O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, John Negroponte, vai pedir demissão para se tornar subsecretário de Estado, informou o governo George Walker Bush nesta quarta-feira à noite. Negroponte assumiu o cargo de supervisor dos 16 serviços secretos americanos em 2005. Volta à sua função original de diplomata para ser o segundo de Condoleezza Rice.
Aos 67 anos, John Negroponte é um antigo expoente da linha-dira no Partido Republicano. Em 1981, foi nomeado pelo presidente Ronald Reagan embaixador em Honduras, com a missão de organizar os rebeldes contra-revolucionário que lutam contra a revolução sandinista na Nicarágua. Como assessor de Segurança Nacional adjunto, participou da campanha para derrubar o ditador Manuel Noriega, do Panamá, destituído por uma invasão ordenada por George Bush sr.
Em 2001, o presidente George W. Bush o nomeou embaixador nas Nações Unidas, onde Negroponte conseguiu a aprovação unânime da Resolução 1.441, em 8 de novembro de 2002, que obrigou o Iraque a aceitar a volta das inspeções da ONU.
Um ano após a queda de Saddam Hussein, em 9 de abril de 2003, Negroponte tornou-se, em 2004, embaixador americano em Bagdá, substituindo o governador militar americano, Lewis Paul Bremer, no momento em que o Iraque tinha seu primeiro governo provisório pós-Saddam.
No início de 2005, Bush resolveu colocá-lo no comando dos serviços de inteligência dos EUA, seguindo uma recomendação da Comissão sobre 11 de Setembro, apontou falhas na falta de integração entre as diferentes agências de espionagem americanas.
Negroponte chega ao Departamento de Estado num momento em que sua titular, Condi Rice, está um tanto desaparecida do noticiário, diante do fracasso da invasão americana no Iraque. Ela tem sido extremamente discreta nos debates sobre a revisão estratégica a ser anunciada por Bush na próxima semana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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