domingo, 7 de janeiro de 2007

Bush quer mais soldados e empregos no Iraque

A nova estratégia para o Iraque a ser anunciada nesta semana pelo presidente George Walker Bush deve incluir o envio de mais 20 mil soldados americanos e a criação de um programa de US$ 1 bilhão para gerar empregos para os iraquianos, revela neste domingo o jornal The New Times. Os empregos seriam em atividades de reconstrução do país.

Em uma longa teleconferência, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, prometeu a Bush colocar mais três brigadas do Exército do Iraque ao lado das cinco novas brigadas a serem enviadas pelos Estados Unidos para tentar controlar a violência em Bagdá.

Diversos altos funcionários duvidam do novo plano, dizendo que é apenas uma repetição do que foi feito até agora, observou o jornal The Washington Post também neste domingo. O ex-comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Wesley Clark, que comandou a guerra do Kossovo, entende que o momento para uma ação militar decisiva dos EUA já passou.

3 comentários:

Josiel disse...

Caro Nelson

Na semana passada um cidadão americano, Wesley Autrey, um funcionário da construção civil, praticamente virou herói e celebridade nacional ao se jogar em cima de um estudante que havia caido nos trilhos do metrô de Nova York após sofrer uma convulsão.
Depois deste fato muitas matérias na televisão mostraram onde Autrey mora no Bronx, um bairro pobre de Nova York. Algumas matérias mostraram pobreza também no Brooklyn.
Em outubro, você escreveu aqui no seu blog que os Estados Unidos são uma superpotência porque continuam na vanguarda da pesquisa científica. Ainda escreveu que ao ganhar os quatro prêmios científicos era uma má notícia para "os profetas da decadência dos Estados Unidos". Como uma superpotência não consegue acabar com a pobreza? Isso sem falar em como ficou New Orleans depois do furacão Katrina que mostrou ao mundo uma face dos estados Unidos tão pouco divulgada.

Com um PIB de U$13,5 trilhões o país ainda tem lugares e pessoas que mais lembram a Baixada fluminense.

Ou será exagero meu?

Abraços.

Nelson Franco Jobim disse...

Os EUA são um país que adota um capitalismo liberal baseado no individualismo. Não têm a rede de proteção social da social-democracia européia, a chamada economia de mercado, que é produto de outra cultura e também das guerras mundiais, que arrasaram a Europa. É um grande debate nos EUA porque a globalização aumenta o número de pobres enquanto deixa os ricos ainda mais ricos ao venderem para o mercado internacional. Na campanha de 2000, Gore queria gastar o superávit orçamentário em saúde e previdência social. Bush ofereceu cortes de impostos que beneficiam sobretudo os mais ricos. É a diferença entre os partidos. John Edwards, que foi candidato a vice de John Kerry, lançou candidato à Casa Branca em 2008 tendo como tema central da campanha a pobreza nos EUA. É um sinal de que começa a mobilizar o eleitorado.

Nelson Franco Jobim disse...

Outra coisa: como disse o bangalês que ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2007, Mohammad Yunus, criador do banco dos pobres, que oferece microcrédito para quem não tem garantias para dar, "se o homem foi à Lua" - e foram os americanos que fizerm isso -, é claro que pode acabar com a pobreza. Basta querer. Marx desenvolveu suas teses basicamente em torno do paradoxo da miséria em meio à abundância. Já no século 19, a sociedade industrial começava a produzir uma riqueza formidável explorando a miséria mais abjeta.