O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e seu primo Ali Hassan al-Majid, apelidado de Ali Químico, discutiram o extermíno de milhares de curdos com armas químicas em 1988, antes do ataque contra Halabja, revelou uma gravação apresentada ontem num tribunal do Iraque
Nove dias depois de Saddam ser enforcado pelo massacre de 148 xiitas em 1982, o lugar do ex-ditador no banco dos réus estava vazio. Mas Ali Químico e outros funcionários do partido Baath enfrentam o julgamento pelos crime cometidos na Operação Anfal (Despojos de Guerra), na região curda, no Norte do Iraque.
"Vou atacá-los com armas químicas e matar todos eles", diz uma voz identificada pelo procurador como Majid. "Quem vai dizer alguma coisa: a comunidade internacional? Dane-se a comunidade internacional", continuou.
"Sim, é eficaz, especialmente naqueles que não colocarem uma máscara imediamente, entende", diz outra voz, identificado como de Saddam.
"Extermina milhares?", pergunta Ali.
"Sim, extermina milhares e os força a não beber e nem comer. Eles terão de evacuar suas casas sem levar nada, então finalmente podemos nos livrar deles", acrescentou Saddam.
Os procuradores acreditam que 180 mil curdos foram mortos na Operação Anfal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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