Diante da notícia de que a Coreia do Norte já tem capacidade de fabricar um míssil nuclear de longo alcance capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump ameaçou reagir a um ataque com "fogo e fúria, francamente, com uma força como o mundo nunca viu antes", noticiou o jornal The Washington Post.
Isso significa que Trump está pronto a travar uma guerra nuclear com o ditador norte-coreano Kim Jong Un, como sugere a capa desta semana da revista inglesa The Economist.
"É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças", disparou Trump num clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, onde está em férias. O presidente americano advertiu que as ameaças do regime comunista de Pionguiangue foram "além do normal".
Hoje, a ditadura norte-coreana ameaçou atacar a base militar americana na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, como uma ação preventiva se houver sinais de preparação militar dos EUA.
O senador John McCain, veterano da Guerra do Vietnã, considerado um dos falcões do Partido Republicano no Congresso, criticou Trump: "Os grandes líderes que eu vi não ameaçam, a não ser que estejam prontos para agir, e eu não tenho certeza de que o presidente Trump esteja pronto para agir", afirmou McCain em entrevista a uma rádio da cidade de Phoenix, no estado do Arizona, que ele representa no Senado.
Para o senador democrata Benjamin Cardin, o ultimato de Trump "não ajuda e mostra mais uma vez que ele não tem temperamento nem capacidade de julgamento" para lidar com uma crise grave. "Não podemos entrar no mesmo jogo de provocações e declarações tempestuosas sobre uma guerra nuclear como a Coreia do Norte."
"A estratégia é bem clara", disse um alto funcionário do governo Trump, "aumentar a pressão econômica e o isolamento diplomático para que os norte-coreanos caiam na realidade e reduzam a ameaça para que possamos ter um diálogo significativo. No momento, não há nada que a Coreia do Norte esteja fazendo que sugira que eles queiram manter um diálogo sério conosco."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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