Os quatro suspeitos presos depois dos atentados em Barcelona e no balneário de Cambrils foram denunciados criminalmente hoje por "pertencer a uma organização terrorista, assassinatos terroristas e posse de explosivos", noticiou a Agência France Presse (AFP). A Justiça decide à tarde se continuam presos. A promotoria exige que fiquem na cadeia.
Em seu depoimento, um dos presos, Mohamed Houli Chemlal, confessou que a célula terrorista planejava um atentado muito maior contra a igreja da Sagrada Família, um dos principais símbolos de Barcelona. Os atentados causaram 15 mortes e deixaram mais de 120 feridos.
Três suspeitos foram ouvidos num tribunal em Ripoll, onde moravam, e um em Alcanar, onde a explosão de uma casa na quarta-feira passada indica que o local era usado para preparar bombas.
A organização terrorismo Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos ataques. Como sempre faz isso, fica a suspeita de que se trata de uma declaração oportunista para levar a glória e mostrar força diante de seus seguidores.
A grande dúvida é se a célula terrorista foi inspirada pelo Estado Islâmico ou se tem algum contato direto com a organização no Oriente Médio. O imã da mesquita de Ripoll, Abdel Baki es-Satti, suspeito de ser o idealizador dos atentados, pode ter morrido na casa de Alcanar.
Se havia uma célula terrorista, pode ser uma indicação de uma nova estratégia do Estado Islâmico. Com a perda de quase todos os territórios conquistados no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico estaria instalando células junto às grandes cidades da Europa, onde seus atentados têm maior visibilidade. Mostram que o grupo está vivo e ativo, pronto para recrutar novos voluntários para a "guerra santa" e o martírio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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