Israel bombardeou carregamentos de armas para seus inimigos como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) cerca de 100 vezes desde 2012, declarou o general-brigadeiro Amir Eshel, que está deixando o comando da Força Aérea israelense, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.
Várias autoridades de Israel, inclusive o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, admitiram que as Forças Armadas do país atacaram comboios com armamentos em várias frentes dezenas de vezes, mas não citaram números precisos.
Com microfone aberto, Netanyahu contou aos primeiros-ministros da Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia: "Eu disse ao Putin. Quando vemos remessas de armas para o Hesbolá, atacamos. Fizemos isso dezenas de vezes."
Agora, pela primeira vez, um alto comandante das Forças de Defesa de Israel reconhece essa política publicamente.
"Uma ação pode ser um ato isolado, pequeno, num alvo específico, ou pode levar uma semana intensa envolvendo um grande número de elementos", declarou o general Eshel. "Há outra coisa que acredito ser muito significativa. Tivemos o bom senso de não levar o Estado de Israel à guerra."
No Oriente Médio, a escalada de um conflito para a guerra é "trivial", comentou o general. "Quando Israel tem um real interesse, age independentemente dos riscos. Penso que na visão dos nossos inimigos, como eu entendo, esta linguagem é clara aqui e compreendida também além do Oriente Médio."
Cinquenta anos depois da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, quando destruiu as forças aéreas inimigas em terra com um ataque supresa, a Força Aérea de Israel está pronta para mais um ataque preventivo contra o Hesbolá, a principal força terrestre de apoio ao regime de Bachar Assad na guerra civil da Síria.
"Não estou dizendo que Israel deve realizar ataques preventivos", ressalvou Eshel. "É um dilema estratégico e tudo precisa ser considerado. Mas hoje temos a mesma habilidade contra novos inimigos - organizações terroristas com controle disperso."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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