejaram.
Na verdade, o tribunal de Haia declarou-se incompetente para decidir a questão, sob a alegação de que não há danos irreparáveis ao Uruguai, recomendando que ela seja resolvida por negociações bilaterais entre os dois países, ambos membros do Mercosul, que até agora se mostrou incapaz de mediar o conflito. "A Corte decidiu que, nas atuais circunstâncias, não podem exigir o exercício do poder deste tribunal para indicar medidas cautelares", diz o parecer da presidente, juíza Rosalyn Higgins.
Diante da decisão, o governo argentino pediu a abertura de negociações e os moradores de Gualeguaychú, cidade argentina que fica diante da fábrica da Botnia, em construção em Fray Bentos, no Uruguai, festejaram.
Produtividade nos EUA cresce menos que na Europa e no Japão
A economia dos Estados Unidos teve no ano passado o menor crescimento de produtividade em uma década. O crescimento da produção por hora trabalhada na maior economia do mundo foi menor do que na Europa e no Japão, indica uma pesquisa divulgada hoje pela organização empresarial internacional Conference Board.
Com a desaceleração do crescimento econômico e o aumento do número de empregos nos EUA, a produtividade cresceu apenas 1,4% em 2006. Na análise do jornal Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa, isto diminui as chances de um corte na taxa básica de juros da economia americana porque haveria risco de uma pressão inflacionária sobre os salários.
O Japão, estimulado pelo aumento das importações chinesas, teve um aumento de produtividade de 2,5%.
Entre os países emergentes, o crescimento da produtividade foi de 9,5% na China, 6,9% na Índia e 4,1% nos 12 novos países-membros da União Européia.
Com a desaceleração do crescimento econômico e o aumento do número de empregos nos EUA, a produtividade cresceu apenas 1,4% em 2006. Na análise do jornal Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa, isto diminui as chances de um corte na taxa básica de juros da economia americana porque haveria risco de uma pressão inflacionária sobre os salários.
O Japão, estimulado pelo aumento das importações chinesas, teve um aumento de produtividade de 2,5%.
Entre os países emergentes, o crescimento da produtividade foi de 9,5% na China, 6,9% na Índia e 4,1% nos 12 novos países-membros da União Européia.
Petróleo sobe com plano de aumentar estoque americano
Os preços do petróleo subiram US$ 2,46 ou 4,7% hoje, fechando em US$ 55,04 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, depois do anúncio do secretário de Energia dos Estados Unidos, Samuel Bodman, de que o país vai reforçar seu estoque estratégico.
A partir do início da primavera no Hemisfério Norte, em março, os EUA comprarão 100 mil barris por dia, com a meta de dobrar as reservas estratégicas, para 1,5 bilhão de barris, até 2027.
A partir do início da primavera no Hemisfério Norte, em março, os EUA comprarão 100 mil barris por dia, com a meta de dobrar as reservas estratégicas, para 1,5 bilhão de barris, até 2027.
Guerra do Iraque destrói reputação de Bush
A imagem dos Estados Unidos no mundo foi sensivelmente prejudicada no ano passado por causa do fracasso da intervenção militar no Iraque, revela uma pesquisa da rádio e televisão pública britânica BBC. Outra pesquisa, da rede de televisão americana ABC, indica que 65% dos americanos são contra o envio de mais soldados ao Iraque, como quer o presidente George Walker Bush.
Na sondagem global da BBC, apenas 29% declararam que os EUA exercem uma influência positiva no mundo, sete pontos percentuais a menos do que no ano passado, enquanto 49% acreditam que sua ação é negativa. No Reino Unido, principal aliado dos EUA, 57% entendem que a influência americana é negativa e cerca de 80% reprovam a condução da guerra no Iraque.
Na sondagem global da BBC, apenas 29% declararam que os EUA exercem uma influência positiva no mundo, sete pontos percentuais a menos do que no ano passado, enquanto 49% acreditam que sua ação é negativa. No Reino Unido, principal aliado dos EUA, 57% entendem que a influência americana é negativa e cerca de 80% reprovam a condução da guerra no Iraque.
Ataques matam mais de 100 no Iraque
Mais de 100 pessoas foram mortas ontem no Iraque numa série de ataques contra alvos xiitas em Bagdá. No atentado mais mortífero na capital iraquiana em dois meses, dois carros-bomba mataram 88 pessoas.
Hoje à noite, o presidente George Walker Bush faz no Congresso o discurso anual sobre o Estado da União. Vai defender sua nova estratégia para a guerra do Iraque, que contraria políticos dos dois grandes partidos e a opinião pública, ao aumentar o número de soldados americanos numa tentativa de controlar a violência em Bagdá.
Hoje à noite, o presidente George Walker Bush faz no Congresso o discurso anual sobre o Estado da União. Vai defender sua nova estratégia para a guerra do Iraque, que contraria políticos dos dois grandes partidos e a opinião pública, ao aumentar o número de soldados americanos numa tentativa de controlar a violência em Bagdá.
ESTOU DE VOLTA
Estou voltando ao trabalho hoje, depois de duas semanas de férias no litoral de Santa Catarina. Peço desculpas por não ter atualizado este blog como gostaria durante este período.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2007
Comentário saudita derruba preço do petróleo
Os preços do petróleo caíram ontem no mercado internacional depois que o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, declarou que não há necessidade de cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Na Bolsa de Mercantil de Nova Iorque, o barril caiu US$ 1,50 para US$ 51,48, após ter sido cotado durante o dia em US$ 51,15, preço mais baixo desde maio de 2005.
Em Londres, o petróleo tipo Brent, do Mar do Norte, caiu para US$ 52,30 por barril para entrega em fevereiro e US$ 52,15 para entrega em março.
Na Bolsa de Mercantil de Nova Iorque, o barril caiu US$ 1,50 para US$ 51,48, após ter sido cotado durante o dia em US$ 51,15, preço mais baixo desde maio de 2005.
Em Londres, o petróleo tipo Brent, do Mar do Norte, caiu para US$ 52,30 por barril para entrega em fevereiro e US$ 52,15 para entrega em março.
Correa convoca plebiscito constitucional
Num de seus primeiros atos, o novo presidente do Equador, Rafael Correa, empossado na terça-feira, convocou um plebiscito para 18 de março para que os equatorianos decidam se querem uma Assembléia Nacional Constituinte com "plenos poderes".
Em seu discurso de posse, anunciou uma "revolução radical" para mudar o perfil socioeconômico do Equador, a renegociação da dívida externa e disse que vai adotar um modelo econômico "socialista".
Durante a campanha, Correa, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu convocar uma Constituinte para refundar o Estado equatoriano. Agora, o eleitorado terá a chance de dar sua aprovação à proposta.
Em seu discurso de posse, anunciou uma "revolução radical" para mudar o perfil socioeconômico do Equador, a renegociação da dívida externa e disse que vai adotar um modelo econômico "socialista".
Durante a campanha, Correa, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu convocar uma Constituinte para refundar o Estado equatoriano. Agora, o eleitorado terá a chance de dar sua aprovação à proposta.
Estado de Fidel é "muito grave"
O estado de saúde do ditador cubano Fidel Castro é "muito grave", afirmou ontem o jornal espanhol El País. Depois de três cirurgias fracassadas, os médicos não consegue controlar uma diverticulite que provoca hemorragias abdominais no comandante da revolução cubana.
A fonte da informação seria o médico espanhol que examinou o dirigente cubano e declarou publicamente que ele não tem câncer.
Fidel não aparece em público desde 26 de julho. Em 31 de julho, transferiu todos os seus cargos para o irmão, vice-presidente e ministro da Defesa, Raúl Castro, que desde então é presidente, primeiro-ministro, líder do partido e comandante das Forças Armadas interinamente.
A fonte da informação seria o médico espanhol que examinou o dirigente cubano e declarou publicamente que ele não tem câncer.
Fidel não aparece em público desde 26 de julho. Em 31 de julho, transferiu todos os seus cargos para o irmão, vice-presidente e ministro da Defesa, Raúl Castro, que desde então é presidente, primeiro-ministro, líder do partido e comandante das Forças Armadas interinamente.
Atentados matam mais de 100 em Bagdá
Um dias depois do enforcamento de dois altos assessores do ex-ditador Saddam Hussein, uma onda de atentados atribuídos a terroristas sunitas sacudiu ontem a capital do Iraque, matando mais de 100 pessoas.
No pior ataque, 100 pessoas foram mortas por um terrorista suicida e a explosão de um carro-bomba na Universidade de Bagdá. Outras 169 saíram feridas.
A polícia encontrou ontem 25 corpos não-identificados nas ruas da capital.
No pior ataque, 100 pessoas foram mortas por um terrorista suicida e a explosão de um carro-bomba na Universidade de Bagdá. Outras 169 saíram feridas.
A polícia encontrou ontem 25 corpos não-identificados nas ruas da capital.
Guerra matou 34 mil no Iraque em 2006
Mais de 34 mil civis "foram mortos violetamente" no Iraque no ano passado, uma média de 94 por dia, revela um relatório divulgado ontem pelas Nações Unidas. Só em novembro e dezembro, houve 6.376 mortes violentos, sendo 4.731 na capital, Bagdá.
A maioria das mortes é atribuída ao conflito sectário entre sunitas e xiitas, que se intensificou depois do atentado com a mesquita xiita de Samarra, em 22 de fevereiro. Ao todo, foram confirmadas as mortes de 34.452 civis.
Desde o atentado em Samarra, mais de 470 mil iraquianos fugiram de suas casas com medo de represálias de grupos étnicos ou religiosos rivais.
Os atos terroristas e os ataques de grupos sectários e milícias são responsáveis pela maioria das mortes. Pontos de encontro como mercados, mesquitas, estações rodoviárias ou filas de emprego são alvos freqüentes.
A maioria das mortes é atribuída ao conflito sectário entre sunitas e xiitas, que se intensificou depois do atentado com a mesquita xiita de Samarra, em 22 de fevereiro. Ao todo, foram confirmadas as mortes de 34.452 civis.
Desde o atentado em Samarra, mais de 470 mil iraquianos fugiram de suas casas com medo de represálias de grupos étnicos ou religiosos rivais.
Os atos terroristas e os ataques de grupos sectários e milícias são responsáveis pela maioria das mortes. Pontos de encontro como mercados, mesquitas, estações rodoviárias ou filas de emprego são alvos freqüentes.
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
Correa vê nova era para América Latina
Ao tomar posse oficialmente na segunda-feira como novo presidente do Equador, o economista Rafael Correa disse que a América Latina não vive numa época de mudanças mas uma mudança de época, marcada na sua opinião pelo fim das políticas econômicas neoliberais do chamado Consenso de Washington, que dominaram a região nos anos 90.
Eleito com o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Correa criticou os Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI), as privatizações, a autonomia do banco central e a dolarização da economia equatoriana. Prometeu não renovar o acordo que permite aos EUA ter uma base militar americana em Manta, que termina em 2009. É o sétimo presidente do Equador a tomar posse nos últimos 10 anos. Neste período, nenhum presidente eleito concluiu o mandato.
"Ao contrário dos neoliberais, acredito que o mercado é um grande servidor mas um mau mestre", declarou Correa. "O Estado assumirá de agora em diante um papel crescente na economia e no desenvolvimento".
O novo presidente equatoriano não excluiu a possibilidade de decretar a moratória da dívida externa do país, "se as condições econômicas o exigirem. Façam saber à Moody's [agência de classificação de risco que rebaixou a nota do Equador em 8 de janeiro] e aos especuladores financeiros que seu satânico risco país não nos interessa. O único risco-país que e inquieta é o da pobreza que obriga as crianças a trabalhar e nossos compatriotas a emigrar para sobreviver."
Eleito com o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Correa criticou os Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI), as privatizações, a autonomia do banco central e a dolarização da economia equatoriana. Prometeu não renovar o acordo que permite aos EUA ter uma base militar americana em Manta, que termina em 2009. É o sétimo presidente do Equador a tomar posse nos últimos 10 anos. Neste período, nenhum presidente eleito concluiu o mandato.
"Ao contrário dos neoliberais, acredito que o mercado é um grande servidor mas um mau mestre", declarou Correa. "O Estado assumirá de agora em diante um papel crescente na economia e no desenvolvimento".
O novo presidente equatoriano não excluiu a possibilidade de decretar a moratória da dívida externa do país, "se as condições econômicas o exigirem. Façam saber à Moody's [agência de classificação de risco que rebaixou a nota do Equador em 8 de janeiro] e aos especuladores financeiros que seu satânico risco país não nos interessa. O único risco-país que e inquieta é o da pobreza que obriga as crianças a trabalhar e nossos compatriotas a emigrar para sobreviver."
Argentina faz novas acusações ao Uruguai
A Argentina apresentou ontem novos argumentos à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, no processo em que acusa o Uruguai de violar o tratado bilateral sobre o Rio Uruguai ao permitir a instalação de duas fábricas de papel e celulose na margem oriental do rio.
"O Uruguai não cumpriu as normas de procedimento previstas no estatuto, como os mecanismos de informação e consultas prévias quando uma obra possa afetar a navegação, a qualidade das águas ou o regime do rio como recurso compartilhado", diz o documento de oito volumes e cerca de 3 mil páginas entregue pela Argentina.
No conflito, conhecido como 'guerra das papeleiras', ecologistas e moradores das cidades argentinas que podem ser afetadas pela poluição bloquearam estradas e pontes que ligam o Uruguai e a Argentina por sobre o Rio Uruguai.
O bloqueio permanente continua em Gualeguaychú, que fica do outro lado da cidade uruguaia de Fray Bentos, onde a empresa finlandesa Botnia está construindo uma das fábricas. Em Colón, que fica diante da cidade uruguaia de Paysandú, o bloqueio foi suspenso mas haverá interrupções temporárias de seis horas por dia no tráfego entre os dois países pela Ponte José Artigas.
Agora, o Uruguai tem seis meses para apresentar sua contra-argumentação. A ação foi iniciada pelo governo argentino em 4 de maio passado.
Por sua vez, o Uruguai alega que o bloqueio das estradas e pontes viola o direito de ir e vir e o livre comércio. Já tentou recorrer ao Mercosul, sem sucesso.
A 'guerra das papeleiras' é um problema sério para o Mercosul, que se mostra incapaz de resolver um conflito entre seus países-membros, o que incomoda sobretudo os sócios menores do bloco. O investimento previsto nas duas fábricas, de US$ 2 bilhões, equivale a 15% do produto interno bruto uruguaio.
"O Uruguai não cumpriu as normas de procedimento previstas no estatuto, como os mecanismos de informação e consultas prévias quando uma obra possa afetar a navegação, a qualidade das águas ou o regime do rio como recurso compartilhado", diz o documento de oito volumes e cerca de 3 mil páginas entregue pela Argentina.
No conflito, conhecido como 'guerra das papeleiras', ecologistas e moradores das cidades argentinas que podem ser afetadas pela poluição bloquearam estradas e pontes que ligam o Uruguai e a Argentina por sobre o Rio Uruguai.
O bloqueio permanente continua em Gualeguaychú, que fica do outro lado da cidade uruguaia de Fray Bentos, onde a empresa finlandesa Botnia está construindo uma das fábricas. Em Colón, que fica diante da cidade uruguaia de Paysandú, o bloqueio foi suspenso mas haverá interrupções temporárias de seis horas por dia no tráfego entre os dois países pela Ponte José Artigas.
Agora, o Uruguai tem seis meses para apresentar sua contra-argumentação. A ação foi iniciada pelo governo argentino em 4 de maio passado.
Por sua vez, o Uruguai alega que o bloqueio das estradas e pontes viola o direito de ir e vir e o livre comércio. Já tentou recorrer ao Mercosul, sem sucesso.
A 'guerra das papeleiras' é um problema sério para o Mercosul, que se mostra incapaz de resolver um conflito entre seus países-membros, o que incomoda sobretudo os sócios menores do bloco. O investimento previsto nas duas fábricas, de US$ 2 bilhões, equivale a 15% do produto interno bruto uruguaio.
Irã amplia programa nuclear e pede ajuda a sauditas para melhorar relações com EUA
No mesmo dia em que anunciou a ampliação de seu programa de enriquecimento de urânio com a adição de mais 3 mil centrífugas, o governo fundamentalista xiita do Irã enviou carta à Arábia Saudita para melhorar as relações com os Estados Unidos.
A carta, assinada pelo supremo líder espiritual da Revolução Iraniana, aiatolá Ali Khamenei, e pelo presidente ultra-radical Mahmoud Ahmadinejad, foi entregue ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, pelo principal negociador nuclear iraniano, Ali Larijani.
O Irã se nega a suspender o enriquecimento de urânio e a submeter seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas, a inspeções internacionais da Agência Internacional de Energia atômica (AIEA).
Por iniciativa dos EUA e da Europa, no final do ano passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou sanções contra o regime dos aiatolás. Isto tem sido usado pela oposição liberal para atacar o governo, de olho nas eleições de dezembro deste ano.
A carta, assinada pelo supremo líder espiritual da Revolução Iraniana, aiatolá Ali Khamenei, e pelo presidente ultra-radical Mahmoud Ahmadinejad, foi entregue ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, pelo principal negociador nuclear iraniano, Ali Larijani.
O Irã se nega a suspender o enriquecimento de urânio e a submeter seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas, a inspeções internacionais da Agência Internacional de Energia atômica (AIEA).
Por iniciativa dos EUA e da Europa, no final do ano passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou sanções contra o regime dos aiatolás. Isto tem sido usado pela oposição liberal para atacar o governo, de olho nas eleições de dezembro deste ano.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Sarkozy ganha candidatura da direita
O ministro do Interior da Françca, Nicolas Sarkozy, foi confirmado neste domingo como candidato da governista União por um Movimento Popular (UMP), de direita, à Presidência da França nas eleições deste ano.
Sarkozy deve disputar o Palácio do Eliseu, no segundo turno, em maio, com a candidata socialista Ségolène Royal. No momento, as pesquisas dão uma pequena vantagem a Ségolène.
Filho de um imigrantes húngaro, Sarkozy é visto como um liberal em economia e conservador em política, um linha-dura no combate ao crime e à imigração ilegal. Seu liberalismo econômico de inspiração anglo-americana é considerado uma ameaça ao modelo social-democrata francês.
O próprio presidente Jacques Chirac, que se apresenta como um guardião dos valores tradicionais da Europa, da França e do gaullismo, fez recentemente uma crítica aos modelos importados, defendendo a economia social de mercado e a primazia das questões sociais no modelo francês.
Sarkozy deve disputar o Palácio do Eliseu, no segundo turno, em maio, com a candidata socialista Ségolène Royal. No momento, as pesquisas dão uma pequena vantagem a Ségolène.
Filho de um imigrantes húngaro, Sarkozy é visto como um liberal em economia e conservador em política, um linha-dura no combate ao crime e à imigração ilegal. Seu liberalismo econômico de inspiração anglo-americana é considerado uma ameaça ao modelo social-democrata francês.
O próprio presidente Jacques Chirac, que se apresenta como um guardião dos valores tradicionais da Europa, da França e do gaullismo, fez recentemente uma crítica aos modelos importados, defendendo a economia social de mercado e a primazia das questões sociais no modelo francês.
Iraque enforca dois cúmplices de Saddam
Dois dos principais assessores do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foram enforcados hoje pelo mesmo crime que levou Saddam à morte em 30 de dezembro: o massacre de 148 xiitas na cidade de Dujail, em 1982, onde o então ditador fora alvo de um atentado.
Os corpos de Barzan Ibrahim al-Tikriti, meio-irmão de Saddam, e do ex-presidente do supremo Tribunal do Iraque, Awad Hamed al-Bandar, foram entregues a autoridades locais de Auja, a vila onde nasceu Saddam, depois de serem levados para uma base militar americana, informou o vice-governador da província de Saladino, Abdullah Jubara. De acordo com o costume muçulmano, foram enterrados imediatamente.
Várias centenas de pessoas participaram do funeral, no mesmo local onde coroas de flores e imagens de Saddam cobrem o túmulo do ex-ditador.
As novas execuções aumentaram a revolta da comunidade sunita. O vice-presidente sunita Tarik al-Hachimi, atacou o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, dizedo que ele tem pouco tempo para cortar seus laços com as milícias xiitas, especialmente com o Exército Mehdi, liderado pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
No momento, 200 a 300 sunitas estão fugindo de Bagdá a cada dia.
Os corpos de Barzan Ibrahim al-Tikriti, meio-irmão de Saddam, e do ex-presidente do supremo Tribunal do Iraque, Awad Hamed al-Bandar, foram entregues a autoridades locais de Auja, a vila onde nasceu Saddam, depois de serem levados para uma base militar americana, informou o vice-governador da província de Saladino, Abdullah Jubara. De acordo com o costume muçulmano, foram enterrados imediatamente.
Várias centenas de pessoas participaram do funeral, no mesmo local onde coroas de flores e imagens de Saddam cobrem o túmulo do ex-ditador.
As novas execuções aumentaram a revolta da comunidade sunita. O vice-presidente sunita Tarik al-Hachimi, atacou o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, dizedo que ele tem pouco tempo para cortar seus laços com as milícias xiitas, especialmente com o Exército Mehdi, liderado pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
No momento, 200 a 300 sunitas estão fugindo de Bagdá a cada dia.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
Déficit comercial dos EUA cai pelo terceiro mês
O déficit comercial dos Estados Unidos caiu pelo terceiro mês seguido em novembro. As exportações de aviões comerciais e outros produtos atingiram um nível recorde, enquanto a conta das importações de petróleo diminuiu.
Com uma contração de 1%, o déficit ficou em US$ 58,2 bilhões em novembro, o valor mais baixo desde julho de 2005.
Com uma contração de 1%, o déficit ficou em US$ 58,2 bilhões em novembro, o valor mais baixo desde julho de 2005.
Cristãos fogem do Oriente Médio
A violência, o terrorismo e a influência cada vez mais maior dos fundamentalistas muçulmanos estão expulsando os cristãos do Oriente Médio. Em alguns países, as minorias cristãs estão lutando pela sobrevivência, afirma a revista alemã Der Spiegel.
FÉRIAS NO SUL
Nas próximas semanas, estarei de férias em Santa Catarina e não terei condições de atualizar este blog como gostaria. Desde já, peço desculpas aos leitores.
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
Batalha dura 10 horas em Bagdá
Numa das mais ferozes batalhas na capital do Iraque em meses, cerca de mil soldados iraquianos e americanos enfrentaram rebeldes numa luta de mais de 10 horas pelo coração de Bagdá, na Rua Haifa, um reduto da insurgência sunita. Pelo menos 50 insusrgentes foram mortos na batalha, que começou de madrugada e foi até as quatro da tarde, hora local (11h em Brasília). Outros 21 rebeldes foram presos, inclusive três sírios e dois sudaneses.
Um grupo de americanos ficou sob fogo cruzado no alto de um prédio durante duas horas e precisou de apoio de helicópteros para se safar. Os rebeldes foram descritos pelo comando militar dos Estados Unidos como um misto de partidários de Saddam Hussein e jihadistas d'al Caeda.
Em determinado momento, os disparam granadas e rajadas de metralhadora de uma mesquita.
A violência na Rua Haifa começou no sábado, quando a polícia foi atacada ao tentar resgatar corpos jogados. O Exército do Iraque foi chamado para apoiar a polícia, envolveu-se no tiroteio e pediu ajuda ao Exército dos EUA. Pelo menos 11 rebeldes foram mortos no sábado. A luta continuou no domingo, quando seis soldados iraquianos foram mortos.
Desde 2004, a Rua Haifa tem sido palco de ferozes batalhas de rua.
Dentro de algumas horas, o presidente George Walker Bush deve anunciar sua nova estratégia para o Iraque, que deve incluir o envio de mais 20 mil soldados para tentar criar uma zona de segurança em Bagdá e, a partir daí, tentar expandir este perímetro de segurança. Até novembro, as forças de segurança iraquianas seriam responsáveis por todas as províncias do país.
No ano passado, 22.950 iraquianos foram mortos, informou o Ministério da Saúde do Iraque, 5.640 no primeiro semestre e 17.310 no segundo semestre, o que ilustra bem o aumento da violência nos últimos meses.
Um grupo de americanos ficou sob fogo cruzado no alto de um prédio durante duas horas e precisou de apoio de helicópteros para se safar. Os rebeldes foram descritos pelo comando militar dos Estados Unidos como um misto de partidários de Saddam Hussein e jihadistas d'al Caeda.
Em determinado momento, os disparam granadas e rajadas de metralhadora de uma mesquita.
A violência na Rua Haifa começou no sábado, quando a polícia foi atacada ao tentar resgatar corpos jogados. O Exército do Iraque foi chamado para apoiar a polícia, envolveu-se no tiroteio e pediu ajuda ao Exército dos EUA. Pelo menos 11 rebeldes foram mortos no sábado. A luta continuou no domingo, quando seis soldados iraquianos foram mortos.
Desde 2004, a Rua Haifa tem sido palco de ferozes batalhas de rua.
Dentro de algumas horas, o presidente George Walker Bush deve anunciar sua nova estratégia para o Iraque, que deve incluir o envio de mais 20 mil soldados para tentar criar uma zona de segurança em Bagdá e, a partir daí, tentar expandir este perímetro de segurança. Até novembro, as forças de segurança iraquianas seriam responsáveis por todas as províncias do país.
No ano passado, 22.950 iraquianos foram mortos, informou o Ministério da Saúde do Iraque, 5.640 no primeiro semestre e 17.310 no segundo semestre, o que ilustra bem o aumento da violência nos últimos meses.
Apple promete revolucionar telefonia
A companhia de informática Apple lançou hoje um novo telefone celular que incorpora o gravador digital iPod, conectando o telefone à loja virtual de música da empresa. O iPhone tem tela sensível mas não teclado.
"A Apple vai reinventar o telefone", anunciou o presidente da empresa, Steve Jobs na exposição Macworld, onde são lançados anualmente os novos produtos da companhia.
Jobs também apresentou um novo modelo do iPod com tela larga e a iTV, a televisão da Apple, na verdade um decodificador para transmitir para a TV músicas, filmes e vídeos comprados em lojas virtuais.
Com o anúncio, as ações da Apple subiram 8,3%, atingindo sua cotação recorde até hoje.
Os iPhones devem ser vendidos nos EUA por US$ 499 e US$ 599.
"A Apple vai reinventar o telefone", anunciou o presidente da empresa, Steve Jobs na exposição Macworld, onde são lançados anualmente os novos produtos da companhia.
Jobs também apresentou um novo modelo do iPod com tela larga e a iTV, a televisão da Apple, na verdade um decodificador para transmitir para a TV músicas, filmes e vídeos comprados em lojas virtuais.
Com o anúncio, as ações da Apple subiram 8,3%, atingindo sua cotação recorde até hoje.
Os iPhones devem ser vendidos nos EUA por US$ 499 e US$ 599.
EUA bombardeiam Al Caeda na Somália
O Exército dos Estados Unidos bombardeou na madrugada de hoje uma suposta base de guerrilheiros da rede terrorista Al Caeda na Somália. Autoridades locais disseram que 31 pessoas morreram.
A área atingida fica a 180 quilômetros de Kismayo, um dos últimos redutos da União dos Tribunais Islâmicos, um grupo fundamentalista que dominou a capital, Mogadíscio, e boa parte do Sul da Somália durante seis meses, até o final do ano passado, quando foi contra-atacada pelo governo provisório da Somália, apoiado pelo Exército da Etiópia.
Como os EUA estão preocupados que Al Caeda se instale na região do Chifre da África, apoiaram a ação contra os jihadistas. Entre os alvos do bombardeio, estavam suspeitos de organizar os atentados contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998.
A área atingida fica a 180 quilômetros de Kismayo, um dos últimos redutos da União dos Tribunais Islâmicos, um grupo fundamentalista que dominou a capital, Mogadíscio, e boa parte do Sul da Somália durante seis meses, até o final do ano passado, quando foi contra-atacada pelo governo provisório da Somália, apoiado pelo Exército da Etiópia.
Como os EUA estão preocupados que Al Caeda se instale na região do Chifre da África, apoiaram a ação contra os jihadistas. Entre os alvos do bombardeio, estavam suspeitos de organizar os atentados contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998.
Petróleo cai abaixo de US$ 55 o barril
As temperaturas muito mais altas do que esperado para o inverno no Hemisfério Norte derrubaram hoje os preços do petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, a cotação do barril para entrega em fevereiro caiu 3%, chegando a US$ 54,45, a menor desde junho de 2005. Desde o início do ano, o petróleo perdeu 10% do valor.
O calor está diminuindo a demanda por gás natural e óleo para a calefação ao mesmo tempo em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue impor a seus membros os cortes de produção aprovados para sustentar os preços em torno de US$ 60 por barril.
Ontem, o preço ficou em torno de US$ 56 por causa de um conflito entre a Bielorrússia e a Rússia, que ameaça cortar o fornecimento para a Alemanha, a Polônia e a Ucrânia através de um oleoduto que atravessa a Bielorrússia.
O calor está diminuindo a demanda por gás natural e óleo para a calefação ao mesmo tempo em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue impor a seus membros os cortes de produção aprovados para sustentar os preços em torno de US$ 60 por barril.
Ontem, o preço ficou em torno de US$ 56 por causa de um conflito entre a Bielorrússia e a Rússia, que ameaça cortar o fornecimento para a Alemanha, a Polônia e a Ucrânia através de um oleoduto que atravessa a Bielorrússia.
ETA afirma que cessar-fogo é permanente
O grupo terrorista ETA (Euskadi ta Askatasuna = Pátria Basca e Liberdade), que luta pela independência do País Basco, que reuniria províncias da Espanha e da França, declarou oficialmente hoje que o cessar-fogo declarado em 22 de março do ano passado é permanente. Mas ao mesmo tempo, assumiu a responsabilidade pelo atentado contra o aeroporto de Barajas, em Madri, e justificou-se: "O objetivo desta ação armada não era causar vítimas".
Pelo menos dois equatorianos morreram e outras vinte pessoas saíram feridas.
Para o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, que disse depois do atentado que o processo de paz estava encerrado, "só há um caminho: pôr fim à violência".
A Espanha rejeita a independência do País Basco mas o atual governo socialista está disposto a conceder ampla autonomia à região.
Pelo menos dois equatorianos morreram e outras vinte pessoas saíram feridas.
Para o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, que disse depois do atentado que o processo de paz estava encerrado, "só há um caminho: pôr fim à violência".
A Espanha rejeita a independência do País Basco mas o atual governo socialista está disposto a conceder ampla autonomia à região.
Saddam mandou exterminar curdos
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e seu primo Ali Hassan al-Majid, apelidado de Ali Químico, discutiram o extermíno de milhares de curdos com armas químicas em 1988, antes do ataque contra Halabja, revelou uma gravação apresentada ontem num tribunal do Iraque
Nove dias depois de Saddam ser enforcado pelo massacre de 148 xiitas em 1982, o lugar do ex-ditador no banco dos réus estava vazio. Mas Ali Químico e outros funcionários do partido Baath enfrentam o julgamento pelos crime cometidos na Operação Anfal (Despojos de Guerra), na região curda, no Norte do Iraque.
"Vou atacá-los com armas químicas e matar todos eles", diz uma voz identificada pelo procurador como Majid. "Quem vai dizer alguma coisa: a comunidade internacional? Dane-se a comunidade internacional", continuou.
"Sim, é eficaz, especialmente naqueles que não colocarem uma máscara imediamente, entende", diz outra voz, identificado como de Saddam.
"Extermina milhares?", pergunta Ali.
"Sim, extermina milhares e os força a não beber e nem comer. Eles terão de evacuar suas casas sem levar nada, então finalmente podemos nos livrar deles", acrescentou Saddam.
Os procuradores acreditam que 180 mil curdos foram mortos na Operação Anfal.
Nove dias depois de Saddam ser enforcado pelo massacre de 148 xiitas em 1982, o lugar do ex-ditador no banco dos réus estava vazio. Mas Ali Químico e outros funcionários do partido Baath enfrentam o julgamento pelos crime cometidos na Operação Anfal (Despojos de Guerra), na região curda, no Norte do Iraque.
"Vou atacá-los com armas químicas e matar todos eles", diz uma voz identificada pelo procurador como Majid. "Quem vai dizer alguma coisa: a comunidade internacional? Dane-se a comunidade internacional", continuou.
"Sim, é eficaz, especialmente naqueles que não colocarem uma máscara imediamente, entende", diz outra voz, identificado como de Saddam.
"Extermina milhares?", pergunta Ali.
"Sim, extermina milhares e os força a não beber e nem comer. Eles terão de evacuar suas casas sem levar nada, então finalmente podemos nos livrar deles", acrescentou Saddam.
Os procuradores acreditam que 180 mil curdos foram mortos na Operação Anfal.
Apple pode lançar iPhone hoje
Há meses o mercado especula que a empresa de informática Apple está desenvolvendo um telefone celular com iPod, o aparelho de som da companhia que domina o mercado de gravadores digitais de MP3. O anúncio é esperado para hoje.
A empresa de telefonia celular Cingular Wireless, do grupo AT&T, ofereceria o serviço telefônico, informa o jornal The Wall Street Journal. Isto abriria um novo mercado para a Apple. As vendas mundiais de aparelhos celulares chegam a um bilhão por ano. O iPod, com seu extraordinário sucesso, chegou a 70 milhões de unidades vendidas.
Também há expectativa de que a Apple possa lançar uma televisão interativa, a iTV.
A empresa de telefonia celular Cingular Wireless, do grupo AT&T, ofereceria o serviço telefônico, informa o jornal The Wall Street Journal. Isto abriria um novo mercado para a Apple. As vendas mundiais de aparelhos celulares chegam a um bilhão por ano. O iPod, com seu extraordinário sucesso, chegou a 70 milhões de unidades vendidas.
Também há expectativa de que a Apple possa lançar uma televisão interativa, a iTV.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Célula-tronco do líquido amniótico facilita pesquisa
Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, revelaram no fim de semana terem descoberto células-tronco no líquido amniótico, o fluido que envolve o feto dentro da placenta, num avanço que pode levar os cientistas a driblar a questão ética suscitada pela pesquisa com células-tronco embrionárias.
Sob pressão da direita religiosa, o presidente George Walker Bush limitou o uso de verbas federais na pesquisa com células-tronco. Quem é contra alega que as pesquisas destruiriam óvulos fecundados, o que os ativistas antiaborto consideram um crime, ainda que estes ovos humanos guardados em clínicas de reprodução assistida não fossem mais ser utilizados para gerar seres humano.
Com as células-tronco do líquido amniótico, este problema desaparece porque não haverá destruição de embriões.
As células-tronco são células indiferenciadas que se transformam nos tecidos e órgãos de um ser vivo. Seriam assim uma fonte segura para substituição de tecidos e órgãos doentes ou destruídos por acidente, acabando com a era dos transplantes, que provocam rejeição ou introduzir no organismo genes de outro ser vivo.
Sob pressão da direita religiosa, o presidente George Walker Bush limitou o uso de verbas federais na pesquisa com células-tronco. Quem é contra alega que as pesquisas destruiriam óvulos fecundados, o que os ativistas antiaborto consideram um crime, ainda que estes ovos humanos guardados em clínicas de reprodução assistida não fossem mais ser utilizados para gerar seres humano.
Com as células-tronco do líquido amniótico, este problema desaparece porque não haverá destruição de embriões.
As células-tronco são células indiferenciadas que se transformam nos tecidos e órgãos de um ser vivo. Seriam assim uma fonte segura para substituição de tecidos e órgãos doentes ou destruídos por acidente, acabando com a era dos transplantes, que provocam rejeição ou introduzir no organismo genes de outro ser vivo.
Chávez vai nacionalizar energia, água e telecoms
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu poderes especiais ao Congresso e anunciou a estatização das empresas de energia, água e de telecomunicações, chamando-os de "setores estratégicos" que devem ser controlados pelo governo. Ele falou ao dar posse a novos membros do ministério que, segundo os analistas, tornam seu governo mais radical. O caudilho trocou até o vice-presidente, que pela Constituição chavista é nomeado pelo presidente.
Chávez disse ainda que o governo vai substituir o Código Comercial, principal lei regulamentadora da atividade empresarial, para substituí-la por leis mais apropriadas à sua "revolução bolivarista" e ao seu "socialismo do século 21", e tirar o pouco que resta de independência do banco central.
Nesta quarta-feira, Chávez começa seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Já sugeriu que pode ficar até 2031 para consolidar sua "revolução bolivarista" e seu "socialismo do século 21".
O problema deste socialismo chavista é que ninguém sabe exatamente qual é o modelo econômico. Se o comunismo caiu porque perdeu a guerra econômica com o capitalismo, ou seja, não foi capaz de melhorar a vida dos povos, um novo socialismo precisa de uma proposta econômica que a Venezuela não mostra.
Há uma bonança provocada pelos preços do petróleo, que tendem a continuar altos por causa do aumento do consumo da China e da Índia. Chávez usa o dinheiro do petróleo para aplicar em programas sociais. Mas não há um programa de investimentos para aumentar a produção e desenvolver a economia do país.
Com câmbio controlado, o país exporta petróleo e importa bens de consumo sem que isto promova o desenvolvimento nacional. Ao estatizar a economia, Chávez aumenta seu controle sobre a Venezuela, onde já controla amplamente os três poderes do Estado e a companhia estatal Petroleos de Venezuela.
Chávez disse ainda que o governo vai substituir o Código Comercial, principal lei regulamentadora da atividade empresarial, para substituí-la por leis mais apropriadas à sua "revolução bolivarista" e ao seu "socialismo do século 21", e tirar o pouco que resta de independência do banco central.
Nesta quarta-feira, Chávez começa seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Já sugeriu que pode ficar até 2031 para consolidar sua "revolução bolivarista" e seu "socialismo do século 21".
O problema deste socialismo chavista é que ninguém sabe exatamente qual é o modelo econômico. Se o comunismo caiu porque perdeu a guerra econômica com o capitalismo, ou seja, não foi capaz de melhorar a vida dos povos, um novo socialismo precisa de uma proposta econômica que a Venezuela não mostra.
Há uma bonança provocada pelos preços do petróleo, que tendem a continuar altos por causa do aumento do consumo da China e da Índia. Chávez usa o dinheiro do petróleo para aplicar em programas sociais. Mas não há um programa de investimentos para aumentar a produção e desenvolver a economia do país.
Com câmbio controlado, o país exporta petróleo e importa bens de consumo sem que isto promova o desenvolvimento nacional. Ao estatizar a economia, Chávez aumenta seu controle sobre a Venezuela, onde já controla amplamente os três poderes do Estado e a companhia estatal Petroleos de Venezuela.
Arcebispo polonês cai por ter sido espião comunista
A pedido do papa Bento XVI, o novo arcebispo de Varsóvia, Stanislaw Wielgus, renunciou no domingo depois de admitir que colaborou com a polícia política do regime comunista, o que criou grande constrangimento para o Vaticano e para a poderosa Igreja Católica da Polônia. Durante 20 anos, a partir do final dos anos 60, ele passou ao regime comunista informações sobre seus colegas.
Em vez da cerimônia que o consagraria como arcebispo da capital polonesa, Wielgus aproveitou a missa especial na Catedral de Varsóvia para anunciar sua saída: "De acordo com o Direito Canônico, submeto a Sua Santidade minha renuncia como Arcebispo Metropolitano de Varsóvia".
Depois de negar diversas vezes, na sexta-feira, ele admitiu ter sido informante da polícia do regime comunista. Na semana passada, uma comissão especial criada pela Igreja Católica da Polônia conclui que Wielgus colaborou com o regime anterior, durante a Guerra Fria.
Stanislaw Wielgus, de 67 anos, fora nomeado pelo papa arcebispo de Varsóvia em 6 de dezembro, em substituição ao cardeal Josef Glemp, o grande líder moral do catolicismo polonês depois da morte do papa João Paulo II, no ano passado. Glemp, que volta provisoriamente ao cargo, pediu que Wielgus não seja julgado com muita dureza, já que muitos poloneses tiveram de ceder e se acomodar diante da tirania stalinista.
A Polônia continua lutando com os fantasmas do passado.
Durante a Guerra Fria, a Igreja foi um dos focos de resistência na luta contra o comunismo. Mas os pesquisadores que estudam este passado sombrio estimam que pelo menos 10% dos clérigos católicos colaboraram com o regime comunista.
Em vez da cerimônia que o consagraria como arcebispo da capital polonesa, Wielgus aproveitou a missa especial na Catedral de Varsóvia para anunciar sua saída: "De acordo com o Direito Canônico, submeto a Sua Santidade minha renuncia como Arcebispo Metropolitano de Varsóvia".
Depois de negar diversas vezes, na sexta-feira, ele admitiu ter sido informante da polícia do regime comunista. Na semana passada, uma comissão especial criada pela Igreja Católica da Polônia conclui que Wielgus colaborou com o regime anterior, durante a Guerra Fria.
Stanislaw Wielgus, de 67 anos, fora nomeado pelo papa arcebispo de Varsóvia em 6 de dezembro, em substituição ao cardeal Josef Glemp, o grande líder moral do catolicismo polonês depois da morte do papa João Paulo II, no ano passado. Glemp, que volta provisoriamente ao cargo, pediu que Wielgus não seja julgado com muita dureza, já que muitos poloneses tiveram de ceder e se acomodar diante da tirania stalinista.
A Polônia continua lutando com os fantasmas do passado.
Durante a Guerra Fria, a Igreja foi um dos focos de resistência na luta contra o comunismo. Mas os pesquisadores que estudam este passado sombrio estimam que pelo menos 10% dos clérigos católicos colaboraram com o regime comunista.
Chávez dá ajuda para ter influência na Nicarágua
A Venezuela deve anunciar nesta semana uma grande ajuda econômica e social à Nicarágua para garantir sua influência na América Central e continuar a 'guerrinha fria' do presidente Hugo Chávez contra os Estados Unidos.
Chávez deve anunciar na quinta-feira um conjunto de medidas para apoiar o governo Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro que está voltando ao poder depois de quase 17 anos. Ortega, de 61 anos, ganhou a eleição presidencial de novembro com 38% com uma série de promessas de ajuda aos pobres. Assume nesta quarta-feira. O presidente Lula é uma das grandes inspirações do dirigente da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que adotou o "Lulinha paz e amor" na campanha.
Em entrevista ao Financial Times, principal jornal econômico-financeiro da Europa, o embaixador venezuelano em Manágua, Miguel Gómez, falou em transformar a Nicarágua: "Nos próximos cinco anos, a Nicarágua sentirá os efeitos da verdadeira cooperação baseada na solidariedade, não do comércio e da especulação. Queremos infectar a América Latina com nosso modelo".
O embaixador não revelou o total da ajuda. Disse apenas que será ampla, incluindo os setores de agricultura, energia, construção, saúde e educação, descrevendo-a como "um impulso para o movimento esquerdista na América Latina".
Na parte de energia, a Nicarágua receberá 10 milhões de barris de petróleo em produtos refinados como gás ou gasolina, pagando 60% do preço a vista e os outros 40% em 25 anos, com dois anos de prazo de carência e juro de apenas 1% ao ano. Também haverá investimentos na infra-estrutura energética nicaragüense.
Outros projetos incluem a construção de uma estrada ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, e a construção de 200 mil moradias. A Venezuela estuda a possibilidade de construir um oleoduto entre o Atlântico e Pacífico para exportar para a China.
O financiamento virá do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes) da Venezuela, que deve abrir em breve uma agência na Nicarágua.
Antes das eleições, os EUA temiam que a vitória de Ortega traria o chavismo para a América Central. Mas o ex-guerrilheiro escolheu para vice um ex-comandante da contra-revolução que tentava derrubá-lo com o apoio dos EUA e com o ex-presidente Arnoldo Alemán, condenado por corrupção.
Para voltar ao poder, Ortega fez uma aliança com a direita, com os herdeiros políticos do ditador Anastazio Somoza, que derrubou em 1979. Aprendeu muito com Lula.
A questão é se a ajuda da Venezuela será capaz de influenciar o governo Ortega a ponto de alinhá-lo com o chavismo, que é antiliberal, anticapitalista e antiamericano. Meu palpite é que Ortega está para Lula do que para Chávez. Aceita a ajuda da Venezuela, importante para um país miserável como a Nicarágua. Mas não vai brigar com o mercado nem deve comprar brigas com os EUA.
Chávez deve anunciar na quinta-feira um conjunto de medidas para apoiar o governo Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro que está voltando ao poder depois de quase 17 anos. Ortega, de 61 anos, ganhou a eleição presidencial de novembro com 38% com uma série de promessas de ajuda aos pobres. Assume nesta quarta-feira. O presidente Lula é uma das grandes inspirações do dirigente da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que adotou o "Lulinha paz e amor" na campanha.
Em entrevista ao Financial Times, principal jornal econômico-financeiro da Europa, o embaixador venezuelano em Manágua, Miguel Gómez, falou em transformar a Nicarágua: "Nos próximos cinco anos, a Nicarágua sentirá os efeitos da verdadeira cooperação baseada na solidariedade, não do comércio e da especulação. Queremos infectar a América Latina com nosso modelo".
O embaixador não revelou o total da ajuda. Disse apenas que será ampla, incluindo os setores de agricultura, energia, construção, saúde e educação, descrevendo-a como "um impulso para o movimento esquerdista na América Latina".
Na parte de energia, a Nicarágua receberá 10 milhões de barris de petróleo em produtos refinados como gás ou gasolina, pagando 60% do preço a vista e os outros 40% em 25 anos, com dois anos de prazo de carência e juro de apenas 1% ao ano. Também haverá investimentos na infra-estrutura energética nicaragüense.
Outros projetos incluem a construção de uma estrada ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, e a construção de 200 mil moradias. A Venezuela estuda a possibilidade de construir um oleoduto entre o Atlântico e Pacífico para exportar para a China.
O financiamento virá do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes) da Venezuela, que deve abrir em breve uma agência na Nicarágua.
Antes das eleições, os EUA temiam que a vitória de Ortega traria o chavismo para a América Central. Mas o ex-guerrilheiro escolheu para vice um ex-comandante da contra-revolução que tentava derrubá-lo com o apoio dos EUA e com o ex-presidente Arnoldo Alemán, condenado por corrupção.
Para voltar ao poder, Ortega fez uma aliança com a direita, com os herdeiros políticos do ditador Anastazio Somoza, que derrubou em 1979. Aprendeu muito com Lula.
A questão é se a ajuda da Venezuela será capaz de influenciar o governo Ortega a ponto de alinhá-lo com o chavismo, que é antiliberal, anticapitalista e antiamericano. Meu palpite é que Ortega está para Lula do que para Chávez. Aceita a ajuda da Venezuela, importante para um país miserável como a Nicarágua. Mas não vai brigar com o mercado nem deve comprar brigas com os EUA.
domingo, 7 de janeiro de 2007
Israel nega que vá atacar programa nuclear do Irã
Israel negou hoje que tenha planos de bombardear as instalações nucleares do Irã, como diz neste domingo o jornal inglês The Sunday Times. O Irã advertiu que um ataque terá "conseqüências terríveis".
Citando fontes israelenses não-identificados, o Sunday Times afirma que dois esquadrões da Força Aérea de Israel estão treinando para destruir a usina de enriquecimento de urânio de Natanz usando pequenas armas nucleares para explodir fortalezas subterrâneas.
Um porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Mohammed Ali Husseini, respondeu que a notícia "deixa claro para a opinião pública mundial que o regime sionista é a principal ameaça à paz global ou regional".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs unanimemente sanções contra o Irã porque ele se negou a parar de enriquecer.
Em 1981, Israel destruiu uma usina nuclear do Iraque, em Osirak, para impedir que Saddam Hussein fabricasse a bomba atômica.
Citando fontes israelenses não-identificados, o Sunday Times afirma que dois esquadrões da Força Aérea de Israel estão treinando para destruir a usina de enriquecimento de urânio de Natanz usando pequenas armas nucleares para explodir fortalezas subterrâneas.
Um porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Mohammed Ali Husseini, respondeu que a notícia "deixa claro para a opinião pública mundial que o regime sionista é a principal ameaça à paz global ou regional".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs unanimemente sanções contra o Irã porque ele se negou a parar de enriquecer.
Em 1981, Israel destruiu uma usina nuclear do Iraque, em Osirak, para impedir que Saddam Hussein fabricasse a bomba atômica.
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