Depois da debandada de grandes executivos que acabou com os conselhos empresariais da Casa Branca, o caótico governo Donald Trump perdeu hoje seu principal estrategista.
O ultradireitista Steve Bannon é mais uma vítima da Batalha de Charlottesville, quando uma manifestação neonazista foi confrontada por militantes antifascistas. O presidente dos Estados Unidos foi ambíguo e culpou "ambos os lados".
"O chefe da Casa Civil, John Kelly, e Steve Bannon chegaram a um acordo mútuo de que hoje será o último dia de Steve", anunciou a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, citada pelo jornal The New York Times. "Agradecemos pelo seu serviço e lhe desejamos o melhor."
Próximo dos grupos brancos de extrema direita responsáveis pelos conflitos, Bannon era editor do sítio de ultradireita Breitbart, um dos principais meios de comunicação da campanha de Trump, que disse que ele teria pedido demissão em 7 de agosto.
Havia boatos sobre sua saída desde que o presidente nomeou o general John Kelly para a Casa Civil da Casa Branca em substituição a Reince Priesbus, queimado pelo então diretor de comunicações do governo, Anthony Scaramucci. Além deles, Trump também demitiu o assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, por mentir sobre contatos com a Rússia.
Com a chegada do general Kelly para pôr ordem no governo, Scaramucci foi afastado e agora chegou a vez de Bannon. O problema é que Trump está agora cercado de seus parentes e de generais. Quem vai orientar a agenda política do presidente?
A desculpa para demitir Bannon foi uma entrevista nesta semana à revista progressista American Prospect. Ele ridicularizou a estratégia militar em relação à Coreia do Norte: "Até que alguém resolva a parte da equação que mostra que 10 milhões de pessoas morreriam em meia hora em Seul, não sei do estamos falando, não há solução militar, eles nos pegaram."
Bannon acusou os diplomatas do Departamento de Estado de morreram de medo com a mudança da política comercial para trocar o liberalismo por um nacionalismo econômico agressivo e atacou a extrema direita, que sob sua influência aderiu a Trump: "Esses caras são uma coleção da palhaços, marginais e perdedores. Temos de esmagá-los."
Depois do conflito do último fim de semana na Virgínia e da resposta ambígua de Trump ao não condenar inequivocamente os neonazistas e partidários do Ku Klux Klan, a pressão contra Bannon dentro do Partido Republicano aumentou. O general Kelly aproveitou para se livrar dele.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Estrategista de ultradireita de Trump cai depois de Charlottesville
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