Ao tomar posse oficialmente na segunda-feira como novo presidente do Equador, o economista Rafael Correa disse que a América Latina não vive numa época de mudanças mas uma mudança de época, marcada na sua opinião pelo fim das políticas econômicas neoliberais do chamado Consenso de Washington, que dominaram a região nos anos 90.
Eleito com o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Correa criticou os Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI), as privatizações, a autonomia do banco central e a dolarização da economia equatoriana. Prometeu não renovar o acordo que permite aos EUA ter uma base militar americana em Manta, que termina em 2009. É o sétimo presidente do Equador a tomar posse nos últimos 10 anos. Neste período, nenhum presidente eleito concluiu o mandato.
"Ao contrário dos neoliberais, acredito que o mercado é um grande servidor mas um mau mestre", declarou Correa. "O Estado assumirá de agora em diante um papel crescente na economia e no desenvolvimento".
O novo presidente equatoriano não excluiu a possibilidade de decretar a moratória da dívida externa do país, "se as condições econômicas o exigirem. Façam saber à Moody's [agência de classificação de risco que rebaixou a nota do Equador em 8 de janeiro] e aos especuladores financeiros que seu satânico risco país não nos interessa. O único risco-país que e inquieta é o da pobreza que obriga as crianças a trabalhar e nossos compatriotas a emigrar para sobreviver."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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