Como parte de uma nova estratégia para enfraquecer a influência do Irã no Iraque, o presidente George Walker Bush autorizou os soldados americanos a matar agentes iranianos que estejam operando dentro do país ocupado pelos Estados Unidos, revela hoje o jornal The Washington Post.
Há mais de um ano, as forças dos EUA prendem suspeitos de serem agentes iranianos infiltrados no Iraque, detendo-os por três ou quatro, tempo considerado suficiente para intimidá-los sem criar um novo conflito diplomático com o Irã, acusado pelo governo americano de desenvolver armas atômicas.
No segundo semestre do ano passado, os comandantes americanos decidiram adotar uma postura de maior confrontação. Afinal, o programa nuclear iraniano está avançando, grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas resistem a aplicar sanções mais duras contra a república islâmica e a situação no Iraque se agrava.
Os serviços secretos americanos estimam que o Irã mantém permanentemente pelo menos 150 agentes no Iraque, além de comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. Não há provas de envolvimento direto dos iranianos em ataques contra as forças dos EUA. Mas há três anos o Irã dá treinamento, informações e armas a milícias xiitas iraquianas.
A decisão de autorizar as tropas americanas a matar os agentes iranianos teria sido tomada durante a guerra de Israel contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto do ano passado. O Hesbolá é visto como um instrumento de expansão da influência do Irã no Oriente Médio, o que aumenta a inquietação de países predominantemente sunitas aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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