Ao fazer sua prestação de contas anual ao Congresso dos Estados Unidos e apresentar seus planos de governo para este ano, na madrugada de hoje, o presidente George Walker Bush pediu a deputados e senadores, e ao povo americano em geral, uma chance para sua nova estratégia para a guerra no Iraque.
No seu primeiro discurso diante de um Congresso com maioria do Partido Democrata, o presidente foi conciliatório. Pela primeira vez, admitiu que o aquecimento global é "um desafio sério". Também revelou planos para reduzir o consumo de gasolina em 20%.
O álcool seria responsável por 75% da substituição, o que cria boas oportunidades de negócios para o Brasil, que tem um programa de álcool combustível há 30 anos. Isto não resolve o problema do aquecimento global mas reduziria a dependência americana de petróleo importado de países potencialmente hostis.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA propôs acabar com o déficit orçamentário federal em cinco anos, o que limitaria a capacidade do Congresso de maioria democrata de aumentar despesas.
Mas a questão central era a Guerra do Iraque. Bush anunciou há duas semanas a decisão de enviar mais 21 mil soldados americanos para o país invadido em 2003, apesar da oposição dentro de seu próprio partido, da maioria democrata na Câmara e no Senado, e de 65% do eleitorado dos EUA.
Na opinião do jornal francês Le Monde, o presidente americano é um "cowboy obstinado" que se julga capaz de evitar o que ele mesmo definiu como "um pesadelo", um Iraque em guerra civil que seria terreno fértil para o terrorismo da rede Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden. Numa provocação, em gravação divulgada na véspera, o segundo homem na hierarquia da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, perguntou por que 20 mil soldados e não 100 mil, afirmando que "os cães do Iraque estão prontos para atacar os cadáveres dos soldados americanos".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário