Sob ameaça de prisão pela ditadura de Nicolás Maduro, a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz e seu marido, o deputado chavista dissidente Germán Ferrer, fugiram da Venezuela de lancha, foram até a ilha de Aruba e chegaram de avião ontem à Colômbia, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
Chavista histórica, Luisa Ortega denunciou a Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro como ilegal, ilegítima e uma traição à memória de Hugo Chávez e sua Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Ela exigia a realização de um plebiscito e a realização de eleições diretas.
Uma das primeiras decisões da Constituinte de Maduro, há duas semanas, foi afastá-la do cargo. A procuradora-geral investigava não só violações dos direitos humanos durante a repressão à onda de manifestações iniciada em abril como a corrupção, inclusive os negócios da construtora brasileira Odebrecht. Teria saído do país com documentos importantes para acusar Maduro.
Sem passaportes, confiscados pela ditadura de Maduro, Luisa Ortega e o marido chegaram ontem às 15h30 (17h30 em Brasília) ao aeroporto El Dorado, em Bogotá.
O casal saiu da Península de Paranaguá, na Venezuela, às 2h30 (4h30 em Brasília) da madrugada de sexta-feira numa lancha rápida junto com a chefe de gabinete, Gioconda González Sánchez, e Arturo Vilar Estévez, depois que o Tribunal Supremo de Justiça decretou a prisão de Ferrer.
Também ontem, a Constituinte usurpou os poderes legislativos da Assembleia Nacional eleita democraticamente em 6 de dezembro de 2015, quando a oposição conquistou dois terços das cadeiras.
Este sempre foi o objetivo da Constituinte de Maduro, tomar o poder do Parlamento dominado pela oposição e assumir poderes totais, com o controle do Executivo, do Judiciário e agora Legislativo, anulando a vontade popular.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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