A China protestou ontem contra sanções unilaterais adotadas pelos Estados Unidos contra empresas chinesas e russas que fazem negócios com a Coreia do Norte supostamente relacionados aos programas de mísseis e de armas nucleares norte-coreanos.
O regime comunista chinês declarou que segue as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e denunciou o "longo braço da lei" americana, a extraterritorialidade que se dá o direito de intervir em outras jurisdições. Beijim exige o fim imediato das sanções a empresas e indivíduos da China, sob pena de abalar as relações entre os dois países.
"A China se opõe especialmente a qualquer país que aplique uma "jurisdição de braço longo" a indivíduos e entidades chinesas", declarou a porta-voz do Ministério do Exterior, Hua Chunying, em entrevista coletiva de rotina. "As medidas tomadas pelos EUA não ajudam a a resolver o problema e não ajudam a cooperação e a confiança mútuas. Pedimos aos EUA para parar com as prática relevantes imediatamente."
Apesar de se declarar contra sanções unilaterais, a China usa o comércio para punir países que contrariam seus objetivos. É o caso da Coreia do Sul, por causa do sistema antimísseis que está sendo instalado no país pelos EUA. A China teme que possa ser usado contra ela.
Entre as empresas atingidas está a Dandong Zhicheng, uma das maiores importadoras de carvão norte-coreano, responsável por 9,2% das exportações da Coreia do Norte à China no ano passado. Os EUA estão cobrando US$ 4 milhões desta empresa, que também vende vários produtos à Coreia do Norte, de telefones celulares e artigos de luxo a borracha e açúcar.
Outras duas companhias chinesas, Dandong Tianfu Trade e Jinhou International Holdings, também foram atingidas por causa das importações de carvão norte-coreano.
O total das importações chinesas da Coreia do Norte caiu 13% para US$ 880 bilhões no primeiro semestre de 2017. As exportações chinesas para o país vizinho cresceram 29% para US$ 1,67 bilhão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
China repudia sanções a empresas com negócios na Coreia do Norte
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