Os primeiros-ministros britânico, Tony Blair, e irlandês, Bertie Ahern, convocaram hoje para 7 de março eleições para a Assembléia da Irlanda do Norte, numa tentativa de recriar o governo semi-autônomo, dissolvido em 2002 por falta de acordo entre os principais partidos católicos e protestantes.
Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 1998 para pôr fim a uma guerra civil que matou mais de 3,3 mil em 30 anos, a minoria tem poder para vetar decisões da assembléia e do governo norte-irlandeses se reunir 40% dos votos. É um mecanismo criado para impedir a dominação total de uma comunidade, garantindo os direitos da minoria.
Isto provocou sucessivas crises e colapsos do governo. A decisão do Sinn Féin - partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês, principal grupo católico na luta contra a dominação britânica sobre a Irlanda do Norte - de aderir ao acordo que cria a Polícia da Irlanda do Norte, aprovada no domingo passado, recria as condições para reinstaurar o governo semi-autônomo.
Se isto acontecer, a Irlanda do Norte deixa de ser governada de Londres, um dos argumentos usados por Gerry Adams, presidente do SF, para convencer a linha dura a participar de uma polícia recentemente acusada de violência e arbitrariedade contra católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses, adversários dos protestantes que defendem a manutenção do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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