Numa medida que deve irritar ainda mais a Arábia Saudita e as outras monarquias petroleiras do Oriente Médio, o Catar restabeleceu hoje relações diplomáticas plenas com o Irã. O Ministério do Exterior catarino anunciou o envio de um embaixador a Teerã depois de um ano e dez meses.
O Catar havia retirado seu embaixador de Teerã em janeiro de 2016 em resposta a ataques contra instalações diplomáticas sauditas no Irã. A retirada do embaixador é o último passo antes do rompimento total
Não houve explicação oficial para o reatamento. É uma retaliação ao boicote ao Catar declarado em junho pela Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, sob a alegação de que o Catar apoia o terrorismo e é próximo do Irã, o arqui-inimigo das monarquias petroleiras sunitas do Golfo Pérsico.
Esses países cortaram as ligações com o Catar por terra, mar e ar. A Alemanha, os Estados Unidos e o Kuwait tentaram intermediar um acordo, sem sucesso. O Catar rejeitou as 13 exigências dos vizinhos, que incluíam uma ruptura total com o Irã e o fechamento do canal de telejornalismo Al Jazira.
A crise se agravou com a visita de um membro do ramo da família real do Catar derrubado num golpe de Estado em 1972 à mansão do sultão da Arábia Saudita perto de Tânger, no Marrocos. O encontro foi visto como um possível desafio aos atuais governantes catarinos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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