Numa das mais ferozes batalhas na capital do Iraque em meses, cerca de mil soldados iraquianos e americanos enfrentaram rebeldes numa luta de mais de 10 horas pelo coração de Bagdá, na Rua Haifa, um reduto da insurgência sunita. Pelo menos 50 insusrgentes foram mortos na batalha, que começou de madrugada e foi até as quatro da tarde, hora local (11h em Brasília). Outros 21 rebeldes foram presos, inclusive três sírios e dois sudaneses.
Um grupo de americanos ficou sob fogo cruzado no alto de um prédio durante duas horas e precisou de apoio de helicópteros para se safar. Os rebeldes foram descritos pelo comando militar dos Estados Unidos como um misto de partidários de Saddam Hussein e jihadistas d'al Caeda.
Em determinado momento, os disparam granadas e rajadas de metralhadora de uma mesquita.
A violência na Rua Haifa começou no sábado, quando a polícia foi atacada ao tentar resgatar corpos jogados. O Exército do Iraque foi chamado para apoiar a polícia, envolveu-se no tiroteio e pediu ajuda ao Exército dos EUA. Pelo menos 11 rebeldes foram mortos no sábado. A luta continuou no domingo, quando seis soldados iraquianos foram mortos.
Desde 2004, a Rua Haifa tem sido palco de ferozes batalhas de rua.
Dentro de algumas horas, o presidente George Walker Bush deve anunciar sua nova estratégia para o Iraque, que deve incluir o envio de mais 20 mil soldados para tentar criar uma zona de segurança em Bagdá e, a partir daí, tentar expandir este perímetro de segurança. Até novembro, as forças de segurança iraquianas seriam responsáveis por todas as províncias do país.
No ano passado, 22.950 iraquianos foram mortos, informou o Ministério da Saúde do Iraque, 5.640 no primeiro semestre e 17.310 no segundo semestre, o que ilustra bem o aumento da violência nos últimos meses.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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