O Departamento de Estado ordenou à Rússia que feche o consulado em São Francisco e outras três instalações diplomáticas nos Estados Unidos, em retaliação à decisão russa de exigir o afastamento de 755 funcionários americanos que trabalham no país até 1º de setembro, noticiou hoje o jornal The Wall Street Journal.
A Rússia tem até sábado para fechar o consulado em São Francisco, escritórios consulares em Nova York e um anexo da chancelaria, em Washington, declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert. Ela justificou a medida "no espírito da paridade invocada pelos russos".
"Acreditamos que esta ação [russa] é imerecida e em detrimento do relacionamento entre os dois países", declarou a porta-voz.
A medida foi tomada pelo presidente Vladimir Putin em reação às sanções impostas pelo então presidente Barack Obama em dezembro de 2016 em resposta à conclusão dos serviços secretos americanos de que a Rússia interveio na eleição presidencial nos EUA para favorecer a candidatura Donald Trump.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
EUA cresceram em ritmo de 3% ao ano no segundo trimestre de 2017
A economia dos Estados Unidos avançou num ritmo de 3% ao ano de abril a junho de 2017, acima dos 2,6% do cálculo inicial, indicou a segunda estimativa do produto interno bruto do período divulgada hoje pelo Departamento do Comércio, noticiou a agência Reuters.
A revisão para cima se deveu principalmente a números mais robustos do consumo privado e forte investimento das empresas. No primeiro trimestre, a maior economia do mundo cresceu num ritmo anual de 1,2%.
Os dados mais recentes de comércio e investimentos indicam que a economia mantém o ritmo neste terceiro trimestre. "O impacto do furacão Harvey deve ser pequeno", previu o economista Gus Faucher, da empresa PNC Financial Services.
Com a boa notícia, a Bolsa de Valores de Nova York fechou em alta de 0,12%. O S&P 500 ganhou 0,46% e a bolsa eletrônica Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, subiu 1,1% e está a 1% do seu recorde, estabelecido em julho. As previsões de crescimento para o terceiro trimestre vão até 3,4% ao ano.
No setor privado, as empresas abriram 237 mil vagas de emprego do fecharam, estimou hoje a empresa de consultoria ADP, maior processadora de folhas de pagamento dos EUA. Em julho, o saldo foi de 201 mil empregos.
O relatório oficial de emprego do Departamento do Trabalho será publicado na sexta-feita.
A revisão para cima se deveu principalmente a números mais robustos do consumo privado e forte investimento das empresas. No primeiro trimestre, a maior economia do mundo cresceu num ritmo anual de 1,2%.
Os dados mais recentes de comércio e investimentos indicam que a economia mantém o ritmo neste terceiro trimestre. "O impacto do furacão Harvey deve ser pequeno", previu o economista Gus Faucher, da empresa PNC Financial Services.
Com a boa notícia, a Bolsa de Valores de Nova York fechou em alta de 0,12%. O S&P 500 ganhou 0,46% e a bolsa eletrônica Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, subiu 1,1% e está a 1% do seu recorde, estabelecido em julho. As previsões de crescimento para o terceiro trimestre vão até 3,4% ao ano.
No setor privado, as empresas abriram 237 mil vagas de emprego do fecharam, estimou hoje a empresa de consultoria ADP, maior processadora de folhas de pagamento dos EUA. Em julho, o saldo foi de 201 mil empregos.
O relatório oficial de emprego do Departamento do Trabalho será publicado na sexta-feita.
Venezuela culpa Trump pela escassez de alimentos e medicamentos
A presidente da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima da Venezuela, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, declarou no domingo que o regime chavista não tem dinheiro para pagar por alimentos e medicamentos que estariam em navios próximos do litoral do país por causa das sanções econômicas impostas na semana passada pelos Estados Unidos.
"Tendo barcos na costa carregados com medicamentos e alimentos, a Venezuela não tem como pagar por esses bens essenciais para a sociedade venezuelana. Por quê? Porque há um bloqueio financeiro contra o país", afirmou Delcy Rodríguez diante da Comissão da Verdade da Constituinte, que investiga as mortes ocorridas em protestos contra a ditadura de Nicolás Maduro.
Para o regime chavista, a culpa é sempre dos EUA, como se o país não tivesse importado petróleo num valor total estimado em US$ 300 bilhões desde a ascensão de Hugo Chávez ao poder, em 1999, 30% de um total estimado em US$ 1 trilhão. E o país não tem dinheiro para comprar papel higiênico.
Nas palavras da presidente da Constituinte de Maduro, que usurpou os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, "se acaba de formalizar o bloqueio financeiro contra a Venezuela" para levar o país a "cessar pagamentos internacionais e agudizar a agressão econômica contra o povo venezuelano".
O governo Donald Trump proibiu na sexta-feira a compra e a negociações de novos bônus da dívida pública da Venezuela de 30 ou mais dias e de novos bônus da companhia estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) de 90 ou mais dias. Os títulos já emitidos, que estão em negociação no mercado secundário, não serão afetados.
A escassez de alimentos é muito anterior às sanções de Trump. É resultado das políticas econômicas equivocadas do "socialismo do século 21" proposto por Chávez e destruído por Maduro, sobretudo dos controles de preços e câmbio.
"Tendo barcos na costa carregados com medicamentos e alimentos, a Venezuela não tem como pagar por esses bens essenciais para a sociedade venezuelana. Por quê? Porque há um bloqueio financeiro contra o país", afirmou Delcy Rodríguez diante da Comissão da Verdade da Constituinte, que investiga as mortes ocorridas em protestos contra a ditadura de Nicolás Maduro.
Para o regime chavista, a culpa é sempre dos EUA, como se o país não tivesse importado petróleo num valor total estimado em US$ 300 bilhões desde a ascensão de Hugo Chávez ao poder, em 1999, 30% de um total estimado em US$ 1 trilhão. E o país não tem dinheiro para comprar papel higiênico.
Nas palavras da presidente da Constituinte de Maduro, que usurpou os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, "se acaba de formalizar o bloqueio financeiro contra a Venezuela" para levar o país a "cessar pagamentos internacionais e agudizar a agressão econômica contra o povo venezuelano".
O governo Donald Trump proibiu na sexta-feira a compra e a negociações de novos bônus da dívida pública da Venezuela de 30 ou mais dias e de novos bônus da companhia estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) de 90 ou mais dias. Os títulos já emitidos, que estão em negociação no mercado secundário, não serão afetados.
A escassez de alimentos é muito anterior às sanções de Trump. É resultado das políticas econômicas equivocadas do "socialismo do século 21" proposto por Chávez e destruído por Maduro, sobretudo dos controles de preços e câmbio.
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terça-feira, 29 de agosto de 2017
Ex-procuradora-geral acusa Maduro de roubar milhões de dólares
A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz afirmou hoje em São José, na Costa Rica, ter provas de que o ditador Nicolás Maduro desviou entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões dos cofres públicos, informou o jornal Latin American Herald Tribune.
"Há muitos altos funcionários comprometidos com a corrupção envolvendo a [companhia brasileira] Odebrecht, além do fato de que o presidente Maduro tirou de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões do Tesouro em dinheiro e entregou-o a uma empresa importante", declarou Luisa Ortega. Ela fugiu da Venezuela de lancha depois da decretação da prisão de seu marido, o deputado Germán Ferrer, também dissidente do chavismo.
De acordo com a acusação, "a Contextus Comunicación Corporativa foi usada como uma empresa de fachada" para dissimular a corrupção. Esta companhia é de Monika Ortigosa, mulher de Alejandro Escarra, sobrinho de Hermann Escarra, deputado da Assembleia Nacional Constituinte criada por Maduro para tirar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, onde a oposição tem maioria de dois terços.
Ortega Díaz rompeu com o regime chavista ao denunciar a Constituinte de Maduro como ilegal e ilegítima. Foi demitida pela Constituinte em 5 de agosto. Teve seu passaporte cassado e foi acusada pelas 127 mortes ocorridas em confrontos entre manifestantes, a polícia e milicianos chavistas desde o íncio de abril
A ex-procuradora-geral citou nominalmente como envolvidos em casos de corrupção o ex-vice-presidente Elías Jaua, Jorge Rodríguez, Jesse Chacón, Maximilian Sánchez e o ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello, considerado o número dois da ditadura venezuelana. As provas foram entregues ao Departamento da Justiça dos Estados Unidos e ao procurador-geral da Costa Rica, Jorge Chavarría, presidente da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos.
Ao justificar sua decisão, Ortega alegou que, "na Venezuela, não é possível fazer justiça, então estou entregando as provas a diferentes países". Ela não pretende voltar a seu país para não ser presa. Prometeu lutar "pelo retorno da democracia e da liberdade".
"Há muitos altos funcionários comprometidos com a corrupção envolvendo a [companhia brasileira] Odebrecht, além do fato de que o presidente Maduro tirou de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões do Tesouro em dinheiro e entregou-o a uma empresa importante", declarou Luisa Ortega. Ela fugiu da Venezuela de lancha depois da decretação da prisão de seu marido, o deputado Germán Ferrer, também dissidente do chavismo.
De acordo com a acusação, "a Contextus Comunicación Corporativa foi usada como uma empresa de fachada" para dissimular a corrupção. Esta companhia é de Monika Ortigosa, mulher de Alejandro Escarra, sobrinho de Hermann Escarra, deputado da Assembleia Nacional Constituinte criada por Maduro para tirar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, onde a oposição tem maioria de dois terços.
Ortega Díaz rompeu com o regime chavista ao denunciar a Constituinte de Maduro como ilegal e ilegítima. Foi demitida pela Constituinte em 5 de agosto. Teve seu passaporte cassado e foi acusada pelas 127 mortes ocorridas em confrontos entre manifestantes, a polícia e milicianos chavistas desde o íncio de abril
A ex-procuradora-geral citou nominalmente como envolvidos em casos de corrupção o ex-vice-presidente Elías Jaua, Jorge Rodríguez, Jesse Chacón, Maximilian Sánchez e o ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello, considerado o número dois da ditadura venezuelana. As provas foram entregues ao Departamento da Justiça dos Estados Unidos e ao procurador-geral da Costa Rica, Jorge Chavarría, presidente da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos.
Ao justificar sua decisão, Ortega alegou que, "na Venezuela, não é possível fazer justiça, então estou entregando as provas a diferentes países". Ela não pretende voltar a seu país para não ser presa. Prometeu lutar "pelo retorno da democracia e da liberdade".
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segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Aliados dos EUA já lutam no centro da capital do Estado Islâmico
As Forças Democráticas da Síria (FDS), uma milícia árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos, anunciaram hoje ter chegado ao centro da cidade de Rakka, capital do califado proclamado pouco mais de três anos pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Na cidade antiga, capturaram um dos últimos bairros ainda em poder dos jihadistas, informou o boletim de notícias Syria direct.
Na tarde de ontem, guerrilheiros das FDS chegaram a avistar a torre do relógio, no centro histórico de Rakka, depois de tomar o distrito de Mansur numa batalha que durou uma semana, declarou Mustafá Bali, porta-voz das FDS.
"Nossas tropas ainda estão fazendo uma varredura no bairro em busca de células escondidas do Estado Islâmico e de minas", acrescentou o porta-voz.
A Batalha de Rakka começou em 6 de junho. Esta última ofensiva começou no domingo, com a captura do Hospital da Criança num combate quarto a quarto, como descreveu no Twitter o enviado especial da Presidência dos EUA junto à coalizão global para derrotar o Estado Islâmico, Brett McGurk.
Só nos últimos dois dias, a coalizão liderada pelos EUA fez 133 bombardeios aéreos. Apesar dos apelos internacionais, inclusive das Nações Unidas, não houve a trégua para evacuar 25 mil civis presos no fogo cruzado. Em dois meses e meio de batalha, foram mortos cerca de 800 civis. O Estado Islâmico impede a fuga para usar civis como escudos humanos.
Com a tomada do distrito de Mansur, as FDS controlam agora cerca de 70% da cidade, numa ofensiva rumo aos últimos bairros centrais em poder do Estado Islâmico.
No Iraque, o Exército anunciou a vitória na Batalha de Tal Afar, a última cidade importante em poder do Estado Islâmico no país. Quando Rakka cair, o califado proclamado em junho de 2014 estará praticamente destruído. O Estado Islâmico deve voltar a ser apenas um grupo terrorista clandestino.
Na tarde de ontem, guerrilheiros das FDS chegaram a avistar a torre do relógio, no centro histórico de Rakka, depois de tomar o distrito de Mansur numa batalha que durou uma semana, declarou Mustafá Bali, porta-voz das FDS.
"Nossas tropas ainda estão fazendo uma varredura no bairro em busca de células escondidas do Estado Islâmico e de minas", acrescentou o porta-voz.
A Batalha de Rakka começou em 6 de junho. Esta última ofensiva começou no domingo, com a captura do Hospital da Criança num combate quarto a quarto, como descreveu no Twitter o enviado especial da Presidência dos EUA junto à coalizão global para derrotar o Estado Islâmico, Brett McGurk.
Só nos últimos dois dias, a coalizão liderada pelos EUA fez 133 bombardeios aéreos. Apesar dos apelos internacionais, inclusive das Nações Unidas, não houve a trégua para evacuar 25 mil civis presos no fogo cruzado. Em dois meses e meio de batalha, foram mortos cerca de 800 civis. O Estado Islâmico impede a fuga para usar civis como escudos humanos.
Com a tomada do distrito de Mansur, as FDS controlam agora cerca de 70% da cidade, numa ofensiva rumo aos últimos bairros centrais em poder do Estado Islâmico.
No Iraque, o Exército anunciou a vitória na Batalha de Tal Afar, a última cidade importante em poder do Estado Islâmico no país. Quando Rakka cair, o califado proclamado em junho de 2014 estará praticamente destruído. O Estado Islâmico deve voltar a ser apenas um grupo terrorista clandestino.
Japão protesta contra míssil norte-coreano que invadiu espaço aéreo
Em mais um desafio aos Estados Unidos e aliados no Leste da Ásia, a ditadura comunista da Coreia do Norte testou hoje um míssil balístico de médio alcance que passou por cima do Japão, invadindo seu espaço aéreo. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou o teste, descrevendo-o com uma "grave ameaça".
Foi o primeiro míssil que o regime norte-coreano disparou sobre o Japão desde 2009. Este passou por cima da ilha de Hokkaido, a segunda maior do arquipélago japonês, muito menos povoada do que a ilha de Honshu, e caiu no Oceano Pacífico 14 minutos depois do lançamento a cerca de mi quilômetros da costa japonesa.
"Esta ação ultrajante de disparar um míssil sobre nosso país é uma ameaça séria, grave e sem precedentes que danifica seriamente a paz e a segurança na região", afirmou o primeiro-ministro do Japão. Ele pediu a convocação da uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Durante conversa telefônica de 40 minutos, o presidente Donald Trump reafirmou o "forte compromisso" dos EUA com a segurança do Japão. Os dois concordaram em aumentar a pressão sobre a ditadura stalinista de Pionguiangue.
Desde o fim de sua patrocinadora, a União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte, última fronteira da Guerra Fria, faz uma chantagem nuclear com o Ocidente, ameaçando desenvolver armas nucleares. Primeiro, o objetivo era barganhar ajuda de energia e alimentos para manter seu regime falido.
Quando o então presidente americano George Walker Bush colocou a Coreia do Norte num "eixo do mal" ao lado do Irã e do Iraque, em 2002, e atacou o Iraque, em 2003, a Coreia do Norte e o Irã aceleraram seu programas de armas atômicas.
Em 2006, a Coreia do Norte fez o primeiro de cinco testes nucleares. O segundo foi em 2009.
O atual ditador norte-coreano, Kim Jong Un, ascendeu ao poder com a morte do pai, em 2011, pouco depois da queda do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, numa revolução apoiada por uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes, e acelerou ainda mais o programa nuclear militar. Houve um teste nuclear em 2013 e dois no ano passado.
Na análise do regime da Coreia do Norte, Kadafi abriu mão de suas armas de destruição em massa para se aproximar do Ocidente e, quando foi atacado, não teve como se defender. Sob Kim Jong Un, o arsenal nuclear deixou de ser um instrumento de barganha política para se tornar a última garantia de segurança do regime.
O terceiro Kim ameaçou disparar mísseis contra a ilha de Guam, uma possessão americana no Pacífico com duas bases militares dos EUA. Sabe que não pode atacar porque seu regime seria destruído, mas fica fazendo sua dança de guerra e apresentando armas para pressionar os EUA a cederem diplomaticamente.
Foi o primeiro míssil que o regime norte-coreano disparou sobre o Japão desde 2009. Este passou por cima da ilha de Hokkaido, a segunda maior do arquipélago japonês, muito menos povoada do que a ilha de Honshu, e caiu no Oceano Pacífico 14 minutos depois do lançamento a cerca de mi quilômetros da costa japonesa.
"Esta ação ultrajante de disparar um míssil sobre nosso país é uma ameaça séria, grave e sem precedentes que danifica seriamente a paz e a segurança na região", afirmou o primeiro-ministro do Japão. Ele pediu a convocação da uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Durante conversa telefônica de 40 minutos, o presidente Donald Trump reafirmou o "forte compromisso" dos EUA com a segurança do Japão. Os dois concordaram em aumentar a pressão sobre a ditadura stalinista de Pionguiangue.
Desde o fim de sua patrocinadora, a União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte, última fronteira da Guerra Fria, faz uma chantagem nuclear com o Ocidente, ameaçando desenvolver armas nucleares. Primeiro, o objetivo era barganhar ajuda de energia e alimentos para manter seu regime falido.
Quando o então presidente americano George Walker Bush colocou a Coreia do Norte num "eixo do mal" ao lado do Irã e do Iraque, em 2002, e atacou o Iraque, em 2003, a Coreia do Norte e o Irã aceleraram seu programas de armas atômicas.
Em 2006, a Coreia do Norte fez o primeiro de cinco testes nucleares. O segundo foi em 2009.
O atual ditador norte-coreano, Kim Jong Un, ascendeu ao poder com a morte do pai, em 2011, pouco depois da queda do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, numa revolução apoiada por uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes, e acelerou ainda mais o programa nuclear militar. Houve um teste nuclear em 2013 e dois no ano passado.
Na análise do regime da Coreia do Norte, Kadafi abriu mão de suas armas de destruição em massa para se aproximar do Ocidente e, quando foi atacado, não teve como se defender. Sob Kim Jong Un, o arsenal nuclear deixou de ser um instrumento de barganha política para se tornar a última garantia de segurança do regime.
O terceiro Kim ameaçou disparar mísseis contra a ilha de Guam, uma possessão americana no Pacífico com duas bases militares dos EUA. Sabe que não pode atacar porque seu regime seria destruído, mas fica fazendo sua dança de guerra e apresentando armas para pressionar os EUA a cederem diplomaticamente.
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domingo, 27 de agosto de 2017
Maior jornal do Arizona condena perdão de Trump a xerife linha-dura
Para o maior jornal do estado do Arizona, Arizona Republic, o perdão do presidente Donald Trump ao xerife Joseph Arpaio "foi um tapa na cara dos latinos e de todos os outros". O jornal vê uma prova de que "o racismo institucional é claramente um objetivo de Trump".
Em editorial, o jornal observa que "o perdão de Joe Arpaio eleva o ex-xerife do condado de Maricopa ao status de monumento entre a linha-dura anti-imigração e os nacionalistas da base de Trump. Isso elimina qualquer dúvida de que Trump quis lhes dar poder depois da violência em Charlottesville. Arpaio é seu queridinho. Está de volta agora no seu pedestal graças ao presidente."
A decisão, acrescenta o editorial, agride todos os americanos que acreditam em "justiça, dignidade humana e Estado de Direito": "A ampla maioria dos latinos do Arizona não são indocumentados, mas todos se sentiram sob escrutínio enquanto Arpaio cultivava sua imagem. O perdão é um tapa na cara de quem trabalhou no sistema judicial para fazer Arpaio ser responsabilizado. Tirou a justiça dos que foram atingidos por suas políticas antes mesmo que ele fosse sentenciado."
O jornal concluiu que fica evidente que Trump não tem interesse em ser o presidente de todos os americanos e regride a uma era onde era tolerável discriminar minorias: "Isto deve preocupar todo americano que acredita que nosso dever como nação é continuar trabalhando em favor de uma justiça igual para todos."
Em editorial, o jornal observa que "o perdão de Joe Arpaio eleva o ex-xerife do condado de Maricopa ao status de monumento entre a linha-dura anti-imigração e os nacionalistas da base de Trump. Isso elimina qualquer dúvida de que Trump quis lhes dar poder depois da violência em Charlottesville. Arpaio é seu queridinho. Está de volta agora no seu pedestal graças ao presidente."
A decisão, acrescenta o editorial, agride todos os americanos que acreditam em "justiça, dignidade humana e Estado de Direito": "A ampla maioria dos latinos do Arizona não são indocumentados, mas todos se sentiram sob escrutínio enquanto Arpaio cultivava sua imagem. O perdão é um tapa na cara de quem trabalhou no sistema judicial para fazer Arpaio ser responsabilizado. Tirou a justiça dos que foram atingidos por suas políticas antes mesmo que ele fosse sentenciado."
O jornal concluiu que fica evidente que Trump não tem interesse em ser o presidente de todos os americanos e regride a uma era onde era tolerável discriminar minorias: "Isto deve preocupar todo americano que acredita que nosso dever como nação é continuar trabalhando em favor de uma justiça igual para todos."
Senadora acusa Trump de violar a lei ao perdoar o xerife Arpaio
A senadora democrata Dianne Feinstein, da Comissão de Justiça do Senado dos Estados Unidos, criticou duramente o presidente Donald Trump por dar indulto ao xerife Joseph Arpaio, condenado por desacato à Justiça ao perseguir imigrantes latino-americanos.
"O xerife Arpaio não deveria ter sido perdoado", afirmou Feinstein no Twitter. "Um perdão por sua conduta demonstra um desrespeito flagrante pelo Estado de Direito neste país. "Durante anos, o xerife Arpaio violou os direitos civis. Com este perdão, o presidente Trump indica que aprova seu comportamento."
Arpaio foi condenado por desacato ao não cumprir decisão judicial proibindo medidas discriminatórias contra os imigrantes latino-americanos.
Trump tentou aproveitar a comoção nacional causada pelo furacão Harvey para tentar que a notícia virasse a principal manchete. Na terça-feira, o presidente vai ao Texas inspecionar pessoalmente a destruição e visitar feridos.
"O xerife Arpaio não deveria ter sido perdoado", afirmou Feinstein no Twitter. "Um perdão por sua conduta demonstra um desrespeito flagrante pelo Estado de Direito neste país. "Durante anos, o xerife Arpaio violou os direitos civis. Com este perdão, o presidente Trump indica que aprova seu comportamento."
Arpaio foi condenado por desacato ao não cumprir decisão judicial proibindo medidas discriminatórias contra os imigrantes latino-americanos.
Trump tentou aproveitar a comoção nacional causada pelo furacão Harvey para tentar que a notícia virasse a principal manchete. Na terça-feira, o presidente vai ao Texas inspecionar pessoalmente a destruição e visitar feridos.
sábado, 26 de agosto de 2017
Trump ameaça fechar governo para conseguir dinheiro para o muro
Em outra atitude personalista e narcisista, o presidente Donald Trump ameaça paralisar as atividades não essenciais do governo dos EUA, se o Congresso não aprovar verba para a construção de um muro na fronteira com o México no orçamento do ano fiscal que começa em 1º de outubro.
A bancada democrata promete não dar nenhum voto para financiar o muro, observa o jornal The New York Times. Também há relutância entre os republicanos.
Durante a campanha eleitoral e em comícios mesmo depois da posse, Trump afirmou que o México iria pagar pelo muro. Agora, insiste em colocar a conta no orçamento federal dos EUA.
Trump também precisa convencer o Congresso a aprovar um aumento do limite do teto de gastos do governo federal. Para a direita republicana, autorizar mais despesas públicas é um anátema.
Nas últimas semanas, o presidente pressionou os republicanos no Capitólio e ameaçou vários diretamente, como os senadores do Arizona. O senador John McCain votou contra a revogação do programa de saúde do governo Barack Obama. Foi o voto que faltou.
A animosidade do presidente com os deputados e senadores de seu próprio partido dificulta a aprovação de matérias consideradas importantes por Trump. Alguns analistas políticos entendem que ele age como um presidente independente, sem vínculos com partidos.
A bancada democrata promete não dar nenhum voto para financiar o muro, observa o jornal The New York Times. Também há relutância entre os republicanos.
Durante a campanha eleitoral e em comícios mesmo depois da posse, Trump afirmou que o México iria pagar pelo muro. Agora, insiste em colocar a conta no orçamento federal dos EUA.
Trump também precisa convencer o Congresso a aprovar um aumento do limite do teto de gastos do governo federal. Para a direita republicana, autorizar mais despesas públicas é um anátema.
Nas últimas semanas, o presidente pressionou os republicanos no Capitólio e ameaçou vários diretamente, como os senadores do Arizona. O senador John McCain votou contra a revogação do programa de saúde do governo Barack Obama. Foi o voto que faltou.
A animosidade do presidente com os deputados e senadores de seu próprio partido dificulta a aprovação de matérias consideradas importantes por Trump. Alguns analistas políticos entendem que ele age como um presidente independente, sem vínculos com partidos.
ONU pede trégua na Batalha de Rakka para resgatar 25 mil civis
A Organização das Nações Unidas pediu à coalizão de 68 países liderada pelos Estados Unidos um cessar-fogo na Batalha de Rakka, a capital da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, na Síria, para resgatar cerca de 25 mil civis que estariam encurralados na cidade, alvo de 250 ataques aéreos em uma semana.
"Não consigo pensar num lugar pior hoje na Terra", declarou em Genebra, na Suíça, o diplomata norueguês Jan Egeland, ex-secretário-geral adjunto da ONU para ajuda humanitária. "As pessoas não podem fugir por causa do risco de bombardeios aéreos. É hora de pensar nas possibilidades de uma trégua que possa facilitar a saída dos civis."
Desde que a batalha começou, em junho de 2017, centenas de civis foram mortos, estima a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional. O Estado Islâmico tenta impedir a fuga dos civis para usá-los como escudos humanos.
Os sobreviventes enfrentaram minas e armadilhas do Estado Islâmico, além de atiradores alvejando quem tentava escapar, uma barragem de artilharia e bombardeios aéreos. Ao sul do Rio Eufrates, vilas e campos de refugiados foram atacados por forças leais à ditadura de Bachar Assad
A oposição síria fala em dezenas de mortos nos bombardeios desta semana. O comandante militar americano, general Stephen Townsend, declarou em Bagdá "não ter visto informações concretas de que o número de vítimas civis em Rakka tenha aumentado em algum grau significativo.""
Além da coalizão aérea, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda apoiada pelos EUA, estão bombardeando Rakka. As FDS são a força terrestre da coalizão. Mais da metade de Rakka já estaria em seu poder.
No Iraque, o Estado Islâmico também está sendo derrotado, na Batalha de Tal Afar, última cidade importante em seu poder. É o fim do califado proclamado pela milícia terrorista em junho de 2014, semanas depois da conquista de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, retomada pelo governo em julho.
Com o fim de seu protoestado, o Estado Islâmico volta a ser apenas um grupo terrorista clandestino. Isso não o torna menos perigoso, como mostram os atentados contra grandes cidades europeias nos últimos anos.
Só no Iraque e na Síria, foram mais de 1,5 mil ataques nos últimos meses em áreas antes dominadas pela milícia. Mas é o terrorismo contra o Ocidente que dá maior visibilidade aos jihadistas e permite recrutar novos voluntários para o martírio.
"Não consigo pensar num lugar pior hoje na Terra", declarou em Genebra, na Suíça, o diplomata norueguês Jan Egeland, ex-secretário-geral adjunto da ONU para ajuda humanitária. "As pessoas não podem fugir por causa do risco de bombardeios aéreos. É hora de pensar nas possibilidades de uma trégua que possa facilitar a saída dos civis."
Desde que a batalha começou, em junho de 2017, centenas de civis foram mortos, estima a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional. O Estado Islâmico tenta impedir a fuga dos civis para usá-los como escudos humanos.
Os sobreviventes enfrentaram minas e armadilhas do Estado Islâmico, além de atiradores alvejando quem tentava escapar, uma barragem de artilharia e bombardeios aéreos. Ao sul do Rio Eufrates, vilas e campos de refugiados foram atacados por forças leais à ditadura de Bachar Assad
A oposição síria fala em dezenas de mortos nos bombardeios desta semana. O comandante militar americano, general Stephen Townsend, declarou em Bagdá "não ter visto informações concretas de que o número de vítimas civis em Rakka tenha aumentado em algum grau significativo.""
Além da coalizão aérea, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda apoiada pelos EUA, estão bombardeando Rakka. As FDS são a força terrestre da coalizão. Mais da metade de Rakka já estaria em seu poder.
No Iraque, o Estado Islâmico também está sendo derrotado, na Batalha de Tal Afar, última cidade importante em seu poder. É o fim do califado proclamado pela milícia terrorista em junho de 2014, semanas depois da conquista de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, retomada pelo governo em julho.
Com o fim de seu protoestado, o Estado Islâmico volta a ser apenas um grupo terrorista clandestino. Isso não o torna menos perigoso, como mostram os atentados contra grandes cidades europeias nos últimos anos.
Só no Iraque e na Síria, foram mais de 1,5 mil ataques nos últimos meses em áreas antes dominadas pela milícia. Mas é o terrorismo contra o Ocidente que dá maior visibilidade aos jihadistas e permite recrutar novos voluntários para o martírio.
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Trump indulta xerife que perseguia imigrantes no Arizona
Três dias depois do patético discurso de Phoenix, em que reafirmou sua tolerância com grupos de extrema direita, o presidente Donald Trump perdoou um dos policiais mais polêmicos e linha-dura dos Estados Unidos, o xerife Jo Arpaio, do condado de Maricopa, no estado do Arizona, informou o jornal The New York Times.
Em julho, Arpaio foi condenado criminalmente por desacatar uma ordem judicial contra barreiras nas estradas tendo como alvo imigrantes e outras medidas arbitrárias, discriminatórias e inconstitucionais para capturar ilegais.
Nas palavras de Trump, "o xerife Jo foi punido por fazer o seu trabalho". Se o presidente começar a indultar policiais acusados de violar os direitos humanos, corre o risco de criar um caos jurídico, adverte o jornal.
Trump indica que agentes públicos que desrespeitarem decisões judiciais terão cobertura do presidente. Ele já sugeriu que perdoaria a si mesmo no escândalo sobre conluio com o Kremlim durante a campanha eleitoral.
Em julho, Arpaio foi condenado criminalmente por desacatar uma ordem judicial contra barreiras nas estradas tendo como alvo imigrantes e outras medidas arbitrárias, discriminatórias e inconstitucionais para capturar ilegais.
Nas palavras de Trump, "o xerife Jo foi punido por fazer o seu trabalho". Se o presidente começar a indultar policiais acusados de violar os direitos humanos, corre o risco de criar um caos jurídico, adverte o jornal.
Trump indica que agentes públicos que desrespeitarem decisões judiciais terão cobertura do presidente. Ele já sugeriu que perdoaria a si mesmo no escândalo sobre conluio com o Kremlim durante a campanha eleitoral.
EUA impõem novas sanções à ditadura de Maduro na Venezuela
Para pressionar a ditadura de Nicolás Maduro, os Estados Unidos anunciaram hoje a adoção de sanções que proíbem a compra de novos bônus lançados pelo governo da Venezuela e pela companhia estatal Petroleos de Venezuela (PdVSA). As medidas não atingem o setor de petróleo nem os títulos já emitidos que estão em negociação no mercado.
Com as sanções, cai drasticamente a capacidade da Venezuela e da PdVSA de captar recursos no mercado para refinanciar suas dívidas, aumentando o risco de calote. Até agora, apesar da crise econômica brutal, com queda de 30% no produto interno bruto, inflação prevista para 1.200% neste ano, desabastecimento de mais de 80% dos produtos básicos e 81% vivendo na pobreza, o governo não caloteou suas dívidas.
São as primeiras medidas contra a economia da Venezuela. Desde o início do ano, 30 altos funcionários venezuelanos foram alvo de sanções. Agora, ficaram fora das sanções os bônus de menos de 30 dias da dívida pública e os de menos de 90 dias da PdVSA, que assim poderá comercializar seus produtos.
"Estas medidas são cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter o poder ilegítimo, proteger o sistema financeiro dos EUA de cumplicidade com a corrupção e o empobrecimento do povo venezuelano e permitir a assistência humanitária", declarou a Casa Branca.
Herdeiro da Samsung pega cinco anos de cadeia por corrupção
O herdeiro, vice-presidente e ex-diretor-executivo da Samsung, a maior fabricante mundial de produtos eletroeletrônicos, Lee Jae Yong, foi condenado hoje a cinco anos de prisão no escândalo de corrupção que causou o impeachment da presidente Park Geun Hye, em março de 2017.
No processo, que durou seis meses, Lee foi acusado de pagar milhões de dólares em suborno, entre outros motivos, para obter aprovação das autoridades regulatórias para aquisições feitas pelo megaconglomerado, desvio de dinheiro, esconder bens no exterior, mentir sob juramento e obstrução de justiça.
O modelo capitalista sul-coreano criou megaempresas familiares, conhecidas como chaebol, que têm forte poder de pressão sobre o governo. A Samsung é uma empresa de US$ 300 bilhões.
Além de eletroeletrônicos, construção civil, estaleiros e indústria pesada, a Samsung tem hospitais, universidades e até parques de diversões na Coreia do Sul. É uma companhia intimamente ligada ao processo de desenvolvimento do país, um dos pouquíssimos a conseguir superar o subdesenvolvimento no século 20.
No processo, que durou seis meses, Lee foi acusado de pagar milhões de dólares em suborno, entre outros motivos, para obter aprovação das autoridades regulatórias para aquisições feitas pelo megaconglomerado, desvio de dinheiro, esconder bens no exterior, mentir sob juramento e obstrução de justiça.
O modelo capitalista sul-coreano criou megaempresas familiares, conhecidas como chaebol, que têm forte poder de pressão sobre o governo. A Samsung é uma empresa de US$ 300 bilhões.
Além de eletroeletrônicos, construção civil, estaleiros e indústria pesada, a Samsung tem hospitais, universidades e até parques de diversões na Coreia do Sul. É uma companhia intimamente ligada ao processo de desenvolvimento do país, um dos pouquíssimos a conseguir superar o subdesenvolvimento no século 20.
Maioria dos americanos vê Trump dividindo o país
Cerca de 62% dos eleitores americanos entendem que o presidente Donald Trump está dividindo os Estados Unidos, enquanto 31% acreditam que ele está unindo o país, indica uma pesquisa nacional divulgada ontem pela Universidade Quinnipiac.
A aprovação de Trump caiu de 39,57% em 17 de agosto para 35,59%. Eleitores de todos os partidos, gêneros, níveis educacionais, idades e grupos raciais desaprovam o presidente, à exceção dos republicanos. Entre os eleitores do seu partido, Trump tem 77,14% de apoio.
O presidente consegue maiorias escassas no eleitorado branco sem curso superior (52,4%) e entre os homens brancos (50,46%).
Depois dos conflitos racistas provocados por neonazistas em Charlottesville, na Virgínia, quando Trump culpou primeiro "muitos lados" e "ambos os lados", 60,32% não gostaram da reação do presidente.
Para 59% dos entrevistados na pesquisa, 59% concordaram que as declarações, as decisões e o comportamento de Trump encorajam os supremacistas brancos, enquanto 3% disseram que desencoraja e 35% que não têm maior impacto.
A aprovação de Trump caiu de 39,57% em 17 de agosto para 35,59%. Eleitores de todos os partidos, gêneros, níveis educacionais, idades e grupos raciais desaprovam o presidente, à exceção dos republicanos. Entre os eleitores do seu partido, Trump tem 77,14% de apoio.
O presidente consegue maiorias escassas no eleitorado branco sem curso superior (52,4%) e entre os homens brancos (50,46%).
Depois dos conflitos racistas provocados por neonazistas em Charlottesville, na Virgínia, quando Trump culpou primeiro "muitos lados" e "ambos os lados", 60,32% não gostaram da reação do presidente.
Para 59% dos entrevistados na pesquisa, 59% concordaram que as declarações, as decisões e o comportamento de Trump encorajam os supremacistas brancos, enquanto 3% disseram que desencoraja e 35% que não têm maior impacto.
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quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Catar restabelece relações plenas com o Irã
Numa medida que deve irritar ainda mais a Arábia Saudita e as outras monarquias petroleiras do Oriente Médio, o Catar restabeleceu hoje relações diplomáticas plenas com o Irã. O Ministério do Exterior catarino anunciou o envio de um embaixador a Teerã depois de um ano e dez meses.
O Catar havia retirado seu embaixador de Teerã em janeiro de 2016 em resposta a ataques contra instalações diplomáticas sauditas no Irã. A retirada do embaixador é o último passo antes do rompimento total
Não houve explicação oficial para o reatamento. É uma retaliação ao boicote ao Catar declarado em junho pela Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, sob a alegação de que o Catar apoia o terrorismo e é próximo do Irã, o arqui-inimigo das monarquias petroleiras sunitas do Golfo Pérsico.
Esses países cortaram as ligações com o Catar por terra, mar e ar. A Alemanha, os Estados Unidos e o Kuwait tentaram intermediar um acordo, sem sucesso. O Catar rejeitou as 13 exigências dos vizinhos, que incluíam uma ruptura total com o Irã e o fechamento do canal de telejornalismo Al Jazira.
A crise se agravou com a visita de um membro do ramo da família real do Catar derrubado num golpe de Estado em 1972 à mansão do sultão da Arábia Saudita perto de Tânger, no Marrocos. O encontro foi visto como um possível desafio aos atuais governantes catarinos.
O Catar havia retirado seu embaixador de Teerã em janeiro de 2016 em resposta a ataques contra instalações diplomáticas sauditas no Irã. A retirada do embaixador é o último passo antes do rompimento total
Não houve explicação oficial para o reatamento. É uma retaliação ao boicote ao Catar declarado em junho pela Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, sob a alegação de que o Catar apoia o terrorismo e é próximo do Irã, o arqui-inimigo das monarquias petroleiras sunitas do Golfo Pérsico.
Esses países cortaram as ligações com o Catar por terra, mar e ar. A Alemanha, os Estados Unidos e o Kuwait tentaram intermediar um acordo, sem sucesso. O Catar rejeitou as 13 exigências dos vizinhos, que incluíam uma ruptura total com o Irã e o fechamento do canal de telejornalismo Al Jazira.
A crise se agravou com a visita de um membro do ramo da família real do Catar derrubado num golpe de Estado em 1972 à mansão do sultão da Arábia Saudita perto de Tânger, no Marrocos. O encontro foi visto como um possível desafio aos atuais governantes catarinos.
China repudia sanções a empresas com negócios na Coreia do Norte
A China protestou ontem contra sanções unilaterais adotadas pelos Estados Unidos contra empresas chinesas e russas que fazem negócios com a Coreia do Norte supostamente relacionados aos programas de mísseis e de armas nucleares norte-coreanos.
O regime comunista chinês declarou que segue as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e denunciou o "longo braço da lei" americana, a extraterritorialidade que se dá o direito de intervir em outras jurisdições. Beijim exige o fim imediato das sanções a empresas e indivíduos da China, sob pena de abalar as relações entre os dois países.
"A China se opõe especialmente a qualquer país que aplique uma "jurisdição de braço longo" a indivíduos e entidades chinesas", declarou a porta-voz do Ministério do Exterior, Hua Chunying, em entrevista coletiva de rotina. "As medidas tomadas pelos EUA não ajudam a a resolver o problema e não ajudam a cooperação e a confiança mútuas. Pedimos aos EUA para parar com as prática relevantes imediatamente."
Apesar de se declarar contra sanções unilaterais, a China usa o comércio para punir países que contrariam seus objetivos. É o caso da Coreia do Sul, por causa do sistema antimísseis que está sendo instalado no país pelos EUA. A China teme que possa ser usado contra ela.
Entre as empresas atingidas está a Dandong Zhicheng, uma das maiores importadoras de carvão norte-coreano, responsável por 9,2% das exportações da Coreia do Norte à China no ano passado. Os EUA estão cobrando US$ 4 milhões desta empresa, que também vende vários produtos à Coreia do Norte, de telefones celulares e artigos de luxo a borracha e açúcar.
Outras duas companhias chinesas, Dandong Tianfu Trade e Jinhou International Holdings, também foram atingidas por causa das importações de carvão norte-coreano.
O total das importações chinesas da Coreia do Norte caiu 13% para US$ 880 bilhões no primeiro semestre de 2017. As exportações chinesas para o país vizinho cresceram 29% para US$ 1,67 bilhão.
O regime comunista chinês declarou que segue as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e denunciou o "longo braço da lei" americana, a extraterritorialidade que se dá o direito de intervir em outras jurisdições. Beijim exige o fim imediato das sanções a empresas e indivíduos da China, sob pena de abalar as relações entre os dois países.
"A China se opõe especialmente a qualquer país que aplique uma "jurisdição de braço longo" a indivíduos e entidades chinesas", declarou a porta-voz do Ministério do Exterior, Hua Chunying, em entrevista coletiva de rotina. "As medidas tomadas pelos EUA não ajudam a a resolver o problema e não ajudam a cooperação e a confiança mútuas. Pedimos aos EUA para parar com as prática relevantes imediatamente."
Apesar de se declarar contra sanções unilaterais, a China usa o comércio para punir países que contrariam seus objetivos. É o caso da Coreia do Sul, por causa do sistema antimísseis que está sendo instalado no país pelos EUA. A China teme que possa ser usado contra ela.
Entre as empresas atingidas está a Dandong Zhicheng, uma das maiores importadoras de carvão norte-coreano, responsável por 9,2% das exportações da Coreia do Norte à China no ano passado. Os EUA estão cobrando US$ 4 milhões desta empresa, que também vende vários produtos à Coreia do Norte, de telefones celulares e artigos de luxo a borracha e açúcar.
Outras duas companhias chinesas, Dandong Tianfu Trade e Jinhou International Holdings, também foram atingidas por causa das importações de carvão norte-coreano.
O total das importações chinesas da Coreia do Norte caiu 13% para US$ 880 bilhões no primeiro semestre de 2017. As exportações chinesas para o país vizinho cresceram 29% para US$ 1,67 bilhão.
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terça-feira, 22 de agosto de 2017
Quatro presos são denunciados por terrorismo na Catalunha
Os quatro suspeitos presos depois dos atentados em Barcelona e no balneário de Cambrils foram denunciados criminalmente hoje por "pertencer a uma organização terrorista, assassinatos terroristas e posse de explosivos", noticiou a Agência France Presse (AFP). A Justiça decide à tarde se continuam presos. A promotoria exige que fiquem na cadeia.
Em seu depoimento, um dos presos, Mohamed Houli Chemlal, confessou que a célula terrorista planejava um atentado muito maior contra a igreja da Sagrada Família, um dos principais símbolos de Barcelona. Os atentados causaram 15 mortes e deixaram mais de 120 feridos.
Três suspeitos foram ouvidos num tribunal em Ripoll, onde moravam, e um em Alcanar, onde a explosão de uma casa na quarta-feira passada indica que o local era usado para preparar bombas.
A organização terrorismo Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos ataques. Como sempre faz isso, fica a suspeita de que se trata de uma declaração oportunista para levar a glória e mostrar força diante de seus seguidores.
A grande dúvida é se a célula terrorista foi inspirada pelo Estado Islâmico ou se tem algum contato direto com a organização no Oriente Médio. O imã da mesquita de Ripoll, Abdel Baki es-Satti, suspeito de ser o idealizador dos atentados, pode ter morrido na casa de Alcanar.
Se havia uma célula terrorista, pode ser uma indicação de uma nova estratégia do Estado Islâmico. Com a perda de quase todos os territórios conquistados no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico estaria instalando células junto às grandes cidades da Europa, onde seus atentados têm maior visibilidade. Mostram que o grupo está vivo e ativo, pronto para recrutar novos voluntários para a "guerra santa" e o martírio.
Em seu depoimento, um dos presos, Mohamed Houli Chemlal, confessou que a célula terrorista planejava um atentado muito maior contra a igreja da Sagrada Família, um dos principais símbolos de Barcelona. Os atentados causaram 15 mortes e deixaram mais de 120 feridos.
Três suspeitos foram ouvidos num tribunal em Ripoll, onde moravam, e um em Alcanar, onde a explosão de uma casa na quarta-feira passada indica que o local era usado para preparar bombas.
A organização terrorismo Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos ataques. Como sempre faz isso, fica a suspeita de que se trata de uma declaração oportunista para levar a glória e mostrar força diante de seus seguidores.
A grande dúvida é se a célula terrorista foi inspirada pelo Estado Islâmico ou se tem algum contato direto com a organização no Oriente Médio. O imã da mesquita de Ripoll, Abdel Baki es-Satti, suspeito de ser o idealizador dos atentados, pode ter morrido na casa de Alcanar.
Se havia uma célula terrorista, pode ser uma indicação de uma nova estratégia do Estado Islâmico. Com a perda de quase todos os territórios conquistados no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico estaria instalando células junto às grandes cidades da Europa, onde seus atentados têm maior visibilidade. Mostram que o grupo está vivo e ativo, pronto para recrutar novos voluntários para a "guerra santa" e o martírio.
Trump amplia intervenção militar dos EUA no Afeganistão
Depois de admitir que seu "instinto" era cair fora, cedendo à pressão generais, o presidente Donald Trump anunciou ontem à noite que vai intensificar a participação dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão, a mais longa da história americana, e aumentar a pressão sobre o Paquistão. Mas não deu detalhes importantes como número de soldados.
"Meu instinto original era cair fora", declarou Trump em pronunciamento diante da tropa perfilada em Forte Myers, no estado da Virgínia. Antes de chegar à Casa Branca, ele descreveu a intervenção no Afeganistão como um "total desperdício".
Os EUA começaram a atacar o Afeganistão em 7 de outubro de 2001 para vingar os atentados de 11 de setembro daquele ano em Nova York e no Pentágono, cometidos pela rede terrorista Al Caeda, que vivia sob a proteção do regime islamita da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes).
Quando o saudita Ossama ben Laden e parte da cúpula d'al Caeda escaparam na Batalha de Tora Bora, em dezembro de 2001, o então presidente George Walker Bush desviou os esforços e recursos dos EUA para invadir o Iraque de Saddam Hussein em março de 2003.
Com a negligência americana, os Talebã sempre incomodaram o governo sustentado pelos EUA. O presidente Barack Obama fez campanha prometer retirar as tropas americanas do Iraque e do Afeganistão. Acabou saindo do Iraque por não chegar a um acordo com o então primeiro-ministro Nuri al-Maliki para garantir imunidade aos soldados americanos.
Diante do surgimento e do crescimento da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Obama decidiu enviar mais forças ao Iraque e manter no Afeganistão um contingente capaz de entrar em combate, ainda que sua missão principal fosse até agora assessorar as forças de segurança afegãs.
Trump está decidido a se mostrar capaz de usar a força. Prometeu a vitória sem definir o que considerará vitória. Para o ex-comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), general Wesley Clark, a "nova estratégia" do presidente mais parece uma jogada para sair por cima.
Ao analisar a situação na televisão americana CNN, o comentarista Fareed Zakaria observou que a estratégia de Trump implica em ocupar o Afeganistão durante um longo tempo. Os Talebã controlam hoje quase a metade do território afegão, uma das razões do presidente para intensificar a guerra.
A ajuda militar dos EUA ao Afeganistão equivale a 40% do produto interno bruto do país. Se levar em conta toda a ajuda americana, deve superar o PIB afegão. Sem os EUA e sua ajuda econômica, o governo fatalmente cairia. Os Talebã estão certo disso. Esperam retomar o poder com a saída dos americanos.
Quando ao Paquistão, comentou Zakaria, "todo o suprimento das forças americanas passa pelo Paquistão. Como vamos pressionar o Paquistão? Dependemos do Paquistão para fazer a guerra no Afeganistão."
O que disse Trump? "Não podemos mais ficar em silêncio enquanto o Paquistão for um refúgio para organizações terroristas como os Talebã e outros grupos que são uma ameaça para a região e além dela. O Paquistão tem muito a ganhar como parceiro de nossos esforços no Afeganistão. Tem muito a perder se continuar abrigando terroristas."
Os EUA não esquecem que o líder supremo da Caeda, Ossama ben Laden, estava escondido numa mansão em Abotabade, perto da principal academia militar do Paquistão, um país dominado pelas Forças Armadas desde a independência do Império Britânico e da divisão da Índia, há 70 anos.
As Forças Armadas paquistanesas negaram que o país seja usado como base para terroristas atacarem outros países. É uma grande mentira.
Os militares paquistaneses usam grupos extremistas muçulmanos para fustigar a Índia, inimiga histórica, e fomentam a instabilidade do Afeganistão, apoiando a milícia dos Talebã e a Rede Hakkani, uma espécie de braço armado do Exército do Paquistão na guerra civil afegã.
Aliado da China, ambos são inimigos da Índia, o Paquistão pode resistir tranquilamente a sanções dos EUA.
"Não vamos construir nações, vamos matar terroristas", afirmou o presidente. "Se sairmos rapidamente, as consequências são previsíveis e inaceitáveis." Ele prometeu dar carta branca aos generais para que empreguem a força necessária para a vitória.
Mas, sem um governo e uma economia que funcionem, será impossível vencer a guerra e conquistar a paz. Trump disse que levou tempo estudando o Afeganistão "sob todos os ângulos". Não aprendeu muito.
O Afeganistão é chamado de "cemitério dos impérios". Desde Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores generais de todos os tempos, que morreu em 323 antes de Cristo, foi campo de batalha para vários impérios que não conseguiram subjugá-lo, nem os mongóis, nem os britânicos, nem os russos e nem a União Soviética.
"Meu instinto original era cair fora", declarou Trump em pronunciamento diante da tropa perfilada em Forte Myers, no estado da Virgínia. Antes de chegar à Casa Branca, ele descreveu a intervenção no Afeganistão como um "total desperdício".
Os EUA começaram a atacar o Afeganistão em 7 de outubro de 2001 para vingar os atentados de 11 de setembro daquele ano em Nova York e no Pentágono, cometidos pela rede terrorista Al Caeda, que vivia sob a proteção do regime islamita da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes).
Quando o saudita Ossama ben Laden e parte da cúpula d'al Caeda escaparam na Batalha de Tora Bora, em dezembro de 2001, o então presidente George Walker Bush desviou os esforços e recursos dos EUA para invadir o Iraque de Saddam Hussein em março de 2003.
Com a negligência americana, os Talebã sempre incomodaram o governo sustentado pelos EUA. O presidente Barack Obama fez campanha prometer retirar as tropas americanas do Iraque e do Afeganistão. Acabou saindo do Iraque por não chegar a um acordo com o então primeiro-ministro Nuri al-Maliki para garantir imunidade aos soldados americanos.
Diante do surgimento e do crescimento da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Obama decidiu enviar mais forças ao Iraque e manter no Afeganistão um contingente capaz de entrar em combate, ainda que sua missão principal fosse até agora assessorar as forças de segurança afegãs.
Trump está decidido a se mostrar capaz de usar a força. Prometeu a vitória sem definir o que considerará vitória. Para o ex-comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), general Wesley Clark, a "nova estratégia" do presidente mais parece uma jogada para sair por cima.
Ao analisar a situação na televisão americana CNN, o comentarista Fareed Zakaria observou que a estratégia de Trump implica em ocupar o Afeganistão durante um longo tempo. Os Talebã controlam hoje quase a metade do território afegão, uma das razões do presidente para intensificar a guerra.
A ajuda militar dos EUA ao Afeganistão equivale a 40% do produto interno bruto do país. Se levar em conta toda a ajuda americana, deve superar o PIB afegão. Sem os EUA e sua ajuda econômica, o governo fatalmente cairia. Os Talebã estão certo disso. Esperam retomar o poder com a saída dos americanos.
Quando ao Paquistão, comentou Zakaria, "todo o suprimento das forças americanas passa pelo Paquistão. Como vamos pressionar o Paquistão? Dependemos do Paquistão para fazer a guerra no Afeganistão."
O que disse Trump? "Não podemos mais ficar em silêncio enquanto o Paquistão for um refúgio para organizações terroristas como os Talebã e outros grupos que são uma ameaça para a região e além dela. O Paquistão tem muito a ganhar como parceiro de nossos esforços no Afeganistão. Tem muito a perder se continuar abrigando terroristas."
Os EUA não esquecem que o líder supremo da Caeda, Ossama ben Laden, estava escondido numa mansão em Abotabade, perto da principal academia militar do Paquistão, um país dominado pelas Forças Armadas desde a independência do Império Britânico e da divisão da Índia, há 70 anos.
As Forças Armadas paquistanesas negaram que o país seja usado como base para terroristas atacarem outros países. É uma grande mentira.
Os militares paquistaneses usam grupos extremistas muçulmanos para fustigar a Índia, inimiga histórica, e fomentam a instabilidade do Afeganistão, apoiando a milícia dos Talebã e a Rede Hakkani, uma espécie de braço armado do Exército do Paquistão na guerra civil afegã.
Aliado da China, ambos são inimigos da Índia, o Paquistão pode resistir tranquilamente a sanções dos EUA.
"Não vamos construir nações, vamos matar terroristas", afirmou o presidente. "Se sairmos rapidamente, as consequências são previsíveis e inaceitáveis." Ele prometeu dar carta branca aos generais para que empreguem a força necessária para a vitória.
Mas, sem um governo e uma economia que funcionem, será impossível vencer a guerra e conquistar a paz. Trump disse que levou tempo estudando o Afeganistão "sob todos os ângulos". Não aprendeu muito.
O Afeganistão é chamado de "cemitério dos impérios". Desde Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores generais de todos os tempos, que morreu em 323 antes de Cristo, foi campo de batalha para vários impérios que não conseguiram subjugá-lo, nem os mongóis, nem os britânicos, nem os russos e nem a União Soviética.
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Catalunha anuncia morte do terrorista de Barcelona
O principal suspeito de dirigir a caminhonete que matou 13 pessoas e deixou mais de 100 feridas em Barcelona na quinta-feira passada, Younes Abouyaaqoub, foi morto hoje na cidade de Subirats, informou a polícia da Catalunha, uma região autônoma da Espanha.
Na hora da morte, Abouyaaqoub tinha um falso cinturão de explosivos. Depois de abandonar a caminhonete e fugir da Rambla, ele teria esfaqueado mortalmente uma pessoa, elevando o total de mortos no ataque à capital da Catalunha para 14.
A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado. Não se sabe se apenas inspirou o atentado ou se a célula terrorista tinha contato com a liderança do grupo no Oriente Médio.
O inquérito se volta agora para o imã da mesquita da cidade de Ripoll, onde vivia a maioria dos terroristas envolvidos nas ações em Barcelona e Cambrils. Abdel Baki es-Satti é suspeito da ser o responsável pela radicalização dos jovens jihadistas. Ele pode ter morrido na explosão da casa em Alcanar onde o grupo preparava explosivos para um grande ataque em Barcelona, provalvemente contra a igreja da Sagrada Família.
Na hora da morte, Abouyaaqoub tinha um falso cinturão de explosivos. Depois de abandonar a caminhonete e fugir da Rambla, ele teria esfaqueado mortalmente uma pessoa, elevando o total de mortos no ataque à capital da Catalunha para 14.
A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado. Não se sabe se apenas inspirou o atentado ou se a célula terrorista tinha contato com a liderança do grupo no Oriente Médio.
O inquérito se volta agora para o imã da mesquita da cidade de Ripoll, onde vivia a maioria dos terroristas envolvidos nas ações em Barcelona e Cambrils. Abdel Baki es-Satti é suspeito da ser o responsável pela radicalização dos jovens jihadistas. Ele pode ter morrido na explosão da casa em Alcanar onde o grupo preparava explosivos para um grande ataque em Barcelona, provalvemente contra a igreja da Sagrada Família.
Venezuela proíbe lojas de dar dinheiro
Com a hiperinflação e a escassez de papel-moeda, a Superintendência das Instituições do Setor Bancário (Sudeban) anunciou no sábado a proibição de que as lojas da Venezuela deem dinheiro aos consumidores. O objetivo é combater uma suposta fuga de dinheiro rumo à fronteira da Colômbia, onde o contrabando é intenso já que falta quase tudo na Venezuela por causa da depressão econômica.
Em vez de admitir que a falta de notas é resultado da hiperinflação, que deve chegar a 1.200% em 2017, o regime chavista alega que 30% do dinheiro saem do país através da fronteira coma Colômbia.
Mais de 300 mil venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia nos últimos meses para escapar da crise. O ditador Nicolás Maduro insiste nas políticas fracassadas de expropriações e controles de câmbio e de preços que causaram um desabastecimento sem precedentes.
Desde a morte de Hugo Chávez, em 2013, o produto interno bruto venezuelano perdeu 40% e a renda média por pessoa caiu pela metade, neutralizando os ganhos sociais e revertendo a redução da pobreza. Hoje, mais de 80% dos venezuelanos são pobres e o desabastecimento é generalizado.
Sem diálogo com a oposição, libertação dos 676 presos políticos e reformas econômicas liberalizantes, a Venezuela não vai sair do buraco em que se meteu com o "socialismo do século 21" pregado por Chávez. Mas nada indica que o regime esteja disposto a ceder.
A convocação por Maduro de uma Assembleia Nacional Constituinte para usurpar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015 consolida a ditadura. A Constituinte de Maduro tem plenos poderes e se deu dois anos de prazo para concluir o trabalho.
Os manifestantes que protestam diariamente desde o início de abril ficaram atônitos com a facilidade com que os constituintes tomaram o lugar dos deputados eleitos de acordo com a Constituição, que exige um plebiscito para convocar uma Constituinte.
Por isso, a oposição nega legitimidade à Constituinte. A Venezuela tem hoje instituições paralelas disputando o poder.
Em vez de admitir que a falta de notas é resultado da hiperinflação, que deve chegar a 1.200% em 2017, o regime chavista alega que 30% do dinheiro saem do país através da fronteira coma Colômbia.
Mais de 300 mil venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia nos últimos meses para escapar da crise. O ditador Nicolás Maduro insiste nas políticas fracassadas de expropriações e controles de câmbio e de preços que causaram um desabastecimento sem precedentes.
Desde a morte de Hugo Chávez, em 2013, o produto interno bruto venezuelano perdeu 40% e a renda média por pessoa caiu pela metade, neutralizando os ganhos sociais e revertendo a redução da pobreza. Hoje, mais de 80% dos venezuelanos são pobres e o desabastecimento é generalizado.
Sem diálogo com a oposição, libertação dos 676 presos políticos e reformas econômicas liberalizantes, a Venezuela não vai sair do buraco em que se meteu com o "socialismo do século 21" pregado por Chávez. Mas nada indica que o regime esteja disposto a ceder.
A convocação por Maduro de uma Assembleia Nacional Constituinte para usurpar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015 consolida a ditadura. A Constituinte de Maduro tem plenos poderes e se deu dois anos de prazo para concluir o trabalho.
Os manifestantes que protestam diariamente desde o início de abril ficaram atônitos com a facilidade com que os constituintes tomaram o lugar dos deputados eleitos de acordo com a Constituição, que exige um plebiscito para convocar uma Constituinte.
Por isso, a oposição nega legitimidade à Constituinte. A Venezuela tem hoje instituições paralelas disputando o poder.
domingo, 20 de agosto de 2017
EUA e Coreia do Sul iniciam manobras militares conjuntas
Depois de uma semana de relativa calma, os Estados Unidos e a Coreia do Sul começam hoje seus exercícios militares conjuntos realizados anualmente no verão no Hemisfério Norte, vistos pela Coreia do Norte como treinamento para uma invasão. O regime comunista norte-coreano costuma reagir com testes de mísseis.
Como o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un têm trocado ameaças de guerra nuclear, estas manobras acontecem no clima de maior tensão na Península Coreana em décadas.
A tensão entre os EUA e a Coreia do Norte atingiram um pico depois da notícia de que a ditadura stalinista de Pionguiangue desenvolveu a capacidade de miniaturizar uma bomba atômico para torná-la do tamanho necessário para sua instalação na cabeça de um míssil.
Trump reagiu ameaçando com "fogo e fúria, e francamente um poder nunca visto". No dia seguinte, dobrou a aposta, declarando que as armas dos EUA estão carregadas e engatilhadas para responder a qualquer provocação norte-coreana.
Kim ordenou então a preparação de um ataque de mísseis contra a ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA mantêm uma base aérea e uma base naval, ameaçando cercá-la com um círculo de fogo. Depois, adiou o plano, capaz de deflagrar uma guerra potencialmente devastadora na Península Coreana, com estimativa de mais de um milhão de mortos.
Agora, durante 10 dias, 17,5 mil soldados americanos vão realizar treinamento ao lado de militares da Coreia do Sul, da Austrália, do Canadá, da Colômbia, da Dinamarca, da Holanda, da Nova Zelândia e do Reino Unido.
Apesar da tensão, o comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, general Joseph Dunford, aconselhou a não adiar as manobras: "Enquanto a ameaça da Coreia do Norte existir, precisamos manter um alto nível de prontidão para responder àquela ameaça."
Em 2015, a Coreia do Norte e a do Sul trocaram tiros durante as manobras militares conjuntas. No ano passado, o regime norte-coreano fez seu quinto teste nuclear dias depois do fim das manobras. Em março, durante a Operação Filhote de Água, a Coreia do Norte testou quatro mísseis balísticos.
Como o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un têm trocado ameaças de guerra nuclear, estas manobras acontecem no clima de maior tensão na Península Coreana em décadas.
A tensão entre os EUA e a Coreia do Norte atingiram um pico depois da notícia de que a ditadura stalinista de Pionguiangue desenvolveu a capacidade de miniaturizar uma bomba atômico para torná-la do tamanho necessário para sua instalação na cabeça de um míssil.
Trump reagiu ameaçando com "fogo e fúria, e francamente um poder nunca visto". No dia seguinte, dobrou a aposta, declarando que as armas dos EUA estão carregadas e engatilhadas para responder a qualquer provocação norte-coreana.
Kim ordenou então a preparação de um ataque de mísseis contra a ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA mantêm uma base aérea e uma base naval, ameaçando cercá-la com um círculo de fogo. Depois, adiou o plano, capaz de deflagrar uma guerra potencialmente devastadora na Península Coreana, com estimativa de mais de um milhão de mortos.
Agora, durante 10 dias, 17,5 mil soldados americanos vão realizar treinamento ao lado de militares da Coreia do Sul, da Austrália, do Canadá, da Colômbia, da Dinamarca, da Holanda, da Nova Zelândia e do Reino Unido.
Apesar da tensão, o comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, general Joseph Dunford, aconselhou a não adiar as manobras: "Enquanto a ameaça da Coreia do Norte existir, precisamos manter um alto nível de prontidão para responder àquela ameaça."
Em 2015, a Coreia do Norte e a do Sul trocaram tiros durante as manobras militares conjuntas. No ano passado, o regime norte-coreano fez seu quinto teste nuclear dias depois do fim das manobras. Em março, durante a Operação Filhote de Água, a Coreia do Norte testou quatro mísseis balísticos.
sábado, 19 de agosto de 2017
Homem esfaqueia sete e é morto pela polícia na Rússia
Um homem foi morto pela polícia depois de ferir sete pessoas a faca numa rua da cidade de Surgut, na Sibéria, na tarde deste sábado. Horas depois, através da sua agência de propaganda na Internet, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado.
"O assaltante da cidade de Surgut, na Rússia, é um soldado do Califado", afirmou o comunicado. As autoridades russas não confirmaram.
O agressor, um homem nascido na cidade em 1994, "atacou quem passava na rua", diz o inquérito policial. Suas vítimas foram hospitalizadas com "ferimentos variados". Duas estão em estado grave.
A polícia russa não está convencida de que foi uma ação terrorista. O prefeito Vadim Chuvalov pediu calma aos moradores de Surgut.
O ataque na Rússia aconteceu depois dos atentados com veículos em Barcelona e Cambrils, na Catalunha, reivindicados pelo Estado Islâmico, em que 14 pessoas morreram, e de um ataque a facadas em Turku, na Finlândia, cometido por um marroquino de 18 anos, que está sendo tratado como terrorismo de extremistas muçulmanos.
"O assaltante da cidade de Surgut, na Rússia, é um soldado do Califado", afirmou o comunicado. As autoridades russas não confirmaram.
O agressor, um homem nascido na cidade em 1994, "atacou quem passava na rua", diz o inquérito policial. Suas vítimas foram hospitalizadas com "ferimentos variados". Duas estão em estado grave.
A polícia russa não está convencida de que foi uma ação terrorista. O prefeito Vadim Chuvalov pediu calma aos moradores de Surgut.
O ataque na Rússia aconteceu depois dos atentados com veículos em Barcelona e Cambrils, na Catalunha, reivindicados pelo Estado Islâmico, em que 14 pessoas morreram, e de um ataque a facadas em Turku, na Finlândia, cometido por um marroquino de 18 anos, que está sendo tratado como terrorismo de extremistas muçulmanos.
Procuradora-geral foge da Venezuela de lancha
Sob ameaça de prisão pela ditadura de Nicolás Maduro, a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz e seu marido, o deputado chavista dissidente Germán Ferrer, fugiram da Venezuela de lancha, foram até a ilha de Aruba e chegaram de avião ontem à Colômbia, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
Chavista histórica, Luisa Ortega denunciou a Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro como ilegal, ilegítima e uma traição à memória de Hugo Chávez e sua Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Ela exigia a realização de um plebiscito e a realização de eleições diretas.
Uma das primeiras decisões da Constituinte de Maduro, há duas semanas, foi afastá-la do cargo. A procuradora-geral investigava não só violações dos direitos humanos durante a repressão à onda de manifestações iniciada em abril como a corrupção, inclusive os negócios da construtora brasileira Odebrecht. Teria saído do país com documentos importantes para acusar Maduro.
Sem passaportes, confiscados pela ditadura de Maduro, Luisa Ortega e o marido chegaram ontem às 15h30 (17h30 em Brasília) ao aeroporto El Dorado, em Bogotá.
O casal saiu da Península de Paranaguá, na Venezuela, às 2h30 (4h30 em Brasília) da madrugada de sexta-feira numa lancha rápida junto com a chefe de gabinete, Gioconda González Sánchez, e Arturo Vilar Estévez, depois que o Tribunal Supremo de Justiça decretou a prisão de Ferrer.
Também ontem, a Constituinte usurpou os poderes legislativos da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, quando a oposição conquistou dois terços das cadeiras.
Este sempre foi o objetivo da Constituinte de Maduro, tomar o poder do Parlamento dominado pela oposição e assumir poderes totais, com o controle do Executivo, do Judiciário e agora Legislativo, anulando a vontade popular.
Chavista histórica, Luisa Ortega denunciou a Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro como ilegal, ilegítima e uma traição à memória de Hugo Chávez e sua Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Ela exigia a realização de um plebiscito e a realização de eleições diretas.
Uma das primeiras decisões da Constituinte de Maduro, há duas semanas, foi afastá-la do cargo. A procuradora-geral investigava não só violações dos direitos humanos durante a repressão à onda de manifestações iniciada em abril como a corrupção, inclusive os negócios da construtora brasileira Odebrecht. Teria saído do país com documentos importantes para acusar Maduro.
Sem passaportes, confiscados pela ditadura de Maduro, Luisa Ortega e o marido chegaram ontem às 15h30 (17h30 em Brasília) ao aeroporto El Dorado, em Bogotá.
O casal saiu da Península de Paranaguá, na Venezuela, às 2h30 (4h30 em Brasília) da madrugada de sexta-feira numa lancha rápida junto com a chefe de gabinete, Gioconda González Sánchez, e Arturo Vilar Estévez, depois que o Tribunal Supremo de Justiça decretou a prisão de Ferrer.
Também ontem, a Constituinte usurpou os poderes legislativos da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, quando a oposição conquistou dois terços das cadeiras.
Este sempre foi o objetivo da Constituinte de Maduro, tomar o poder do Parlamento dominado pela oposição e assumir poderes totais, com o controle do Executivo, do Judiciário e agora Legislativo, anulando a vontade popular.
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Constituinte de Maduro dissolve Assembleia Nacional da Venezuela
Mais uma etapa do golpe do ditador Nicolás Maduro contra as instituições da Venezuela foi perpetrada hoje. A Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima convocada pelo regime chavista usurpou os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, onde a oposição conquistou maioria de dois terços.
Por unanimidade, os deputados eleitos numa votação manipulada pela ditadura aprovaram um decreto autorizando a Constituinte a exercer o Poder Legislativo. Na prática, a medida acaba com a única instituição onde a oposição podia se manifestar e exercer algum direito na Venezuela.
A Constituinte resolveu "assumir as competências para legislar diretamente para garantir a preservação da paz, da soberania, do sistema socioeconômico e financeiro, dos bens do Estado e dos direitos dos venezuelanos", declarou uma nota.
A decisão é resultado da recusa da Assembleia Nacional em "jurar lealdade" à Constituinte. A presidente da Constituinte de Maduro, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, convidou o presidente e os dois vice-presidentes para uma reunião. Eles recusaram porque negam legitimidade à Constituinte.
"Não compareceremos ante à mentira da Constituinte. Não somos obrigados a fazer isso", afirmou a Mesa da Unidade Democrática, a coalizão oposicionista.
Depois da recente declaração desastrada do presidente Donald Trump ameaçando com uma intervenção militar na Venezuela, a ditadura acusa a oposição por manifestações violentas e de conspirar com os Estados Unidos para acabar com a "revolução bolivarista" iniciada pelo finado caudilho Hugo Chávez.
No início do mês, a Constituinte destituíra a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que a considerou inconstitucional e um ultraje à memória e à herança política de Chávez.
Desde o início do ano, Maduro conspira para cassar os poderes do Parlamento eleito democraticamente. Primeiro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), subserviente ao regime, anulou as decisões da Assembleia Nacional por suposto "desacato" a uma decisão judicial ao dar posse a deputados que tiveram as eleições impugnadas pelo Judiciário chavista.
Em 30 de março, TSJ assumiu o Poder Legislativo. Diante da revolta generalizada, recuou três dias depois, mas a semente da discórdia estava lançada. Desde o início de abril, a Venezuela vive num clima de pré-guerra civil, com manifestações de protesto diárias nas grandes cidades em que pelo menos 127 pessoas foram mortas.
Sem sucesso da manobra inicial, Maduro apelou para a convocação de uma Constituinte, mas violou a Constituição várias vezes, o que caracteriza um golpe de Estado. Agora, finalmente, conseguiu anular a Assembleia Nacional dominada pela oposição.
Para começar, a Constituição da República Bolivarista da Venezuela exige a realização de um plebiscito para aprovar a convocação de uma Constituinte. Com grande impopularidade por causa da crise econômica sem precedentes na história do país, Maduro evitou a consulta popular.
As eleições da Constituinte violaram a regra básica da democracia, o sufrágio direto, secreto e universal em que cada pessoa tem direito a um voto e todos os votos valem a mesma coisa. Nas eleições sob medida de Maduro, cada cidade teve direito de eleger um deputado e as capitais estaduais, dois. Isso deu um poder enorme a pequenas comunidades rurais dominadas pelo chavismo.
Dois terços dos deputados foram eleitos por essa "regra territorial". O resto por entidades pelegas ligadas ao regime. No mundo inteiro, só a Rússia, a Bolívia e a Nicarágua aprovaram a Constituinte de Maduro.
O Mercosul, liderado por Brasil e Argentina, suspendeu a Venezuela até a restauração da democracia. Mas o regime marcha no sentido contrário, aumentando o risco de guerra civil no país vizinho.
Por unanimidade, os deputados eleitos numa votação manipulada pela ditadura aprovaram um decreto autorizando a Constituinte a exercer o Poder Legislativo. Na prática, a medida acaba com a única instituição onde a oposição podia se manifestar e exercer algum direito na Venezuela.
A Constituinte resolveu "assumir as competências para legislar diretamente para garantir a preservação da paz, da soberania, do sistema socioeconômico e financeiro, dos bens do Estado e dos direitos dos venezuelanos", declarou uma nota.
A decisão é resultado da recusa da Assembleia Nacional em "jurar lealdade" à Constituinte. A presidente da Constituinte de Maduro, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, convidou o presidente e os dois vice-presidentes para uma reunião. Eles recusaram porque negam legitimidade à Constituinte.
"Não compareceremos ante à mentira da Constituinte. Não somos obrigados a fazer isso", afirmou a Mesa da Unidade Democrática, a coalizão oposicionista.
Depois da recente declaração desastrada do presidente Donald Trump ameaçando com uma intervenção militar na Venezuela, a ditadura acusa a oposição por manifestações violentas e de conspirar com os Estados Unidos para acabar com a "revolução bolivarista" iniciada pelo finado caudilho Hugo Chávez.
No início do mês, a Constituinte destituíra a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que a considerou inconstitucional e um ultraje à memória e à herança política de Chávez.
Desde o início do ano, Maduro conspira para cassar os poderes do Parlamento eleito democraticamente. Primeiro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), subserviente ao regime, anulou as decisões da Assembleia Nacional por suposto "desacato" a uma decisão judicial ao dar posse a deputados que tiveram as eleições impugnadas pelo Judiciário chavista.
Em 30 de março, TSJ assumiu o Poder Legislativo. Diante da revolta generalizada, recuou três dias depois, mas a semente da discórdia estava lançada. Desde o início de abril, a Venezuela vive num clima de pré-guerra civil, com manifestações de protesto diárias nas grandes cidades em que pelo menos 127 pessoas foram mortas.
Sem sucesso da manobra inicial, Maduro apelou para a convocação de uma Constituinte, mas violou a Constituição várias vezes, o que caracteriza um golpe de Estado. Agora, finalmente, conseguiu anular a Assembleia Nacional dominada pela oposição.
Para começar, a Constituição da República Bolivarista da Venezuela exige a realização de um plebiscito para aprovar a convocação de uma Constituinte. Com grande impopularidade por causa da crise econômica sem precedentes na história do país, Maduro evitou a consulta popular.
As eleições da Constituinte violaram a regra básica da democracia, o sufrágio direto, secreto e universal em que cada pessoa tem direito a um voto e todos os votos valem a mesma coisa. Nas eleições sob medida de Maduro, cada cidade teve direito de eleger um deputado e as capitais estaduais, dois. Isso deu um poder enorme a pequenas comunidades rurais dominadas pelo chavismo.
Dois terços dos deputados foram eleitos por essa "regra territorial". O resto por entidades pelegas ligadas ao regime. No mundo inteiro, só a Rússia, a Bolívia e a Nicarágua aprovaram a Constituinte de Maduro.
O Mercosul, liderado por Brasil e Argentina, suspendeu a Venezuela até a restauração da democracia. Mas o regime marcha no sentido contrário, aumentando o risco de guerra civil no país vizinho.
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Estrategista de ultradireita de Trump cai depois de Charlottesville
Depois da debandada de grandes executivos que acabou com os conselhos empresariais da Casa Branca, o caótico governo Donald Trump perdeu hoje seu principal estrategista.
O ultradireitista Steve Bannon é mais uma vítima da Batalha de Charlottesville, quando uma manifestação neonazista foi confrontada por militantes antifascistas. O presidente dos Estados Unidos foi ambíguo e culpou "ambos os lados".
"O chefe da Casa Civil, John Kelly, e Steve Bannon chegaram a um acordo mútuo de que hoje será o último dia de Steve", anunciou a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, citada pelo jornal The New York Times. "Agradecemos pelo seu serviço e lhe desejamos o melhor."
Próximo dos grupos brancos de extrema direita responsáveis pelos conflitos, Bannon era editor do sítio de ultradireita Breitbart, um dos principais meios de comunicação da campanha de Trump, que disse que ele teria pedido demissão em 7 de agosto.
Havia boatos sobre sua saída desde que o presidente nomeou o general John Kelly para a Casa Civil da Casa Branca em substituição a Reince Priesbus, queimado pelo então diretor de comunicações do governo, Anthony Scaramucci. Além deles, Trump também demitiu o assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, por mentir sobre contatos com a Rússia.
Com a chegada do general Kelly para pôr ordem no governo, Scaramucci foi afastado e agora chegou a vez de Bannon. O problema é que Trump está agora cercado de seus parentes e de generais. Quem vai orientar a agenda política do presidente?
A desculpa para demitir Bannon foi uma entrevista nesta semana à revista progressista American Prospect. Ele ridicularizou a estratégia militar em relação à Coreia do Norte: "Até que alguém resolva a parte da equação que mostra que 10 milhões de pessoas morreriam em meia hora em Seul, não sei do estamos falando, não há solução militar, eles nos pegaram."
Bannon acusou os diplomatas do Departamento de Estado de morreram de medo com a mudança da política comercial para trocar o liberalismo por um nacionalismo econômico agressivo e atacou a extrema direita, que sob sua influência aderiu a Trump: "Esses caras são uma coleção da palhaços, marginais e perdedores. Temos de esmagá-los."
Depois do conflito do último fim de semana na Virgínia e da resposta ambígua de Trump ao não condenar inequivocamente os neonazistas e partidários do Ku Klux Klan, a pressão contra Bannon dentro do Partido Republicano aumentou. O general Kelly aproveitou para se livrar dele.
O ultradireitista Steve Bannon é mais uma vítima da Batalha de Charlottesville, quando uma manifestação neonazista foi confrontada por militantes antifascistas. O presidente dos Estados Unidos foi ambíguo e culpou "ambos os lados".
"O chefe da Casa Civil, John Kelly, e Steve Bannon chegaram a um acordo mútuo de que hoje será o último dia de Steve", anunciou a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, citada pelo jornal The New York Times. "Agradecemos pelo seu serviço e lhe desejamos o melhor."
Próximo dos grupos brancos de extrema direita responsáveis pelos conflitos, Bannon era editor do sítio de ultradireita Breitbart, um dos principais meios de comunicação da campanha de Trump, que disse que ele teria pedido demissão em 7 de agosto.
Havia boatos sobre sua saída desde que o presidente nomeou o general John Kelly para a Casa Civil da Casa Branca em substituição a Reince Priesbus, queimado pelo então diretor de comunicações do governo, Anthony Scaramucci. Além deles, Trump também demitiu o assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, por mentir sobre contatos com a Rússia.
Com a chegada do general Kelly para pôr ordem no governo, Scaramucci foi afastado e agora chegou a vez de Bannon. O problema é que Trump está agora cercado de seus parentes e de generais. Quem vai orientar a agenda política do presidente?
A desculpa para demitir Bannon foi uma entrevista nesta semana à revista progressista American Prospect. Ele ridicularizou a estratégia militar em relação à Coreia do Norte: "Até que alguém resolva a parte da equação que mostra que 10 milhões de pessoas morreriam em meia hora em Seul, não sei do estamos falando, não há solução militar, eles nos pegaram."
Bannon acusou os diplomatas do Departamento de Estado de morreram de medo com a mudança da política comercial para trocar o liberalismo por um nacionalismo econômico agressivo e atacou a extrema direita, que sob sua influência aderiu a Trump: "Esses caras são uma coleção da palhaços, marginais e perdedores. Temos de esmagá-los."
Depois do conflito do último fim de semana na Virgínia e da resposta ambígua de Trump ao não condenar inequivocamente os neonazistas e partidários do Ku Klux Klan, a pressão contra Bannon dentro do Partido Republicano aumentou. O general Kelly aproveitou para se livrar dele.
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Terrorista mata dois e fere seis na Finlândia
Um homem atacou pessoas a facadas hoje numa praça diante de um mercado na cidade de Turku, na Finlândia. Duas pessoas morreram e outras seis saíram feridas. A polícia baleou e prendeu o agressor, mas não revelou sua identidade, noticiou a agência Reuters.
A ministra do Interior, Paula Risikko, descreveu o terrorista como "com a aparência de estrangeiro" e comparou a ação aos ataques na Catalunha. Dois jornais sensacionalistas britânicos disseram que ele gritou "Alá é grande!" na hora do ataque, mas isso não foi confirmado por fontes confiáveis.
A polícia deu o incidente por encerrado e liberou a área, mas procura possíveis cúmplices do agressor e reluta em tratar o caso como terrorismo, informou a televisão pública britânica BBC.
NOTA: No dia seguinte, as autoridades da Finlândia concluíram que foi um atentado terrorista. O responsável é um jovem marroquino de 18 anos. Outros quatro marroquinos foram presos e um quinto está sendo procurado.
A ministra do Interior, Paula Risikko, descreveu o terrorista como "com a aparência de estrangeiro" e comparou a ação aos ataques na Catalunha. Dois jornais sensacionalistas britânicos disseram que ele gritou "Alá é grande!" na hora do ataque, mas isso não foi confirmado por fontes confiáveis.
A polícia deu o incidente por encerrado e liberou a área, mas procura possíveis cúmplices do agressor e reluta em tratar o caso como terrorismo, informou a televisão pública britânica BBC.
NOTA: No dia seguinte, as autoridades da Finlândia concluíram que foi um atentado terrorista. O responsável é um jovem marroquino de 18 anos. Outros quatro marroquinos foram presos e um quinto está sendo procurado.
Total de mortos em atentados na Catalunha sobe para 14
Com a morte de uma mulher atropelada na cidade balneária de Cambrils, subiu hoje para 14 o número total de mortos nos atentados terroristas na Catalunha, uma região autônoma da Espanha.
A polícia acredita que célula terrorista responsável pelos ataques tinha 12 membros: cinco morreram em Cambrils, quatro estão presos e três continuam foragidos. O principal alvo agora é Moussa Oukabir, que alugou o veículo usado em Barcelona.
Entre os 14 mortos e mais de 100 feridos, há pessoas de 34 nacionalidades. Isso mostra a diversidade das pessoas que estavam na Rambla, a avenida mais famosa de Barcelona e da Espanha, com uma grande área de pedestres que vai da Praça da Catalunha até o porto, onde uma estátua de Cristóvão Colombo saúda a Descoberta da América.
Por ali, o terrorista dirigiu em ziguezague a 80 quilômetros por hora durante 550 metros, da Praça da Catalunha até a altura do Teatro do Liceu, atropelando e matando.
Como os dois atentados foram coordenados, e a explosão numa casa horas seria uma tentativa de armar uma bomba, havia uma célula terrorista criada ou inspirada pela milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no coração da Catalunha.
Na opinião do professor Fawas Gerges, especialista em Oriente Médio da London School of Economics e autor de uma história do Estado Islâmico, é uma nova estratégia da organização infiltrar células terroristas em grandes cidades no momento em que é derrotada nos campos de batalha do Iraque e da Síria.
Se o Califado proclamado há três anos pelo líder Abu Baker al-Baghdadi, o Califa Ibrahim, praticamente desapareceu e ele fugiu, os atentados terroristas em grandes cidades tem ampla visibilidade e repercussão internacional, permitindo ao Estado Islâmico recrutar a inspirar novos voluntários para o martírio por esta seita apocalíptica.
A polícia acredita que célula terrorista responsável pelos ataques tinha 12 membros: cinco morreram em Cambrils, quatro estão presos e três continuam foragidos. O principal alvo agora é Moussa Oukabir, que alugou o veículo usado em Barcelona.
Entre os 14 mortos e mais de 100 feridos, há pessoas de 34 nacionalidades. Isso mostra a diversidade das pessoas que estavam na Rambla, a avenida mais famosa de Barcelona e da Espanha, com uma grande área de pedestres que vai da Praça da Catalunha até o porto, onde uma estátua de Cristóvão Colombo saúda a Descoberta da América.
Por ali, o terrorista dirigiu em ziguezague a 80 quilômetros por hora durante 550 metros, da Praça da Catalunha até a altura do Teatro do Liceu, atropelando e matando.
Como os dois atentados foram coordenados, e a explosão numa casa horas seria uma tentativa de armar uma bomba, havia uma célula terrorista criada ou inspirada pela milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no coração da Catalunha.
Na opinião do professor Fawas Gerges, especialista em Oriente Médio da London School of Economics e autor de uma história do Estado Islâmico, é uma nova estratégia da organização infiltrar células terroristas em grandes cidades no momento em que é derrotada nos campos de batalha do Iraque e da Síria.
Se o Califado proclamado há três anos pelo líder Abu Baker al-Baghdadi, o Califa Ibrahim, praticamente desapareceu e ele fugiu, os atentados terroristas em grandes cidades tem ampla visibilidade e repercussão internacional, permitindo ao Estado Islâmico recrutar a inspirar novos voluntários para o martírio por esta seita apocalíptica.
Deputado pede impeachment de Trump por tolerar neonazistas
O deputado Steve Cohen, democrata eleito pelo estado do Tennessee, membro da Subcomissão de Constituição e Justiça Civil da Comissão de Justiça da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, vai pedir a abertura de um processo de impeachment do presidente Donald Trump por causa dos comentários a respeito dos conflitos provocados por neonazistas em Charlottesville, na Virgínia.
"Em vez de condenar inequivocamente as ações odiosas dos neonazistas, nacionalistas brancos e homens do Ku Klux Klan depois de uma tragédia nacional, o presidente disse que 'havia gente boa dos dois lados'. Não há bons nazistas. Não homens do Klan bons", declarou o deputado.
As declarações de Trump dando uma equivalência moral aos neonazistas e ao movimento antifascista chocaram o país e o mundo, suscitaram mais dúvidas sobre sua capacidade de liderança em momentos de crise e provocaram uma dura reação de Israel. Pela legislação dos EUA, a denúncia contra o presidente precisa ser aprovada na Câmara por maioria absoluta e por dois terços do Senado.
"Lutamos uma guerra mundial para derrotar os nazistas e uma guerra civil para derrotar a Confederação", acrescentou Steve Cohen. Foram as duas guerras em que mais morreram americanos.
Pelo menos 618 mil pessoas foram mortas na Guerra da Secessão (1861-65), quando os estados do Sul tentaram se separar para manter a escravidão. Em uma nova estimativa feita pelo professor David Hackner, da Universidade de Binghamton, em Nova York, o total de mortos subiu para 750 mil. Na Segunda Guerra Mundial, morreram 419 mil americanos.
"Em reação à queda da Confederação e da subsequente aprovação das emendas constitucionais da Reconstrução, o KKK iniciou uma campanha para aterrorizar os afro-americanos, intimidando-os para que não exercessem seus novos direitos civis", comentou o deputado ao propor o impeachment de Trump.
Cohen lembrou ainda: "As encarnações subsequentes do clã continuaram a aterrorizar os afro-americanos com linchamentos e assassinatos como os de Medgar Evers, Schwerner, Chaney, Goodman e outros ativistas dos direitos civis."
A inacreditável comparação com a Alemanha, inimiga na Segunda Guerra Mundial foi inevitável: "Quando eu vi os vídeos dos protestos em Charlottesville, me lembrei dos vídeos que havia visto da Noite dos Cristais, em 1938, na Alemanha nazista. Parecia que os manifestantes de Charlottesville estavam gritando 'judeus não vão nos substituir' e 'sangue e solo', infames palavras de ordem nazistas, enquanto marchavam com tochas que formavam a imagem das ações do Klan."
Naquela concentração de supremacistas brancos inspirados pela Guerra Civil Americana e pela doutrina de Adolf Hitler, não havia manifestantes inocentes como alegou Trump: "Nenhum dos manifestantes com esse palavreado pode ser considerado 'gente como boa', como sugeriu o presidente."
Cohen citou entrevistas dos neonazistas. Sean Patrick Nielsen declarou que "uma das três razões estar ali era 'matar judeus'. Outra era Christopher Cantwell, um líder nacionalista branco que disse que não conseguia ver 'aquele bastardo do Kushner andando por aí com aquela menina linda' e que esperava que 'alguém como Donald Trump, mas que não desse sua filha a um judeu', liderasse o país."
E concluiu: "Como judeu, como americano e como representante de um distrito afro-americano, estou revoltado pelo fato do presidente dos EUA não ter se erguido e condenado inequivocamente os nazistas que querem matar judeus, cujos predecessores mataram 6 milhões de judeus no Holocausto, e condenado inequivocamente os homens do Klan, uma organização dedicada a aterrorizar afro-americanos."
"Em vez de condenar inequivocamente as ações odiosas dos neonazistas, nacionalistas brancos e homens do Ku Klux Klan depois de uma tragédia nacional, o presidente disse que 'havia gente boa dos dois lados'. Não há bons nazistas. Não homens do Klan bons", declarou o deputado.
As declarações de Trump dando uma equivalência moral aos neonazistas e ao movimento antifascista chocaram o país e o mundo, suscitaram mais dúvidas sobre sua capacidade de liderança em momentos de crise e provocaram uma dura reação de Israel. Pela legislação dos EUA, a denúncia contra o presidente precisa ser aprovada na Câmara por maioria absoluta e por dois terços do Senado.
"Lutamos uma guerra mundial para derrotar os nazistas e uma guerra civil para derrotar a Confederação", acrescentou Steve Cohen. Foram as duas guerras em que mais morreram americanos.
Pelo menos 618 mil pessoas foram mortas na Guerra da Secessão (1861-65), quando os estados do Sul tentaram se separar para manter a escravidão. Em uma nova estimativa feita pelo professor David Hackner, da Universidade de Binghamton, em Nova York, o total de mortos subiu para 750 mil. Na Segunda Guerra Mundial, morreram 419 mil americanos.
"Em reação à queda da Confederação e da subsequente aprovação das emendas constitucionais da Reconstrução, o KKK iniciou uma campanha para aterrorizar os afro-americanos, intimidando-os para que não exercessem seus novos direitos civis", comentou o deputado ao propor o impeachment de Trump.
Cohen lembrou ainda: "As encarnações subsequentes do clã continuaram a aterrorizar os afro-americanos com linchamentos e assassinatos como os de Medgar Evers, Schwerner, Chaney, Goodman e outros ativistas dos direitos civis."
A inacreditável comparação com a Alemanha, inimiga na Segunda Guerra Mundial foi inevitável: "Quando eu vi os vídeos dos protestos em Charlottesville, me lembrei dos vídeos que havia visto da Noite dos Cristais, em 1938, na Alemanha nazista. Parecia que os manifestantes de Charlottesville estavam gritando 'judeus não vão nos substituir' e 'sangue e solo', infames palavras de ordem nazistas, enquanto marchavam com tochas que formavam a imagem das ações do Klan."
Naquela concentração de supremacistas brancos inspirados pela Guerra Civil Americana e pela doutrina de Adolf Hitler, não havia manifestantes inocentes como alegou Trump: "Nenhum dos manifestantes com esse palavreado pode ser considerado 'gente como boa', como sugeriu o presidente."
Cohen citou entrevistas dos neonazistas. Sean Patrick Nielsen declarou que "uma das três razões estar ali era 'matar judeus'. Outra era Christopher Cantwell, um líder nacionalista branco que disse que não conseguia ver 'aquele bastardo do Kushner andando por aí com aquela menina linda' e que esperava que 'alguém como Donald Trump, mas que não desse sua filha a um judeu', liderasse o país."
E concluiu: "Como judeu, como americano e como representante de um distrito afro-americano, estou revoltado pelo fato do presidente dos EUA não ter se erguido e condenado inequivocamente os nazistas que querem matar judeus, cujos predecessores mataram 6 milhões de judeus no Holocausto, e condenado inequivocamente os homens do Klan, uma organização dedicada a aterrorizar afro-americanos."
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quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Polícia da Catalunha mata cinco em operação antiterrorismo
Na madrugada desta sexta-feira, a Polícia da Catalunha, na Espanha, anunciou ter evitado um segundo atentado ao matar cinco terroristas, desta vez na cidade praiana de Cambrils, 110 quilômetros ao sul de Barcelona, onde ontem à tarde uma caminhonete foi jogada contra pedestres matando 13 pessoas e ferindo mais de 100.
Os cinco terroristas de Cambrils entraram de caminhonete na área de pedestres quando foram mortos a tiros pelos policiais depois de ferir sete pessoas. Eles carregavam explosivos, facas, martelos e falsos coletes suicidas.
A polícia revelou ainda agora há pouco que uma morte numa explosão numa casa em Alcanar, na quarta-feira, tinha relação com o atentado de Barcelona. Isso significa que a célula terrorista estava fabricando bombas para realizar ações mais violentas. A polícia ainda caça o motorista da caminhonete.
Para os especialistas em terrorismo, é provável que a explosão tenha ocorrido durante a fabricação de uma bomba e pode ter acelerado a execução do atentado em Barcelona usando uma caminhonete como arma.
A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do primeiro atentado, mas não há certeza de que tenha relação operacional com o grupo que cometeu os atentados.
Para o professor Fawas Gerges, especialista em Oriente Médio da London School of Economics e autor de uma história do Estado Islâmico, se os três ataques foram coordenados, isso indica que há uma célula terrorista no coração da Catalunha.
Com a derrota nos campos de batalha do Iraque e da Síria, a estratégia do Estado Islâmico é infiltrar células terroristas em grandes cidades, onde seus ataques têm maior visibilidade e repercussão internacional, permitindo recrutar novos voluntários do martírio.
Os cinco terroristas de Cambrils entraram de caminhonete na área de pedestres quando foram mortos a tiros pelos policiais depois de ferir sete pessoas. Eles carregavam explosivos, facas, martelos e falsos coletes suicidas.
A polícia revelou ainda agora há pouco que uma morte numa explosão numa casa em Alcanar, na quarta-feira, tinha relação com o atentado de Barcelona. Isso significa que a célula terrorista estava fabricando bombas para realizar ações mais violentas. A polícia ainda caça o motorista da caminhonete.
Para os especialistas em terrorismo, é provável que a explosão tenha ocorrido durante a fabricação de uma bomba e pode ter acelerado a execução do atentado em Barcelona usando uma caminhonete como arma.
A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do primeiro atentado, mas não há certeza de que tenha relação operacional com o grupo que cometeu os atentados.
Para o professor Fawas Gerges, especialista em Oriente Médio da London School of Economics e autor de uma história do Estado Islâmico, se os três ataques foram coordenados, isso indica que há uma célula terrorista no coração da Catalunha.
Com a derrota nos campos de batalha do Iraque e da Síria, a estratégia do Estado Islâmico é infiltrar células terroristas em grandes cidades, onde seus ataques têm maior visibilidade e repercussão internacional, permitindo recrutar novos voluntários do martírio.
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Estado Islâmico reivindica autoria do atentado terrorista em Barcelona
Através de sua agência de propaganda na Internet Amaq, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelo ataque com uma caminhonete em alta velocidade que atropelou e matou 13 pessoas e deixou outras 100 feridas, noticiou o jornal espanhol El País. Como sempre faz isso, fica a dúvida se foram militantes do grupo ou uma célula inspirada pela organização.
"Os executores do ataque em Barcelona são soldados do Califado e realizaram uma operação contra um país da coalizão" de 68 países liderada pelos Estados Unidos que desde setembro de 2014 bombardeia o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ontem, o governo iraquiano anunciou o início dos ataques aéreos contra Tal Afar, a última cidade importante em poder dos jihadistas.
Foi o oitavo atentado com atropelamento desde que um tunisiano matou 86 pessoas em Nice, no Sul da França, durante a festa de aniversário da Revolução Francesa de 1789, em 14 de julho de 2016. Os outros foram realizados em Estocolmo, Berlim, Paris e Londres.
Dois suspeitos foram presos em Barcelona. Um é marroquino e o outro do enclave espanhol de Melila, na África. O motorista responsável pelo atropelamento continua desaparecido.
A Espanha contribui para a aliança anti-EI com 425 soldados e policiais que treinam as Forças Armadas e a polícia do Iraque no combate ao terrorismo. Também participa junto com a França de operações antijihadistas no Gabão, no Mali e no Senegal, na África.
"Os executores do ataque em Barcelona são soldados do Califado e realizaram uma operação contra um país da coalizão" de 68 países liderada pelos Estados Unidos que desde setembro de 2014 bombardeia o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ontem, o governo iraquiano anunciou o início dos ataques aéreos contra Tal Afar, a última cidade importante em poder dos jihadistas.
Foi o oitavo atentado com atropelamento desde que um tunisiano matou 86 pessoas em Nice, no Sul da França, durante a festa de aniversário da Revolução Francesa de 1789, em 14 de julho de 2016. Os outros foram realizados em Estocolmo, Berlim, Paris e Londres.
Dois suspeitos foram presos em Barcelona. Um é marroquino e o outro do enclave espanhol de Melila, na África. O motorista responsável pelo atropelamento continua desaparecido.
A Espanha contribui para a aliança anti-EI com 425 soldados e policiais que treinam as Forças Armadas e a polícia do Iraque no combate ao terrorismo. Também participa junto com a França de operações antijihadistas no Gabão, no Mali e no Senegal, na África.
Atentado terrorista mata 13 pessoas em Barcelona
Uma caminhonete investiu contra uma multidão hoje na Rambla, perto da Praça da Catalunha, no centro de Barcelona. As autoridades locais confirmaram uma morte e 32 feridos. A agência Reuters fala em 13 mortes.
O caso está sendo tratando como terrorismo, a exemplo do que aconteceu em outros atentados com veículos atribuídos à milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e seus seguidores.
Era pouco antes das 17h em Barcelona (12h em Brasília) quando uma caminhonete branca avançou sobre uma passagem de pedestres que liga a Praça de Catalunha à Rambla, um dos locais mais movimentados da cidade. Muitas pessoas fugiram para um centro comercial próximo.
Até agora, as autoridades locais só confirmaram uma morte, mas um enfermeiro que estava no local e ajudou no socorro às vítimas disse ao jornal espanhol El País ter visto pelo menos seis mortos.
O caso está sendo tratando como terrorismo, a exemplo do que aconteceu em outros atentados com veículos atribuídos à milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e seus seguidores.
Era pouco antes das 17h em Barcelona (12h em Brasília) quando uma caminhonete branca avançou sobre uma passagem de pedestres que liga a Praça de Catalunha à Rambla, um dos locais mais movimentados da cidade. Muitas pessoas fugiram para um centro comercial próximo.
Até agora, as autoridades locais só confirmaram uma morte, mas um enfermeiro que estava no local e ajudou no socorro às vítimas disse ao jornal espanhol El País ter visto pelo menos seis mortos.
Israel atacou comboios de armas 100 vezes nos últimos cinco anos
Israel bombardeou carregamentos de armas para seus inimigos como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) cerca de 100 vezes desde 2012, declarou o general-brigadeiro Amir Eshel, que está deixando o comando da Força Aérea israelense, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.
Várias autoridades de Israel, inclusive o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, admitiram que as Forças Armadas do país atacaram comboios com armamentos em várias frentes dezenas de vezes, mas não citaram números precisos.
Com microfone aberto, Netanyahu contou aos primeiros-ministros da Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia: "Eu disse ao Putin. Quando vemos remessas de armas para o Hesbolá, atacamos. Fizemos isso dezenas de vezes."
Agora, pela primeira vez, um alto comandante das Forças de Defesa de Israel reconhece essa política publicamente.
"Uma ação pode ser um ato isolado, pequeno, num alvo específico, ou pode levar uma semana intensa envolvendo um grande número de elementos", declarou o general Eshel. "Há outra coisa que acredito ser muito significativa. Tivemos o bom senso de não levar o Estado de Israel à guerra."
No Oriente Médio, a escalada de um conflito para a guerra é "trivial", comentou o general. "Quando Israel tem um real interesse, age independentemente dos riscos. Penso que na visão dos nossos inimigos, como eu entendo, esta linguagem é clara aqui e compreendida também além do Oriente Médio."
Cinquenta anos depois da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, quando destruiu as forças aéreas inimigas em terra com um ataque supresa, a Força Aérea de Israel está pronta para mais um ataque preventivo contra o Hesbolá, a principal força terrestre de apoio ao regime de Bachar Assad na guerra civil da Síria.
"Não estou dizendo que Israel deve realizar ataques preventivos", ressalvou Eshel. "É um dilema estratégico e tudo precisa ser considerado. Mas hoje temos a mesma habilidade contra novos inimigos - organizações terroristas com controle disperso."
Várias autoridades de Israel, inclusive o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, admitiram que as Forças Armadas do país atacaram comboios com armamentos em várias frentes dezenas de vezes, mas não citaram números precisos.
Com microfone aberto, Netanyahu contou aos primeiros-ministros da Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia: "Eu disse ao Putin. Quando vemos remessas de armas para o Hesbolá, atacamos. Fizemos isso dezenas de vezes."
Agora, pela primeira vez, um alto comandante das Forças de Defesa de Israel reconhece essa política publicamente.
"Uma ação pode ser um ato isolado, pequeno, num alvo específico, ou pode levar uma semana intensa envolvendo um grande número de elementos", declarou o general Eshel. "Há outra coisa que acredito ser muito significativa. Tivemos o bom senso de não levar o Estado de Israel à guerra."
No Oriente Médio, a escalada de um conflito para a guerra é "trivial", comentou o general. "Quando Israel tem um real interesse, age independentemente dos riscos. Penso que na visão dos nossos inimigos, como eu entendo, esta linguagem é clara aqui e compreendida também além do Oriente Médio."
Cinquenta anos depois da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, quando destruiu as forças aéreas inimigas em terra com um ataque supresa, a Força Aérea de Israel está pronta para mais um ataque preventivo contra o Hesbolá, a principal força terrestre de apoio ao regime de Bachar Assad na guerra civil da Síria.
"Não estou dizendo que Israel deve realizar ataques preventivos", ressalvou Eshel. "É um dilema estratégico e tudo precisa ser considerado. Mas hoje temos a mesma habilidade contra novos inimigos - organizações terroristas com controle disperso."
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Iraque anuncia bombardeio ao Estado Islâmico em Tal Afar
Com o apoio da coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos, o governo do Iraque começou a bombardear a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na cidade de Tal Afar, noticiou o jornal Daily Sabah. Quando a campanha estiver concluída, começará a ofensiva por terra.
Tal Afar está em poder do Estado Islâmico desde 2014. Depois da queda de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que também havia sido conquistada há três anos, Tal Afar é um dos últimos redutos da milícia extremista muçulmana no Iraque.
Em 29 de junho, depois de nove meses de batalha, a televisão estatal iraquiana anunciou com orgulho: "O mito do Califado do Estado Islâmico acabou." Mas a guerra não terminou.
Sem Tal Afar, o Estado Islâmico não terá mais nenhum território importante sob controle. Para sobreviver, deve recuar a grupo terrorista clandestino e realizar atentados terroristas suicidas nas cidades do Iraque, especialmente nas áreas que um dia dominou.
No deserto, ainda há bolsões no Estado Islâmico. Por isso, parte das forças usadas na ofensiva contra Mossul foi deslocada para a província de Ambar, junto à fronteira com a Síria, onde as Forças Democráticas Sírias, uma aliança árabe-curda apoiada pelos EUA, travam a Batalha de Rakka para tomar a chamada capital do Estado Islâmico.
Depois de ganhar a guerra, o governo iraquiano terá pela frente a tarefa formidável de conquistar a paz. O país está arrasado. As milícias que apoiam o Exército do Iraque vão cobrar seu preço.
A maioria xiita está dividida entre partidários do primeiro-ministro Haider al-Abadi, do ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki e do clérigo radical Muktada al-Sader. Os sunitas se consideram marginalizados desde a queda do ditador Saddam Hussein, em 2003. O desafio democrático do Iraque é integrar os árabes sunitas. E os curdos convocaram um plebiscito sobre a independência para 25 de setembro.
Tal Afar está em poder do Estado Islâmico desde 2014. Depois da queda de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que também havia sido conquistada há três anos, Tal Afar é um dos últimos redutos da milícia extremista muçulmana no Iraque.
Em 29 de junho, depois de nove meses de batalha, a televisão estatal iraquiana anunciou com orgulho: "O mito do Califado do Estado Islâmico acabou." Mas a guerra não terminou.
Sem Tal Afar, o Estado Islâmico não terá mais nenhum território importante sob controle. Para sobreviver, deve recuar a grupo terrorista clandestino e realizar atentados terroristas suicidas nas cidades do Iraque, especialmente nas áreas que um dia dominou.
No deserto, ainda há bolsões no Estado Islâmico. Por isso, parte das forças usadas na ofensiva contra Mossul foi deslocada para a província de Ambar, junto à fronteira com a Síria, onde as Forças Democráticas Sírias, uma aliança árabe-curda apoiada pelos EUA, travam a Batalha de Rakka para tomar a chamada capital do Estado Islâmico.
Depois de ganhar a guerra, o governo iraquiano terá pela frente a tarefa formidável de conquistar a paz. O país está arrasado. As milícias que apoiam o Exército do Iraque vão cobrar seu preço.
A maioria xiita está dividida entre partidários do primeiro-ministro Haider al-Abadi, do ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki e do clérigo radical Muktada al-Sader. Os sunitas se consideram marginalizados desde a queda do ditador Saddam Hussein, em 2003. O desafio democrático do Iraque é integrar os árabes sunitas. E os curdos convocaram um plebiscito sobre a independência para 25 de setembro.
Mulher-bomba do Boko Haram mata 27 pessoas na Nigéria
Um atentado terrorista suicida cometido por uma mulher-bomba atribuído ao grupo terrorista Boko Haram matou 27 pessoas além dela e deixou 83 feridos num mercado da vila de Konduga, perto da cidade de Maiduguri, no estado de Borno, no Nordeste da Nigéria, noticiou o jornal nigeriano The Daily Post.
Cinco horas antes, o Exército havia lançado uma mega operação de comandos mobilizando 2 mil soldados de elite para caçar o líder da milícia extremista muçulmana Boko Haram, Abubakar Shekau. O comandante do Exército quer capturá-lo vivo ou morto em 40 dias.
Foi o terceiro atentado terrorista deste agosto na Nigéria. A explosão aconteceu às 17h50 pela hora local (13h50 em Brasília), quando o mercado estava cheio. A Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências e a Agência Estadual de Gerenciamento de Emergências foram acionadas e ainda não confirmaram o total de mortos e feridos.
Mais de 15 mil pessoas morreram na África Ocidental desde que o Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à região. Há dois anos, o líder que agora está sendo caçado jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. Shekau já foi declarado morto. Alimenta o mito da própria invulnerabilidade.
Cinco horas antes, o Exército havia lançado uma mega operação de comandos mobilizando 2 mil soldados de elite para caçar o líder da milícia extremista muçulmana Boko Haram, Abubakar Shekau. O comandante do Exército quer capturá-lo vivo ou morto em 40 dias.
Foi o terceiro atentado terrorista deste agosto na Nigéria. A explosão aconteceu às 17h50 pela hora local (13h50 em Brasília), quando o mercado estava cheio. A Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências e a Agência Estadual de Gerenciamento de Emergências foram acionadas e ainda não confirmaram o total de mortos e feridos.
Mais de 15 mil pessoas morreram na África Ocidental desde que o Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à região. Há dois anos, o líder que agora está sendo caçado jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. Shekau já foi declarado morto. Alimenta o mito da própria invulnerabilidade.
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Nigéria mobiliza 2 mil soldados para caçar líder do Boko Haram
Com 2 mil soldados de elite, o Exército da Nigéria começou hoje oficialmente a operação para caçar o líder da milícia terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, 18 dias depois de seu comandante, general Tukur Yusuf Buratai, ordenar sua captura vivo ou morto em 40 dias, informou o jornal nigeriano The Daily Post.
O comandante no teatro de operações, general Ibrahim Attahiru, organizou os 2 mil soldados de elite em comandos de operações especiais capaz de realizar patrulhas e armar emboscada no interior profundo do país.
Ao saudar os soldados designados para a missão, o general Attahiru lembrou que depende deles o sucesso da Operação Lafiya Dole e deu sua receita para a vitória: "disciplina, inteligência, autoconfiança e uma determinação implacável".
Cerca de 15 mil pessoas foram mortas desde que o grupo extremista muçulmano Boko Haram (repúdio à educação ocidental) virou uma milícia e aderiu à luta armada, em 2009, para impor a lei islâmica na África Ocidental.
Em março de 2015, Shekau jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. Depois do Estado Islâmico, é o grupo terrorista que mais mata no mundo.
O comandante no teatro de operações, general Ibrahim Attahiru, organizou os 2 mil soldados de elite em comandos de operações especiais capaz de realizar patrulhas e armar emboscada no interior profundo do país.
Ao saudar os soldados designados para a missão, o general Attahiru lembrou que depende deles o sucesso da Operação Lafiya Dole e deu sua receita para a vitória: "disciplina, inteligência, autoconfiança e uma determinação implacável".
Cerca de 15 mil pessoas foram mortas desde que o grupo extremista muçulmano Boko Haram (repúdio à educação ocidental) virou uma milícia e aderiu à luta armada, em 2009, para impor a lei islâmica na África Ocidental.
Em março de 2015, Shekau jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. Depois do Estado Islâmico, é o grupo terrorista que mais mata no mundo.
Trump recua e culpa "ambos os lados" em Charlottesville
Durou pouco mais de 24 horas a condenação explícita do presidente Donald Trump aos grupos neonazistas que entraram em choque com militantes antifascistas no sábado em Charlottesville, no estado da Virgínia. Hoje o presidente dos Estados Unidos voltou a culpar "ambos os lados" pela violência.
Depois de ficar em silêncio durante dois dias, sob intensa pressão dentro de seu próprio partido, Trump responsabilizou ontem grupos de extrema direita e citou nominalmente a organização do Ku Klux Klan e os supremacistas brancos. Voltou atrás hoje para incluir o que chamou de extrema esquerda.
"Penso que há culpa dos dois lados", declarou o presidente em entrevista na Trump Tower, sua residência particular em Nova York. "Você tinha de um lado um grupo que era ruim e do outro lado um grupo que também era violento e ninguém quer dizer isso, mas eu vou dizer agora. Você tinha um grupo do outro lado que não tinha permissão [para protestar] e saiu atacando. Eles foram muito violentos."
Sempre rápido ao atacar inimigos reais ou imaginários e a denunciar terroristas islâmicos, desta vez o presidente justificou a demora de dois dias para culpar os supremacistas brancos com base na cautela: "Antes de fazer uma declaração, preciso saber dos fatos." Ele não chamou o jovem que jogou um carro contra manifestantes antifascistas de terrorista.
No sábado, o presidente afirmou: "Condenamos nos termos mais fortes possíveis esta demonstração escandalosa de ódio, violência e intolerância de muitos lados." E repetiu: "muitos lados".
Desde então, quatro altos dirigentes industriais deixaram o Conselho Manufatureiro Americano, um órgão cosultivo da Casa Branca. Raivoso, Trump disse que eles saíram do governo "porque não estão levando seu trabalho a sério em relação a este país. Estão saindo constrangidos porque fabricam seus produtos no exterior."
Em seguida, o presidente argumentou que muitos manifestantes não eram neonazistas, estavam lá simplesmente protestando contra a remoção da estátua do general Robert Lee, comandante militar dos estados do Sul que lutaram para manter a escravidão e dividir os EUA na Guerra da Secessão (1861-65), o pior conflito armado da história do país, com mais de 600 mil mortes.
"Eu condenei os neonazistas", alegou Trump. "Condenei vários grupos diferentes. Mas nem todas aquelas pessoas eram neonazistas, acreditem em mim. Nem todas aquelas pessoas eram supremacistas brancos, em nenhuma medida. Aquelas pessoas estavam lá porque decidiram protestar contra a retirada da estátua de Robert Lee."
Trump questionou a remoção dos símbolos da Confederação, que lutou contra as forças abolicionistas da União, liderada pelo presidente Abraham Lincoln, dizendo que os presidentes e fundadores dos EUA George Washington e Thomas Jefferon tinham escravos: "George Washington será o próximo? Onde isso vai parar?"
Mais uma vez, o presidente acusou os jornalistas de distorcerem a realidade: "O que dizer da ultraesquerda que chegou atacando o que vocês chamam de ultradireita? O que dizer do fato que eles chegaram atacando com porretes na mão?"
Imediatamente, foi elogiado pelo ex-líder do KKK David Duke, que estava na manifestação neonazista em Charlottesville: "Obrigado, presidente Donald Trump, por sua honestidade e coragem ao dizer a verdade sobre Charlottesville e condenar os terroristas de esquerda."
Sempre rápido ao atacar inimigos reais ou imaginários e a denunciar terroristas islâmicos, desta vez o presidente justificou a demora de dois dias para culpar os supremacistas brancos com base na cautela: "Antes de fazer uma declaração, preciso saber dos fatos." Ele não chamou o jovem que jogou um carro contra manifestantes antifascistas de terrorista.
No sábado, o presidente afirmou: "Condenamos nos termos mais fortes possíveis esta demonstração escandalosa de ódio, violência e intolerância de muitos lados." E repetiu: "muitos lados".
Desde então, quatro altos dirigentes industriais deixaram o Conselho Manufatureiro Americano, um órgão cosultivo da Casa Branca. Raivoso, Trump disse que eles saíram do governo "porque não estão levando seu trabalho a sério em relação a este país. Estão saindo constrangidos porque fabricam seus produtos no exterior."
Em seguida, o presidente argumentou que muitos manifestantes não eram neonazistas, estavam lá simplesmente protestando contra a remoção da estátua do general Robert Lee, comandante militar dos estados do Sul que lutaram para manter a escravidão e dividir os EUA na Guerra da Secessão (1861-65), o pior conflito armado da história do país, com mais de 600 mil mortes.
"Eu condenei os neonazistas", alegou Trump. "Condenei vários grupos diferentes. Mas nem todas aquelas pessoas eram neonazistas, acreditem em mim. Nem todas aquelas pessoas eram supremacistas brancos, em nenhuma medida. Aquelas pessoas estavam lá porque decidiram protestar contra a retirada da estátua de Robert Lee."
Trump questionou a remoção dos símbolos da Confederação, que lutou contra as forças abolicionistas da União, liderada pelo presidente Abraham Lincoln, dizendo que os presidentes e fundadores dos EUA George Washington e Thomas Jefferon tinham escravos: "George Washington será o próximo? Onde isso vai parar?"
Mais uma vez, o presidente acusou os jornalistas de distorcerem a realidade: "O que dizer da ultraesquerda que chegou atacando o que vocês chamam de ultradireita? O que dizer do fato que eles chegaram atacando com porretes na mão?"
Imediatamente, foi elogiado pelo ex-líder do KKK David Duke, que estava na manifestação neonazista em Charlottesville: "Obrigado, presidente Donald Trump, por sua honestidade e coragem ao dizer a verdade sobre Charlottesville e condenar os terroristas de esquerda."
Macron chega aos 100 dias com impopularidade recorde
Ao completar 100 dias no cargo, o jovem presidente Emmanuel Macron registra a maior queda de popularidade de um chefe da Estado da França. Em junho, quando seu partido República em Marcha conquistou maioria absoluta na Assembleia Nacional, Macron tinha o apoio de 64%. Hoje, só 36% estão satisfeitos com o presidente francês, enquanto 64% o desaprovam.
Na mesma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), em julho, Macron tinha 54% a favor. Isso indica que a queda mais forte foi recente. Seu antecessor, François Hollande, chegou aos 100 dias com 46% de aprovação e 54% da rejeição.
A lua de mel foi rápida. O mais jovem líder francês desde o imperador Napoleão Bonaparte foi acusado de bonapartismo e perdeu apoio à direita ao discutir publicamente com o comandante-em-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Pierre de Villiers, que criticou os cortes orçamentários e caiu.
Em setembro, depois da volta dos franceses das férias de verão no Hemisfério Norte, Macron terá de enfrentar os protestos dos sindicatos e das ruas contra sua proposta da reforma da Lei do Trabalho, que na França é maior do que a Bíblia. A reforma trabalhista foi uma das promessas de campanha de Macron.
Na mesma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), em julho, Macron tinha 54% a favor. Isso indica que a queda mais forte foi recente. Seu antecessor, François Hollande, chegou aos 100 dias com 46% de aprovação e 54% da rejeição.
A lua de mel foi rápida. O mais jovem líder francês desde o imperador Napoleão Bonaparte foi acusado de bonapartismo e perdeu apoio à direita ao discutir publicamente com o comandante-em-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Pierre de Villiers, que criticou os cortes orçamentários e caiu.
Em setembro, depois da volta dos franceses das férias de verão no Hemisfério Norte, Macron terá de enfrentar os protestos dos sindicatos e das ruas contra sua proposta da reforma da Lei do Trabalho, que na França é maior do que a Bíblia. A reforma trabalhista foi uma das promessas de campanha de Macron.
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segunda-feira, 14 de agosto de 2017
"China não vai permitir guerra na sua fronteira", diz cônsul no Rio
A China não acredita que o atual tiroteio verbal entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte desande numa guerra. Defende a desnuclearização da Península da Coreia, uma solução pacífica e a estabilidade, afirmou hoje o cônsul geral no Rio de Janeiro, Li Yang.
"Duvido que eles vão à guerra", declarou o cônsul-geral chinês ao participar do seminário A China no Cenário Internacional, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A China não permitir que ninguém faça guerra na sua fronteira", numa clara advertência aos EUA.
O jornal oficial chinês Global Times já avisou: se a Coreia do Norte atacar, a China fica neutra; se os EUA ou a Coreia do Sul agredirem, a China vai defender a Coreia do Norte.
Li lembrou que havia uma negociação em andamento depois da visita do presidente Bill Clinton e seu encontro com o fundador da Coreia do Norte, o Grande Líder Kim Il Sung, em 1994. Com a chegada de George W. Bush à Casa Branca, em 2001, a possibilidade de um acordo acabou.
"Estivemos perto em vários momentos. Quando chegamos perto, os EUA tomam medidas para reescalar", criticou o cônsul chinês.
Em artigo no jornal The Wall Street Journal no sábado passado, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, arquiteto da reaproximação EUA-China em 1971, argumentou que a solução pacífica da crise norte-coreana depende de uma convergência dos interesses estratégicos das duas grandes potências.
Ambas têm interesse na desnuclearização da Península Coreana para evitar uma corrida armamentista nuclear no Leste da Ásia, onde Japão, Coreia do Sul, Vietnã e outros países poderiam desenvolver armas atômicas.
"Se esse foco de conflito desaparecer, não haverá mais necessidade de tropas americanas na Península Coreana", comentou Li. Seria um elemento de barganha da China.
Kissinger teme que a desnuclearização leve ao colapso do regime norte-coreano. Ele entende que EUA e China precisam formular uma visão comum sobre o futuro da Coreia, se serão mantidos dois países ou a península será reunificada.
Outro ponto importante para a China é o desmantelamento do sistema de defesa antimísseis instalado na Coreia do Sul para proteger o país dos mísseis norte-coreanos. No futuro, pode ser usado contra a China em caso de conflito com os EUA.
Sobre a mobilização do Exército da Índia numa região da fronteira entre os dois países disputada desde a guerra civil de 1962, o consul insistiu que a China é a favor da solução pacífica de todos os conflitos. Mas fez uma advertência: "Se nossa terra for invadida ou ocupada, não teremos escolha."
"Duvido que eles vão à guerra", declarou o cônsul-geral chinês ao participar do seminário A China no Cenário Internacional, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A China não permitir que ninguém faça guerra na sua fronteira", numa clara advertência aos EUA.
O jornal oficial chinês Global Times já avisou: se a Coreia do Norte atacar, a China fica neutra; se os EUA ou a Coreia do Sul agredirem, a China vai defender a Coreia do Norte.
Li lembrou que havia uma negociação em andamento depois da visita do presidente Bill Clinton e seu encontro com o fundador da Coreia do Norte, o Grande Líder Kim Il Sung, em 1994. Com a chegada de George W. Bush à Casa Branca, em 2001, a possibilidade de um acordo acabou.
"Estivemos perto em vários momentos. Quando chegamos perto, os EUA tomam medidas para reescalar", criticou o cônsul chinês.
Em artigo no jornal The Wall Street Journal no sábado passado, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, arquiteto da reaproximação EUA-China em 1971, argumentou que a solução pacífica da crise norte-coreana depende de uma convergência dos interesses estratégicos das duas grandes potências.
Ambas têm interesse na desnuclearização da Península Coreana para evitar uma corrida armamentista nuclear no Leste da Ásia, onde Japão, Coreia do Sul, Vietnã e outros países poderiam desenvolver armas atômicas.
"Se esse foco de conflito desaparecer, não haverá mais necessidade de tropas americanas na Península Coreana", comentou Li. Seria um elemento de barganha da China.
Kissinger teme que a desnuclearização leve ao colapso do regime norte-coreano. Ele entende que EUA e China precisam formular uma visão comum sobre o futuro da Coreia, se serão mantidos dois países ou a península será reunificada.
Outro ponto importante para a China é o desmantelamento do sistema de defesa antimísseis instalado na Coreia do Sul para proteger o país dos mísseis norte-coreanos. No futuro, pode ser usado contra a China em caso de conflito com os EUA.
Sobre a mobilização do Exército da Índia numa região da fronteira entre os dois países disputada desde a guerra civil de 1962, o consul insistiu que a China é a favor da solução pacífica de todos os conflitos. Mas fez uma advertência: "Se nossa terra for invadida ou ocupada, não teremos escolha."
Trump condena neonazistas com dois dias de atraso
Dois dias depois dos acontecimentos em Charlottesville, sob intensa pressão de seu próprio Partido Republicano, visivelmente a contragosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente condenou expressamente os grupos de ultradireita responsáveis pela violência que deixou três mortos, "inclusive o Ku Klux Klan, os neonazistas e supremacistas brancos".
"O racismo é um mal", declarou Trump, "e aqueles que causam violência em seu nome são bandidos e criminosos, inclusive o Ku Klux Klan, neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos repugnantes diante do que consideramos mais caro como americanos."
Horas antes de sua declaração conciliatória, onde usou as palavras "amor", "alegria" e "justiça", o presidente havia atacado duramente no Twitter o diretor-geral do grupo Merck, Ken Frasier, que abandonou o Conselho Manufatureiro Americano, órgão consultivo da Casa Branca, em protesto contra "a intolerância e o extremismo".
Isso indica que Trump foi fortemente pressionado para condenar o racismo e os grupos supremacistas brancos explicitamente, depois de fazer uma acusação genérica de intolerância e extremismo de "muitas partes".
Trump relutou porque os grupos racistas de extrema direita fazem parte do núcleo duro de sua base de apoio. O ex-líder do KKK David Duke reclamou do presidente, lembrando que "ele foi eleito pelos americanos brancos, não por radicais de esquerda".
A campanha de Trump resgatou a legitimidade desses grupos e em nenhum momento, pelo menos até agora, ele havia se distanciado claramente desses partidários extremistas.
"O racismo é um mal", declarou Trump, "e aqueles que causam violência em seu nome são bandidos e criminosos, inclusive o Ku Klux Klan, neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos repugnantes diante do que consideramos mais caro como americanos."
Horas antes de sua declaração conciliatória, onde usou as palavras "amor", "alegria" e "justiça", o presidente havia atacado duramente no Twitter o diretor-geral do grupo Merck, Ken Frasier, que abandonou o Conselho Manufatureiro Americano, órgão consultivo da Casa Branca, em protesto contra "a intolerância e o extremismo".
Isso indica que Trump foi fortemente pressionado para condenar o racismo e os grupos supremacistas brancos explicitamente, depois de fazer uma acusação genérica de intolerância e extremismo de "muitas partes".
Trump relutou porque os grupos racistas de extrema direita fazem parte do núcleo duro de sua base de apoio. O ex-líder do KKK David Duke reclamou do presidente, lembrando que "ele foi eleito pelos americanos brancos, não por radicais de esquerda".
A campanha de Trump resgatou a legitimidade desses grupos e em nenhum momento, pelo menos até agora, ele havia se distanciado claramente desses partidários extremistas.
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Líder empresarial negro deixa o governo Trump
Diante da ambiguidade do presidente em relação à passeata neonazista do fim de semana, o diretor-geral do grupo Merck, Kenneth Frasier, saiu hoje do Conselho Manufatureiro Americano do governo Donald Trump, dizendo que estava tomando uma posição contra a intolerância e o extremismo, noticiou a jornal digital The Huffington Post.
A primeira reação do presidente foi atacar o executivo no Twitter, disparando que agora Frasier teria mais tempo para pensar nos preços abusivos dos medicamentos.
Horas depois, finalmente, dois dias depois da manifestação de supremacistas brancos em Charlottesville, uma cidade universitária do estado da Virgínia, Trump denunciou nominalmente a organização racista Ku Klux Klan, os neonazistas e os supremacistas brancos, responsabilizando-os pela violência. Logo após os acontecimentos, o presidente havia condenado o "fanatismo e a violência" de "muitas partes" - e repetido "muitas partes".
A primeira reação do presidente foi atacar o executivo no Twitter, disparando que agora Frasier teria mais tempo para pensar nos preços abusivos dos medicamentos.
Horas depois, finalmente, dois dias depois da manifestação de supremacistas brancos em Charlottesville, uma cidade universitária do estado da Virgínia, Trump denunciou nominalmente a organização racista Ku Klux Klan, os neonazistas e os supremacistas brancos, responsabilizando-os pela violência. Logo após os acontecimentos, o presidente havia condenado o "fanatismo e a violência" de "muitas partes" - e repetido "muitas partes".
domingo, 13 de agosto de 2017
Prefeito critica Trump por não condenar neonazistas
Um dia depois do conflito entre neonazistas e antifascistas em Charlottesville, na Virgínia, o prefeito democrata Michael Signer criticou hoje as "repetidas falhas" do presidente Donald Trump ao não condenar explicitamente os supremacistas brancos que invadiram a cidade.
"Vejam a campanha que ele fez. Vejam a aproximação a grupos supremacistas brancos, nacionalistas brancos", declarou o prefeito de Charlottesville em entrevista à televisão americana CNN.
O movimento Una a Direita convocou uma manifestação de protesto contra a remoção de uma estátua do general Robert Lee, comandante militar dos Estados Confederados do Sul, que lutaram para manter a escravidão e dividir os Estados Unidos na Guerra da Secessão (1861-65).
Quando viram símbolos nazistas, da organização racista Ku Klux Klan e da campanha de Trump no coração de uma cidade universitária americana, ativistas liberais, esquerdistas e antifascistas decidiram reagir.
Houve confronto e confusão. Um homem jogou um carro contra um grupo de manifestantes antifascistas, matando uma mulher de 32 anos e ferindo outras 19 pessoas.
Ao comentar o caso, Trump condenou a violência, o fanatismo e a intolerância de "muitas partes", generalizando, sem responsabilizar explicitamente os neonazistas.
"Vejam a campanha que ele fez. Vejam a aproximação a grupos supremacistas brancos, nacionalistas brancos", declarou o prefeito de Charlottesville em entrevista à televisão americana CNN.
O movimento Una a Direita convocou uma manifestação de protesto contra a remoção de uma estátua do general Robert Lee, comandante militar dos Estados Confederados do Sul, que lutaram para manter a escravidão e dividir os Estados Unidos na Guerra da Secessão (1861-65).
Quando viram símbolos nazistas, da organização racista Ku Klux Klan e da campanha de Trump no coração de uma cidade universitária americana, ativistas liberais, esquerdistas e antifascistas decidiram reagir.
Houve confronto e confusão. Um homem jogou um carro contra um grupo de manifestantes antifascistas, matando uma mulher de 32 anos e ferindo outras 19 pessoas.
Ao comentar o caso, Trump condenou a violência, o fanatismo e a intolerância de "muitas partes", generalizando, sem responsabilizar explicitamente os neonazistas.
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sábado, 12 de agosto de 2017
Manifestação neonazista termina com três mortes nos EUA
O governador Terry McAuliffe decretou estado de emergência no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, depois que uma manifestação neonazista provocou em conflito com ativistas antifascistas na cidade universitária de Charlottesville. Pelo menos três pessoas morreram e dezenove saíram feridas, informou o boletim de notícias The Hill.
"Vão embora para casa e não voltem", declarou o governador dirigindo-se aos "nazistas e supremacistas brancos": "Parem de atacar os outros. Este país é forte por sua diversidade e precisa de união."
Com símbolos nazistas, do Ku Klux Klan, da Confederação e da campanha de Donald Trump, os supremacistas brancos se reuniram em Charlottesville para protestar contra a remoção de uma estátua do general Robert Lee, comandante militar dos estados confederados do Sul, que lutavam na Guerra da Secessão para dividir o país e manter a escravidão.
Os radicais de direita se reuniram na sexta-feira à noite no campus da Universidade da Virgínia em Charlottesville. Eles gritaram palavras de ordem contra negros, gays, judeus e latino-americanos, e brandiram tochas como as usadas pelo KKK para queimar negros em fogueiras.
As imagens de neonazistas brancos com tochas, símbolos neonazistas e do KKK, e armas no centro de uma cidade universitária dos EUA logo se espalharam nas redes sociais e provocaram a mobilização de ativistas antifascistas que decidiram enfrentar os extremistas de direita.
Hoje, os extremistas de direita marchavam rumo ao Parque da Emancipação (dos escravos), antes conhecido como Parque Lee quando foram confrontados pelos antifascistas e a violência explodiu.
Quando os ativistas antirracistas festejavam, depois de dispersar a manifestação dos supremacistas brancos, um carro acelerou sobre a multidão. Uma mulher de 32 foi atropelada e morta. Dezenove pessoas saíram feridas. A polícia prendeu James Alex Fields Jr., de 20 anos.
O líder supremacista branco Richard Spencer prometeu voltar a Charlottesville, enquanto o ex-líder do Klan David Duke desafiou o presidente Trump, alegando que ele foi eleito por "americanos brancos e não por radicais de esquerda".
Os outros dois mortos eram policiais que estavam num helicóptero que caiu quando acompanhava os protestos.
Trump fez uma declaração genérica condenando a violência. Está sendo criticado por não apontar claramente de onde partiu a violência, de equiparar os neonazistas aos ativistas liberais que decidiram enfrentá-los.
"Vão embora para casa e não voltem", declarou o governador dirigindo-se aos "nazistas e supremacistas brancos": "Parem de atacar os outros. Este país é forte por sua diversidade e precisa de união."
Com símbolos nazistas, do Ku Klux Klan, da Confederação e da campanha de Donald Trump, os supremacistas brancos se reuniram em Charlottesville para protestar contra a remoção de uma estátua do general Robert Lee, comandante militar dos estados confederados do Sul, que lutavam na Guerra da Secessão para dividir o país e manter a escravidão.
Os radicais de direita se reuniram na sexta-feira à noite no campus da Universidade da Virgínia em Charlottesville. Eles gritaram palavras de ordem contra negros, gays, judeus e latino-americanos, e brandiram tochas como as usadas pelo KKK para queimar negros em fogueiras.
As imagens de neonazistas brancos com tochas, símbolos neonazistas e do KKK, e armas no centro de uma cidade universitária dos EUA logo se espalharam nas redes sociais e provocaram a mobilização de ativistas antifascistas que decidiram enfrentar os extremistas de direita.
Hoje, os extremistas de direita marchavam rumo ao Parque da Emancipação (dos escravos), antes conhecido como Parque Lee quando foram confrontados pelos antifascistas e a violência explodiu.
Quando os ativistas antirracistas festejavam, depois de dispersar a manifestação dos supremacistas brancos, um carro acelerou sobre a multidão. Uma mulher de 32 foi atropelada e morta. Dezenove pessoas saíram feridas. A polícia prendeu James Alex Fields Jr., de 20 anos.
O líder supremacista branco Richard Spencer prometeu voltar a Charlottesville, enquanto o ex-líder do Klan David Duke desafiou o presidente Trump, alegando que ele foi eleito por "americanos brancos e não por radicais de esquerda".
Os outros dois mortos eram policiais que estavam num helicóptero que caiu quando acompanhava os protestos.
Trump fez uma declaração genérica condenando a violência. Está sendo criticado por não apontar claramente de onde partiu a violência, de equiparar os neonazistas aos ativistas liberais que decidiram enfrentá-los.
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China toma posição no conflito EUA-Coreia do Norte
Através de um de seus porta-vozes mais radicais, o jornal Global Times, o regime comunista da China anunciou sua posição no conflito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Se a ditadura stalinista norte-coreana atacar, a China ficará neutra. Se os EUA ou a Coreia do Sul iniciarem a guerra, a China vai defender a Coreia do Norte.
Assim, uma ação unilateral, um ataque preventivo, vai colocar os EUA em conflito com a China. O regime comunista chinês não vai aceitar que os americanos imponham uma solução para um problema estratégico na sua fronteira.
Pelo mesmo motivo, para não ter uma Coreia unificada com tropas americanas na sua fronteira, a recém-criada República Popular da China entrou na Guerra da Coreia (1950-53), em setembro de 1950, e conseguiu seu objetivo estratégico de empurrar as forças lideradas pelos EUA para o sul do paralelo 38º Norte.
A China é o país-chave para uma solução pacífica da questão norte-coreana. Em artigo no jornal The Wall Street Journal, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, arquiteto da reaproximação dos dois países em 1971, afirmou que uma saída diplomática depende de uma fusão dos objetivos da China e dos EUA num "consenso operacional".
Há mais de 20 anos, os EUA relutam em usar a força, mas não conseguem impedir a Coreia do Norte de fabricar bombas atômicas. Em 1994, no governo Bill Clinton, o Departamento de Estado estimou em 1 milhão o total de mortos numa nova guerra da Coreia. Agora, o secretário da Defesa, James Mattis, descreveu a possibilidade de guerra na Península Coreana como "catastrófica".
No fim do governo Clinton, Washington e Pionguiangue estiveram perto de um acordo de paz para acabar com a primeira Guerra da Coreia, declarou ao jornal The New York Times um diplomata americano envolvido nas negociações.
A denúncia a um "eixo do mal" formado por Irã, Iraque e Coreia do Norte, feita no Discurso sobre o Estado da União do presidente George W. Bush, em 29 de janeiro de 2002, acabou com a negociação.
Ao atacar o Iraque de Saddam Hussein, que não tinha armas de destruição em massa, a Coreia do Norte e o Irã aceleraram seus programas nucleares. Com a queda, em 2011, do ditador Muamar Kadafi, na Líbia, que abrira mão de seu programa nuclear, o novo ditador norte-coreano, Kim Jong Un, decidiu fazer armas atômicas como garantia de sobrevivência do regime.
Como uma guerra com os EUA, nuclear ou não, seria o fim do regime, a esperança de paz está na racionalidade do terceiro Kim a governar a República Popular Democrática da Coreia desde sua fundação, em 1948.
O país mais afetado além das duas Coreias seria a China, que tem interesse direto no desarmamento nuclear da Coreia do Norte para evitar uma onda de proliferação no Leste da Ásia, onde Japão, Coreia do Sul e o Vietnã podem entender que sua defesa depende de armas atômicas.
A ditadura norte-coreana investiu tanto no programa nuclear, enquanto seu povo vive na miséria e na fome, que abandonar ou cortar substancialmente o investimento em armas atômicas pode gerar a queda do regime stalinista de Pionguiangue.
Por temor de colapso do regime, a China mantém o status quo. É responsável por 85% do comércio exterior norte-coreano. O governo de Beijim teme tanto o caos e a desintegração da Coreia do Norte, e seu impacto sobre a crise social chinesa, quanto a segurança da fronteira nordeste.
Deste modo, a China tem interesse não apenas na desnuclearização da Coreia do Norte, mas no futuro do país. O regime comunista vai cair? Como será a reunificação com a Coreia do Sul? Em que termos? As tropas dos EUA, hoje 28 mil, ficam?
Sem um acordo entre China e EUA, não haverá desnuclearização da Coreia do Norte, advertiu Kissinger, acrescentando que a Coreia do Sul e o Japão também precisam participar do processo.
Assim, uma ação unilateral, um ataque preventivo, vai colocar os EUA em conflito com a China. O regime comunista chinês não vai aceitar que os americanos imponham uma solução para um problema estratégico na sua fronteira.
Pelo mesmo motivo, para não ter uma Coreia unificada com tropas americanas na sua fronteira, a recém-criada República Popular da China entrou na Guerra da Coreia (1950-53), em setembro de 1950, e conseguiu seu objetivo estratégico de empurrar as forças lideradas pelos EUA para o sul do paralelo 38º Norte.
A China é o país-chave para uma solução pacífica da questão norte-coreana. Em artigo no jornal The Wall Street Journal, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, arquiteto da reaproximação dos dois países em 1971, afirmou que uma saída diplomática depende de uma fusão dos objetivos da China e dos EUA num "consenso operacional".
Há mais de 20 anos, os EUA relutam em usar a força, mas não conseguem impedir a Coreia do Norte de fabricar bombas atômicas. Em 1994, no governo Bill Clinton, o Departamento de Estado estimou em 1 milhão o total de mortos numa nova guerra da Coreia. Agora, o secretário da Defesa, James Mattis, descreveu a possibilidade de guerra na Península Coreana como "catastrófica".
No fim do governo Clinton, Washington e Pionguiangue estiveram perto de um acordo de paz para acabar com a primeira Guerra da Coreia, declarou ao jornal The New York Times um diplomata americano envolvido nas negociações.
A denúncia a um "eixo do mal" formado por Irã, Iraque e Coreia do Norte, feita no Discurso sobre o Estado da União do presidente George W. Bush, em 29 de janeiro de 2002, acabou com a negociação.
Ao atacar o Iraque de Saddam Hussein, que não tinha armas de destruição em massa, a Coreia do Norte e o Irã aceleraram seus programas nucleares. Com a queda, em 2011, do ditador Muamar Kadafi, na Líbia, que abrira mão de seu programa nuclear, o novo ditador norte-coreano, Kim Jong Un, decidiu fazer armas atômicas como garantia de sobrevivência do regime.
Como uma guerra com os EUA, nuclear ou não, seria o fim do regime, a esperança de paz está na racionalidade do terceiro Kim a governar a República Popular Democrática da Coreia desde sua fundação, em 1948.
O país mais afetado além das duas Coreias seria a China, que tem interesse direto no desarmamento nuclear da Coreia do Norte para evitar uma onda de proliferação no Leste da Ásia, onde Japão, Coreia do Sul e o Vietnã podem entender que sua defesa depende de armas atômicas.
A ditadura norte-coreana investiu tanto no programa nuclear, enquanto seu povo vive na miséria e na fome, que abandonar ou cortar substancialmente o investimento em armas atômicas pode gerar a queda do regime stalinista de Pionguiangue.
Por temor de colapso do regime, a China mantém o status quo. É responsável por 85% do comércio exterior norte-coreano. O governo de Beijim teme tanto o caos e a desintegração da Coreia do Norte, e seu impacto sobre a crise social chinesa, quanto a segurança da fronteira nordeste.
Deste modo, a China tem interesse não apenas na desnuclearização da Coreia do Norte, mas no futuro do país. O regime comunista vai cair? Como será a reunificação com a Coreia do Sul? Em que termos? As tropas dos EUA, hoje 28 mil, ficam?
Sem um acordo entre China e EUA, não haverá desnuclearização da Coreia do Norte, advertiu Kissinger, acrescentando que a Coreia do Sul e o Japão também precisam participar do processo.
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Trump adverte Coreia do Norte: armas estão "carregadas e engatilhadas"
Em sua escalada verbal com a ditadura comunista da Coreia do Norte, o presidente Donald Trump afirmou hoje de manhã no Twitter que as Forças Armadas dos Estados Unidos estão prontas para a guerra e à tarde esperar que os norte-coreanos entendam a gravidade da advertência.
"As soluções militares estão totalmente preparadas, carregadas e engatilhadas, se a Coreia do Norte agir insensatamente", disparou Trump no Twitter ao amanhecer. "Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho.
Durante entrevista no seu clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, Trump visou diretamente o ditador Kim Jong Un: "Este cara não vai escapar depois do que está fazendo. Se fizer uma ameaça clara ou qualquer ação contra a ilha de Guam, território dos EUA, ele vai lamentar e lamentar rapidamente."
Apesar da retórica inflamada do presidente, os militares americanos não dão sinais de que estejam se preparando para uma guerra. Trump tenta ganhar no grito. Com um discurso inflamado, acredita estar agindo mais com firmeza do que seus antecessores, que não conseguiram parar o programa nuclear militar norte-coreano.
Desde 2006, a Coreia do Norte fez cinco testes nucleares e dezenas de testes de mísseis. Os últimos, de mísseis de longo alcance, indicariam capacidade de atingir o território continental dos EUA. Isso provocou o tiroteio verbal de Trump.
Uma guerra não interessa a ninguém. Para a ditadura stalinista de Pionguiangue, seria uma derrota certa e o fim. Numa simulação feita pelo Departamento da Defesa dos EUA em 1994 a pedido do então presidente, Bill Clinton, a estimativa seria de mais de um milhão de mortes.
Só com o arsenal convencional, o regime comunista norte-coreano tem condições de arrasar Seul, a capital da Coreia do Sul, uma cidade de 10 milhões de habitantes. Mesmo em caso de vitória, o custo de reconstrução e de reunificação da Coreia seria tremendo para o Sul abalando o extraordinário desenvolvimento econômico das últimas décadas e o atual nível de riqueza.
Para a China, além do risco de uma guerra nuclear em sua fronteira, poderia haver uma onda de refugiados norte-coreanos e a reunificação da Península Coreana sob o controle da Coreia do Sul, onde há 28 mil soldados americanos, uma presença militar que vem desde a Guerra da Coreia (1950-53).
Os EUA lutaram a Guerra da Coreia com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que a União Soviética boicotava por causa da exclusão da China comunista, para reunificar o país. Quando as tropas americanas e aliados cruzaram o paralelo 38º Norte, o Exército Popular de Libertação da China atravessou o rio Yalu e entrou na guerra.
Dentro da Guerra da Coreia, houve uma guerra entre os EUA e a China, vencida pela China, que conseguiu empurrar os americanos de volta para baixo do paralelo 38º Norte, restaurando o status quo anterior à guerra, iniciada quando o avô de Kim Jong Un, o Grande Líder Kim Il Sung, invadiu o Sul.
Desde então, não houve mais guerras entre os EUA e a China. Com a ascensão da China a superpotência, seria uma guerra hoje de consequências catastróficas, tema de A Armadilha de Tucídides, último livro do professor Graham Allison, da Universidade de Harvard, autor do clássico The Essence of Decision, sobre a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.
"As soluções militares estão totalmente preparadas, carregadas e engatilhadas, se a Coreia do Norte agir insensatamente", disparou Trump no Twitter ao amanhecer. "Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho.
Durante entrevista no seu clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, Trump visou diretamente o ditador Kim Jong Un: "Este cara não vai escapar depois do que está fazendo. Se fizer uma ameaça clara ou qualquer ação contra a ilha de Guam, território dos EUA, ele vai lamentar e lamentar rapidamente."
Apesar da retórica inflamada do presidente, os militares americanos não dão sinais de que estejam se preparando para uma guerra. Trump tenta ganhar no grito. Com um discurso inflamado, acredita estar agindo mais com firmeza do que seus antecessores, que não conseguiram parar o programa nuclear militar norte-coreano.
Desde 2006, a Coreia do Norte fez cinco testes nucleares e dezenas de testes de mísseis. Os últimos, de mísseis de longo alcance, indicariam capacidade de atingir o território continental dos EUA. Isso provocou o tiroteio verbal de Trump.
Uma guerra não interessa a ninguém. Para a ditadura stalinista de Pionguiangue, seria uma derrota certa e o fim. Numa simulação feita pelo Departamento da Defesa dos EUA em 1994 a pedido do então presidente, Bill Clinton, a estimativa seria de mais de um milhão de mortes.
Só com o arsenal convencional, o regime comunista norte-coreano tem condições de arrasar Seul, a capital da Coreia do Sul, uma cidade de 10 milhões de habitantes. Mesmo em caso de vitória, o custo de reconstrução e de reunificação da Coreia seria tremendo para o Sul abalando o extraordinário desenvolvimento econômico das últimas décadas e o atual nível de riqueza.
Para a China, além do risco de uma guerra nuclear em sua fronteira, poderia haver uma onda de refugiados norte-coreanos e a reunificação da Península Coreana sob o controle da Coreia do Sul, onde há 28 mil soldados americanos, uma presença militar que vem desde a Guerra da Coreia (1950-53).
Os EUA lutaram a Guerra da Coreia com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que a União Soviética boicotava por causa da exclusão da China comunista, para reunificar o país. Quando as tropas americanas e aliados cruzaram o paralelo 38º Norte, o Exército Popular de Libertação da China atravessou o rio Yalu e entrou na guerra.
Dentro da Guerra da Coreia, houve uma guerra entre os EUA e a China, vencida pela China, que conseguiu empurrar os americanos de volta para baixo do paralelo 38º Norte, restaurando o status quo anterior à guerra, iniciada quando o avô de Kim Jong Un, o Grande Líder Kim Il Sung, invadiu o Sul.
Desde então, não houve mais guerras entre os EUA e a China. Com a ascensão da China a superpotência, seria uma guerra hoje de consequências catastróficas, tema de A Armadilha de Tucídides, último livro do professor Graham Allison, da Universidade de Harvard, autor do clássico The Essence of Decision, sobre a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.
Trump não descarta intervenção militar na Venezuela
Em uma declaração que ajuda mais o ditador Nicolás Maduro do que a oposição, o presidente Donald Trump admitiu hoje a possibilidade de uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela.
Ao falar sobre a crise com a Coreia do Norte em seu clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, o presidente americano ameaçou mais uma vez usar a força contra a ditadura comunista norte-coreano e, provocado pelos repórteres, não descartou uma ação militar contra o regime chavista.
"Os EUA têm soldados no mundo inteiro, mas a Venezuela fica perto. É um país vizinho", acrescentou, como quem considera fácil invadir um país da América Latina.
Com sua declaração inconsequente, já que ninguém, a não ser os esquerdistas mais delirantes, imagina uma intervenção militar americana na Venezuela, Trump dá uma força para o Maduro, que culpa o imperialismo pela situação econômica desastrosa criada pelas políticas econômicas do regime chavista e seu "socialismo do século 21", inspirado por Cuba.
Ao falar sobre a crise com a Coreia do Norte em seu clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, o presidente americano ameaçou mais uma vez usar a força contra a ditadura comunista norte-coreano e, provocado pelos repórteres, não descartou uma ação militar contra o regime chavista.
"Os EUA têm soldados no mundo inteiro, mas a Venezuela fica perto. É um país vizinho", acrescentou, como quem considera fácil invadir um país da América Latina.
Com sua declaração inconsequente, já que ninguém, a não ser os esquerdistas mais delirantes, imagina uma intervenção militar americana na Venezuela, Trump dá uma força para o Maduro, que culpa o imperialismo pela situação econômica desastrosa criada pelas políticas econômicas do regime chavista e seu "socialismo do século 21", inspirado por Cuba.
Índice de desemprego em Portugal cai para 8,8%
A taxa de desemprego em Portugal manteve a trajetória descendente iniciada no ano passado e caiu para 8,8% no segundo trimestre de 2017, dois pontos abaixo do índice registrado um ano antes, informou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Cerca de 62,5 mil pessoas conseguiram emprego de abril a junho deste ano, reduzindo o total de desempregados em 11,9% para 461,4 mil pessoas. Em um ano, 97,9 mil trabalhadores conseguiram emprego.
A população empregada, de 4,76 milhões de pessoas, cresceu 2,2% no trimestre. Na comparação anual, o avanço foi de 3,4%, o maior desde o quarto trimestre de 2013.
Entre os jovens de 15 a 24 anos, a taxa de desemprego ficou em 22,7%, 4,2 pontos percentuais a menos do que um ano antes. Na faixa de 15 a 34 anos, 10,8% estão desempregados e não estudam estudam, 1,9 ponto a menos do que em junho de 2016.
A proporção de desempregados há mais de um ano está em 59,2% do total, 4,9 pontos a menos do que no fim do primeiro semestre do ano passado.
No auge da crise econômica, no início de 2013, o índice de desemprego em Portugal atingiu um pico de 17,8%. Em fevereiro de 2017, depois de oito anos, caiu abaixo de 10%.
Cerca de 62,5 mil pessoas conseguiram emprego de abril a junho deste ano, reduzindo o total de desempregados em 11,9% para 461,4 mil pessoas. Em um ano, 97,9 mil trabalhadores conseguiram emprego.
A população empregada, de 4,76 milhões de pessoas, cresceu 2,2% no trimestre. Na comparação anual, o avanço foi de 3,4%, o maior desde o quarto trimestre de 2013.
Entre os jovens de 15 a 24 anos, a taxa de desemprego ficou em 22,7%, 4,2 pontos percentuais a menos do que um ano antes. Na faixa de 15 a 34 anos, 10,8% estão desempregados e não estudam estudam, 1,9 ponto a menos do que em junho de 2016.
A proporção de desempregados há mais de um ano está em 59,2% do total, 4,9 pontos a menos do que no fim do primeiro semestre do ano passado.
No auge da crise econômica, no início de 2013, o índice de desemprego em Portugal atingiu um pico de 17,8%. Em fevereiro de 2017, depois de oito anos, caiu abaixo de 10%.
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Trump declara não ter sido suficientemente duro com a Coreia do Norte
Depois de ameaçar reagir às provocações da Coreia do Norte com "fogo e fúria" e uma força "jamais vistos", o presidente Donald Trump declarou hoje que "talvez não tenha sido suficientemente duro" com o ditador Kim Jong Un e o regime comunista de Pionguiangue, noticiou o jornal The New York Times.
Apesar das críticas de estar entrando na guerra verbal da ditadura stalinista norte-coreana, Trump se recusou a recuar para uma postura mais moderada. "Francamente, as pessoas estão questionando aquela declaração. Foi dura demais? Talvez não tenha sido suficientemente dura."
A seguir, o presidente dos Estados Unidos se justificou: "Eles estão fazendo isso com nosso país há anos, há muitos anos, e é hora de alguém se levantar pelo povo deste país e pelos povos de outros países. Então, talvez aquela declaração não tenha sido suficientemente dura."
Trump advertiu: "É bom a Coreia do Norte andar na linha, se não vai ter problemas como poucos países tiveram até hoje." Há dois dias, ele falou em "fogo e fúria", quando foi revelado que o programa nuclear norte-coreano conseguiu miniaturizar uma bomba atômica num tamanho que permite instalá-la num míssil e assim atingir um alvo distante como o território dos EUA.
Em resposta, a ditadura comunista de Pionguiangue anunciou a preparação de um ataque contra a ilha de Guam, uma possessão americana no Ocidente Pacífico onde os EUA bem uma base aérea e uma base naval.
Com tantas provocações e esta escalada retórica, sempre há o risco de um disparo acidental deflagrar um conflito armado, mas a guerra não interessa a ninguém. Seria o fim do regime comunista da Coreia do Norte e sua elite dirigente.
Se forem usadas armas nucleares, o total de mortos é estimado em mais de um milhão. A Coreia do Sul seria arrasada. Os EUA poderiam entrar em conflito com a China, que não quer uma guerra nuclear no seu quintal nem uma onda de refugiados ou uma Coreia unificada com tropas americanas junto à sua fronteira.
A Coreia do Sul, por sua vez, também não quer assumir o ônus da reunificação com o Norte miserável, tendo em vista o que aconteceu com a muito mais rica Alemanha. O governo de Seul prefere uma reforma econômica gradual que prepare o regime comunista para uma reunificação no futuro.
Apesar das críticas de estar entrando na guerra verbal da ditadura stalinista norte-coreana, Trump se recusou a recuar para uma postura mais moderada. "Francamente, as pessoas estão questionando aquela declaração. Foi dura demais? Talvez não tenha sido suficientemente dura."
A seguir, o presidente dos Estados Unidos se justificou: "Eles estão fazendo isso com nosso país há anos, há muitos anos, e é hora de alguém se levantar pelo povo deste país e pelos povos de outros países. Então, talvez aquela declaração não tenha sido suficientemente dura."
Trump advertiu: "É bom a Coreia do Norte andar na linha, se não vai ter problemas como poucos países tiveram até hoje." Há dois dias, ele falou em "fogo e fúria", quando foi revelado que o programa nuclear norte-coreano conseguiu miniaturizar uma bomba atômica num tamanho que permite instalá-la num míssil e assim atingir um alvo distante como o território dos EUA.
Em resposta, a ditadura comunista de Pionguiangue anunciou a preparação de um ataque contra a ilha de Guam, uma possessão americana no Ocidente Pacífico onde os EUA bem uma base aérea e uma base naval.
Com tantas provocações e esta escalada retórica, sempre há o risco de um disparo acidental deflagrar um conflito armado, mas a guerra não interessa a ninguém. Seria o fim do regime comunista da Coreia do Norte e sua elite dirigente.
Se forem usadas armas nucleares, o total de mortos é estimado em mais de um milhão. A Coreia do Sul seria arrasada. Os EUA poderiam entrar em conflito com a China, que não quer uma guerra nuclear no seu quintal nem uma onda de refugiados ou uma Coreia unificada com tropas americanas junto à sua fronteira.
A Coreia do Sul, por sua vez, também não quer assumir o ônus da reunificação com o Norte miserável, tendo em vista o que aconteceu com a muito mais rica Alemanha. O governo de Seul prefere uma reforma econômica gradual que prepare o regime comunista para uma reunificação no futuro.
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quarta-feira, 9 de agosto de 2017
Trump afirma que arsenal nuclear dos EUA nunca foi tão poderoso
Um dia depois de ameaçar reagir com "fogo e fúria" e uma força "jamais vista" às provocações da Coreia do Norte, o presidente Donald Trump advertiu a ditadura comunista de Pionguiangue de que o arsenal nuclear dos Estados Unidos nunca foi tão poderoso.
"Jamais vai haver uma era em que não sejamos a nação mais poderosa do mundo", vangloriou-se o presidente americano, no que parece ser um recado à China. "Minha primeira ordem como presidente foi renovar e modernizar nosso arsenal nuclear. É hoje mais poderoso e mais forte do que nunca antes", gabou-se Trump no Twitter.
É mais uma mentira do presidente narcisista. A modernização do arsenal nuclear dos EUA em andamento é um projeto de US$ 1 trilhão do governo Barack Obama. Não seria realizável em seis meses de governo e está longe de terminar.
"Espero que nunca tenhamos de usar esse poderio, mas jamais vai haver uma era em que não sejamos a nação mais poderosa do mundo", acrescentou o presidente em outro tuíte.
Ontem, depois que o jornal The Washington Post revelou que o regime stalinista norte-coreano já tem capacidade de instalar uma bomba atômica na cabeça de um míssil de longo alcance, Trump interrompeu as férias em seu clube de golfe em Bedminster, em Nova Jérsei. Ele alertou o ditador Kim Jong Un de que suas ameaças foram "além do normal" e seriam respondidas com "fogo e fúria, e francamente com uma força como o mundo jamais viu".
Em resposta, a Coreia do Norte ameaçou atacar a ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA têm duas bases militares. Desde 2006, a ditadura de Pionguiangue fez seis testes nucleares. Só neste ano, mais de dez testes de mísseis balísticos.
Hoje fez 72 anos do segundo e último ataque nuclear da história, dos EUA contra a cidade de Nagasaki, no Japão, onde pelo menos 60 mil pessoas morreram na hora.
"Jamais vai haver uma era em que não sejamos a nação mais poderosa do mundo", vangloriou-se o presidente americano, no que parece ser um recado à China. "Minha primeira ordem como presidente foi renovar e modernizar nosso arsenal nuclear. É hoje mais poderoso e mais forte do que nunca antes", gabou-se Trump no Twitter.
É mais uma mentira do presidente narcisista. A modernização do arsenal nuclear dos EUA em andamento é um projeto de US$ 1 trilhão do governo Barack Obama. Não seria realizável em seis meses de governo e está longe de terminar.
"Espero que nunca tenhamos de usar esse poderio, mas jamais vai haver uma era em que não sejamos a nação mais poderosa do mundo", acrescentou o presidente em outro tuíte.
Ontem, depois que o jornal The Washington Post revelou que o regime stalinista norte-coreano já tem capacidade de instalar uma bomba atômica na cabeça de um míssil de longo alcance, Trump interrompeu as férias em seu clube de golfe em Bedminster, em Nova Jérsei. Ele alertou o ditador Kim Jong Un de que suas ameaças foram "além do normal" e seriam respondidas com "fogo e fúria, e francamente com uma força como o mundo jamais viu".
Em resposta, a Coreia do Norte ameaçou atacar a ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA têm duas bases militares. Desde 2006, a ditadura de Pionguiangue fez seis testes nucleares. Só neste ano, mais de dez testes de mísseis balísticos.
Hoje fez 72 anos do segundo e último ataque nuclear da história, dos EUA contra a cidade de Nagasaki, no Japão, onde pelo menos 60 mil pessoas morreram na hora.
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ONU denuncia tortura e abuso da força na Venezuela
O Alto Comissariado das Nações Unidas denunciou ontem o regime chavista da Venezuela por uso "generalizado e sistemático" de força excessiva contra manifestantes. Das 124 mortes registradas em manifestações de protesto e saques desde o início da abril, 46 foram atribuídas às forças de segurança e 27 às milícias chavistas conhecidas como coletivos.
Quase 2 mil pessoas saíram feridas e mais de 5 mil foram presas ilegalmente de abril a julho. A Procuradoria-Geral da Venezuela iniciou 450 investigações por violações dos direitos humanos cometidas por autoridades na repressão aos protestos de rua diários nas grandes cidades.
Nestes inquéritos, as forças policiais ou militares são acusadas de 23 mortes e 853 casos de lesões corporais graves. A tortura inclui choques elétricos, golpes com capacetes e cassetetes, ser pendurado pelas mãos amarradas por longos períodos, asfixia com gases, violência sexual e ameaças de morte.
"A responsabilidade por estas violações está nos mais altos níveis do governo", acusou o alto comissário Zeid Raad al-Hussein, "em meio ao colapso do Estado de Direito, com ataques constantes do governo contra a Assembleia Nacional e a Procuradoria-Geral".
Principal voz dissidente do chavismo, a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz considerou a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte por Maduro inconstitucional, porque deveria haver um plebiscito sobre o tema, e uma traição à memória de Hugo Chávez, grande articulador da atual Constituição da República Bolivarista da Venezuela.
O Alto Comissariado também manifestou "séria preocupação" com as batidas policiais violentas em residências, muitas vezes sem ordem judicial, e denunciou as ameaças e pressões a jornalistas. "Exorto todas as partes a que renunciem ao uso da violência e tomem medidas para a estabelecer um diálogo político significativo", apelou o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, sem esconder o temor de uma "escalada na tensão".
Quase 2 mil pessoas saíram feridas e mais de 5 mil foram presas ilegalmente de abril a julho. A Procuradoria-Geral da Venezuela iniciou 450 investigações por violações dos direitos humanos cometidas por autoridades na repressão aos protestos de rua diários nas grandes cidades.
Nestes inquéritos, as forças policiais ou militares são acusadas de 23 mortes e 853 casos de lesões corporais graves. A tortura inclui choques elétricos, golpes com capacetes e cassetetes, ser pendurado pelas mãos amarradas por longos períodos, asfixia com gases, violência sexual e ameaças de morte.
"A responsabilidade por estas violações está nos mais altos níveis do governo", acusou o alto comissário Zeid Raad al-Hussein, "em meio ao colapso do Estado de Direito, com ataques constantes do governo contra a Assembleia Nacional e a Procuradoria-Geral".
Principal voz dissidente do chavismo, a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz considerou a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte por Maduro inconstitucional, porque deveria haver um plebiscito sobre o tema, e uma traição à memória de Hugo Chávez, grande articulador da atual Constituição da República Bolivarista da Venezuela.
O Alto Comissariado também manifestou "séria preocupação" com as batidas policiais violentas em residências, muitas vezes sem ordem judicial, e denunciou as ameaças e pressões a jornalistas. "Exorto todas as partes a que renunciem ao uso da violência e tomem medidas para a estabelecer um diálogo político significativo", apelou o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, sem esconder o temor de uma "escalada na tensão".
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Trump ameaça responder à Coreia do Norte com "fogo e fúria"
Diante da notícia de que a Coreia do Norte já tem capacidade de fabricar um míssil nuclear de longo alcance capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump ameaçou reagir a um ataque com "fogo e fúria, francamente, com uma força como o mundo nunca viu antes", noticiou o jornal The Washington Post.
Isso significa que Trump está pronto a travar uma guerra nuclear com o ditador norte-coreano Kim Jong Un, como sugere a capa desta semana da revista inglesa The Economist.
"É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças", disparou Trump num clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, onde está em férias. O presidente americano advertiu que as ameaças do regime comunista de Pionguiangue foram "além do normal".
Hoje, a ditadura norte-coreana ameaçou atacar a base militar americana na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, como uma ação preventiva se houver sinais de preparação militar dos EUA.
O senador John McCain, veterano da Guerra do Vietnã, considerado um dos falcões do Partido Republicano no Congresso, criticou Trump: "Os grandes líderes que eu vi não ameaçam, a não ser que estejam prontos para agir, e eu não tenho certeza de que o presidente Trump esteja pronto para agir", afirmou McCain em entrevista a uma rádio da cidade de Phoenix, no estado do Arizona, que ele representa no Senado.
Para o senador democrata Benjamin Cardin, o ultimato de Trump "não ajuda e mostra mais uma vez que ele não tem temperamento nem capacidade de julgamento" para lidar com uma crise grave. "Não podemos entrar no mesmo jogo de provocações e declarações tempestuosas sobre uma guerra nuclear como a Coreia do Norte."
"A estratégia é bem clara", disse um alto funcionário do governo Trump, "aumentar a pressão econômica e o isolamento diplomático para que os norte-coreanos caiam na realidade e reduzam a ameaça para que possamos ter um diálogo significativo. No momento, não há nada que a Coreia do Norte esteja fazendo que sugira que eles queiram manter um diálogo sério conosco."
Isso significa que Trump está pronto a travar uma guerra nuclear com o ditador norte-coreano Kim Jong Un, como sugere a capa desta semana da revista inglesa The Economist.
"É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças", disparou Trump num clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, onde está em férias. O presidente americano advertiu que as ameaças do regime comunista de Pionguiangue foram "além do normal".
Hoje, a ditadura norte-coreana ameaçou atacar a base militar americana na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, como uma ação preventiva se houver sinais de preparação militar dos EUA.
O senador John McCain, veterano da Guerra do Vietnã, considerado um dos falcões do Partido Republicano no Congresso, criticou Trump: "Os grandes líderes que eu vi não ameaçam, a não ser que estejam prontos para agir, e eu não tenho certeza de que o presidente Trump esteja pronto para agir", afirmou McCain em entrevista a uma rádio da cidade de Phoenix, no estado do Arizona, que ele representa no Senado.
Para o senador democrata Benjamin Cardin, o ultimato de Trump "não ajuda e mostra mais uma vez que ele não tem temperamento nem capacidade de julgamento" para lidar com uma crise grave. "Não podemos entrar no mesmo jogo de provocações e declarações tempestuosas sobre uma guerra nuclear como a Coreia do Norte."
"A estratégia é bem clara", disse um alto funcionário do governo Trump, "aumentar a pressão econômica e o isolamento diplomático para que os norte-coreanos caiam na realidade e reduzam a ameaça para que possamos ter um diálogo significativo. No momento, não há nada que a Coreia do Norte esteja fazendo que sugira que eles queiram manter um diálogo sério conosco."
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