O juiz federal americano Thomas Griesa mandou congelar US$ 500 milhões de fundos de previdência privada argentinos depositados em Nova Iorque. Seu objetivo é pagar a dívida da Argentina com um fundo de investimentos que cobra US$ 553 milhões de títulos caloteados depois do colapso da economia argentina em 2001.
Um alto funcionário da Argentina contestou a decisão, alegando que o dinheiro pertence aos investidores e não aos fundos. Mas não foi assim que pensou a presidente Cristina Kirchner ao anunciar a estatização da previdência privada há 10 dias, sob o pretexto de proteger as aposentadorias das flutuações do mercado financeiro.
Para os críticos, a estatização foi uma manobra do governo para evitar nova moratória de suas dívidas. Os fundos têm o equivalente a US$ 30 bilhões. A proposta enfrenta séria resistência no Congresso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Campos de refugiados são arrasados no Congo
As Nações Unidas denunciaram hoje que campos de refugiados do Leste da República Democrática do Congo foram saqueados, esvaziados e incendiados. Cerca de 50 mil pessoas foram expulsas.
Os campos foram atacados pela milícia rebelde Congresso Nacional pela Defesa do Povo, que alega proteger o povo tútsi da milícia responsável pelo genocídio de 800 mil pessoas em 1994 em Ruanda.
Hoje, os campos estavam vazios e arrasados. Alguns refugiados contaram que os rebeldes nos os deixaram fugir para Goma nem para o outro lado, no rumo norte. Cerca de mil cruzaram a fronteira com Uganda.
A vila de Kibumba está sob controle rebelde. Só a força de paz da ONU no Congo impede a queda de Goma, capital da província de Kivu do Norte.
Há dois dias, o líder rebelde, o general congolês renegado Laurent Nkunda, declarou um cessar-fogo, mas o enviado especial da ONU no Congo, Alan Doss, adverte que "é uma trégua frágil".
Com 17 mil soldados, a força de paz da ONU no Congo é a maior do mundo. Mesmo assim, se não receber reforços, será incapaz de conter os rebeldes.
Doss confia nas negociações entre os governos do Congo e de Ruanda, que apóia a milícia tútsi para combater no exterior os responsáveis pelo genocídio de 1994.
O líder rebelde também protesta contra um acordo de US$ 5 bilhões para que a China explore as riquezas minerais da região.
A situação em Goma é caótica. Os soldados do Exército congolês em fuga são acusados de saques, assassinatos e violência sexual. Rico em ouro, diamantes, nióbio, zinco, cobalto, cobre, estranha e manganês, o Congo é vítima de sua própria riqueza desde a exploração colonial pela Bélgica.
Os campos foram atacados pela milícia rebelde Congresso Nacional pela Defesa do Povo, que alega proteger o povo tútsi da milícia responsável pelo genocídio de 800 mil pessoas em 1994 em Ruanda.
Hoje, os campos estavam vazios e arrasados. Alguns refugiados contaram que os rebeldes nos os deixaram fugir para Goma nem para o outro lado, no rumo norte. Cerca de mil cruzaram a fronteira com Uganda.
A vila de Kibumba está sob controle rebelde. Só a força de paz da ONU no Congo impede a queda de Goma, capital da província de Kivu do Norte.
Há dois dias, o líder rebelde, o general congolês renegado Laurent Nkunda, declarou um cessar-fogo, mas o enviado especial da ONU no Congo, Alan Doss, adverte que "é uma trégua frágil".
Com 17 mil soldados, a força de paz da ONU no Congo é a maior do mundo. Mesmo assim, se não receber reforços, será incapaz de conter os rebeldes.
Doss confia nas negociações entre os governos do Congo e de Ruanda, que apóia a milícia tútsi para combater no exterior os responsáveis pelo genocídio de 1994.
O líder rebelde também protesta contra um acordo de US$ 5 bilhões para que a China explore as riquezas minerais da região.
A situação em Goma é caótica. Os soldados do Exército congolês em fuga são acusados de saques, assassinatos e violência sexual. Rico em ouro, diamantes, nióbio, zinco, cobalto, cobre, estranha e manganês, o Congo é vítima de sua própria riqueza desde a exploração colonial pela Bélgica.
Japão baixa juros para 0,3% ao ano
O Banco do Japão baixou hoje sua taxa básica de juros de 0,5% para 0,3% por cento ao ano, mas o mercado queria mais e derrubou a Bolsa de Valores de Tóquio, que caiu 5%.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
ONU e UE exigem trégua no Coração das Trevas
As Nações Unidas e a União Européia exigiram hoje um cessar-fogo imediato no Leste da República Democrática do Congo, na região dos Grandes Lagos da África. Só a maior força de paz das Nações Unidas hoje, com 17 mil soldados, impede a queda da cidade Goma.
Os rebeldes de uma milícia da etnia tútsi cercaram hoje Goma, capital da província de Kivu do Norte. A maioria da população local é da etnia hutu, inimiga histórica dos tútsis, que foram massacrados no genocídio na vizinha Ruanda, onde 800 mil pessoas foram mortas em 1994.
Naquela época, o Exército hutu derrotado em Ruanda e a milícia Interahamwe (os que se juntam para atacar), responsáveis pelo genocídio, se misturaram com a população civil e fugiram para o Leste do Congo, que na época se chamava Zaire.
Lá, os hutus entraram em conflito com o povo baniamulengue, que também é da etnia tútsi e teve o apoio do novo governo de Ruanda, chefiado pelo coronel Paul Kagame, da Frente Patriótica de Ruanda (FPR), que tomou o poder em abril de 1994, provocando o genocídio, cometido pelo governo derrotado e seus asseclas.
Em 1996, o guerrilheiro Laurent Kabila, que lutara ao lado de Ernesto Che Guevara nos anos 60, saiu do seu refúgio nas Montanhas da Lua, no coração da África, para entrar na guerra.
Che Guevara o considerava Kabila "bêbado" e "mulherengo", e portanto incapaz de liderar uma revolução. Mas Kabila atravessou o país - que vai da Região dos Grandes Lagos até o Oceano Atlântico, para onde tem uma saída estreita - e derrubou no ano seguinte o ditador Joseph Désiré Mobutu (1965-97).
No início da 1ª Guerra Civil Congolesa, em 1960, Mobutu liderou um golpe apoiado pela agência de espionagem americana CIA (Agência Central de Informações) contra o primeiro-ministro Patrice Lumumba, um líder democrático e popular que pedira ajuda militar à União Soviética. Lumumba foi assassinado em janeiro de 1961 e Mobutu tomou o poder em 1965.
Com uma política de africanização, mudou o nome do país para Zaire e o da capital para Kinshasa em vez de Leopoldville, que homenageava um dos tiranos que destruíram esse imenso país, conhecido no período colonial como Congo Belga.
A colonização belga sob o rei Leopoldo II foi especialmente cruel, como descreve o escritor Joseph Conrad em O Coração das Trevas, livro que inspirou o cineasta Francis Ford Coppola a fazer Apocalipse Now, talvez o melhor filme sobre a Guerra do Vietnã, e o título acima.
Com imensos recursos naturais o Congo sempre foi vítima de predadores interessados em suas riquezas minerais: ouro, diamantes, nióbio, zinco, estanho, cobre, cobalto e manganês.
Em 1998, depois da queda de Mobutu, começa uma guerra civil pelas riquezas do país que envolveu oito países africanos e centenas de grupos armados irregulares como o do general Nkunda. É a chamada Primeira Guerra Mundial Africana. O total de mortos em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra é estimado em 5,4 milhões.
O Congo é vítima de uma anarquia que vem da cruel colonização belga e prossegue sob Mobutu. Nenhuma das tiranias criou uma infra-estrutura capaz de integrar o país e dar um sentido de nação a tribos isoladas geográfica, linguística e culturalmente.
Agora, cerca de 45 mil pessoas fugiram de Goma, enquanto soldados do Exécito congolês em fuga saquearam a cidade. As imagens lembram o êxodo de Ruanda em 1994.
O líder rebelde, o general congolês renegado Laurent Nkunda, declarou um cessar-fogo. Não houve bombardeio à cidade, mas a trégua não é totalmente respeitada.
Nkunda acusa a Frente Democrática pela Libertação de Ruanda de ser formada pelos responsáveis pelo genocídio e de ser uma ameaça para os tútsis congoleses. Ele só aceita negociar com o presidente Joseph Kabila.
Os rebeldes de uma milícia da etnia tútsi cercaram hoje Goma, capital da província de Kivu do Norte. A maioria da população local é da etnia hutu, inimiga histórica dos tútsis, que foram massacrados no genocídio na vizinha Ruanda, onde 800 mil pessoas foram mortas em 1994.
Naquela época, o Exército hutu derrotado em Ruanda e a milícia Interahamwe (os que se juntam para atacar), responsáveis pelo genocídio, se misturaram com a população civil e fugiram para o Leste do Congo, que na época se chamava Zaire.
Lá, os hutus entraram em conflito com o povo baniamulengue, que também é da etnia tútsi e teve o apoio do novo governo de Ruanda, chefiado pelo coronel Paul Kagame, da Frente Patriótica de Ruanda (FPR), que tomou o poder em abril de 1994, provocando o genocídio, cometido pelo governo derrotado e seus asseclas.
Em 1996, o guerrilheiro Laurent Kabila, que lutara ao lado de Ernesto Che Guevara nos anos 60, saiu do seu refúgio nas Montanhas da Lua, no coração da África, para entrar na guerra.
Che Guevara o considerava Kabila "bêbado" e "mulherengo", e portanto incapaz de liderar uma revolução. Mas Kabila atravessou o país - que vai da Região dos Grandes Lagos até o Oceano Atlântico, para onde tem uma saída estreita - e derrubou no ano seguinte o ditador Joseph Désiré Mobutu (1965-97).
No início da 1ª Guerra Civil Congolesa, em 1960, Mobutu liderou um golpe apoiado pela agência de espionagem americana CIA (Agência Central de Informações) contra o primeiro-ministro Patrice Lumumba, um líder democrático e popular que pedira ajuda militar à União Soviética. Lumumba foi assassinado em janeiro de 1961 e Mobutu tomou o poder em 1965.
Com uma política de africanização, mudou o nome do país para Zaire e o da capital para Kinshasa em vez de Leopoldville, que homenageava um dos tiranos que destruíram esse imenso país, conhecido no período colonial como Congo Belga.
A colonização belga sob o rei Leopoldo II foi especialmente cruel, como descreve o escritor Joseph Conrad em O Coração das Trevas, livro que inspirou o cineasta Francis Ford Coppola a fazer Apocalipse Now, talvez o melhor filme sobre a Guerra do Vietnã, e o título acima.
Com imensos recursos naturais o Congo sempre foi vítima de predadores interessados em suas riquezas minerais: ouro, diamantes, nióbio, zinco, estanho, cobre, cobalto e manganês.
Em 1998, depois da queda de Mobutu, começa uma guerra civil pelas riquezas do país que envolveu oito países africanos e centenas de grupos armados irregulares como o do general Nkunda. É a chamada Primeira Guerra Mundial Africana. O total de mortos em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra é estimado em 5,4 milhões.
O Congo é vítima de uma anarquia que vem da cruel colonização belga e prossegue sob Mobutu. Nenhuma das tiranias criou uma infra-estrutura capaz de integrar o país e dar um sentido de nação a tribos isoladas geográfica, linguística e culturalmente.
Agora, cerca de 45 mil pessoas fugiram de Goma, enquanto soldados do Exécito congolês em fuga saquearam a cidade. As imagens lembram o êxodo de Ruanda em 1994.
O líder rebelde, o general congolês renegado Laurent Nkunda, declarou um cessar-fogo. Não houve bombardeio à cidade, mas a trégua não é totalmente respeitada.
Nkunda acusa a Frente Democrática pela Libertação de Ruanda de ser formada pelos responsáveis pelo genocídio e de ser uma ameaça para os tútsis congoleses. Ele só aceita negociar com o presidente Joseph Kabila.
Bolsas operam em alta no mundo inteiro
Em mais um dia de recuperação, as bolsas subiram no mundo inteiro.
Na Ásia, o plano de estímulo à economia do Japão, a desvalorização do iene e a expectativa de um corte de juros pelo Banco do Japão levaram a Bolsa de Valores de Tóquio a uma alta de 10%.
Hong Kong subiu 12,8% e Seul teve uma alta recorde de 12% porque a Coréia do Sul, assim como o Brasil, vai receber através do Banco da Coréia US$ 30 bilhões de dólares para que não haja falta da moeda americana no país.
As bolsas européias abriram em forte alta. Depois veio a notícia de que a economia dos Estados Unidos encolheu no terceiro trimestre do ano. Mas a taxa, de 0,3% ao ano, ficou acima de expectativa dos economistas, que era de 0,5%.
Mesmo assim, a queda no preço do barril de petróleo para US$ 65,39 desinflou a alta, que foi de 1,16% em Londres, 1,26% em Frankfurt e 0,15% em Paris, que ficou praticamente estável, apesar da promessa do presidente da França, Nicolas Sarkozy, de criar 100 mil empregos públicos.
Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova Iorque subiu com a queda do produto interno bruto menor do que se esperava e com o lucro recorde da companhia de petróleo Exxon Mobil, a maior empresa privada do mundo. Nos últimos três meses, ganhou quase US$ 15 bilhões líquidos.
Entre as más notícias do dia, a American Express anunciou a demissão de 7 mil empregados no mundo inteiro e o congelamento dos pagamentos dos executivos. O mercado já estima em US$ 200 bilhões o total que as grandes empresas terão de investir nos seus fundos de pensão para não prejudicar a aposentadoria de seus funcionários.
Na Ásia, o plano de estímulo à economia do Japão, a desvalorização do iene e a expectativa de um corte de juros pelo Banco do Japão levaram a Bolsa de Valores de Tóquio a uma alta de 10%.
Hong Kong subiu 12,8% e Seul teve uma alta recorde de 12% porque a Coréia do Sul, assim como o Brasil, vai receber através do Banco da Coréia US$ 30 bilhões de dólares para que não haja falta da moeda americana no país.
As bolsas européias abriram em forte alta. Depois veio a notícia de que a economia dos Estados Unidos encolheu no terceiro trimestre do ano. Mas a taxa, de 0,3% ao ano, ficou acima de expectativa dos economistas, que era de 0,5%.
Mesmo assim, a queda no preço do barril de petróleo para US$ 65,39 desinflou a alta, que foi de 1,16% em Londres, 1,26% em Frankfurt e 0,15% em Paris, que ficou praticamente estável, apesar da promessa do presidente da França, Nicolas Sarkozy, de criar 100 mil empregos públicos.
Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova Iorque subiu com a queda do produto interno bruto menor do que se esperava e com o lucro recorde da companhia de petróleo Exxon Mobil, a maior empresa privada do mundo. Nos últimos três meses, ganhou quase US$ 15 bilhões líquidos.
Entre as más notícias do dia, a American Express anunciou a demissão de 7 mil empregados no mundo inteiro e o congelamento dos pagamentos dos executivos. O mercado já estima em US$ 200 bilhões o total que as grandes empresas terão de investir nos seus fundos de pensão para não prejudicar a aposentadoria de seus funcionários.
PIB dos EUA caiu 0,3% no terceiro trimestre
Os consumidores americanos, responsáveis por 70% do produto interno bruto dos Estados Unidos, gastaram menos nos últimos três meses, o que não acontecia há 17 anos, e foram 3,1% menos, o que não acontecia desde o segundo trimestre de 1980.
Resultado: o PIB dos EUA encolheu a uma taxa anual de 0,3% no terceiro trimestre de 2008. Não é muito. Esse ritmo de declínio levaria a uma queda de 0,3% da produção nacional americana, descontadas as importações, em 12 meses.
Se a contração econômica continuar neste fim de ano, e há previsões de uma queda num ritmo de 4% ao ano. Só no último trimestre a economia americana sentiria o impacto do pior momento da crise.
Mas o mercado esperava uma queda de 0,5% e ficou satisfeito, o que deu ânimo às bolsas de valores no mundo inteiro.
No Japão, o primeiro-ministro Taro Aso argumentou que "uma tempestade como só se vê a cada cem anos" está desabando para justificar um novo plano de estímulo à segunda economia do mundo no valor de US$ 51 bilhões. Isso eleva o total prometido pelo governo japonês desde o agravamento da crise financeira global para o equivalente a US$ 277 bilhões.
A situação também é preocupante na China. O país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos, tornando-se a quarta maior economia do planeta e a grande esperança de evitar uma recessão mundial, com taxas de expansão acima de 10% nos últimos anos, vê um declínio rápido de sua produção industrial.
Na semana passada, a Corporação de Alumínio da China, maior empresa do setor no país, anunciou um corte de 18% na produção. Na última terça-feira, a Jinchuan, maior fabricante de níquel do país, revelou estar reduzindo sua meta de produção para este ano em 17%.
Os altos-fornos das grandes empresas siderúrgicas estariam operando em 30% a 50% de sua capacidade.
Na Europa, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, esteve hoje em Londres com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para discutir uma estratégia européia contra a crise financeira global.
Brown comentou que nenhum país vai sair sozinho desta crise, enquanto Merkel pediu transparência, cooperação e o fortalecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar países pobres e emergentes abalados pela situação econômica.
Resultado: o PIB dos EUA encolheu a uma taxa anual de 0,3% no terceiro trimestre de 2008. Não é muito. Esse ritmo de declínio levaria a uma queda de 0,3% da produção nacional americana, descontadas as importações, em 12 meses.
Se a contração econômica continuar neste fim de ano, e há previsões de uma queda num ritmo de 4% ao ano. Só no último trimestre a economia americana sentiria o impacto do pior momento da crise.
Mas o mercado esperava uma queda de 0,5% e ficou satisfeito, o que deu ânimo às bolsas de valores no mundo inteiro.
No Japão, o primeiro-ministro Taro Aso argumentou que "uma tempestade como só se vê a cada cem anos" está desabando para justificar um novo plano de estímulo à segunda economia do mundo no valor de US$ 51 bilhões. Isso eleva o total prometido pelo governo japonês desde o agravamento da crise financeira global para o equivalente a US$ 277 bilhões.
A situação também é preocupante na China. O país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos, tornando-se a quarta maior economia do planeta e a grande esperança de evitar uma recessão mundial, com taxas de expansão acima de 10% nos últimos anos, vê um declínio rápido de sua produção industrial.
Na semana passada, a Corporação de Alumínio da China, maior empresa do setor no país, anunciou um corte de 18% na produção. Na última terça-feira, a Jinchuan, maior fabricante de níquel do país, revelou estar reduzindo sua meta de produção para este ano em 17%.
Os altos-fornos das grandes empresas siderúrgicas estariam operando em 30% a 50% de sua capacidade.
Na Europa, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, esteve hoje em Londres com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para discutir uma estratégia européia contra a crise financeira global.
Brown comentou que nenhum país vai sair sozinho desta crise, enquanto Merkel pediu transparência, cooperação e o fortalecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar países pobres e emergentes abalados pela situação econômica.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Banco central dos EUA deve baixar juro para 1%
O Comitê do Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, deve cortar hoje sua taxa básica de juros em meio ponto percentual para apenas 1% ao ano.
Esta taxa, adotada no início da década para combater a recessão provocada pelo estouro da bolha das ações de empresas de Internet, foi uma das principais causas da crise financeira global. O Fed pode estar criando uma nova bolha.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central também decide hoje sua taxa básica de juros. Com a alta do dólar, a pressão inflacionária aumentou. Mas, como os principais bancos centrais do mundo estão baixando suas taxas de juros, a expectativa é que a taxa seja mantida.
Esta taxa, adotada no início da década para combater a recessão provocada pelo estouro da bolha das ações de empresas de Internet, foi uma das principais causas da crise financeira global. O Fed pode estar criando uma nova bolha.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central também decide hoje sua taxa básica de juros. Com a alta do dólar, a pressão inflacionária aumentou. Mas, como os principais bancos centrais do mundo estão baixando suas taxas de juros, a expectativa é que a taxa seja mantida.
China corta taxa básica de juros
Para estimular sua economia, abalada pela crise financeira global, o governo da China cortou hoje sua taxa básica de juros pela terceira vez em um mês e meio.
A nova taxa é de 6,66% ao ano.
A nova taxa é de 6,66% ao ano.
Força da ONU não consegue manter paz no Congo
A trágica guerra civil na República Democrática do Congo, que já foi chamada de Primeira Guerra Mundial Africana, por envolver em certos momentos seis países e diversas forças irregulares, está de volta.
No Leste do país, rebeldes da etnia tútsi avançam rumo à capital provincial de Goma, diante da impotência da maior força da paz das Nações Unidas no mundo inteiro para conter a ofensiva. A força internacional de paz prepara a retirada dos estrangeiros que trabalham em ajuda humanitária, mas não consegue proteger a população civil congolesa.
Há dois dias, uma pessoa morreu durante um protesto diante do quartel-general da ONU em Goma contra o reinício da guerra na região. Os manifestantes acusavam a força de paz de permitir que as forças do general renegado Laurent Nkunda derrotassem o Exército do Congo.
Na terça-feira, os rebeldes estavam a cerca de cem quilômetros ao norte de Goma, capital da província de Kivu do Norte. Estão se aproximando de Rutshuru e Kibumba, onde vivem dezenas de milhares de deslocados ou refugiados internos da longa guerra civil congolesa.
A guerra começou em abril de 1994 com o avanço da Frente Patriótica Ruandesa e a morte do presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, seguida pelo genocídio cometido pelo Exército dominado pela maioria hutu que batia em retirada e a milícia Interahawe (Destemidos, os que vêm para matar).
Quando eles se refugiaram no Leste do Congo, entraram em conflito com os baniamulengue, que são tútsi e portanto eram aliados do novo regime no poder em Kigale, sob a liderança do coronel Paul Kagame, da FPR. Esse conflito está na origem da guerra civil congolesa.
Em outubro de 1998, o general rebelde Laurent-Desiré Kabila deixou seu refúgio nas Montanhas da Lua, no coração da África e realizou seu sonho de marchar até Kinshasa e derrubar o ditador Mobutu Sese Seko, que mudara o nome do país para Zaire.
Os rebeldes tútsis, agora liderados pelo general Nkunda lançaram uma grande ofensiva no domingo, 26 de outubro de 2008, e chegaram a 20 quilômetros de Goma, destruindo veículos da ONU e obrigando milhares de civis a fugir para o sul em direção à capital da província.
"A missão de paz da ONU deve ser mais ativa, cobrou Jano Luneno, um líder da comunidade local.
O Congresso Nacional pela Defesa do Povo, de Nkunda, acusa o Exército de colaborar com as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), que inclui os Interahawe, a milícia e os soldados responsáveis pelo genocídio de 800 mil a 1 mihão de pessoas entre abril e julho de 1994.
Tanto o Exército quanto as FDLR exploram minas de ouro e estanho no Congo. Cerca de 80% da produção congolesa de minério de estanho vêm das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.
Houve vários acordos de paz nos últimos anos. A Primeira Guerra Mundial Africana é dividida entre a Primeira Guerra do Congo (1996-7), quando Mobutu é derrubado, e a Segunda Guerra do Congo (1998-2003), considerada o conflito mais mortal depois da Segunda Guerra Mundial.
Entre conflitos, fomes e doenças provocadas ou agravadas pela guerra, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram na longa guerra civil congolesa das últimas duas décadas.
Depois de 2003, restaram alguns focos de conflitos neste vasto país que não tem uma infra-estrutura que o integre.
Agora, cerca de 100 mil civis fugiram de casa em Kivu do Norte desde agosto, quando o acordo de paz firmado em janeiro desabou.
No Leste do país, rebeldes da etnia tútsi avançam rumo à capital provincial de Goma, diante da impotência da maior força da paz das Nações Unidas no mundo inteiro para conter a ofensiva. A força internacional de paz prepara a retirada dos estrangeiros que trabalham em ajuda humanitária, mas não consegue proteger a população civil congolesa.
Há dois dias, uma pessoa morreu durante um protesto diante do quartel-general da ONU em Goma contra o reinício da guerra na região. Os manifestantes acusavam a força de paz de permitir que as forças do general renegado Laurent Nkunda derrotassem o Exército do Congo.
Na terça-feira, os rebeldes estavam a cerca de cem quilômetros ao norte de Goma, capital da província de Kivu do Norte. Estão se aproximando de Rutshuru e Kibumba, onde vivem dezenas de milhares de deslocados ou refugiados internos da longa guerra civil congolesa.
A guerra começou em abril de 1994 com o avanço da Frente Patriótica Ruandesa e a morte do presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, seguida pelo genocídio cometido pelo Exército dominado pela maioria hutu que batia em retirada e a milícia Interahawe (Destemidos, os que vêm para matar).
Quando eles se refugiaram no Leste do Congo, entraram em conflito com os baniamulengue, que são tútsi e portanto eram aliados do novo regime no poder em Kigale, sob a liderança do coronel Paul Kagame, da FPR. Esse conflito está na origem da guerra civil congolesa.
Em outubro de 1998, o general rebelde Laurent-Desiré Kabila deixou seu refúgio nas Montanhas da Lua, no coração da África e realizou seu sonho de marchar até Kinshasa e derrubar o ditador Mobutu Sese Seko, que mudara o nome do país para Zaire.
Os rebeldes tútsis, agora liderados pelo general Nkunda lançaram uma grande ofensiva no domingo, 26 de outubro de 2008, e chegaram a 20 quilômetros de Goma, destruindo veículos da ONU e obrigando milhares de civis a fugir para o sul em direção à capital da província.
"A missão de paz da ONU deve ser mais ativa, cobrou Jano Luneno, um líder da comunidade local.
O Congresso Nacional pela Defesa do Povo, de Nkunda, acusa o Exército de colaborar com as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), que inclui os Interahawe, a milícia e os soldados responsáveis pelo genocídio de 800 mil a 1 mihão de pessoas entre abril e julho de 1994.
Tanto o Exército quanto as FDLR exploram minas de ouro e estanho no Congo. Cerca de 80% da produção congolesa de minério de estanho vêm das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.
Houve vários acordos de paz nos últimos anos. A Primeira Guerra Mundial Africana é dividida entre a Primeira Guerra do Congo (1996-7), quando Mobutu é derrubado, e a Segunda Guerra do Congo (1998-2003), considerada o conflito mais mortal depois da Segunda Guerra Mundial.
Entre conflitos, fomes e doenças provocadas ou agravadas pela guerra, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram na longa guerra civil congolesa das últimas duas décadas.
Depois de 2003, restaram alguns focos de conflitos neste vasto país que não tem uma infra-estrutura que o integre.
Agora, cerca de 100 mil civis fugiram de casa em Kivu do Norte desde agosto, quando o acordo de paz firmado em janeiro desabou.
Terremoto mata pelo menos 170 no Paquistão
Um violento terremoto de 6,4 graus na escala aberta de Richter atingiu hoje o Paquistão, matando pelo menos 170 pessoas. Só numa localidade próxima à cidade de Queta, no Baluquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, 80 pessoas morreram.
O Exército do Paquistão enviou dois aviões militares de transporte C-130 para a região com 2 mil barracas, 4 mil colchões e 5 mil cobertores para os desabrigados.
O Exército do Paquistão enviou dois aviões militares de transporte C-130 para a região com 2 mil barracas, 4 mil colchões e 5 mil cobertores para os desabrigados.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Corte de juros levanta bolsas em todo o mundo
A expectativa de corte nas taxas básicas de juros amanhã nos Estados Unidos e na próxima semana na Europa, provocou uma onda altista no mercado financeiro internacional.
Na Ásia, a Bolsa de Valores de Tóquio abriu em queda. Chegou a estar abaixo de 7 mil pontos na abertura, por causa de bancos e exportadores, mas se recuperou e fechou em alta de 6,4%. O governo japonês proibiu as operações de short selling. A Bolsa de Hong Kong subiu 13,4% e a de Seul 5,6%.
Com a onda altista vinda da Ásia, as bolsas da Europa também subiram, com destaque para ações de bancos, companhias de petróleo e fábricas de automóveis como a Volkswagen, que teve uma alta de 73% e no meio do pregão chegou a ser a empresa privada com maior valor de mercado, batendo a empresa petrolífera Exxon Mobil.
A Bolsa de Londres fechou com alta de 1,92%, a de Paris de 1,55%. Com a supervalorização das ações da VW, o DAX, principal índice da Bolsa de Frankfurt, subiu 11,3%.
Nos EUA, a quase certeza do mercado de que a Reserva Federal (Fed) vai reduzir a taxa básica de juros amanhã em meio ponto percentual, para 1% ao ano, neutralizou as notícias ruins.
O índice de confiança do consumidor calculado pelo Conference Board, um instituto de pesquisas do setor privado, caiu ao nível mais baixo desde que foi criado, há 23 anos. E o preço médio das casas caiu 16,6% em um ano.
Mesmo assim, a bolsa de Wall St. teve sua maior alta desde 1987: 10,88%. A bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, subiu 9,5%.
Na Ásia, a Bolsa de Valores de Tóquio abriu em queda. Chegou a estar abaixo de 7 mil pontos na abertura, por causa de bancos e exportadores, mas se recuperou e fechou em alta de 6,4%. O governo japonês proibiu as operações de short selling. A Bolsa de Hong Kong subiu 13,4% e a de Seul 5,6%.
Com a onda altista vinda da Ásia, as bolsas da Europa também subiram, com destaque para ações de bancos, companhias de petróleo e fábricas de automóveis como a Volkswagen, que teve uma alta de 73% e no meio do pregão chegou a ser a empresa privada com maior valor de mercado, batendo a empresa petrolífera Exxon Mobil.
A Bolsa de Londres fechou com alta de 1,92%, a de Paris de 1,55%. Com a supervalorização das ações da VW, o DAX, principal índice da Bolsa de Frankfurt, subiu 11,3%.
Nos EUA, a quase certeza do mercado de que a Reserva Federal (Fed) vai reduzir a taxa básica de juros amanhã em meio ponto percentual, para 1% ao ano, neutralizou as notícias ruins.
O índice de confiança do consumidor calculado pelo Conference Board, um instituto de pesquisas do setor privado, caiu ao nível mais baixo desde que foi criado, há 23 anos. E o preço médio das casas caiu 16,6% em um ano.
Mesmo assim, a bolsa de Wall St. teve sua maior alta desde 1987: 10,88%. A bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, subiu 9,5%.
Prejuízo da crise chega a US$ 2,8 trilhões
O Banco da Inglaterra estima que os prejuízos das instituições financeiras do mundo inteiro com a crise global chegue a US$ 2,8 trilhões.
No seu Relatório sobre Estabilidade Financeira, o banco pediu uma reforma profunda do sistema bancário para impedir novas crises.
No seu Relatório sobre Estabilidade Financeira, o banco pediu uma reforma profunda do sistema bancário para impedir novas crises.
Brown pede dinheiro à China e ao Golfo para FMI
Durante encontro em Versalhes com o presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, fez um apelo à China e aos países exportadores de petróleo do Golfo Pérsico para que reforcem o caixa do Fundo Monetário Internacional.
O FMI tem US$ 250 bilhões para enfrentar a crise. Já emprestou US$ 2,1 bilhões à Islândia e US$ 16,5 bilhões à Ucrânia. Há dois dias, anunciou um acordo com a Hungria cujos detalhes ainda não foram revelados.
Em visita a Moscou, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, não comentou diretamente o assunto mas impôs as condições exigidas pela China para assumir um papel de liderança internacional no combate à crise financeira global.
"Primeiro, é preciso aperfeiçoar um sistema de instituições financeiras internacionais que trabalhem ativamente para garantir a estabilidade financeira global e regional", declarou Wen. "É necessário que os países emergentes e em desenvolvimento para que tenham mais votos e participação nas regras do jogo".
Em segundo lugar, prosseguiu o dirigente chinês, é necessária uma regulamentação e um controle que permita evitar altos riscos e dar alertas de emergência. Ele considerou essencial fortalecer o controle em países com moedas de reserva como o dólar.
Wen quer ainda uma diversificação das moedas de circulação internacional, ou seja, mais transações sem dólar.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, defendeu um comércio internacional com um sistema de pagamento baseado nas moedas nacionais para evitar os problemas provocados pela crise iniciada nos Estados Unidos.
O FMI tem US$ 250 bilhões para enfrentar a crise. Já emprestou US$ 2,1 bilhões à Islândia e US$ 16,5 bilhões à Ucrânia. Há dois dias, anunciou um acordo com a Hungria cujos detalhes ainda não foram revelados.
Em visita a Moscou, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, não comentou diretamente o assunto mas impôs as condições exigidas pela China para assumir um papel de liderança internacional no combate à crise financeira global.
"Primeiro, é preciso aperfeiçoar um sistema de instituições financeiras internacionais que trabalhem ativamente para garantir a estabilidade financeira global e regional", declarou Wen. "É necessário que os países emergentes e em desenvolvimento para que tenham mais votos e participação nas regras do jogo".
Em segundo lugar, prosseguiu o dirigente chinês, é necessária uma regulamentação e um controle que permita evitar altos riscos e dar alertas de emergência. Ele considerou essencial fortalecer o controle em países com moedas de reserva como o dólar.
Wen quer ainda uma diversificação das moedas de circulação internacional, ou seja, mais transações sem dólar.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, defendeu um comércio internacional com um sistema de pagamento baseado nas moedas nacionais para evitar os problemas provocados pela crise iniciada nos Estados Unidos.
Um presidente dos EUA que o mundo pode amar
Se as pesquisas estiverem corretas, daqui a uma semana o senador Barack Obama deve ser eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos em 4 de novembro, batendo o senador republicano John McCain, um veterano que foi prisioneiro de guerra no Vietnã.
Um presidente negro no país que há pouco mais de 40 anos tinha segregação racial já é uma revolução. Mais importante ainda, Obama é um presidente dos EUA que o resto do mundo pode amar. Essa é uma enorme vantagem para um país que perdeu prestígio e autoridade moral sob o governo de George W. Bush.
Obama representaria a volta do poder suave, sutil, de persuasão. O poder da comunicação, o cinema de Hollywood, o rock’n’roll, os blues e o jazz, blue jeans e também a Coca-Cola, o Cadillac e outras marcas contribuíram mais para a vitória na Guerra Fria dos que as armas, observa o professor Joseph Nye, ex-subsecretário da Defesa no governo Clinton.
A vitória na Guerra Fria foi uma vitória do estilo de vida americano.
O governo George W., dominado pelos neoconservadores, se propunha a tirar as vantagens que os EUA não teriam tirado sob Bill Clinton (1993-2001) da vitória na Guerra Fria, que eles atribuíam ao presidente Ronald Reagan (1981-89). Acabou jogando fora o prestígio ao invadir o Iraque com um pretexto furado.
Nunca o antiamericanismo foi tão forte no mundo. Sempre foi forte na América Latina, pelo domínio imperial que os EUA exerceram historicamente sobre o resto do continente.
Hoje, é mais radical no mundo muçulmano, mas em poucos países do mundo os EUA têm uma imagem favorável – e a crise financeira só agrava a situação: os modelos americanos estão em baixa.
Não basta uma eleição presidencial para mudar. Mas já é um bom começo. O maior comício da campanha de Obama foi um discurso para 200 mil pessoas em Berlim.
Barack Hussein Obama II nasceu em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, Havaí, filho de pai queniano de mesmo nome e de Ann Dunham, uma americana branca do Kansas, um dos estados mais conservadores dos EUA. Eles se conheceram na Universidade do Havaí e se separam quando Obama tinha dois anos.
Ele foi morar com a mãe na Indonésia, onde ficou até 10 anos, quando voltou a Honolulu para morar com os avós.
Depois de terminar o ensino médio, Barack Obama foi fazer faculdade em Los Angeles, mas acabou se transferindo para a Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Ficou quatro anos em Nova Iorque e foi para Chicago, onde foi contratado como diretor de projetos de desenvolvimento comunitário na pobre Zona Sul da cidade.
Em 1988, ele vai pela primeira vez à Europa e ao Quênia para conhecer a família. No fim do ano, entra na Faculdade de Direito da Universidade de Harvard. Lá ele foi editor e tornou-se o primeiro presidente negro da Harvard Law Review, a revista acadêmica da escola.
De volta a Illinois, Obama virou professor de Direito na Universidade de Chicago, onde dava um seminário sobre igualdade racial bastante concorrido.
Sua carreira política começa em 1996, com a eleição para o Senado Estadual de Illinois. Reeleito em 1998 e 2002. Em 2000, queria concorrer à Câmara de Representantes mas perdeu uma prévia do partido para o deputado Bobby Rush.
A eleição para o Senado Federal, em 2004, abriu caminho para a candidatura à Casa Branca. Em 10 de fevereiro de 2007, Obama lançou sua candidatura sob o olhar descrente dos que consideravam inevitável a vitória da senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton.
Com seu talento de grande orador e uma mensagem genérica de mudança e esperança, Obama empolgou as multidões, mobilizou a comunidade negra, que finalmente se sente representada de fato, e boa parte da juventude. Através da Internet, arrecadou US$ 600 milhões.
Na Superterça-Feira, 5 de fevereiro, quando houve eleições primárias em 22 estados, Hillary percebeu que tinha um adversário formidável. Obama parecia presidencial. Tomou a dianteira e nunca mais a cedeu.
Sob o fogo pesado da oponente na disputa interna do Partido Democrata, sua candidatura pareceu perder o brilho dos grandes discursos, como o discurso sobre raça, em que ele promete “lutar por uma União mais perfeita, sem o pecado original da escravidão” acima das diferenças de cor de pele, sem ódio, sem rancor, sem vingança.
Ao projetar um futuro melhor, Obama encontrou uma imagem positiva de uns EUA melhores do que são hoje. Logo depois das convenções nacionais dos partidos que confirmaram as candidaturas no final de agosto e início de setembro, Obama e McCain estavam praticamente empatados nas pesquisas de opinião.
A crise financeira global e a incapacidade do governo Bush de apresentar uma resposta terminaram por sepultar, até prova em contrário, a candidatura do senador McCain.
Aos 72 anos, ele tem excelentes serviços prestados à nação. É um herói de guerra e um senado que muitas vezes contrariou seu próprio partido em defesa de suas convicções, o que também não é comum nos EUA.
Mas só conquistou a candidatura do Partido Republicano porque depois de dois governos de George W. Bush esta é uma eleição para a oposição democrata vencer. O próprio eleitorado conservador estava acomodado, ainda que McCain tenha aberto mão de toda sua suposta rebeldia para garantir o voto conservador.
Só virou o jogo quando lançou a governadora do Alasca, Sarah Palin, como candidata a vice. Aos 44 anos, ex-miss e ex-atleta na universidade, ultraconservadora, caçadora, evangélica e contra o abordo, o Furacão Sarah, que se definiu como uma “pitbull de batom”, empolgou a direita conservadora, mas acabou por alienar o eleitorado mais de centro, independente, que é quem decide eleições.
A vantagem democrata é evidente. Os últimos campos de batalha são estados onde George Bush ganhou em 2004 e Obama pode ganhar agora, como Ohio, Virgínia e Pensilvânia. McCain faz um último apelo ao bolso. Acusa Obama de ser um socialista que quer distribuir a riqueza. Já se fala até numa avalanche em 4 de novembro.
Um presidente negro no país que há pouco mais de 40 anos tinha segregação racial já é uma revolução. Mais importante ainda, Obama é um presidente dos EUA que o resto do mundo pode amar. Essa é uma enorme vantagem para um país que perdeu prestígio e autoridade moral sob o governo de George W. Bush.
Obama representaria a volta do poder suave, sutil, de persuasão. O poder da comunicação, o cinema de Hollywood, o rock’n’roll, os blues e o jazz, blue jeans e também a Coca-Cola, o Cadillac e outras marcas contribuíram mais para a vitória na Guerra Fria dos que as armas, observa o professor Joseph Nye, ex-subsecretário da Defesa no governo Clinton.
A vitória na Guerra Fria foi uma vitória do estilo de vida americano.
O governo George W., dominado pelos neoconservadores, se propunha a tirar as vantagens que os EUA não teriam tirado sob Bill Clinton (1993-2001) da vitória na Guerra Fria, que eles atribuíam ao presidente Ronald Reagan (1981-89). Acabou jogando fora o prestígio ao invadir o Iraque com um pretexto furado.
Nunca o antiamericanismo foi tão forte no mundo. Sempre foi forte na América Latina, pelo domínio imperial que os EUA exerceram historicamente sobre o resto do continente.
Hoje, é mais radical no mundo muçulmano, mas em poucos países do mundo os EUA têm uma imagem favorável – e a crise financeira só agrava a situação: os modelos americanos estão em baixa.
Não basta uma eleição presidencial para mudar. Mas já é um bom começo. O maior comício da campanha de Obama foi um discurso para 200 mil pessoas em Berlim.
Barack Hussein Obama II nasceu em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, Havaí, filho de pai queniano de mesmo nome e de Ann Dunham, uma americana branca do Kansas, um dos estados mais conservadores dos EUA. Eles se conheceram na Universidade do Havaí e se separam quando Obama tinha dois anos.
Ele foi morar com a mãe na Indonésia, onde ficou até 10 anos, quando voltou a Honolulu para morar com os avós.
Depois de terminar o ensino médio, Barack Obama foi fazer faculdade em Los Angeles, mas acabou se transferindo para a Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Ficou quatro anos em Nova Iorque e foi para Chicago, onde foi contratado como diretor de projetos de desenvolvimento comunitário na pobre Zona Sul da cidade.
Em 1988, ele vai pela primeira vez à Europa e ao Quênia para conhecer a família. No fim do ano, entra na Faculdade de Direito da Universidade de Harvard. Lá ele foi editor e tornou-se o primeiro presidente negro da Harvard Law Review, a revista acadêmica da escola.
De volta a Illinois, Obama virou professor de Direito na Universidade de Chicago, onde dava um seminário sobre igualdade racial bastante concorrido.
Sua carreira política começa em 1996, com a eleição para o Senado Estadual de Illinois. Reeleito em 1998 e 2002. Em 2000, queria concorrer à Câmara de Representantes mas perdeu uma prévia do partido para o deputado Bobby Rush.
A eleição para o Senado Federal, em 2004, abriu caminho para a candidatura à Casa Branca. Em 10 de fevereiro de 2007, Obama lançou sua candidatura sob o olhar descrente dos que consideravam inevitável a vitória da senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton.
Com seu talento de grande orador e uma mensagem genérica de mudança e esperança, Obama empolgou as multidões, mobilizou a comunidade negra, que finalmente se sente representada de fato, e boa parte da juventude. Através da Internet, arrecadou US$ 600 milhões.
Na Superterça-Feira, 5 de fevereiro, quando houve eleições primárias em 22 estados, Hillary percebeu que tinha um adversário formidável. Obama parecia presidencial. Tomou a dianteira e nunca mais a cedeu.
Sob o fogo pesado da oponente na disputa interna do Partido Democrata, sua candidatura pareceu perder o brilho dos grandes discursos, como o discurso sobre raça, em que ele promete “lutar por uma União mais perfeita, sem o pecado original da escravidão” acima das diferenças de cor de pele, sem ódio, sem rancor, sem vingança.
Ao projetar um futuro melhor, Obama encontrou uma imagem positiva de uns EUA melhores do que são hoje. Logo depois das convenções nacionais dos partidos que confirmaram as candidaturas no final de agosto e início de setembro, Obama e McCain estavam praticamente empatados nas pesquisas de opinião.
A crise financeira global e a incapacidade do governo Bush de apresentar uma resposta terminaram por sepultar, até prova em contrário, a candidatura do senador McCain.
Aos 72 anos, ele tem excelentes serviços prestados à nação. É um herói de guerra e um senado que muitas vezes contrariou seu próprio partido em defesa de suas convicções, o que também não é comum nos EUA.
Mas só conquistou a candidatura do Partido Republicano porque depois de dois governos de George W. Bush esta é uma eleição para a oposição democrata vencer. O próprio eleitorado conservador estava acomodado, ainda que McCain tenha aberto mão de toda sua suposta rebeldia para garantir o voto conservador.
Só virou o jogo quando lançou a governadora do Alasca, Sarah Palin, como candidata a vice. Aos 44 anos, ex-miss e ex-atleta na universidade, ultraconservadora, caçadora, evangélica e contra o abordo, o Furacão Sarah, que se definiu como uma “pitbull de batom”, empolgou a direita conservadora, mas acabou por alienar o eleitorado mais de centro, independente, que é quem decide eleições.
A vantagem democrata é evidente. Os últimos campos de batalha são estados onde George Bush ganhou em 2004 e Obama pode ganhar agora, como Ohio, Virgínia e Pensilvânia. McCain faz um último apelo ao bolso. Acusa Obama de ser um socialista que quer distribuir a riqueza. Já se fala até numa avalanche em 4 de novembro.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Síria acusa EUA de "terrorismo" e "crime de guerra"
A Síria acusou hoje os Estados Unidos de terrorismo e crime de guerra por causa de um ataque em território sírio contra supostos militantes extremistas que atacariam no Iraque a partir de bases em território sírio.
Os EUA não confirmaram imediatamente a ação, que teria sido feita por helicóptero contra um suposto líder da rede terrorista Al Caeda.
Os EUA não confirmaram imediatamente a ação, que teria sido feita por helicóptero contra um suposto líder da rede terrorista Al Caeda.
Bolsas da Ásia voltam a desabar
Mais um dia de quedas fortes nos mercados da Ásia derrubou a Bolsa de Tóquio (-6,4%) para o nível de 26 anos atrás. Hong Kong perdeu 12,7%, na maior queda desde 1997. Manila teve uma queda recorde de 12,3%
No Japão, o primeiro-ministro Taro Aso tentou acalmar o mercado dizendo que um iene forte não é ruim para o país.
Leia mais no Wall Street Journal.
No Japão, o primeiro-ministro Taro Aso tentou acalmar o mercado dizendo que um iene forte não é ruim para o país.
Leia mais no Wall Street Journal.
Índia quer ação coordenada contra a crise
A Índia defende a coordenação das políticas monetárias dos países da Ásia como uma das formas de tentar estabilizar os mercados abalados pela crise financeira global, afirmou o novo presidente do banco central indiano, Duvvuri, Subbarao.
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, o novo presidente do Banco da Reserva da Índia declarou que os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais da região foram mobilizados pelo "impacto sinergético" da ação coordenada dos países do Grupo dos Sete (maiores potências industriais capitalistas).
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, o novo presidente do Banco da Reserva da Índia declarou que os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais da região foram mobilizados pelo "impacto sinergético" da ação coordenada dos países do Grupo dos Sete (maiores potências industriais capitalistas).
FMI empresta US$ 16,5 bilhões à Ucrânia
O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai dar um empréstimo de emergência de US$ 16,5 bilhões à Ucrânia. É o segundo país, depois da Islândia, a receber ajuda do Fundo para enfrentar a crise financeira global.
Leia mais noWall Street Journal.
Leia mais noWall Street Journal.
domingo, 26 de outubro de 2008
Deputado refém foge das FARC na Colômbia
Um guerrilheiro que desertou das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) levando consigo o ex-deputado Óscar Lizcano, refém há oito anos, recebeu direito de asilo na França.
O governo Álvaro Uribe adotou uma política de recompensar quem abandonar a luta armada. Assim, Isaías, nome do guerra do ex-guerrilheiro, terá dinheiro para gastar no exílio.
O governo Álvaro Uribe adotou uma política de recompensar quem abandonar a luta armada. Assim, Isaías, nome do guerra do ex-guerrilheiro, terá dinheiro para gastar no exílio.
Israel deve antecipar eleições
Depois de fracassar na tentativa de formar um novo governo em Israel por não ter conseguido o apoio do partido religioso Shas, a nova líder do partido Kadima indicou neste domingo que vai pedir ao presidente Shimon Peres que convoque eleições antecipadas em Israel.
A expectativa é que as eleições sejam convocadas para fevereiro de 2009.
A expectativa é que as eleições sejam convocadas para fevereiro de 2009.
Crise de alimentos agrava problema da fome
Na medida em que o dinheiro se torna mais escasso no sistema financeiro internacional e a atividade econômica diminui, quem paga o preço final são os cidadãos mais pobres e fragilizados do planeta: quem passa fome terá ainda mais dificuldades para comer.
Leia mais na edição deste domingo do jornal The Washington Post.
Leia mais na edição deste domingo do jornal The Washington Post.
sábado, 25 de outubro de 2008
Consumo cai e desemprego cresce nos EUA
A queda no consumo levou as empresas americanas a demitirem pelo menos 335 mil trabalhadores no mês de setembro. Quando o próximo relatório sobre o emprego em outubro for divulgado, em 7 de novembro, três dias depois das eleições, a expectativa do mercado é que haja uma perda de cerca de 200 mil vagas.
O Partido Democrata, que vai obter uma grande vitória nas eleições para o Congresso, ampliando sua maioria na Câmara e no Senado, e é favorito para reconquistar a Casa Branca com o senador Barack Obama, já teme não ter condições de corresponder à expectativa do eleitorado, diante da gravidade da crise.
Leia mais The New York Times.
O Partido Democrata, que vai obter uma grande vitória nas eleições para o Congresso, ampliando sua maioria na Câmara e no Senado, e é favorito para reconquistar a Casa Branca com o senador Barack Obama, já teme não ter condições de corresponder à expectativa do eleitorado, diante da gravidade da crise.
Leia mais The New York Times.
Pesquisa diária dá nove pontos a mais a Obama
Na pesquisa diária do instituto Zogby para a agência de notícias Reuters, o senador democrata Barack Obama manteve hoje sua vantagem sobre o senador republicano John McCain. Obama teria 51% dos votos contra 42% para McCain.
Em outra pesquisa, do jornal New York Times e da rede de televisão CBS, a vantagem é ainda maior: 52% a 39%.
Depois de visitar a vó, que está muito doente, no Havaí, o candidato democrata voltou hoje à campanha. O senador McCain insiste em que as pesquisas podem estar erradas, lembrando a vitória inesperada do presidente Harry Truman sobre o favorito John Dewey em 1948.
Mais uma vez, ele acusou Obama de socialista por querer "distribuir a riqueza". O senador por Illinois respondeu que McCain diz isso porque só está preocupado com os ricos e ele, Obama, se preocupada com a classe média.
Nos bastidores da campanha republicana, assessores de McCain estariam insatisfeitos com a candidata a vice, a governadora do Alasca, Sarah Palin. Além de uma investigação sobre abuso de poder como governadora e de gastar US$ 150 mil em roupas para a campanha em plena crise financeira global, Palin usa uma linguagem agressiva, tentando desqualificar Obama para o cargo.
Em outra pesquisa, do jornal New York Times e da rede de televisão CBS, a vantagem é ainda maior: 52% a 39%.
Depois de visitar a vó, que está muito doente, no Havaí, o candidato democrata voltou hoje à campanha. O senador McCain insiste em que as pesquisas podem estar erradas, lembrando a vitória inesperada do presidente Harry Truman sobre o favorito John Dewey em 1948.
Mais uma vez, ele acusou Obama de socialista por querer "distribuir a riqueza". O senador por Illinois respondeu que McCain diz isso porque só está preocupado com os ricos e ele, Obama, se preocupada com a classe média.
Nos bastidores da campanha republicana, assessores de McCain estariam insatisfeitos com a candidata a vice, a governadora do Alasca, Sarah Palin. Além de uma investigação sobre abuso de poder como governadora e de gastar US$ 150 mil em roupas para a campanha em plena crise financeira global, Palin usa uma linguagem agressiva, tentando desqualificar Obama para o cargo.
MEU VOTO É NO GABEIRA
Este domingo é dia de decisão, e o eleitor inteligente, consciente e sensato do Rio de Janeiro tem uma grande opção: votar no deputado Fernando Gabeira, do Partido Verde, para prefeito.
Gabeira deu um baile ontem no debate final, na TV Globo, contra o candidato fabricado pelo governador Sérgio Cabral, Eduardo Paes. Quem pensa duas vezes vota no Gabeira. Ele cometeu um erro ao chamar de suburbana a vereadora mais votada na Zona Oeste. Mas errar é humano. Errar todo o mundo erra. O importante é o que é melhor para a cidade. E aí não tem comparação.
As máquinas estadual e federal estão com o cafajeste arrumadinho que posa de bom moço mas é um dos maiores oportunistas políticos da história recente do Brasil.
Gabeira é o único candidato honesto no Rio. Paes foi do PT, PV, PSDB e agora está no PMDB. Qualquer poder lhe diverte. Quem faz qualquer coisa para ser eleito fará qualquer coisa no exercício do poder.
Na CPI do Mensalão, Paes, então no PSDB, chamou o Lula de chefe da quadrilha e atacou especialmente os negócios do filho do Lula com a Telemar, ou seja, levou uma questão política para o lado pessoal. Seu objetivo: causar o maior dano possível a quem considerava na época um inimigo político.
Sua coerência, seu compromisso com a palavra empanhada? Não tem nenhum. Agora que precisava da imagem do presidente, pediu desculpas. Apesar da raiva de Dona Marisa, Lula, como homem de partido, pensando em 2010 - e Gabeira tem o apoio do PSDB -, resolveu apoiar Paes a contragosto.
Paes é filhote do Cesar Maia, a quem traiu. Na campanha ao governo do estado, notabilizou-se por atacar Denise Frossard, sua ex-companheira de PSDB, fazendo o jogo sujo para o Cabralzinho, que pôde assim posar de bom moço. Ganhou uma secretaria estadual e agora a candidatura a prefeito.
Em todo o Brasil, é difícil encontrar um candidato com o caráter e as qualidades de Fernando Gabeira.
Gabeira é 43.
Gabeira deu um baile ontem no debate final, na TV Globo, contra o candidato fabricado pelo governador Sérgio Cabral, Eduardo Paes. Quem pensa duas vezes vota no Gabeira. Ele cometeu um erro ao chamar de suburbana a vereadora mais votada na Zona Oeste. Mas errar é humano. Errar todo o mundo erra. O importante é o que é melhor para a cidade. E aí não tem comparação.
As máquinas estadual e federal estão com o cafajeste arrumadinho que posa de bom moço mas é um dos maiores oportunistas políticos da história recente do Brasil.
Gabeira é o único candidato honesto no Rio. Paes foi do PT, PV, PSDB e agora está no PMDB. Qualquer poder lhe diverte. Quem faz qualquer coisa para ser eleito fará qualquer coisa no exercício do poder.
Na CPI do Mensalão, Paes, então no PSDB, chamou o Lula de chefe da quadrilha e atacou especialmente os negócios do filho do Lula com a Telemar, ou seja, levou uma questão política para o lado pessoal. Seu objetivo: causar o maior dano possível a quem considerava na época um inimigo político.
Sua coerência, seu compromisso com a palavra empanhada? Não tem nenhum. Agora que precisava da imagem do presidente, pediu desculpas. Apesar da raiva de Dona Marisa, Lula, como homem de partido, pensando em 2010 - e Gabeira tem o apoio do PSDB -, resolveu apoiar Paes a contragosto.
Paes é filhote do Cesar Maia, a quem traiu. Na campanha ao governo do estado, notabilizou-se por atacar Denise Frossard, sua ex-companheira de PSDB, fazendo o jogo sujo para o Cabralzinho, que pôde assim posar de bom moço. Ganhou uma secretaria estadual e agora a candidatura a prefeito.
Em todo o Brasil, é difícil encontrar um candidato com o caráter e as qualidades de Fernando Gabeira.
Gabeira é 43.
ASEM pede ao FMI que lidere combate à crise
O 7º Encontro da Ásia e da Europa, que reuniu os líderes dos 27 países da União Européia e 16 países asiáticos, entre eles China, Índia e Japão, terminou com um apelo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para que coordene a ação internacional de combate à crise como uma instituição multilateral, parte do sistema Nações Unidas.
Até agora, o FMI revelou ter US$ 250 bilhões para empréstimos de emergência a países necessitados. É muito menos do que a Europa e os Estados Unidos alocaram para superar a crise. Talvez seja suficiente para países em desenvolvimento.
A crise internacional foi o tema dominante da conferência de cúpula. O anfitrião, o presidente chinês, Hu Jintao, admitiu que a crise traz instabilidade e incerteza para o desenvolvimento da China, país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos.
Para o presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, este é um "momento histórico" onde serão tomadas as decisões que vão influenciar o mundo nas próximas gerações. Ontem, ele tinha feito um apelo à China para que assuma um papel de liderança internacional à altura de sua importância econômica.
O governo chinês acumulou as maiores reservas cambiais em moedas fortes do mundo. São US$ 1,9 trilhão que podem ser usados para irrigar a economia. A maior preocupação é com a situação interna, com o impacto político que uma forte desaceleração no crescimento chinês poderia ter.
A China crescia a taxas superiores a 10% ao ano há cinco anos. Em setembro, o ritmo de crescimento da quarta maior economia do mundo caiu para 9% ao ano. É espetacular para qualquer país, mas a tendência é de queda.
Como qualquer país com comércio exterior forte, a China sofre com a queda nas exportações para os EUA e a Europa, os maiores mercados consumidores do mundo.
Abaixo de 6% ao ano, poderia haver distúrbios sociais. O governo chinês tem dinheiro sobrando para estimular a economia. A questão inicial é como pretende fazer isso.
Até agora, o FMI revelou ter US$ 250 bilhões para empréstimos de emergência a países necessitados. É muito menos do que a Europa e os Estados Unidos alocaram para superar a crise. Talvez seja suficiente para países em desenvolvimento.
A crise internacional foi o tema dominante da conferência de cúpula. O anfitrião, o presidente chinês, Hu Jintao, admitiu que a crise traz instabilidade e incerteza para o desenvolvimento da China, país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos.
Para o presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, este é um "momento histórico" onde serão tomadas as decisões que vão influenciar o mundo nas próximas gerações. Ontem, ele tinha feito um apelo à China para que assuma um papel de liderança internacional à altura de sua importância econômica.
O governo chinês acumulou as maiores reservas cambiais em moedas fortes do mundo. São US$ 1,9 trilhão que podem ser usados para irrigar a economia. A maior preocupação é com a situação interna, com o impacto político que uma forte desaceleração no crescimento chinês poderia ter.
A China crescia a taxas superiores a 10% ao ano há cinco anos. Em setembro, o ritmo de crescimento da quarta maior economia do mundo caiu para 9% ao ano. É espetacular para qualquer país, mas a tendência é de queda.
Como qualquer país com comércio exterior forte, a China sofre com a queda nas exportações para os EUA e a Europa, os maiores mercados consumidores do mundo.
Abaixo de 6% ao ano, poderia haver distúrbios sociais. O governo chinês tem dinheiro sobrando para estimular a economia. A questão inicial é como pretende fazer isso.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Bolsas desabam no mundo inteiro
O medo de uma recessão mundial, reforçado pelos maus resultados das empresas e a contração econômica do Reino Unido pela primeira vez em seis anos, derrubou as bolsas de valores hoje no mundo inteiro.
No Japão, o dólar caiu para 94,27 ienes. A moeda japonesa é um refúgio seguro em meio à crise. Isso derruba as ações de empresas exportadores, o que reduziu o crescimento sul-coreano à metade.
A Bolsa de Tóquio perdeu 9,6%; Hong Kong, 8,3%; e Seul, na Coréia do sul, 12,6%.
Na Europa, a primeira queda da atividade econômica britânica em 16 anos e outros indicadores de recessão, como o Índice de Compras dos Gerentes, pesaram sobre os mercados europeus. Londres e Frankfurt perderam 5%, e Paris, 3,5%.
Uma nova onda de demissões na Chrysler, que pode ser vendida à General Motors, e a redução do tráfego aéreo em 3%, derrubaram a Bolsa de Nova Iorque. O Índice Dow Jones caiu 3,6% e a bolsa Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, 3,2%.
Em meio à descrença e ao pânico, uma boa notícia: a venda de casas usadas cresceu 5,5% em setembro. Com a queda na construção, o estoque de casas para revenda estaria diminuindo. Seria o início de uma recuperação no setor imobiliário. Os preços caíram 9% em um ano.
No Japão, o dólar caiu para 94,27 ienes. A moeda japonesa é um refúgio seguro em meio à crise. Isso derruba as ações de empresas exportadores, o que reduziu o crescimento sul-coreano à metade.
A Bolsa de Tóquio perdeu 9,6%; Hong Kong, 8,3%; e Seul, na Coréia do sul, 12,6%.
Na Europa, a primeira queda da atividade econômica britânica em 16 anos e outros indicadores de recessão, como o Índice de Compras dos Gerentes, pesaram sobre os mercados europeus. Londres e Frankfurt perderam 5%, e Paris, 3,5%.
Uma nova onda de demissões na Chrysler, que pode ser vendida à General Motors, e a redução do tráfego aéreo em 3%, derrubaram a Bolsa de Nova Iorque. O Índice Dow Jones caiu 3,6% e a bolsa Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, 3,2%.
Em meio à descrença e ao pânico, uma boa notícia: a venda de casas usadas cresceu 5,5% em setembro. Com a queda na construção, o estoque de casas para revenda estaria diminuindo. Seria o início de uma recuperação no setor imobiliário. Os preços caíram 9% em um ano.
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Recessão
Crise atinge emergentes
Depois da Islândia, que negociou um empréstimo de emergência de US$ 6 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional para evitar o colapso do sistema bancária, que teve de ser totalmente estatizado pelo governo, a Hungria, a Ucrânia, a Bielorrússia e o Paquistão pediram ajuda ao FMI. O Brasil e o México estão usando suas reservas cambiais para defender suas moedas.
Ontem a revista inglesa The Economist advertia que a Índia tem um déficit público elevado, de cerca de 10% do produto interno bruto, de cerca de US$ 1 trilhão, e as empresas brasileiras têm dívidas em dólares. Mas os dois países acumularam reservas cambiais que os deixaram mais bem-preparados do que nunca para uma crise econômica internacional.
Hoje, diante do colapso das bolsas de Moscou e do rublo, alguns analistas previram que a Rússia poderia entrar em recessão. Seria o primeiro dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) a entrar em recessão.
A expectativa para os outros três grandes emergentes é que sofram com a crise, reduzam suas taxas de crescimento, a China e a Índia para cerca de 6% e o Brasil de 2% a 3%.
Com o pânico e a fuga de capitais, as moedas do Brasil, México, Turquia, Hungria, Polônia e Coréia do Sul se desvalorizaram.
Leia mais no jornal espanhol El País.
Ontem a revista inglesa The Economist advertia que a Índia tem um déficit público elevado, de cerca de 10% do produto interno bruto, de cerca de US$ 1 trilhão, e as empresas brasileiras têm dívidas em dólares. Mas os dois países acumularam reservas cambiais que os deixaram mais bem-preparados do que nunca para uma crise econômica internacional.
Hoje, diante do colapso das bolsas de Moscou e do rublo, alguns analistas previram que a Rússia poderia entrar em recessão. Seria o primeiro dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) a entrar em recessão.
A expectativa para os outros três grandes emergentes é que sofram com a crise, reduzam suas taxas de crescimento, a China e a Índia para cerca de 6% e o Brasil de 2% a 3%.
Com o pânico e a fuga de capitais, as moedas do Brasil, México, Turquia, Hungria, Polônia e Coréia do Sul se desvalorizaram.
Leia mais no jornal espanhol El País.
Euro tem menor cotação em seis anos
Uma das vítimas da crise financeira global é a moeda comum européia. Sem uma autoridade política que a sustente, o euro depende das ações de 15 países e dos tecnocratas do Banco Central da Europa.
Neste momento de forte intervenção estatal para ancorar um setor financeiro privado bombardeado, faz falta o governo econômico comum da zona do euro que a França cobra desde a introdução da moeda, em 1999.
Hoje, o euro vale US$ 1,2585, a menor cotação em seis anos.
Neste momento de forte intervenção estatal para ancorar um setor financeiro privado bombardeado, faz falta o governo econômico comum da zona do euro que a França cobra desde a introdução da moeda, em 1999.
Hoje, o euro vale US$ 1,2585, a menor cotação em seis anos.
Desemprego na Espanha passa de 11%
A Espanha, quinta maior economia da União Européia e oitava do mundo, é um dos países europeus que mais sofrem com a crise. Está em recessão e a taxa de desemprego chegou a 11,33% da população economicamente ativa.
Ao contrário da Islândia, o primeiro país desenvolvido a recorrer ao Fundo Monetário Internacional desde que o Reino Unido fez isso em 1976, a Espanha não quebrou. Não deve recorrer ao Fundo Monetário Internacional como a Hungria, a Ucrânia, a Bielorrússia e o Paquistão.
Aparentemente seus bancos continuam firmes, embora tenham acusado o golpe da estatização da previdência privada na Argentina, onde administravam fundos de pensão que sobreviveram ao colapso da dolarização menemista no final de 2001. Mas o setor imobiliário foi duramente atingido.
Leia mais no jornal espanhol El País.
Ao contrário da Islândia, o primeiro país desenvolvido a recorrer ao Fundo Monetário Internacional desde que o Reino Unido fez isso em 1976, a Espanha não quebrou. Não deve recorrer ao Fundo Monetário Internacional como a Hungria, a Ucrânia, a Bielorrússia e o Paquistão.
Aparentemente seus bancos continuam firmes, embora tenham acusado o golpe da estatização da previdência privada na Argentina, onde administravam fundos de pensão que sobreviveram ao colapso da dolarização menemista no final de 2001. Mas o setor imobiliário foi duramente atingido.
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Revenda de casas aumenta nos EUA
Em meio ao pânico da crise, um número positivo: a venda de casas usadas nos Estados Unidos cresceu 5,5% em setembro, mas os preços estão em média 9% abaixo de setembro do ano passado, no menor nível desde abril de 2004.
Com a queda na construção, o estoque de casas usadas precisa cair para reestimular a construção. Por outro lado, a queda no preço faz com que muitos compradores estejam pagando mais caro do que o valor atual do imóvel.
Na dúvida, quem pode comprar sem urgência adia o negócio, na esperança de que os preços caiam ainda mais. Quando os preços começarem a subir, será possível falar no início de uma recuperação real no setor habitacional.
Leia mais no Wall Street Journal.
Com a queda na construção, o estoque de casas usadas precisa cair para reestimular a construção. Por outro lado, a queda no preço faz com que muitos compradores estejam pagando mais caro do que o valor atual do imóvel.
Na dúvida, quem pode comprar sem urgência adia o negócio, na esperança de que os preços caiam ainda mais. Quando os preços começarem a subir, será possível falar no início de uma recuperação real no setor habitacional.
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Chrysler demite mais 5 mil
A terceira maior empresa fabricante de automóveis dos Estados Unidos, a Chrysler vai demitir em novembro 5 mil gerentes e funcionários de escritório.
Diante da crise financeira global, o grupo de investidores que comprou a Chrysler quando a Daimler-Benz resolveu se desfazer da empresa está negociando uma possível venda para a General Motors, que disputa a liderança do mercado com a japonesa Toyota.
Leia mais na edição online do Wall St. Journal.
Diante da crise financeira global, o grupo de investidores que comprou a Chrysler quando a Daimler-Benz resolveu se desfazer da empresa está negociando uma possível venda para a General Motors, que disputa a liderança do mercado com a japonesa Toyota.
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França empresta US$ 6 milhões a bancos
Depois de investir o equivalente a US$ 14 bilhões na semana passada para capitalizar os seis maiores bancos do país, a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, anunciou hoje a liberação de 5 bilhões de euros, cerca de US$ 6,3 bilhões para sete bancos não-identificados.
"É uma questão diferente", explicou a ministra. "Aqueles 10,5 bilhões de euros eram para capitalizar os bancos para que eles aumentem o financiamento da economia francesa. Esses 5 bilhões de euros foram tirados da Caixa de Depósitos e Consignações para financiar o mercado interbancário".
Para o economista Alexander Law, chefe de pesquisa no grupo Xerfi, "é apenas um primeiro salvo porque há 320 bilhões de euros disponíveis e até agora foram usados apenas cinco com sete bancos".
A França, sexta maior economia do mundo, encolheu no segundo trimestre e o instituto oficial de estatísticas já previu que entrará em recessão com crescimento negativo também no terceiro trimestre.
"É uma questão diferente", explicou a ministra. "Aqueles 10,5 bilhões de euros eram para capitalizar os bancos para que eles aumentem o financiamento da economia francesa. Esses 5 bilhões de euros foram tirados da Caixa de Depósitos e Consignações para financiar o mercado interbancário".
Para o economista Alexander Law, chefe de pesquisa no grupo Xerfi, "é apenas um primeiro salvo porque há 320 bilhões de euros disponíveis e até agora foram usados apenas cinco com sete bancos".
A França, sexta maior economia do mundo, encolheu no segundo trimestre e o instituto oficial de estatísticas já previu que entrará em recessão com crescimento negativo também no terceiro trimestre.
PIB do Reino Unido cai depois de 16 anos
Pela primeira vez em 16 anos, a quinta maior economia do mundo encolheu. O produto interno bruto do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte caiu 0,5% no terceiro trimestre em comparação com a segundo, deixando o país à beira de uma recessão, que é a contração econômica por dois trimestres consecutivos.
Isso não acontece desde 1992, quando um ataque especulativo contra a libra na Quarta-Feira Negra, 16 de setembro, forçou o governo britânico a desvalorizar a moeda e a tirá-la do mecanismo integrado de câmbio do Sistema Monetário Europeu.
A desvalorização da moeda aumentou a competitividade da economia britânica. Desde então, o país teve o mais longo período de crescimento contínuo de sua História, que agora chegou ao fim.
O primeiro-ministro Gordon Brown, que prometeu acabar com os ciclos de euforia e depressão, está com problemas. Mal nas pesquisas, ele foi saudado como o herói que salvou o mundo pelo ganhador do Prêmio Nobel de Economia 2008. Virou o Flash Gordon, na verdade reciclando um plano de combate a uma crise financeira na Suécia em 1991-2. Mas isso ainda não se refletiu na sua popularidade interna e a recessão iminente não ajuda.
Leia mais no Financial Times.
Isso não acontece desde 1992, quando um ataque especulativo contra a libra na Quarta-Feira Negra, 16 de setembro, forçou o governo britânico a desvalorizar a moeda e a tirá-la do mecanismo integrado de câmbio do Sistema Monetário Europeu.
A desvalorização da moeda aumentou a competitividade da economia britânica. Desde então, o país teve o mais longo período de crescimento contínuo de sua História, que agora chegou ao fim.
O primeiro-ministro Gordon Brown, que prometeu acabar com os ciclos de euforia e depressão, está com problemas. Mal nas pesquisas, ele foi saudado como o herói que salvou o mundo pelo ganhador do Prêmio Nobel de Economia 2008. Virou o Flash Gordon, na verdade reciclando um plano de combate a uma crise financeira na Suécia em 1991-2. Mas isso ainda não se refletiu na sua popularidade interna e a recessão iminente não ajuda.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Argentina discute estatização da previdência
O governo e a oposição da Argentina não chegaram a um acordo sobre o projeto da presidente Cristina Kirchner para acabar com a previdência privada, estatizando os fundos de pensão, que têm hoje cerca de 100 bilhões de pesos, mais de US$ 30 bilhões.
Enquanto a presidente defende sua "decisão estratégica" argumentando que "a aposentadoria não pode ser um negócio", a ala oposicionista da União Cívica Radical admite que o governo crie uma previdência social que garanta uma pensão mínima para todo trabalhador argentino. Mas quer que o cidadão tenha a opção de investir num fundo de pensão para ter um complemento da aposentadoria.
A medida, anunciada na terça-feira, 21 de outubro de 2008, surpreendeu o mercado e os argentinos. O Índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, caiu mais de 20% em dois dias e hoje teve uma pequena alta, de 2,43%.
Enquanto a presidente defende sua "decisão estratégica" argumentando que "a aposentadoria não pode ser um negócio", a ala oposicionista da União Cívica Radical admite que o governo crie uma previdência social que garanta uma pensão mínima para todo trabalhador argentino. Mas quer que o cidadão tenha a opção de investir num fundo de pensão para ter um complemento da aposentadoria.
A medida, anunciada na terça-feira, 21 de outubro de 2008, surpreendeu o mercado e os argentinos. O Índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, caiu mais de 20% em dois dias e hoje teve uma pequena alta, de 2,43%.
Demissões em massa abalam bolsas
A expectativa de aumento do desemprego nos Estados Unidos, mais um forte indicador de uma recessão, abalou as bolsas hoje no mundo inteiro.
O número de demissões em massa em setembro foi o maior desde setembro de 2001, quando o país estava traumatizado pelos atentados terroristas contra Nova Iorque e o Pentágono, revelou hoje o jornal The Washington Post. São considerados demissões em massa os casos em que mais de 50 trabalhadores de uma mesma empresa perdem o emprego:
• A indústria farmacêutica Merck vai demitir 7,2 mil funcionários, 2.880 nos EUA.
• O banco National City vai demitir 4 mil funcionários.
• A Pepsi vai mandar embora 3,3 mil.
• No banco Goldman Sachs, serão cortadas 3.260 vagas.
• A Xerox vai eliminar 3 mil postos de trabalho.
• A Chrysler vai fechar mais uma fábrica de automóveis e dispensar 1.825 trabalhadores.
• A General Motors vai desempregar 1,6 mil.
• O Yahoo vai despedir 1,5 mil empregados.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio chegou a cair 7% porque o saldo comercial do Japão caiu 94% em relação ao ano passado. As exportações para os EUA baixaram pelo décimo-terceiro mês consecutivo e a moeda japonesa subiu hoje para 97 ienes por dólar, prejudicando ainda mais as empresas exportadoras.
Em Seul, na Coréia do Sul, outro país que depende muito das importações americanas, a bolsa caiu 7,5%.
Foi um dia de fortes oscilações. Na Europa, Londres teve alta de 1,2% e Frankfurt de 1,1%, mas Paris caiu 0,4%.
Nos EUA, a expectativa de aumento do desemprego não impediu o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 empresas mais importantes da Bolsa de Nova Iorque, de subir 2%, enquanto a bolsa Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, perdeu 0,73%.
O número de demissões em massa em setembro foi o maior desde setembro de 2001, quando o país estava traumatizado pelos atentados terroristas contra Nova Iorque e o Pentágono, revelou hoje o jornal The Washington Post. São considerados demissões em massa os casos em que mais de 50 trabalhadores de uma mesma empresa perdem o emprego:
• A indústria farmacêutica Merck vai demitir 7,2 mil funcionários, 2.880 nos EUA.
• O banco National City vai demitir 4 mil funcionários.
• A Pepsi vai mandar embora 3,3 mil.
• No banco Goldman Sachs, serão cortadas 3.260 vagas.
• A Xerox vai eliminar 3 mil postos de trabalho.
• A Chrysler vai fechar mais uma fábrica de automóveis e dispensar 1.825 trabalhadores.
• A General Motors vai desempregar 1,6 mil.
• O Yahoo vai despedir 1,5 mil empregados.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio chegou a cair 7% porque o saldo comercial do Japão caiu 94% em relação ao ano passado. As exportações para os EUA baixaram pelo décimo-terceiro mês consecutivo e a moeda japonesa subiu hoje para 97 ienes por dólar, prejudicando ainda mais as empresas exportadoras.
Em Seul, na Coréia do Sul, outro país que depende muito das importações americanas, a bolsa caiu 7,5%.
Foi um dia de fortes oscilações. Na Europa, Londres teve alta de 1,2% e Frankfurt de 1,1%, mas Paris caiu 0,4%.
Nos EUA, a expectativa de aumento do desemprego não impediu o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 empresas mais importantes da Bolsa de Nova Iorque, de subir 2%, enquanto a bolsa Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, perdeu 0,73%.
Obama tem 12 pontos de vantagem
A 12 dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, os americanos já começaram a votar, mas os votos só serão escrutinados em 4 de novembro.
Na pesquisa diária da agência de notícias Reuters, o senador democrata Barack Obama liderá com 52% das preferências contra 40% para o senador republicano John McCain.
Nesta reta final, os candidatos a vice-presidente criaram problemas nas duas campanhas. O vice na chapa democrata, senador Joe Biden, disse num jantar para doadores de dinheiro para o Partido Democrata que logo haveria uma crise internacional para testar a liderança de Obama.
Imediatamente, McCain declarou que ele não precisa ser testado. Durante a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962, era um piloto embarcado em porta-aviões, de prontidão para atacar Cuba ou um navio soviético que tentasse furar o bloqueio imposto à ilha para evitar a entrada de mísseis nucleares da União Soviética.
Obama não gostou da gafe do vice. Comentou apenas que Joe Biden fala demais.
A governadora Sarah Palin, vice de McCain, gastou US$ 150 mil em banhos de loja em Nova Iorque comprando modelitos para a campanha por conta do Partido Republicano, que agora promete doá-los a instituições de caridade depois da campanha. Isso significa que nem eles acreditam que ela seja eleita. Ou a vice-presidente dos EUA andaria por aí mal vestida?
Talvez leiloando eles recuperem o dinheiro, dada a popularidade do Furacão Sarah, nova estrela da direita conservadora americana. John McCain entrou para perder numa eleição em que o peso de dois governos de George W. Bush tornaram inevitável a derrota republicana. Sarah Palin é a nova cara do partido.
McCain fez campanha hoje na Flórida, insistindo que Obama é uma ameaça porque "vai aumentar os seus impostos para distribuir a riqueza".
Obama fez comício em Indianápolis, em Indiana, um estado conservador onde os republicanos costumam vencer. Mas ele está fazendo pressão nos estados onde a vantagem de McCain é pequena para afastar o adversário dos estados realmente indefinidos, que são cada vez menos: Flórida, Ohio, Pensilvânia, Carolina do Norte...
Na pesquisa diária da agência de notícias Reuters, o senador democrata Barack Obama liderá com 52% das preferências contra 40% para o senador republicano John McCain.
Nesta reta final, os candidatos a vice-presidente criaram problemas nas duas campanhas. O vice na chapa democrata, senador Joe Biden, disse num jantar para doadores de dinheiro para o Partido Democrata que logo haveria uma crise internacional para testar a liderança de Obama.
Imediatamente, McCain declarou que ele não precisa ser testado. Durante a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962, era um piloto embarcado em porta-aviões, de prontidão para atacar Cuba ou um navio soviético que tentasse furar o bloqueio imposto à ilha para evitar a entrada de mísseis nucleares da União Soviética.
Obama não gostou da gafe do vice. Comentou apenas que Joe Biden fala demais.
A governadora Sarah Palin, vice de McCain, gastou US$ 150 mil em banhos de loja em Nova Iorque comprando modelitos para a campanha por conta do Partido Republicano, que agora promete doá-los a instituições de caridade depois da campanha. Isso significa que nem eles acreditam que ela seja eleita. Ou a vice-presidente dos EUA andaria por aí mal vestida?
Talvez leiloando eles recuperem o dinheiro, dada a popularidade do Furacão Sarah, nova estrela da direita conservadora americana. John McCain entrou para perder numa eleição em que o peso de dois governos de George W. Bush tornaram inevitável a derrota republicana. Sarah Palin é a nova cara do partido.
McCain fez campanha hoje na Flórida, insistindo que Obama é uma ameaça porque "vai aumentar os seus impostos para distribuir a riqueza".
Obama fez comício em Indianápolis, em Indiana, um estado conservador onde os republicanos costumam vencer. Mas ele está fazendo pressão nos estados onde a vantagem de McCain é pequena para afastar o adversário dos estados realmente indefinidos, que são cada vez menos: Flórida, Ohio, Pensilvânia, Carolina do Norte...
Greenspan admite tsuname financeiro
O ex-presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, Alan Greenspan confessou hoje sua culpa pela crise financeira global, ao admitir que faltou regulamentação para evitar o que ele chamou de "um tsuname de crédito que só acontece uma vez a cada século".
Em depoimento na Comissão de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara dos Representantes dos EUA, Greenspan declarou estar "chocado" por causa do colapso de crédito. Embora ele tenha criticado em 2005 a "exuberância irracional" dos investidores que puxavam os preços das ações cada vez mais para cima, "esta crise se tornou muito maior que eu poderia imaginar".
Sob pressão do presidente da comissão, o deputado democrata Henry Waxman, do estado da Califórnia, que disse não aceitar uma explicação do tipo "não vi", Greenspan reconheceu ter "culpa parcial" por acreditar que algumas transações não necessitavam de supervisão.
Waxman leu várias declarações de Greenspan dizendo que o mercado poderia regulamentar os negócios com derivativos sem a intervenção do Estado e perguntou até que ponto elas se baseavam na ideologia: "Todo o mundo age com base em uma série de idéias e princípios, uma ideologia", respondeu Greenspan, explicando que firmara a convicção, nos últimos 40 anos de hegemonia do monetarismo, de que o mercado funcionava com eficiência.
Os republicanos não gostaram da pressão sobre um homem que até ontem era considerado um santo pelo mercado. Agora, é atacado pela direita e pela esquerda. Eles queriam começar pelas agências de crédito hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae e botar a culpa no Congresso, dominado pelo Partido Democrata, por não ter regulamentado.
Mas a conta da crise pesa nas costas do desastroso governo George Walker Bush. E também de Alan Greenspan, como este blogue já defendeu há muito tempo.
Greenspan é duplamente responsável: por mantido a taxa básica de juros baixa demais, criando a bolha de crédito e nos preços dos ativos, e por não ter regulamentado as operações de negociação de dívida que difundiram por todo o sistema o risco do crédito para clientes de segundo linha na compra da casa própria.
Em depoimento na Comissão de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara dos Representantes dos EUA, Greenspan declarou estar "chocado" por causa do colapso de crédito. Embora ele tenha criticado em 2005 a "exuberância irracional" dos investidores que puxavam os preços das ações cada vez mais para cima, "esta crise se tornou muito maior que eu poderia imaginar".
Sob pressão do presidente da comissão, o deputado democrata Henry Waxman, do estado da Califórnia, que disse não aceitar uma explicação do tipo "não vi", Greenspan reconheceu ter "culpa parcial" por acreditar que algumas transações não necessitavam de supervisão.
Waxman leu várias declarações de Greenspan dizendo que o mercado poderia regulamentar os negócios com derivativos sem a intervenção do Estado e perguntou até que ponto elas se baseavam na ideologia: "Todo o mundo age com base em uma série de idéias e princípios, uma ideologia", respondeu Greenspan, explicando que firmara a convicção, nos últimos 40 anos de hegemonia do monetarismo, de que o mercado funcionava com eficiência.
Os republicanos não gostaram da pressão sobre um homem que até ontem era considerado um santo pelo mercado. Agora, é atacado pela direita e pela esquerda. Eles queriam começar pelas agências de crédito hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae e botar a culpa no Congresso, dominado pelo Partido Democrata, por não ter regulamentado.
Mas a conta da crise pesa nas costas do desastroso governo George Walker Bush. E também de Alan Greenspan, como este blogue já defendeu há muito tempo.
Greenspan é duplamente responsável: por mantido a taxa básica de juros baixa demais, criando a bolha de crédito e nos preços dos ativos, e por não ter regulamentado as operações de negociação de dívida que difundiram por todo o sistema o risco do crédito para clientes de segundo linha na compra da casa própria.
UE pede que China lidere combate à crise
Na véspera de uma conferência de cúpula dos 27 países da União Européia com 16 da Ásia, incluindo a China, a Índia e o Japão, que começa hoje em Beijim, a UE pediu à China que assuma um papel de liderança internacional no combate à crise financeira global. É a 7ª reunião de cúpula do Encontro Ásia-Europa (ASEM).
Os líderes europeus já estão na capital chinesa, onde foram recebidos pelo presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao.
Coube ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, fazer o apelos aos dirigentes chineses para que tomem uma posição à altura de sua crescente importância econômica.
A China teve nos últimos 30 anos o mais extraordinário crescimento industrial da História. Acumulou reservas de US$ 1,4 trilhão, as maiores do mundo. Deve continuar crescendo, apesar da crise. Tornou-se o último sinal de alerta da crise.
Sem o mesmo grau de consumo americano, todo o resto do mundo vai sofrer. No ano passado, os 300 milhões de americanos gastaram US$ 9,7 trilhões, enquanto 1,3 trilhão de chineses consumiram US$ 1,2 trilhão. O consumo americano vai fazer falta para quem exporta para os EUA.
Na sua edição desta semana, a revista inglesa The Economist observa que a crise será mais ou menos longa e profunda de acordo com a reação das grandes economias emergentes.
Os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), expressão criada pelo banco de investimentos Goldman Sachs, os tijolos que estão construindo a economia do século 21, são a última esperança de manter algum crescimento econômico, evitando uma recessão mundial.
Os líderes europeus já estão na capital chinesa, onde foram recebidos pelo presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao.
Coube ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, fazer o apelos aos dirigentes chineses para que tomem uma posição à altura de sua crescente importância econômica.
A China teve nos últimos 30 anos o mais extraordinário crescimento industrial da História. Acumulou reservas de US$ 1,4 trilhão, as maiores do mundo. Deve continuar crescendo, apesar da crise. Tornou-se o último sinal de alerta da crise.
Sem o mesmo grau de consumo americano, todo o resto do mundo vai sofrer. No ano passado, os 300 milhões de americanos gastaram US$ 9,7 trilhões, enquanto 1,3 trilhão de chineses consumiram US$ 1,2 trilhão. O consumo americano vai fazer falta para quem exporta para os EUA.
Na sua edição desta semana, a revista inglesa The Economist observa que a crise será mais ou menos longa e profunda de acordo com a reação das grandes economias emergentes.
Os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), expressão criada pelo banco de investimentos Goldman Sachs, os tijolos que estão construindo a economia do século 21, são a última esperança de manter algum crescimento econômico, evitando uma recessão mundial.
Bachelet chama empresários para avaliar crise
Em uma atitude completamente diferente da colega argentina, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, convidou empresários para avaliar com ela e o ministro das Finanças, Andrés Velasco, o impacto da crise financeira global sobre o país.
A presidente pediu calma, moderação e responsabilidade aos empresários. O presidente da Confederação do Comércio do Chile, Alfredo Ovalle, admitiu preocupação com o crescimento e o emprego.
O preço do cobre, responsável por mais da metade da receita de exportações do Chile, caiu pela metade desde seu pico, em 2005.
A presidente pediu calma, moderação e responsabilidade aos empresários. O presidente da Confederação do Comércio do Chile, Alfredo Ovalle, admitiu preocupação com o crescimento e o emprego.
O preço do cobre, responsável por mais da metade da receita de exportações do Chile, caiu pela metade desde seu pico, em 2005.
Estatização derruba Bolsa de Buenos Aires
Desde que a presidente Cristina Kirchner anunciou, em 22 de outubro, a estatização da previdência privada, a Bolsa de Valores de Buenos Aires desabou, os bônus da dívida pública argentina caíram e o risco do país aumentou 18% para 1.962 pontos.
O Índice Merval caiu 11% na terça-feira e 10,1% na quarta-feira, depois de passar por um momento por uma queda recorde de 17,7%.
A causa foi a decisão da presidente Cristina Kirchner de acabar com os fundos de pensão, transferindo toda a previdência para o governo, num total estimado de US$ 30 bilhões. Este dinheiro permitiria fechar as contas públicas de um país que antes da crise já não tinha crédito internacional por causa da renegociação incompleta da dívida.
Só que o dinheiro não é do Estado nem dos fundos de pensão. O dinheiro é dos trabalhadores que decidiram fazer uma poupança de longo prazo para a aposentadoria.
Até a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile criticou a decisão de Cristina, marcada por fortes tintas de peronismo. Ela assinou o projeto sob uma tenda gigante cercada por uma claque de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares, sindicalistas e empresários amigos.
Para a CUT chilena, o governo argentino deveria criar uma previdência pública e dar aos trabalhadores o direito de migrar, escolhendo em que sistema preferem poupar para a aposentadoria.
A oposição e o jornal liberal La Nación consideraram a medida um "roubo legalizado".
Nas ruas de Buenos Aires, os argentinos defendem a Previdência Social porque desconfiam do mercado, mas também não confiam muito no governo.
O Índice Merval caiu 11% na terça-feira e 10,1% na quarta-feira, depois de passar por um momento por uma queda recorde de 17,7%.
A causa foi a decisão da presidente Cristina Kirchner de acabar com os fundos de pensão, transferindo toda a previdência para o governo, num total estimado de US$ 30 bilhões. Este dinheiro permitiria fechar as contas públicas de um país que antes da crise já não tinha crédito internacional por causa da renegociação incompleta da dívida.
Só que o dinheiro não é do Estado nem dos fundos de pensão. O dinheiro é dos trabalhadores que decidiram fazer uma poupança de longo prazo para a aposentadoria.
Até a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile criticou a decisão de Cristina, marcada por fortes tintas de peronismo. Ela assinou o projeto sob uma tenda gigante cercada por uma claque de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares, sindicalistas e empresários amigos.
Para a CUT chilena, o governo argentino deveria criar uma previdência pública e dar aos trabalhadores o direito de migrar, escolhendo em que sistema preferem poupar para a aposentadoria.
A oposição e o jornal liberal La Nación consideraram a medida um "roubo legalizado".
Nas ruas de Buenos Aires, os argentinos defendem a Previdência Social porque desconfiam do mercado, mas também não confiam muito no governo.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Recessão e lucro baixo derrubam bolsas
A ameaça de uma recessão mundial derrubou hoje as bolsas e as moedas, com a exceção do dólar e do iene japonês.
O primeiro alerta veio do presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, num jantar beneficente ontem à noite, em Leeds: o Reino Unido parece estar entrando em recessão.
King observou que, "desde o início da Primeira Guerra Mundial, o sistema bancário não chegava tão perto do colapso". O financiamento das empresas britânicas "parou por completo".
Em discurso no Parlamento Britânico, o primeiro-ministro Gordon Brown admitiu que a recessão é inevitável mas fez questão de dizer que não será só na Grã-Bretanha. Como ministro das Finanças de Tony Blair, Brown presidiu ao mais longo período de crescimento da economia britânica, que não entra em recessão desde 1992.
Na Ásia, além da ameaça de recessão, pesaram sobre as bolsas de valores o fortalecimento da moeda japonesa, o iene, que parece um bom refúgio no meio da crise, e a expectativa de queda nos lucros das empresas com a redução da atividade econômica. O lucro da fábrica de automóveis japonesa Toyota, que disputa a liderança mundial com a General Motors, caiu pela metade.
A Bolsa de Tóquio teve perdas de 6,8%, Hong Kong de 5,1% e Sídnei, na Austrália, que depende de produtos primários como a bolsa brasileira, de 3,4%.
Na Alemanha, as autoridades investigam por que o banco KfW transferiu US$ 420 milhões para o banco de investimentos americano Lehman Brothers quando este já havia quebrado.
A recessão européia anunciada pelo Fundo Monetário Internacional pesou sobre as bolsas do continente. Londres e Frankfurt baixaram 4,6%, e Paris 5,1%.
O euro atingiu a menor cotação em dois anos: US$ 1,2856.
Nos Estados Unidos, os analistas já prevêm uma recessão até a metade do próximo ano. Eles comentam que a Bolsa de Nova Iorque pode subir, mas não há razões econômicas para uma alta sustentável.
Hoje, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das ações de 30 grandes empresas, caiu 5,7% e a bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, perdeu 4,8%.
O barril de petróleo, que chegou a US$ 147 em julho, agora vale US$ 66,80. É menor preço em um ano e quatro meses
O primeiro alerta veio do presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, num jantar beneficente ontem à noite, em Leeds: o Reino Unido parece estar entrando em recessão.
King observou que, "desde o início da Primeira Guerra Mundial, o sistema bancário não chegava tão perto do colapso". O financiamento das empresas britânicas "parou por completo".
Em discurso no Parlamento Britânico, o primeiro-ministro Gordon Brown admitiu que a recessão é inevitável mas fez questão de dizer que não será só na Grã-Bretanha. Como ministro das Finanças de Tony Blair, Brown presidiu ao mais longo período de crescimento da economia britânica, que não entra em recessão desde 1992.
Na Ásia, além da ameaça de recessão, pesaram sobre as bolsas de valores o fortalecimento da moeda japonesa, o iene, que parece um bom refúgio no meio da crise, e a expectativa de queda nos lucros das empresas com a redução da atividade econômica. O lucro da fábrica de automóveis japonesa Toyota, que disputa a liderança mundial com a General Motors, caiu pela metade.
A Bolsa de Tóquio teve perdas de 6,8%, Hong Kong de 5,1% e Sídnei, na Austrália, que depende de produtos primários como a bolsa brasileira, de 3,4%.
Na Alemanha, as autoridades investigam por que o banco KfW transferiu US$ 420 milhões para o banco de investimentos americano Lehman Brothers quando este já havia quebrado.
A recessão européia anunciada pelo Fundo Monetário Internacional pesou sobre as bolsas do continente. Londres e Frankfurt baixaram 4,6%, e Paris 5,1%.
O euro atingiu a menor cotação em dois anos: US$ 1,2856.
Nos Estados Unidos, os analistas já prevêm uma recessão até a metade do próximo ano. Eles comentam que a Bolsa de Nova Iorque pode subir, mas não há razões econômicas para uma alta sustentável.
Hoje, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das ações de 30 grandes empresas, caiu 5,7% e a bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, perdeu 4,8%.
O barril de petróleo, que chegou a US$ 147 em julho, agora vale US$ 66,80. É menor preço em um ano e quatro meses
FMI prevê recessão na Europa
Todas as economias européias vão entrar em recessão, previu hoje o Fundo Monetário Internacional, ao apresentar seu relatório trimestral sobre a Europa.
Para os 15 países da zona do euro, o Reino Unido, a Suécia e a Dinamarca, as economias desenvolvidas da Europa, o FMI manteve a expectativa de um crescimento médio de 1,3% este ano e 0,2% no próximo, quando haveria recessão no primeiro semestre e recuperação no segundo.
Já os países emergentes da Europa Oriental devem crescer menos do que os 4,3% previstos anteriormente. O Fundo aconselha a se prepararem para uma "aterrissagem forçada".
"Confrontando-se com uma crise do sistema financeiro sem precedentes em escala, alcance e complexidade em cima de um choque de preços de produtos primários, não surpreende que a economia européia esteja entrando numa forte redução da atividade econômica", advertiu o diretor do departamento de Europa do FMI, Alessandro Leipold.
Ele acrescentou que agora a União Européia tem uma boa razão para integrar e coordenar melhor os sistemas financeiros do continente.
O diretor do FMI recomendou ainda o corte na taxa básica de juros do Banco Central da Europa, que está em 3,75% ao ano, e o uso do estímulo fiscal, o aumento dos gastos públicos para movimentar uma economia em declínio.
Para os 15 países da zona do euro, o Reino Unido, a Suécia e a Dinamarca, as economias desenvolvidas da Europa, o FMI manteve a expectativa de um crescimento médio de 1,3% este ano e 0,2% no próximo, quando haveria recessão no primeiro semestre e recuperação no segundo.
Já os países emergentes da Europa Oriental devem crescer menos do que os 4,3% previstos anteriormente. O Fundo aconselha a se prepararem para uma "aterrissagem forçada".
"Confrontando-se com uma crise do sistema financeiro sem precedentes em escala, alcance e complexidade em cima de um choque de preços de produtos primários, não surpreende que a economia européia esteja entrando numa forte redução da atividade econômica", advertiu o diretor do departamento de Europa do FMI, Alessandro Leipold.
Ele acrescentou que agora a União Européia tem uma boa razão para integrar e coordenar melhor os sistemas financeiros do continente.
O diretor do FMI recomendou ainda o corte na taxa básica de juros do Banco Central da Europa, que está em 3,75% ao ano, e o uso do estímulo fiscal, o aumento dos gastos públicos para movimentar uma economia em declínio.
Reunião sobre finanças será dia 15 em Washington
O presidente George Walker Bush convocou hoje para 15 de novembro, em Washington, a primeira de uma série de reuniões entre os países ricos e os grandes emergentes para discutir a reforma do sistema financeiro internacional.
Serão convidados os países do Grupo dos Vinte (G-20), os vinte países mais ricos do mundo. Além dos países do Grupo dos Oito (G-8), formado pelas maiores potências industriais capitalistas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e a Rússia, serão convidados os grandes países em desenvolvimento: Brasil, China, Índia, México, Argentina e África do Sul, entre outros.
Serão convidados os países do Grupo dos Vinte (G-20), os vinte países mais ricos do mundo. Além dos países do Grupo dos Oito (G-8), formado pelas maiores potências industriais capitalistas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e a Rússia, serão convidados os grandes países em desenvolvimento: Brasil, China, Índia, México, Argentina e África do Sul, entre outros.
Índia manda nave espacial à Lua
A Índia entrou hoje na corrida espacial na Ásia lançando uma nave espacial não-tripulada para a Lua.
Um foguete de fabricação indiana leva nave Chandrayaan-1. Em 15 dias, ela deve entrar em órbita ao redor da Lua e ficar lá durante dois anos, para mapear em detalhes as características topográficas, químicas e minerais da superfície do satélite natural da Terra.
O primeiro-ministro Manmohan Singh exaltou a proeza: "Nossa comunidade científica mais uma vez deixa o país orgulhoso e a nação inteira a saúda".
Para a Organização Indiana de Pesquisa Especial, o custo será US$ 80 milhões.
Um foguete de fabricação indiana leva nave Chandrayaan-1. Em 15 dias, ela deve entrar em órbita ao redor da Lua e ficar lá durante dois anos, para mapear em detalhes as características topográficas, químicas e minerais da superfície do satélite natural da Terra.
O primeiro-ministro Manmohan Singh exaltou a proeza: "Nossa comunidade científica mais uma vez deixa o país orgulhoso e a nação inteira a saúda".
Para a Organização Indiana de Pesquisa Especial, o custo será US$ 80 milhões.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Bolsas caem por queda nos lucros
Os resultados fracos de empresas importantes derrubaram a maioria das bolsas de valores hoje no mundo.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio teve alta de 3,3% no embalo de Wall Street, com a esperança de que os Estados Unidos adotem algum plano de aceleração do crescimento, como pediu ontem o presidente do banco central americano, Ben Bernanke, em depoimento na Comissão de Orçamento da Câmara.
Sídnei, na Austrália, também subiu, com a recuperação dos preços de mineradoras, mas Hong Kong, na China, teve uma pequena queda por causa das sombras que se formam sobre o crescimento chinês.
Na Europa, as bolsas abriram em alta mas perderam a força com a divulgação de resultados de empresas com lucros reduzidos. Menos lucro significa menos dinheiro para pagar dívidas e investir em novos equipamentos e pessoal. É mais provável no momento que as empresas demitam do que contratem, dada a perspectiva de diminuição do consumo.
Londres caiu 1,2% e Frankfurt 1,1%, mas Paris subiu 0,8% por causa do plano de recapitalização dos bancos franceses.
Em Nova Iorque, foi mais um dia de oscilações selvagens. Terminou com o Índice Dow Jones em queda de 2,5% e a bolsa Nasdaq, de ações de empresas de alta tecnologia, de 4,1%, com os investidores realizando os lucros do alta do dia anterior, já que o mercado não tem expectativa de crescimento sustentado a curto e médio prazos.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio teve alta de 3,3% no embalo de Wall Street, com a esperança de que os Estados Unidos adotem algum plano de aceleração do crescimento, como pediu ontem o presidente do banco central americano, Ben Bernanke, em depoimento na Comissão de Orçamento da Câmara.
Sídnei, na Austrália, também subiu, com a recuperação dos preços de mineradoras, mas Hong Kong, na China, teve uma pequena queda por causa das sombras que se formam sobre o crescimento chinês.
Na Europa, as bolsas abriram em alta mas perderam a força com a divulgação de resultados de empresas com lucros reduzidos. Menos lucro significa menos dinheiro para pagar dívidas e investir em novos equipamentos e pessoal. É mais provável no momento que as empresas demitam do que contratem, dada a perspectiva de diminuição do consumo.
Londres caiu 1,2% e Frankfurt 1,1%, mas Paris subiu 0,8% por causa do plano de recapitalização dos bancos franceses.
Em Nova Iorque, foi mais um dia de oscilações selvagens. Terminou com o Índice Dow Jones em queda de 2,5% e a bolsa Nasdaq, de ações de empresas de alta tecnologia, de 4,1%, com os investidores realizando os lucros do alta do dia anterior, já que o mercado não tem expectativa de crescimento sustentado a curto e médio prazos.
Argentina estatiza a previdência privada
A presidente Cristina Kirchner enviou hoje ao Congresso da Argentina o projeto-de-lei para estatizar a previdência privada, que descrevou como uma "decisão estratégica", diante da ameaça das oscilações selvagens do mercado ao dinheiro depositado em fundos de pensão.
Em uma cerimônia em estilo peronista, sob uma tenda gigante, com grande presença de funcionários públicos, governadores, prefeitos e empresários kirchneristas, Cristina Kirchner acabou com o regime de capitalização criado sob outro governo peronista, de Carlos Menem (1989-99), e fez questão de deixar claro o contraste entre os dois.
"Esta é uma decisão estratégica" e "uma mudança de época", proclamou a presidente argentina, como quem diz que a era do neoliberalismo econômico e da especulação nos mercados financeiros acabou.
"Estamos adotando esta decisão em um contexto onde os principais países estão adotando uma política de proteção aos bancos", argumentou a presidente. "Nós estamos protegendo nossos trabalhadores e aposentados. Aquele discurso se derrubou estrepitosamente".
Cristina Kirchner comparou a estatização da previdência às das empresas Aguas Argentinas e Aerolíneas Argentinas. A nova entidade já tem nome: Sistema Previdenciário Integral Argentino.
Para a Coalizão Cívica, de oposição, é mais um saque do casal Kirchner nas finanças dos argentinos. A medida transfere para o controle do governo quase 100 bilhões de pesos argentinos, mais de US$ 30 bilhões.
Nestes tempos difíceis, seria uma maneira de reforçar o caixa de um governo que já não tinha crédito no mercado financeiro internacional antes da crise financeira global.
Em uma cerimônia em estilo peronista, sob uma tenda gigante, com grande presença de funcionários públicos, governadores, prefeitos e empresários kirchneristas, Cristina Kirchner acabou com o regime de capitalização criado sob outro governo peronista, de Carlos Menem (1989-99), e fez questão de deixar claro o contraste entre os dois.
"Esta é uma decisão estratégica" e "uma mudança de época", proclamou a presidente argentina, como quem diz que a era do neoliberalismo econômico e da especulação nos mercados financeiros acabou.
"Estamos adotando esta decisão em um contexto onde os principais países estão adotando uma política de proteção aos bancos", argumentou a presidente. "Nós estamos protegendo nossos trabalhadores e aposentados. Aquele discurso se derrubou estrepitosamente".
Cristina Kirchner comparou a estatização da previdência às das empresas Aguas Argentinas e Aerolíneas Argentinas. A nova entidade já tem nome: Sistema Previdenciário Integral Argentino.
Para a Coalizão Cívica, de oposição, é mais um saque do casal Kirchner nas finanças dos argentinos. A medida transfere para o controle do governo quase 100 bilhões de pesos argentinos, mais de US$ 30 bilhões.
Nestes tempos difíceis, seria uma maneira de reforçar o caixa de um governo que já não tinha crédito no mercado financeiro internacional antes da crise financeira global.
Congresso da Bolívia convoca referendos
Depois de meses de conflito e negociações, e de 17 horas de debate parlamentar, o Congresso da Bolívia aprovou hoje a realização, em 25 de janeiro, de dois referendos: um sobre a nova Constituição e outro sobre a reforma agrária.
Dezenas de milhares de índios que marcharam 200 quilômetros durante oito dias e chegaram ontem a La Paz fizeram uma vigília durante toda a noite na Praça Murillo, diante do Congresso, ao lado do presidente Evo Morales, à espera da aprovação do projeto, o que só aconteceu no início da tarde de hoje.
O projeto de Constituição aprovado no final do ano passado em uma reunião da Assembléia Constituinte dentro de um quartel em Sucre, recebeu pelo menos 150 modificações e 1,2 mil correções. Morales terá direito a apenas uma reeleição e as autonomias regionais reivindicadas pela oposição foram incluídas na nova Carta.
"Uma parte substancial da Constituição apoiada pelo governo foi alterada", declarou o deputado oposicionista Alejandro Conlazi. "É imperfeita porque tem muitos artigos que o pessoal do MAS (Movimento ao Socialismo) colocou lá que na minha opinião são ruins para o país, mas a tentativa de abrir o caminho para a hegemonia do poder na Bolívia foi controlada".
Sob a presidência do vice-presidente Álvaro García Linera, o Congresso aprovou os dois referendos. Do lado de fora do parlamento, os manifestantes cantavam o Hino Nacional da Bolívia.
Imediatamente, García Linera levou o projeto para ser assinado em praça pública pelo presidente Morales. Emocionado, ele disse aos manifestantes, quase todos índios: "Missão cumprida, meus irmãos e irmãs!"
Dezenas de milhares de índios que marcharam 200 quilômetros durante oito dias e chegaram ontem a La Paz fizeram uma vigília durante toda a noite na Praça Murillo, diante do Congresso, ao lado do presidente Evo Morales, à espera da aprovação do projeto, o que só aconteceu no início da tarde de hoje.
O projeto de Constituição aprovado no final do ano passado em uma reunião da Assembléia Constituinte dentro de um quartel em Sucre, recebeu pelo menos 150 modificações e 1,2 mil correções. Morales terá direito a apenas uma reeleição e as autonomias regionais reivindicadas pela oposição foram incluídas na nova Carta.
"Uma parte substancial da Constituição apoiada pelo governo foi alterada", declarou o deputado oposicionista Alejandro Conlazi. "É imperfeita porque tem muitos artigos que o pessoal do MAS (Movimento ao Socialismo) colocou lá que na minha opinião são ruins para o país, mas a tentativa de abrir o caminho para a hegemonia do poder na Bolívia foi controlada".
Sob a presidência do vice-presidente Álvaro García Linera, o Congresso aprovou os dois referendos. Do lado de fora do parlamento, os manifestantes cantavam o Hino Nacional da Bolívia.
Imediatamente, García Linera levou o projeto para ser assinado em praça pública pelo presidente Morales. Emocionado, ele disse aos manifestantes, quase todos índios: "Missão cumprida, meus irmãos e irmãs!"
Nova pesquisa dá 10 pontos de frente a Obama
Uma nova pesquisa divulgada hoje pela TV NBC e o jornal The Wall Street Journal amplia para 10 pontos a vantagem do senador democrata Barack Obama na reta final da corrida à Casa Branca.
Obama tem 52% das preferências contra 42% para o senador republicano John McCain. É a maior vantagem desde que as duas candidaturas foram confirmadas pelas convenções nacionais dos partidos, no final de agosto e no início de setembro. Na época, os dois estavam praticamente empatados.
A eleição presidencial americana será realizada em 4 de novembro.
Obama tem 52% das preferências contra 42% para o senador republicano John McCain. É a maior vantagem desde que as duas candidaturas foram confirmadas pelas convenções nacionais dos partidos, no final de agosto e no início de setembro. Na época, os dois estavam praticamente empatados.
A eleição presidencial americana será realizada em 4 de novembro.
Sarkozy faz proposta para regulamentar finanças
O presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy, apresentou hoje seus planos para a reforma do sistema financeiro internacional e convidou a China e a Índia para participar da conferência internacional, a ser realizada em Nova Iorque em novembro.
Ele defendeu a criação de um governo econômico da zona do euro e a formação de fundos soberanos para defender as empresas européias, evitando que sejam compradas a preços baratos em meio a uma crise financeira global.
Em discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, Sarkozy declarou que "nenhum banco que receba recursos públicos deve ter dinheiro em paraísos fiscais. Nenhuma instituição financeira deve funcionar sem regulamentação, e o pagamento de salários e bônus deve recompensar a responsabilidade e não a ousadia de correr riscos elevados".
O líder francês disse ainda que o mundo não pode ficar financiando os déficits comercial e orçamentário dos Estados Unidos sem influenciar as políticas americanas.
Sarkozy também retomou uma antiga proposta francesa da época da introdução do euro: a necessidade de um governo econômico comum para os 15 países que adotam o euro como moeda. Nesta crise, os países não puderam dar uma resposta comum que sustentasse a moeda, que hoje caiu à sua menor cotação em um ano e meio. Desde março de 2007, não era vendido a US$ 1,32.
Além dos países do Grupo dos Oito (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), serão convidados para a conferência internacional em Nova Iorque cinco grandes países em desenvolvimento: África do Sul, Brasil, China, Índia e México.
Ele defendeu a criação de um governo econômico da zona do euro e a formação de fundos soberanos para defender as empresas européias, evitando que sejam compradas a preços baratos em meio a uma crise financeira global.
Em discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, Sarkozy declarou que "nenhum banco que receba recursos públicos deve ter dinheiro em paraísos fiscais. Nenhuma instituição financeira deve funcionar sem regulamentação, e o pagamento de salários e bônus deve recompensar a responsabilidade e não a ousadia de correr riscos elevados".
O líder francês disse ainda que o mundo não pode ficar financiando os déficits comercial e orçamentário dos Estados Unidos sem influenciar as políticas americanas.
Sarkozy também retomou uma antiga proposta francesa da época da introdução do euro: a necessidade de um governo econômico comum para os 15 países que adotam o euro como moeda. Nesta crise, os países não puderam dar uma resposta comum que sustentasse a moeda, que hoje caiu à sua menor cotação em um ano e meio. Desde março de 2007, não era vendido a US$ 1,32.
Além dos países do Grupo dos Oito (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), serão convidados para a conferência internacional em Nova Iorque cinco grandes países em desenvolvimento: África do Sul, Brasil, China, Índia e México.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Crise deve desempregar 20 milhões
O Organização Internacional do Trabalho prevê que a crise vai desempregar 20 milhões de trabalhadores no mundo inteiro de 2007 a 2009.
Com as falências de empresas e as demissões provocadas pela crise financeira global, o total de desempregados deve subir para cerca de 210 milhões.
Com as falências de empresas e as demissões provocadas pela crise financeira global, o total de desempregados deve subir para cerca de 210 milhões.
Governo e oposição fazem acordo na Bolívia
O governo e a oposição da Bolívia chegaram a um acordo hoje para que o Congresso convoque um referendo para aprovar a nova Constituição em 25 de janeiro de 2009.
Se a Constituição for aprovada, o presidente Evo Morales vai convocar eleições gerais para dezembro do próximo ano. Morales se comprometeu a só concorrer a uma reeleição.
Depois de oito dias percorrendo 200 quilômetros em uma marcha de apoio ao presidente, dezenas de milhares de pessoas foram até o Congresso Nacional, na Praça Murillo, no centro de La Paz. Morales se juntou à marcha na cidade-satélite de El Alto e chegou a multidão.
Durante o fim de semana, não houvera acordo entre o Movimento ao Socialismo (MAS), o partido do presidente, e a aliança Poder Democrático e Social (Podemos), maior grupo de oposição. Uma deputada do MAS ameaçava fechar o Senado, onde a oposição é maioria.
Se a Constituição for aprovada, o presidente Evo Morales vai convocar eleições gerais para dezembro do próximo ano. Morales se comprometeu a só concorrer a uma reeleição.
Depois de oito dias percorrendo 200 quilômetros em uma marcha de apoio ao presidente, dezenas de milhares de pessoas foram até o Congresso Nacional, na Praça Murillo, no centro de La Paz. Morales se juntou à marcha na cidade-satélite de El Alto e chegou a multidão.
Durante o fim de semana, não houvera acordo entre o Movimento ao Socialismo (MAS), o partido do presidente, e a aliança Poder Democrático e Social (Podemos), maior grupo de oposição. Uma deputada do MAS ameaçava fechar o Senado, onde a oposição é maioria.
Fed defende novo pacote de estímulo
A simples estabilização do mercado financeiro não será suficiente para evitar uma estagnação prolongada da economia dos Estados Unidos, alertou hoje o presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke. Ele recomendou ao Congresso que faça um plano de aceleração do crescimento econômico.
Em depoimento na Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados dos EUA, Bernanke declarou: "Como a economia provavelmente continuará fraca por muitos trimestres, com algum risco de uma estagnação prolongada, a elaboração de um pacote fiscal pelo Congresso me parece apropriada neste momento".
O Partido Democrata, liderado pela presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, propõe isso ao Congresso desde a aprovação da Lei de Estabilização Financeira, o pacotão de US$ 700 bilhões do governo George W. Bush para salvar o sistema financeiro.
Em depoimento na Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados dos EUA, Bernanke declarou: "Como a economia provavelmente continuará fraca por muitos trimestres, com algum risco de uma estagnação prolongada, a elaboração de um pacote fiscal pelo Congresso me parece apropriada neste momento".
O Partido Democrata, liderado pela presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, propõe isso ao Congresso desde a aprovação da Lei de Estabilização Financeira, o pacotão de US$ 700 bilhões do governo George W. Bush para salvar o sistema financeiro.
Economia da Alemanha está estagnada
A Alemanha, terceira maior economia do mundo e primeira da Europa, reconheceu oficialmente hoje que está em estagnação. Os dados preliminares do terceiro trimestre serão divulgados em 13 de novembro. No segundo trimestre, houve contração de 0,5%.
Na semana passada, a Alemanha reduziu de 1,2% para 0,2% a previsão de crescimento para 2009.
Na semana passada, a Alemanha reduziu de 1,2% para 0,2% a previsão de crescimento para 2009.
Crescimento chinês cai para 9% ao ano
As três maiores economias do mundo - Estados Unidos, Japão e Alemanha - estão estagnadas e a quarta dá sinais de desaceleração.
No último trimestre, a China cresceu a uma taxa anual de 9%, formidável para qualquer país mas que indica um declínio. É a primeira vez em cinco anos que o crescimento chinês fica abaixo de 10%.
Esses 9% foram medidos em comparação com o terceiro trimestre de 2007. No ano passado, o crescimento chinês foi de 11,9%.
O problema chinês é que o aumento do consumo doméstico não basta para compensar a recessão nos EUA e na Europa. Enquanto 1,3 bilhão de chineses consumiram US$ 1,2 trilhão de dólares no ano passado, 300 milhões de americanos gastaram US$ 9,7 trilhões.
Desde janeiro, a China acumulou um saldo comercial de US$ 181 bilhões.
No último trimestre, a China cresceu a uma taxa anual de 9%, formidável para qualquer país mas que indica um declínio. É a primeira vez em cinco anos que o crescimento chinês fica abaixo de 10%.
Esses 9% foram medidos em comparação com o terceiro trimestre de 2007. No ano passado, o crescimento chinês foi de 11,9%.
O problema chinês é que o aumento do consumo doméstico não basta para compensar a recessão nos EUA e na Europa. Enquanto 1,3 bilhão de chineses consumiram US$ 1,2 trilhão de dólares no ano passado, 300 milhões de americanos gastaram US$ 9,7 trilhões.
Desde janeiro, a China acumulou um saldo comercial de US$ 181 bilhões.
domingo, 19 de outubro de 2008
Coréia do Sul lança pacote de US$ 130 bilhões
Para amenizar o impacto negativo da crise financeira global, a Coréia do Sul, que historicamente tem suas finanças muito alavancadas, com alto nível de endividamento, anunciou hoje um plano de ajuda ao setor financeiro e à indústria exportadora no valor de US$ 130 bilhões.
A proposta prevê um investimento direto de US$ 30 bilhões em bancos e empresas exportadoras, e mais US$ 100 bilhões em garantias de empréstimos.
A proposta prevê um investimento direto de US$ 30 bilhões em bancos e empresas exportadoras, e mais US$ 100 bilhões em garantias de empréstimos.
General Colin Powell apóia Obama para presidente
O ex-secretário de Estado e ex-comandante-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Colin Powell, um republicano, apóia o senador democrata Barack Obama para presidente dos Estados Unidos em 4 de novembro.
Em entrevista ao programa Meet the Press (Encontro com a Imprensa) neste domingo, Powell, que chegou a ser cotado para ser o primeiro presidente negro, criticou o negativismo da campanha do senador John McCain e a escolha da governadora do Alasca, Sarah Palin, para vice.
Powell descreveu Obama como "uma figura transformacional", com estilo e conteúdo para resgatar o prestígio internacional dos EUA. Também considerou Palin "despreparada para ser presidente dos EUA, que é a função do vice-presidente".
Como secretário de Estado do primeiro governo George Walker Bush, Powell depôs em reunião ministerial do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em 7 de março de 2003, duas semanas antes da invasão do Iraque.
Mesmo sendo pessoalmente contra a guerra, com disciplina militar, Colin Powell defendeu a posição oficial de que o ditador Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa, o principal argumento para a guerra, que se mostrou falso. Ter sido submetido àquele papel ridículo o revoltou profundamente. Ele não quis continuar no cargo no segundo governo George W. Bush, sendo substituído pela assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice.
A campanha de Obama arrecadou mais de US$ 150 milhões em setembro. Ele deve comprar meia hora em rede nacional em 29 de outubro, aniversário do crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929, para apresentar seu plano econômico ao povo americano.
Em outro sinal extremamente positivo para sua campanha, Obama reuniu ontem 130 mil pessoas na cidade de Saint-Louis, no estado do Missouri, no maior comício da campanha, superado apenas pelo público do discurso em Berlim.
Em entrevista ao programa Meet the Press (Encontro com a Imprensa) neste domingo, Powell, que chegou a ser cotado para ser o primeiro presidente negro, criticou o negativismo da campanha do senador John McCain e a escolha da governadora do Alasca, Sarah Palin, para vice.
Powell descreveu Obama como "uma figura transformacional", com estilo e conteúdo para resgatar o prestígio internacional dos EUA. Também considerou Palin "despreparada para ser presidente dos EUA, que é a função do vice-presidente".
Como secretário de Estado do primeiro governo George Walker Bush, Powell depôs em reunião ministerial do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em 7 de março de 2003, duas semanas antes da invasão do Iraque.
Mesmo sendo pessoalmente contra a guerra, com disciplina militar, Colin Powell defendeu a posição oficial de que o ditador Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa, o principal argumento para a guerra, que se mostrou falso. Ter sido submetido àquele papel ridículo o revoltou profundamente. Ele não quis continuar no cargo no segundo governo George W. Bush, sendo substituído pela assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice.
A campanha de Obama arrecadou mais de US$ 150 milhões em setembro. Ele deve comprar meia hora em rede nacional em 29 de outubro, aniversário do crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929, para apresentar seu plano econômico ao povo americano.
Em outro sinal extremamente positivo para sua campanha, Obama reuniu ontem 130 mil pessoas na cidade de Saint-Louis, no estado do Missouri, no maior comício da campanha, superado apenas pelo público do discurso em Berlim.
Argentina faz plano de obras contra a crise
O governo Cristina Kirchner resolveu lançar um plano de obras públicas para tentar blindar a Argentina contra a crise financeira global, estimulando o crescimento para gerar empregos e garantir apoio político.
Um dos homens-fortes do kirchnerismo, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, deu a notícia a empresários que se reuniram na Casa Rosada com Cristina na quinta-feira à noite. Prometeu um plano agressivo.
A idéia é investir até US$ 1 bilhão.
Um dos homens-fortes do kirchnerismo, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, deu a notícia a empresários que se reuniram na Casa Rosada com Cristina na quinta-feira à noite. Prometeu um plano agressivo.
A idéia é investir até US$ 1 bilhão.
sábado, 18 de outubro de 2008
McCain agora acusa Obama de socialismo
Na reta final da corrida à Casa Branca, o senador republicano John McCain comparou hoje o senador democrata Barack Obama aos socialistas europeus, em mais uma tentativa de pintar o adversário como distante e desligado do verdadeiro povo americano.
Na última pesquisa do instituto Zogby para a agência de notícias Reuters, Obama tem 48% das preferências e 44% para o senador republicano John McCain.
É uma pesquisa bem diferente das outras, que vem dando vantagem maior a Obama. Pode ser um sinal de que a eleição ainda está indefinida.
Os candidados concentram as campanhas nos estados-chaves, que podem virar o jogo. Nos Estados Unidos, o que importa é a vitória num estado inteiro, já que o vencedor ganha todos os delegados daquele estado no Colégio Eleitoral onde 538 grandes eleitores vão escolher o presidente.
Por mais de um século, nenhum presidente dos EUA tinha sido eleito sem ganhar também no voto popular. George Bush ganhou em 2000 graças a uma vitória por cerca de 500 votos na Flórida, que era governada por seu irmão.
Agora, Obama lança uma ofensiva de quatro dias em estados onde Bush venceu em 2004, Virgína, Missouri, Carolina do Norte e Flórida, mas agora o democrata está perto da vitória. Ele foi ontem à Virgínia e hoje fez em Saint-Louis, no Missouri, o maior comício da campanha, só superado pelo discurso de Berlim, que reuniu 200 mil pessoas.
Em Concord, na Carolina do Norte, bateu no argumento que está no centro de sua campanha no momento: tenta amedrontar o eleitorado com a expectativa de que Obama será obrigado a aumentar impostos para financiar os programas que propõe.
Isso tiraria mais dinheiro do bolso do cidadão americano num momento de crise em que o governo acaba de lançar um plano de salvação do sistema financeiro de US$ 700 bilhões. Essa é a atual mensagem de McCain: Obama será um mau gerente da crise.
O senador democrata por Illinois recebeu o apoio de dois jornais importantes: o Los Angeles Times e o Chicago Tribune. É a primeira vez que o Tribune, um jornal conservador, apóia um democrata para a Casa Branca. Obama começou sua carreira política em Chicago.
Na última pesquisa do instituto Zogby para a agência de notícias Reuters, Obama tem 48% das preferências e 44% para o senador republicano John McCain.
É uma pesquisa bem diferente das outras, que vem dando vantagem maior a Obama. Pode ser um sinal de que a eleição ainda está indefinida.
Os candidados concentram as campanhas nos estados-chaves, que podem virar o jogo. Nos Estados Unidos, o que importa é a vitória num estado inteiro, já que o vencedor ganha todos os delegados daquele estado no Colégio Eleitoral onde 538 grandes eleitores vão escolher o presidente.
Por mais de um século, nenhum presidente dos EUA tinha sido eleito sem ganhar também no voto popular. George Bush ganhou em 2000 graças a uma vitória por cerca de 500 votos na Flórida, que era governada por seu irmão.
Agora, Obama lança uma ofensiva de quatro dias em estados onde Bush venceu em 2004, Virgína, Missouri, Carolina do Norte e Flórida, mas agora o democrata está perto da vitória. Ele foi ontem à Virgínia e hoje fez em Saint-Louis, no Missouri, o maior comício da campanha, só superado pelo discurso de Berlim, que reuniu 200 mil pessoas.
Em Concord, na Carolina do Norte, bateu no argumento que está no centro de sua campanha no momento: tenta amedrontar o eleitorado com a expectativa de que Obama será obrigado a aumentar impostos para financiar os programas que propõe.
Isso tiraria mais dinheiro do bolso do cidadão americano num momento de crise em que o governo acaba de lançar um plano de salvação do sistema financeiro de US$ 700 bilhões. Essa é a atual mensagem de McCain: Obama será um mau gerente da crise.
O senador democrata por Illinois recebeu o apoio de dois jornais importantes: o Los Angeles Times e o Chicago Tribune. É a primeira vez que o Tribune, um jornal conservador, apóia um democrata para a Casa Branca. Obama começou sua carreira política em Chicago.
FMI investiga caso envolvendo diretor-geral
Depois de uma denúncia publicada em The Wall St. Journal, o Fundo Monetário Internacional admitiu que está investigando "uma relação inapropriada" do diretor-geral, Dominique Strauss-Kahn, ex-ministro das Finanças da França.
Strauss-Kahn teria promovido uma funcionária com quem teve um caso amoroso. Ele nega qualquer irregularidade em sua conduta.
Strauss-Kahn teria promovido uma funcionária com quem teve um caso amoroso. Ele nega qualquer irregularidade em sua conduta.
Paquistão prende 168 militantes extremistas
O Exército do Paquistão anunciou hoje a prisão de 168 militantes estrangeiros numa ofensiva contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos na região tribal junto à fronteira com o Afeganistão, onde se acredita que estejam refugiados os líderes da rede terrorista Al Caeda.
Sob intensa pressão tanto do terrorismo interno quanto dos EUA para combater os talebã paquistaneses, o Paquistão partiu para o ataque com força renovada depois do atentado contra o Hotel Marriot em Islamabad, a capital do país.
Vale lembrar que, diante da vantagem do senador Barack Obama na corrida à Casa Branca, alguns analistas já afirmam que a única chance do senador republicano John McCain seria algo espetacular como a captura ou morte de Ossama Ben Laden.
Os jihadistas estão em guerra contra o Estado paquistanês desde o ataque do Exército ao complexo da Mesquita Vermelha de Islamabad, em julho de 2007, quando pelo menos 154 pessoas morreram. Na propaganda dos extremistas, pelo menos mil companheiros foram mortos.
Desde então, eles cometeram atentados que mataram mais de 700 pessoas, inclusive a ex-primeira-ministra Benazir Bhuto. Contra todas as previsões, o viúvo, Assif Ali Zardari, acabou se tornando presidente do Paquistão. O atentado contra o Marriot seria para matar o presidente e o primeiro-ministro.
Na sua origem, o Paquistão é um país formado por muçulmanos que não queriam viver num país de maioria hindu, quando Índia e Paquistão se tornaram independentes do Império Britânico, em agosto de 1947. Desde então, os dois países travaram três guerras e disputam uma corrida nuclear.
Durante a Guerra Fria, a Índia era um país não-alinhado mas se aproximava mais da União Soviética em política externa, por sua postura antiimperialista. O Paquistão se tornou um aliado dos Estados Unidos, que apoiaram o golpe militar do general Zia ul-Haq.
A ditadura militar executou o ex-presidente e ex-primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, o líder político mais popular do país. Para se legitimar, o general Zia usou a religião como arma política, criando uma rede de escolas religiosas, as madrassás, onde só se estuda o Corão.
Quando a URSS invadiu o Afeganistão, em 26 de dezembro de 1979, o Paquistão se tornou a base de operações de uma aliança com os EUA, a Arábia Saudita e a China para apoiar a insurreição muçulmana contra a ocupação, armada e treinada pelos americanos.
Foi o Vietnã da URSS, que sairia derrotada 10 anos depois, por iniciativa de Mikhail Gorbachev. Mas desta luta nasceram Al Caeda e as milícias dos talebã, e um exército dos chamados árabes afegãos que levaram sua guerra santa a todos os países onde há conflitos envolvendo muçulmanos.
Em maio de 1998, tanto a Índia e o Paquistão testaram bombas atômicas.
Sob intensa pressão tanto do terrorismo interno quanto dos EUA para combater os talebã paquistaneses, o Paquistão partiu para o ataque com força renovada depois do atentado contra o Hotel Marriot em Islamabad, a capital do país.
Vale lembrar que, diante da vantagem do senador Barack Obama na corrida à Casa Branca, alguns analistas já afirmam que a única chance do senador republicano John McCain seria algo espetacular como a captura ou morte de Ossama Ben Laden.
Os jihadistas estão em guerra contra o Estado paquistanês desde o ataque do Exército ao complexo da Mesquita Vermelha de Islamabad, em julho de 2007, quando pelo menos 154 pessoas morreram. Na propaganda dos extremistas, pelo menos mil companheiros foram mortos.
Desde então, eles cometeram atentados que mataram mais de 700 pessoas, inclusive a ex-primeira-ministra Benazir Bhuto. Contra todas as previsões, o viúvo, Assif Ali Zardari, acabou se tornando presidente do Paquistão. O atentado contra o Marriot seria para matar o presidente e o primeiro-ministro.
Na sua origem, o Paquistão é um país formado por muçulmanos que não queriam viver num país de maioria hindu, quando Índia e Paquistão se tornaram independentes do Império Britânico, em agosto de 1947. Desde então, os dois países travaram três guerras e disputam uma corrida nuclear.
Durante a Guerra Fria, a Índia era um país não-alinhado mas se aproximava mais da União Soviética em política externa, por sua postura antiimperialista. O Paquistão se tornou um aliado dos Estados Unidos, que apoiaram o golpe militar do general Zia ul-Haq.
A ditadura militar executou o ex-presidente e ex-primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, o líder político mais popular do país. Para se legitimar, o general Zia usou a religião como arma política, criando uma rede de escolas religiosas, as madrassás, onde só se estuda o Corão.
Quando a URSS invadiu o Afeganistão, em 26 de dezembro de 1979, o Paquistão se tornou a base de operações de uma aliança com os EUA, a Arábia Saudita e a China para apoiar a insurreição muçulmana contra a ocupação, armada e treinada pelos americanos.
Foi o Vietnã da URSS, que sairia derrotada 10 anos depois, por iniciativa de Mikhail Gorbachev. Mas desta luta nasceram Al Caeda e as milícias dos talebã, e um exército dos chamados árabes afegãos que levaram sua guerra santa a todos os países onde há conflitos envolvendo muçulmanos.
Em maio de 1998, tanto a Índia e o Paquistão testaram bombas atômicas.
50 mil xiitas protestam contra EUA no Iraque
Cerca de 50 mil partidários do aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader marcharam hoje pelas ruas do Sul de Bagdá protestando contra um acordo que prorroga por mais três anos, até 2010, a presença de forças americanas no Iraque.
A proposta que foi encaminhada ao parlamento iraquiano para aprovação acaba com a imunidade dos soldados americanos quando eles não estiverem de serviço. Na metade do próximo ano, os americanos param de patrulhar as ruas.
"Enganam-se os que pensam que esse acordo significa o fim da ocupação", declararam os porta-vovez de Al-Sader.
A proposta que foi encaminhada ao parlamento iraquiano para aprovação acaba com a imunidade dos soldados americanos quando eles não estiverem de serviço. Na metade do próximo ano, os americanos param de patrulhar as ruas.
"Enganam-se os que pensam que esse acordo significa o fim da ocupação", declararam os porta-vovez de Al-Sader.
EUA e UE convocam reunião sobre finanças
Ao receber os presidente da França, Nicolas Sarkozy, e da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, hoje na casa de campo da Presidência dos Estados Unidos, em Camp David, no estado de Maryland, o presidente George Walker Bush declarou que os Estados Unidos estão dispostos a ser a sede da conferência de cúpula internacional para discutir uma possível reforma do sistema financeiro internacional. Além dos países ricos, as grandes emergentes serão convidados, inclusive o Brasil.
O presidente americano não marcou data. Sarkozy, que ocupa a presidência rotativa da União Européia falou que seria antes do final de novembro.
Bush não parece disposto a abrir mão do liberalismo econômico para aceitar uma regulamentação externa sobre as finanças dos EUA. Ele disse que não se pode abrir mão do livre mercado, da livre empresa e do livre comércio.
Sarkozy alegou que o mercado precisa de regras claras e transparentes para funcionar, enquanto Durão Barroso argumentou que é para uma crise global é necessária uma solução global.
O presidente americano não marcou data. Sarkozy, que ocupa a presidência rotativa da União Européia falou que seria antes do final de novembro.
Bush não parece disposto a abrir mão do liberalismo econômico para aceitar uma regulamentação externa sobre as finanças dos EUA. Ele disse que não se pode abrir mão do livre mercado, da livre empresa e do livre comércio.
Sarkozy alegou que o mercado precisa de regras claras e transparentes para funcionar, enquanto Durão Barroso argumentou que é para uma crise global é necessária uma solução global.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Crise já atinge a China
O fechamento da fábrica de brinquedos da província de Cantão que dependia de exportações fali, deixando 6 mil trabalhadores desempregados, em um sinal de que a crise econômica global está chegando à China. Milhares de fábricas de brinquedos chinesas pararam de exportar.
Totalmente desamparados, alguns trabalharam declararam que na porta da fábrica fechada que não tinham nem para onde ir. Tinham imigrado do interior e dormiam no dormitório da empresa. Os planos de saúde e previdência social na China também são administrados pelas empresas.
Quando uma empresa quebra, o trabalhador chinês pode ficar sem ter onde dormir, sem plano de saúde, sem salário e sem previdência. O governo já entendeu que precisa de uma previdência social pública.
Talvez a crise seja um bom momento para se preparar contra choques econômicos externos, inevitáveis para um país que tem hoje mais da metade do produto interno bruto em comércio exterior.
Totalmente desamparados, alguns trabalharam declararam que na porta da fábrica fechada que não tinham nem para onde ir. Tinham imigrado do interior e dormiam no dormitório da empresa. Os planos de saúde e previdência social na China também são administrados pelas empresas.
Quando uma empresa quebra, o trabalhador chinês pode ficar sem ter onde dormir, sem plano de saúde, sem salário e sem previdência. O governo já entendeu que precisa de uma previdência social pública.
Talvez a crise seja um bom momento para se preparar contra choques econômicos externos, inevitáveis para um país que tem hoje mais da metade do produto interno bruto em comércio exterior.
Bolsa de Nova Iorque tem alta na semana
No final de uma semana errática marcada por oscilações selvagens de 1,6 mil no Índice Dow Jones, a Bolsa de Valores de Nova Iorque caiu 1,41%, mas terminou a semana com uma alta de 4,38%, a maior desde março de 2003.
É um sinal de que mesmo neste momento de profunda crise tem gente ganhando dinheiro no mercado de ações.
É um sinal de que mesmo neste momento de profunda crise tem gente ganhando dinheiro no mercado de ações.
Suprema Corte rejeita pedido republicano
A Suprema Corte do Estados Unidos rejeitou um pedido do Partido Republicano para revisar o alistamento eleitoral do estado de Ohio, um dos campos de batalha da eleição de 4 de novembro.
Se a petição republicana fosse aceita, o partido poderia impugnar eleitores e usar isso para tentar evitar uma vitória do senador Barack Obama num estado-chave para a vitória.
Nenhum republicano chegou à Casa Branca na história recente sem ganhar em Ohio. Foi lá, na cidade de Toledo, fazendo campanha, que Obama encontrou um sujeito que se apresentou como Joe o Encanador e questionou sua política de corte de impostos.
A campanha republicana adorou a descoberto, mas logo foi revelado que o nome do cara era Samuel Joseph, ele não é encanador e não ganha nem perto de US$ 250 mil por ano, portanto seria beneficiado pelos cortes de impostos propostos por Obama.
Joe teve seus minutos de glória da mídia e talvez vire candidato. Mas a campanha republicana cometeu mais uma gafe.
Se a petição republicana fosse aceita, o partido poderia impugnar eleitores e usar isso para tentar evitar uma vitória do senador Barack Obama num estado-chave para a vitória.
Nenhum republicano chegou à Casa Branca na história recente sem ganhar em Ohio. Foi lá, na cidade de Toledo, fazendo campanha, que Obama encontrou um sujeito que se apresentou como Joe o Encanador e questionou sua política de corte de impostos.
A campanha republicana adorou a descoberto, mas logo foi revelado que o nome do cara era Samuel Joseph, ele não é encanador e não ganha nem perto de US$ 250 mil por ano, portanto seria beneficiado pelos cortes de impostos propostos por Obama.
Joe teve seus minutos de glória da mídia e talvez vire candidato. Mas a campanha republicana cometeu mais uma gafe.
Cristina Kirchner acena com protecionismo
Em encontro em que cobrou dos empresários que controlem preços e criem empregos, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ofereceu em troca maior proteção do mercado argentino.
O país enfrenta uma inflação elevada, estava fora do mercado internacional de crédito antes da crise financeira global e os preços dos produtos primários que exporta, como a soja, andam em queda pela expectativa de redução da procura num mundo com crescimento menor e grandes economias em recessão.
A presidente alega que a economia real vai bem. A Argentina é uma grande produtora de alimentos e as pessoas não vão parar de comer, argumenta o governo. Mas o choque da crise, dependendo do tamanho, vai mostrar mais ou menos as falhas do modelo econômico kirchnerista.
Um economista que assessora o casal Kirchner declarou à imprensa argentina que é hora de aumentar os gastos públicos sem se preocupar com a inflação e o déficit público.
O país enfrenta uma inflação elevada, estava fora do mercado internacional de crédito antes da crise financeira global e os preços dos produtos primários que exporta, como a soja, andam em queda pela expectativa de redução da procura num mundo com crescimento menor e grandes economias em recessão.
A presidente alega que a economia real vai bem. A Argentina é uma grande produtora de alimentos e as pessoas não vão parar de comer, argumenta o governo. Mas o choque da crise, dependendo do tamanho, vai mostrar mais ou menos as falhas do modelo econômico kirchnerista.
Um economista que assessora o casal Kirchner declarou à imprensa argentina que é hora de aumentar os gastos públicos sem se preocupar com a inflação e o déficit público.
Consumidor americano tem menor confiança
O consumidor americano está mais pessimista do que em qualquer momento dos últimos 56 anos, desde que a Universidade de Michigan criou um índice econômico para avaliar a confiança do consumidor nos Estados Unidos, em 1952.
Com o agravamento da crise, a falência de bancos e o plano de US$ 700 bilhões do governo George W. Bush para salvar o sistema financeiro americano, a confiança do consumidor desabou. Ele tem medo de uma recessão longa e de ter de pagar a conta pela incompetência do governo e os erros do mercado financeiro.
Com o agravamento da crise, a falência de bancos e o plano de US$ 700 bilhões do governo George W. Bush para salvar o sistema financeiro americano, a confiança do consumidor desabou. Ele tem medo de uma recessão longa e de ter de pagar a conta pela incompetência do governo e os erros do mercado financeiro.
Construção de casas cai nos EUA
A construção de casas novas nos Estados Unidos caiu 6,3% em setembro e 31% nos últimos 12 meses, caindo ao menor nível em 17 anos. E a concessão de alvarás para novas construções de moradia baixou 8,3% no mês passada e 38% nos últimos 12 meses, ficando no menor nível em 27 anos.
São sinais de que a recessão no setor habitacional se aprofunda. Essa queda na construção vai ajudar a diminuir o estoque de casas para venda, estimulando a recuperação da construção civil.
São sinais de que a recessão no setor habitacional se aprofunda. Essa queda na construção vai ajudar a diminuir o estoque de casas para venda, estimulando a recuperação da construção civil.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Bolsa de Nova Iorque sobe em dia errático
As bolsas de valores caíram hoje no mundo inteiro, com a exceção de Nova Iorque, que subiu 400 pontos na última hora de negócios depois de oscilar o dia inteiro.
Com o mercado de olho na economia real, a Bolsa de Valores de Tóquio teve hoje o segundo pior dia de sua história. Foi a pior queda desde outubro de 1987. A Toyota, que disputa com a General Motors a liderança mundial na produção de automóveis, admitiu que o mercado piorou muito além do esperado.
Diante do colapso do mercado, o novo primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, anunciou um plano de US$ 18 bilhões para retomar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Outras bolsas asiáticas também sofreram. Em Seul, na Coréia do Sul, a bolsa caiu 9,4% e a moeda, o uom, 9,7%.
Na China, Xangai e Hong Kong também fecharam com perdas.
Quando o governo dos EUA anunciou a queda na produção industrial, os mercados da Ásia estavam fechados. A notícia aprofundou a queda na Europa, que também enfrenta problemas na economia real. Na Espanha, os operários da Nissan protestaram contra 1.680 demissões na fábrica de Barcelona, que tinha 4,5 mil funcionários.
No final dos negócios do dia, Londres registrava queda de 5,6%, enquanto Frankfurt tinha baixa de 4,9% e Paris de 5,9%.
A Bolsa de Nova Iorque viveu um dos dias de maiores volatilidade de sua história. O Índice Dow Jones oscilou mais de 800 pontos, fechando com alta de 401 pontos (4,7%).
Na última hora e meia, houve uma alta espetacular movida pela especulação provocada pela queda dos preços do barril de petróleo para baixo de US$ 70 pela primeira vez em um ano e dois meses. A bolsa Nasdaq, de ações de empresas de alta tecnologia, subiu 5,5%.
O raciocínio é que, gastando menos com combustível, o consumidor americano terá mais dinheiro para comprar outras coisas.
Como a inflação de setembro foi zero, o mercado também espera um corte na taxa básica de juros, que já está em 1,5%. O problema é que juros a este nível foram a principal causa da bolha no mercado imobiliário. Uma nova bolha está em gestação.
Com o mercado de olho na economia real, a Bolsa de Valores de Tóquio teve hoje o segundo pior dia de sua história. Foi a pior queda desde outubro de 1987. A Toyota, que disputa com a General Motors a liderança mundial na produção de automóveis, admitiu que o mercado piorou muito além do esperado.
Diante do colapso do mercado, o novo primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, anunciou um plano de US$ 18 bilhões para retomar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Outras bolsas asiáticas também sofreram. Em Seul, na Coréia do Sul, a bolsa caiu 9,4% e a moeda, o uom, 9,7%.
Na China, Xangai e Hong Kong também fecharam com perdas.
Quando o governo dos EUA anunciou a queda na produção industrial, os mercados da Ásia estavam fechados. A notícia aprofundou a queda na Europa, que também enfrenta problemas na economia real. Na Espanha, os operários da Nissan protestaram contra 1.680 demissões na fábrica de Barcelona, que tinha 4,5 mil funcionários.
No final dos negócios do dia, Londres registrava queda de 5,6%, enquanto Frankfurt tinha baixa de 4,9% e Paris de 5,9%.
A Bolsa de Nova Iorque viveu um dos dias de maiores volatilidade de sua história. O Índice Dow Jones oscilou mais de 800 pontos, fechando com alta de 401 pontos (4,7%).
Na última hora e meia, houve uma alta espetacular movida pela especulação provocada pela queda dos preços do barril de petróleo para baixo de US$ 70 pela primeira vez em um ano e dois meses. A bolsa Nasdaq, de ações de empresas de alta tecnologia, subiu 5,5%.
O raciocínio é que, gastando menos com combustível, o consumidor americano terá mais dinheiro para comprar outras coisas.
Como a inflação de setembro foi zero, o mercado também espera um corte na taxa básica de juros, que já está em 1,5%. O problema é que juros a este nível foram a principal causa da bolha no mercado imobiliário. Uma nova bolha está em gestação.
FMI oferece US$ 14 bilhões à Ucrânia
A primeira-ministra Yulia Timochenko afirmou hoje que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está pronto para oferecer um empréstimo de emergência para a Ucrânia enfrentar a crise financeira global, desde que o presidente Victor Iuvchenko desista de convocar eleições antecipadas.
Os dois foram aliados na Revolução Laranja, que contestou uma eleição fraudulenta em novembro de 2004. Depois, começaram a divergir e disputar o poder. A última ruptura foi conseqüência da invasão russa à ex-república soviética da Geórgia. Yushenko denunciou energicamente a agressão da Rússia, enquanto a primeira-ministra alegou que provocar Moscou seria contraproducente.
Os dois foram aliados na Revolução Laranja, que contestou uma eleição fraudulenta em novembro de 2004. Depois, começaram a divergir e disputar o poder. A última ruptura foi conseqüência da invasão russa à ex-república soviética da Geórgia. Yushenko denunciou energicamente a agressão da Rússia, enquanto a primeira-ministra alegou que provocar Moscou seria contraproducente.
Suíça ajuda seus maiores bancos
O governo da Suíça anunciou hoje um investimento de 6 milhões de francos suíços, cerca de US$ 5,2 bilhões, em troca de 9,3% de participação acionária na União de Bancos Suíços (UBS). Também vai ajudar o banco Credit Suisse. São os dois maiores bancos do país.
"A confiança no banco UBS estava seriamente abalada" pela crise de crédito hipotecário iniciada nos Estados Unidos, justificou o presidente da Comissão Bancária da Suíça, Eugen Haltiner.
No último trimestre, os clientes sacaram US$ 72,8 bilhões da UBS, que negociou com o Banco Central da Suíça para retirar de seu balanço US$ 60 bilhões em títulos incobráveis.
"A confiança no banco UBS estava seriamente abalada" pela crise de crédito hipotecário iniciada nos Estados Unidos, justificou o presidente da Comissão Bancária da Suíça, Eugen Haltiner.
No último trimestre, os clientes sacaram US$ 72,8 bilhões da UBS, que negociou com o Banco Central da Suíça para retirar de seu balanço US$ 60 bilhões em títulos incobráveis.
Famintos do mundo são quase um bilhão
Os países ricos que colocaram mais de US$ 3 trilhões à disposição dos bancos para evitar um colapso do sistema financeiro internacional não são capazes de dar os US$ 30 bilhões pedidos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO).
Desde o início do ano, o total de pessoas ameaçada pela fome no mundo subiu 119 milhões por causa da inflação mundial nos preços dos alimentos nos últimos anos, que já começam a baixar por causa da crise econômica global. Mas o total de necessitados de ajuda de emergência chegou a 967 milhões, alerta a organização não-governamental britânica Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome).
A crise de alimentos "força as pessoas a comerem menos e alimentos de menos qualidade, tira crianças da escola e obriga agricultores a migrarem do campo para a cidade, onde vão morar em favelas", adverte o relatório divulgado hoje, Dia Mundial da Alimentação.
Na Somália, os preços do trigo aumentaram 300% nos 15 meses até abril deste ano.
Em Nova Iorque, o relator especial da ONU sobre direito à alimentação, Oliver de Schutter, propôs a adoção de regras internacionais para a produção de biocombustíveis e o congelamento de investimentos para produção de biocombustíveis em grande escala para exportação, alegando que ameaça alguns dos países mais frágeis do mundo.
Schutter defendeu ainda a formação de estoques reguladores nacionais e internacionais para combater a especulação com os preços dos alimentos em função de problemas climáticos e quebras de safras. Assim, os países não precisariam recorrer ao mercado para alimentar suas populações necessitadas.
A Oxfam pede que a mesma determinação usada para resolver a crise financeira global seja aplicada no combate à fome.
Na reunião de cúpula sobre a crise de alimentos, realizada de 3 a 5 de junho deste ano na sede da FAO, em Roma, esta organização pediu US$ 30 bilhões para acabar com a fome. Ouviu promessas de US$ 12 bilhões. Até agora, só recebeu US$ 1 bilhão.
Desde o início do ano, o total de pessoas ameaçada pela fome no mundo subiu 119 milhões por causa da inflação mundial nos preços dos alimentos nos últimos anos, que já começam a baixar por causa da crise econômica global. Mas o total de necessitados de ajuda de emergência chegou a 967 milhões, alerta a organização não-governamental britânica Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome).
A crise de alimentos "força as pessoas a comerem menos e alimentos de menos qualidade, tira crianças da escola e obriga agricultores a migrarem do campo para a cidade, onde vão morar em favelas", adverte o relatório divulgado hoje, Dia Mundial da Alimentação.
Na Somália, os preços do trigo aumentaram 300% nos 15 meses até abril deste ano.
Em Nova Iorque, o relator especial da ONU sobre direito à alimentação, Oliver de Schutter, propôs a adoção de regras internacionais para a produção de biocombustíveis e o congelamento de investimentos para produção de biocombustíveis em grande escala para exportação, alegando que ameaça alguns dos países mais frágeis do mundo.
Schutter defendeu ainda a formação de estoques reguladores nacionais e internacionais para combater a especulação com os preços dos alimentos em função de problemas climáticos e quebras de safras. Assim, os países não precisariam recorrer ao mercado para alimentar suas populações necessitadas.
A Oxfam pede que a mesma determinação usada para resolver a crise financeira global seja aplicada no combate à fome.
Na reunião de cúpula sobre a crise de alimentos, realizada de 3 a 5 de junho deste ano na sede da FAO, em Roma, esta organização pediu US$ 30 bilhões para acabar com a fome. Ouviu promessas de US$ 12 bilhões. Até agora, só recebeu US$ 1 bilhão.
Sarkozy quer refundar o capitalismo
No final de uma reunião de cúpula de dois dias da União Européia, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou que vai aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente George Walker Bush na Casa Branca sábado. Seu objetivo é convocar uma conferência de cúpula mundial para realizar uma reforma profunda do sistema financeiro internacional.
Não é exatamente o que Bush vem dizendo. Ele afirmou que "o governo não quer substituir o mercado". Sarkozy, liberal demais para a oposição francesa, é considerado um estatista pelos conservadores da turma de Bush.
Os líderes europeus pediram ainda à Comissão Européia, órgão executivo da UE, que prepare até o final do ano planos para estimular a retomada do crescimento econômico.
Não é exatamente o que Bush vem dizendo. Ele afirmou que "o governo não quer substituir o mercado". Sarkozy, liberal demais para a oposição francesa, é considerado um estatista pelos conservadores da turma de Bush.
Os líderes europeus pediram ainda à Comissão Européia, órgão executivo da UE, que prepare até o final do ano planos para estimular a retomada do crescimento econômico.
Produção industrial dos EUA cai 2,8%
Em mais um indicador que aponta para uma recessão na maior economia do mundo, a produção industrial dos Estados Unidos caiu 2,8% em setembrou, depois de baixar 1% em agosto.
Além da crise econômica, contribuíram para a queda os furacões e uma greve na fábrica de aviões da Boeing, em Seattle.
Além da crise econômica, contribuíram para a queda os furacões e uma greve na fábrica de aviões da Boeing, em Seattle.
CNN já prevê vitória de Obama
Se a eleição presidencial nos Estados Unidos fosse disputada hoje, o senador democrata Barack Obama estaria eleito, afirma a rede de televisão americana CNN com base nas pesquisas realizadas em estados-chaves.
Pela lei eleitoral dos EUA, depois da votação popular, o candidato mais votado em cada estado ganha um número de delegados proporcional ao eleitorado do estado. São esses grandes eleitores que escolhem o presidente num Colégio Eleitoral formado por 538 delegados. O vencedor precisa de 270 votos para conquistar a Casa Branca.
As últimas pesquisas dão uma vantagem de mais de dez pontos a Obama na Virgínia, que há 40 anos não dá vitória a um democrata, e no Colorado, que preferiu o candidato republicano nos últimos 16 anos.
O democrata também lidera na Flórida, onde a eleição de 2000 foi decidida a favor de George Walker Bush, em meio a fortes suspeitas de fraude porque Jeb Bush, irmão do então candidato republicano, era governador. Sem a Flórida, McCain não tem a menor chance.
Pela lei eleitoral dos EUA, depois da votação popular, o candidato mais votado em cada estado ganha um número de delegados proporcional ao eleitorado do estado. São esses grandes eleitores que escolhem o presidente num Colégio Eleitoral formado por 538 delegados. O vencedor precisa de 270 votos para conquistar a Casa Branca.
As últimas pesquisas dão uma vantagem de mais de dez pontos a Obama na Virgínia, que há 40 anos não dá vitória a um democrata, e no Colorado, que preferiu o candidato republicano nos últimos 16 anos.
O democrata também lidera na Flórida, onde a eleição de 2000 foi decidida a favor de George Walker Bush, em meio a fortes suspeitas de fraude porque Jeb Bush, irmão do então candidato republicano, era governador. Sem a Flórida, McCain não tem a menor chance.
McCain defende fim da sobretaxa ao álcool
Na única referência ao Brasil no último debate entre os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, o senador republicano John McCain defendeu o fim do subsídio aos produtores de álcool de milho e da sobretaxa ao etanol de cana-de-açúcar importado do Brasil.
Seu rival, o senador democrata Barack Obama, é a favor do subsídio, que beneficia os produtores de milho do Meio-Oeste dos EUA.
Só falta agora o governo brasileiro torcer por uma vitória republicana, como fez com George W. Bush, com conseqüências catastróficas para o mundo inteiro.
De resto, sobre a América Latina, o debate apresentou um pequeno duelo em torno dos acordos de livre comércio negociados pelo governo Bush. McCain criticou Obama por ser contra o acordo firmado com a Colômbia, "nosso maior aliado na região". Pelos seus cálculos, poderia render US$ 1 bilhão a mais por ano em exportações para a Colômbia.
Obama alegou que há uma política de extermínio sistemático de sindicalista, por isso o acordo com o governo Álvaro Uribe, que não toma providências porque é aliado dos grupos paramilitares de direita, seria negativo para os direitos humanos. Ele defendeu o acordo firmado com o Peru, que teria cláusulas sociais e ambientais, como quer o Partido Democrata, que deve ampliar suas maiorias na Câmara e no Senado.
Seu rival, o senador democrata Barack Obama, é a favor do subsídio, que beneficia os produtores de milho do Meio-Oeste dos EUA.
Só falta agora o governo brasileiro torcer por uma vitória republicana, como fez com George W. Bush, com conseqüências catastróficas para o mundo inteiro.
De resto, sobre a América Latina, o debate apresentou um pequeno duelo em torno dos acordos de livre comércio negociados pelo governo Bush. McCain criticou Obama por ser contra o acordo firmado com a Colômbia, "nosso maior aliado na região". Pelos seus cálculos, poderia render US$ 1 bilhão a mais por ano em exportações para a Colômbia.
Obama alegou que há uma política de extermínio sistemático de sindicalista, por isso o acordo com o governo Álvaro Uribe, que não toma providências porque é aliado dos grupos paramilitares de direita, seria negativo para os direitos humanos. Ele defendeu o acordo firmado com o Peru, que teria cláusulas sociais e ambientais, como quer o Partido Democrata, que deve ampliar suas maiorias na Câmara e no Senado.
McCain parte para o ataque contra Obama
Com uma postura muito mais agressiva, o senador John McCain acusou agora há pouco seu adversário na corrida à Casa Branca, o senador democrata Barack Obama, de fazer uma campanha baseada na luta de classes para "distribuir a riqueza" que conseguir tomar do povo americano com mais impostos.
No terceiro e último debate desta reta final da campanha para a eleição de 4 de novembro, realizado na Universidade Hofstra, em Hempstead, no estado de Nova Iorque, Obama foi mais racional e ponderado, acusando McCain de querer cortar impostos só para os ricos e de não coibir as agressões de seus partidários.
McCain saiu-se melhor na primeira meia hora do debate, que durou uma hora e meia, mas se mostrou raivoso e irritado a partir do momento em que o democrata questionou-o por causa dos ataques pessoais contra si. Na última meia hora, Obama foi melhor, além de parecer mais presidenciável.
Em pesquisa da rede de televisão americana CNN, 58% deram a vitória a Obama e apenas 31% a McCain, que perde assim a última grande chance de reverter a vantagem do candidato democrata.
No terceiro e último debate desta reta final da campanha para a eleição de 4 de novembro, realizado na Universidade Hofstra, em Hempstead, no estado de Nova Iorque, Obama foi mais racional e ponderado, acusando McCain de querer cortar impostos só para os ricos e de não coibir as agressões de seus partidários.
McCain saiu-se melhor na primeira meia hora do debate, que durou uma hora e meia, mas se mostrou raivoso e irritado a partir do momento em que o democrata questionou-o por causa dos ataques pessoais contra si. Na última meia hora, Obama foi melhor, além de parecer mais presidenciável.
Em pesquisa da rede de televisão americana CNN, 58% deram a vitória a Obama e apenas 31% a McCain, que perde assim a última grande chance de reverter a vantagem do candidato democrata.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Bolsa de Tóquio cai mais 11%
Depois das fortes quedas de ontem na Europa e nos Estados Unidos, por causa da ameaça de uma recessão prolongada, o Índice Nikkei, que mede o desempenho das 225 principais ações da Bolsa de Valores de Tóquio registrou queda de 9,6% na manhã de hoje.
No final do pregão, a queda foi a 11%.
No final do pregão, a queda foi a 11%.
Petróleo cai ao menor preço em 13 meses
Diante da expectativa de queda do consumo com a recessão nos países ricos, o preço do barril de petróleo caiu para US$ 73,60.
Fed admite fraqueza econômica em todos os EUA
O último relatório da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, constata que a atividade econômica é fraca em todas as regiões do país.
Em palestra no Clube de Economia de Nova Iorque, o presidente do Fed, Ben Bernanke, admitiu que a estabilização do mercado é apenas o primeiro passo. A recuperação econômica vai exigir muito mais tempo.
Em palestra no Clube de Economia de Nova Iorque, o presidente do Fed, Ben Bernanke, admitiu que a estabilização do mercado é apenas o primeiro passo. A recuperação econômica vai exigir muito mais tempo.
Bolsas voltam a desabar no mundo inteiro
Duas más notícias - a queda do consumo nos Estados Unidos e da importação de aço pela China - deflagaram nova queda forte nas bolsas de valores do mundo inteiro.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio subiu 1,15, mas Hong Kong caiu 5% e Xangai 0,9%. Quando os mercados da Europa já estavam abertos, veio a informação de que os consumidores americanos gastaram 1,2% menos em setembro, mais um sintoma da recessão inevitável nos países ricos.
Era o que faltava para o mercado desabar. No encerramento dos negócios do dia na Europa, a Bolsa de Londres baixou 7,1%, Frankfurt 6,5% e Paris 6,8%.
A situação foi ainda pior em Nova Iorque, que teve a segunda pior queda em pontos de sua História: 733. A maior tinha sido na sexta-feira: 936 pontos.
Em São Paulo, a bolsa brasileira perdeu 11,39%.
Responsável por um terço do crescimento mundial neste ano, a China é a grande esperança de que a economia mundial não caia em recessão. Mas um diretor da mineradora Rio Tinto, a maior do mundo, enregelou ainda mais os investidores ao prever que o mercado chinês ficará parado neste final de ano.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio subiu 1,15, mas Hong Kong caiu 5% e Xangai 0,9%. Quando os mercados da Europa já estavam abertos, veio a informação de que os consumidores americanos gastaram 1,2% menos em setembro, mais um sintoma da recessão inevitável nos países ricos.
Era o que faltava para o mercado desabar. No encerramento dos negócios do dia na Europa, a Bolsa de Londres baixou 7,1%, Frankfurt 6,5% e Paris 6,8%.
A situação foi ainda pior em Nova Iorque, que teve a segunda pior queda em pontos de sua História: 733. A maior tinha sido na sexta-feira: 936 pontos.
Em São Paulo, a bolsa brasileira perdeu 11,39%.
Responsável por um terço do crescimento mundial neste ano, a China é a grande esperança de que a economia mundial não caia em recessão. Mas um diretor da mineradora Rio Tinto, a maior do mundo, enregelou ainda mais os investidores ao prever que o mercado chinês ficará parado neste final de ano.
Krugman quer plano de estímulo econômico
Em seu blog no site do jornal The New York Times, o economista Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia deste ano, colocou hoje um gráfico sobre a queda do consumo nos Estados Unidos e previu uma recessão prolongada, se os governos dos países ricos não adotarem planos de estímulo ao crescimento.
A simples estabilização dos mercados financeiros não basta, adverte Krugman. Sem um forte incentivo, os Estados Unidos e a Europa caminham para uma recessão longa e profunda.
A simples estabilização dos mercados financeiros não basta, adverte Krugman. Sem um forte incentivo, os Estados Unidos e a Europa caminham para uma recessão longa e profunda.
Queda de consumo nos EUA indica recessão
As vendas no varejo nos Estados Unidos caíram 1,2% em setembro, mais uma indicação de que a maior economia do mundo entrou em recessão. Também houve queda da inflação no atacado, atribuída à redução dos preços do petróleo.
Obama dispara em nova pesquisa
Em pesquisa do jornal The New York Times e da rede de televisão CBS, o senador democrata Barack Obama disparou na corrida à Casa Branca, atingindo 53% das preferências dos eleitores contra 39% para o senador republicano John McCain.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Bolsa de Nova Iorque volta a cair
O plano do governo dos Estados Unidos para comprar ações de bancos e instituições financeiras no valor de US$ 250 bilhões não animou os investidores americanos. A Bolsa de Valores de Nova Iorque voltou a cair hoje, ainda que apenas 0,8%.
Antes da abertura do mercado, o presidente George Walker Bush anunciou mais uma mudança no plano de combate à crise: "Primeiro, o governo federal vai usar parte dos US$ 700 bilhões do plano de resgate financeiro para injetar capital nos bancos através da compra de ações. Este capital novo vai ajudar os bancos saudáveis a continuarem fazendo empréstimos a empresas e consumidores e os bancos com problemas a cobrir as perdas que tiveram durante a crise, para que possam voltar a dar empréstimos que gerem empregos e crescimento econômico".
Bush admitiu que será necessário esperar algum tempo para que o plano de salvação do setor financeiro dê resultado.
O secretário do Tesouro, Henry Paulson, pediu desculpas ao povo americano por romper com a ideologia neoconservadora que domina o pensamento do Partido Republicano desde os governos de Ronald Reagan (1981-89), fazendo a maior intervenção econômica da História dos EUA desde a Grande Depressão (1929-39): "Hoje, estamos tomando medidas decisivas para proteger a economia dos EUA. Lamentamos ter de adotar estas ações. Não é o que queríamos fazer mas o que devemos fazer para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro".
Em uma reunião de emergência segunda-feira à noite, o governo forçou os bancos a aceitarem o remédio amargo. Imediatamente, nove bancos vão receber US$ 125 bilhões em investimentos públicos. O Citigroup, o J P Morgan Chase, o Bank of America e o Wells Fargo terão US$ 25 bilhões cada. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley, os dois únicos bancos de investimento sobreviventes na Wall Street, terão US$ 10 bilhões cada.
Já o presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke, informou que o Fed vai logo começar a comprar títulos da dívida das empresas financeiras em dificuldades.
A Bolsa de Valores de Nova Iorque abriu em alta de 300 pontos, depois de fortes altas na Ásia e na Europa. Mas logo o mercado começou a desviar sua atenção para o gigantesco desequilíbrio macroeconômico que os planos trilionários vão provocar nas contas públicas dos países ricos, e nos danos para a economia real.
Os setores ligados ao consumo e a alta tecnologia lideraram a queda da bolsa, que terminou o dia em queda de 0,8% porque os investidores estão convencidos de que, se o plano parece capaz de evitar um desastre, não será capaz de evitar uma profunda recessão, com queda de produção e consumo, falência de empresas e desemprego.
Antes da abertura do mercado, o presidente George Walker Bush anunciou mais uma mudança no plano de combate à crise: "Primeiro, o governo federal vai usar parte dos US$ 700 bilhões do plano de resgate financeiro para injetar capital nos bancos através da compra de ações. Este capital novo vai ajudar os bancos saudáveis a continuarem fazendo empréstimos a empresas e consumidores e os bancos com problemas a cobrir as perdas que tiveram durante a crise, para que possam voltar a dar empréstimos que gerem empregos e crescimento econômico".
Bush admitiu que será necessário esperar algum tempo para que o plano de salvação do setor financeiro dê resultado.
O secretário do Tesouro, Henry Paulson, pediu desculpas ao povo americano por romper com a ideologia neoconservadora que domina o pensamento do Partido Republicano desde os governos de Ronald Reagan (1981-89), fazendo a maior intervenção econômica da História dos EUA desde a Grande Depressão (1929-39): "Hoje, estamos tomando medidas decisivas para proteger a economia dos EUA. Lamentamos ter de adotar estas ações. Não é o que queríamos fazer mas o que devemos fazer para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro".
Em uma reunião de emergência segunda-feira à noite, o governo forçou os bancos a aceitarem o remédio amargo. Imediatamente, nove bancos vão receber US$ 125 bilhões em investimentos públicos. O Citigroup, o J P Morgan Chase, o Bank of America e o Wells Fargo terão US$ 25 bilhões cada. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley, os dois únicos bancos de investimento sobreviventes na Wall Street, terão US$ 10 bilhões cada.
Já o presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke, informou que o Fed vai logo começar a comprar títulos da dívida das empresas financeiras em dificuldades.
A Bolsa de Valores de Nova Iorque abriu em alta de 300 pontos, depois de fortes altas na Ásia e na Europa. Mas logo o mercado começou a desviar sua atenção para o gigantesco desequilíbrio macroeconômico que os planos trilionários vão provocar nas contas públicas dos países ricos, e nos danos para a economia real.
Os setores ligados ao consumo e a alta tecnologia lideraram a queda da bolsa, que terminou o dia em queda de 0,8% porque os investidores estão convencidos de que, se o plano parece capaz de evitar um desastre, não será capaz de evitar uma profunda recessão, com queda de produção e consumo, falência de empresas e desemprego.
Milionário dos games vai ao espaço
A crise não abateu a ousadia dos milionários americanos. Hoje, a nave soviética Soyuz se acoplou à estação espacial internacional levando o milionário americano Richard Garriott, um filho de astronauta que fez fortuna com videogames e pagou US$ 30 milhões pela viagem.
Obama amplia vantagem em estados-chaves
A 21 dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, o senador Barack Obama abriu vantagens confortáveis, de mais de 10 pontos percentuais, em quatro estados-chaves para a vitória no Colégio Eleitoral, onde votam representantes dos estados, sendo que o vencedor leva todos os delegados de cada estado.
Em Michigan, Colorado, Minnesotta e Wisconsin, Obama praticamente garantiu a vitória, a não ser que haja algo excepcional até 4 de novembro. O senador republicano John McCain abandonou a campanha em Michigan, entregando os pontos.
Em Michigan, Colorado, Minnesotta e Wisconsin, Obama praticamente garantiu a vitória, a não ser que haja algo excepcional até 4 de novembro. O senador republicano John McCain abandonou a campanha em Michigan, entregando os pontos.
EUA têm US$ 250 bilhões para comprar ações
Em uma reunião de emergência no Departamento do Tesouro dos Estados Unidos com os maiores bancos do país, ficou definido que o governo vai comprar ações preferenciais para salvar as empresas do setor financeiro.
Dos US$ 700 bilhões autorizados pelo Congresso na Lei de Estabilização Financeira, US$ 250 bilhões devem ser usados no modelo do plano adotado na Europa sob influência do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Dos US$ 700 bilhões autorizados pelo Congresso na Lei de Estabilização Financeira, US$ 250 bilhões devem ser usados no modelo do plano adotado na Europa sob influência do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Bolsa de Tóquio sobe 13%
Na onda da recuperação das bolsas no mundo inteiro, Tóquio, onde o mercado ficara fechado ontem por ser feriado no Japão, operou em alta de mais de 13%.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Saldo comercial da China bate novo recorde
Apesar da crise financeira global, o saldo comercial da China bateu recorde no mês de setembro, chegando a US$ 29,3 bilhões.
Ignorando a crise, tanto as exportações quanto as importações chinesas subiram mais de 21%. O saldo total acumulado este ano já passa de US$ 180 bilhões.
Ignorando a crise, tanto as exportações quanto as importações chinesas subiram mais de 21%. O saldo total acumulado este ano já passa de US$ 180 bilhões.
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