Numa tentativa de consolidar a parceria estratégica e a posição da Rússia como principal fornecedor de tecnologia nuclear à Índia, o presidente Vladimir Putin ofereceu ontem quatro reatores nucleares, nno início de uma visita de dois dias ao país. Um memorando de entendimento foi preparado pelas agências atômicas dos dois países, depois do acordo entre Putin e o primeiro-ministro Manmohan Singh.
Por sua política externa não-imperalista e não-alinhada após a independência do Império Britânico, em 1947, a Índia afastou-se do Ocidente e acabou se aproximando da União Soviética durante a Guerra Fria.
Acredita-se que o país tenha feito sua primeira explosão atômica em 1974. Só em maio de 1998 a Índia assumiu abertamente sua condição de potência nuclear, realizando explosões atômicas. Foi imediatamente seguida pelo vizinho e arquirrival Paquistão.
Os Estados Unidos impuseram restrições aos dois países mas, percebendo a ascensão da Índia como grande potência mundial, começaram a negociar uma aproximação, inclusive porque um dos principais inimigos históricos da Índia é a China. Washington vê a Índia como uma poderosa aliada, caso considere necessário conter a China algum dia.
A decisão indiana de fabricar a bomba atômica foi tomada depois de uma derrota militar para a China numa guerra na fronteiras, em 1962.
No ano passado, EUA e Índia assinaram um acordo nuclear. Agora, Putin tenta reafirmar a posição da Rússia como principal parceira da Índia no setor nuclear.
Singh agradeceu à Rússia pelo apoio "para suspender as restrições internacionais à cooperação nuclear e na expansão do nosso programa de energia nuclear", afirmando que a energia atômica é a pedra fundamental da "parceria estratégica" entre a Índia e a Rússia. Os dois países também estão discutindo a cooperação militar e negócios de venda de armas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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