O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu poderes especiais ao Congresso e anunciou a estatização das empresas de energia, água e de telecomunicações, chamando-os de "setores estratégicos" que devem ser controlados pelo governo. Ele falou ao dar posse a novos membros do ministério que, segundo os analistas, tornam seu governo mais radical. O caudilho trocou até o vice-presidente, que pela Constituição chavista é nomeado pelo presidente.
Chávez disse ainda que o governo vai substituir o Código Comercial, principal lei regulamentadora da atividade empresarial, para substituí-la por leis mais apropriadas à sua "revolução bolivarista" e ao seu "socialismo do século 21", e tirar o pouco que resta de independência do banco central.
Nesta quarta-feira, Chávez começa seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Já sugeriu que pode ficar até 2031 para consolidar sua "revolução bolivarista" e seu "socialismo do século 21".
O problema deste socialismo chavista é que ninguém sabe exatamente qual é o modelo econômico. Se o comunismo caiu porque perdeu a guerra econômica com o capitalismo, ou seja, não foi capaz de melhorar a vida dos povos, um novo socialismo precisa de uma proposta econômica que a Venezuela não mostra.
Há uma bonança provocada pelos preços do petróleo, que tendem a continuar altos por causa do aumento do consumo da China e da Índia. Chávez usa o dinheiro do petróleo para aplicar em programas sociais. Mas não há um programa de investimentos para aumentar a produção e desenvolver a economia do país.
Com câmbio controlado, o país exporta petróleo e importa bens de consumo sem que isto promova o desenvolvimento nacional. Ao estatizar a economia, Chávez aumenta seu controle sobre a Venezuela, onde já controla amplamente os três poderes do Estado e a companhia estatal Petroleos de Venezuela.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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