As Forças Democráticas da Síria (FDS), uma milícia árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos, anunciaram hoje ter chegado ao centro da cidade de Rakka, capital do califado proclamado pouco mais de três anos pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Na cidade antiga, capturaram um dos últimos bairros ainda em poder dos jihadistas, informou o boletim de notícias Syria direct.
Na tarde de ontem, guerrilheiros das FDS chegaram a avistar a torre do relógio, no centro histórico de Rakka, depois de tomar o distrito de Mansur numa batalha que durou uma semana, declarou Mustafá Bali, porta-voz das FDS.
"Nossas tropas ainda estão fazendo uma varredura no bairro em busca de células escondidas do Estado Islâmico e de minas", acrescentou o porta-voz.
A Batalha de Rakka começou em 6 de junho. Esta última ofensiva começou no domingo, com a captura do Hospital da Criança num combate quarto a quarto, como descreveu no Twitter o enviado especial da Presidência dos EUA junto à coalizão global para derrotar o Estado Islâmico, Brett McGurk.
Só nos últimos dois dias, a coalizão liderada pelos EUA fez 133 bombardeios aéreos. Apesar dos apelos internacionais, inclusive das Nações Unidas, não houve a trégua para evacuar 25 mil civis presos no fogo cruzado. Em dois meses e meio de batalha, foram mortos cerca de 800 civis. O Estado Islâmico impede a fuga para usar civis como escudos humanos.
Com a tomada do distrito de Mansur, as FDS controlam agora cerca de 70% da cidade, numa ofensiva rumo aos últimos bairros centrais em poder do Estado Islâmico.
No Iraque, o Exército anunciou a vitória na Batalha de Tal Afar, a última cidade importante em poder do Estado Islâmico no país. Quando Rakka cair, o califado proclamado em junho de 2014 estará praticamente destruído. O Estado Islâmico deve voltar a ser apenas um grupo terrorista clandestino.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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