Depois de ameaçar reagir às provocações da Coreia do Norte com "fogo e fúria" e uma força "jamais vistos", o presidente Donald Trump declarou hoje que "talvez não tenha sido suficientemente duro" com o ditador Kim Jong Un e o regime comunista de Pionguiangue, noticiou o jornal The New York Times.
Apesar das críticas de estar entrando na guerra verbal da ditadura stalinista norte-coreana, Trump se recusou a recuar para uma postura mais moderada. "Francamente, as pessoas estão questionando aquela declaração. Foi dura demais? Talvez não tenha sido suficientemente dura."
A seguir, o presidente dos Estados Unidos se justificou: "Eles estão fazendo isso com nosso país há anos, há muitos anos, e é hora de alguém se levantar pelo povo deste país e pelos povos de outros países. Então, talvez aquela declaração não tenha sido suficientemente dura."
Trump advertiu: "É bom a Coreia do Norte andar na linha, se não vai ter problemas como poucos países tiveram até hoje." Há dois dias, ele falou em "fogo e fúria", quando foi revelado que o programa nuclear norte-coreano conseguiu miniaturizar uma bomba atômica num tamanho que permite instalá-la num míssil e assim atingir um alvo distante como o território dos EUA.
Em resposta, a ditadura comunista de Pionguiangue anunciou a preparação de um ataque contra a ilha de Guam, uma possessão americana no Ocidente Pacífico onde os EUA bem uma base aérea e uma base naval.
Com tantas provocações e esta escalada retórica, sempre há o risco de um disparo acidental deflagrar um conflito armado, mas a guerra não interessa a ninguém. Seria o fim do regime comunista da Coreia do Norte e sua elite dirigente.
Se forem usadas armas nucleares, o total de mortos é estimado em mais de um milhão. A Coreia do Sul seria arrasada. Os EUA poderiam entrar em conflito com a China, que não quer uma guerra nuclear no seu quintal nem uma onda de refugiados ou uma Coreia unificada com tropas americanas junto à sua fronteira.
A Coreia do Sul, por sua vez, também não quer assumir o ônus da reunificação com o Norte miserável, tendo em vista o que aconteceu com a muito mais rica Alemanha. O governo de Seul prefere uma reforma econômica gradual que prepare o regime comunista para uma reunificação no futuro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Trump declara não ter sido suficientemente duro com a Coreia do Norte
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