O 7º Encontro da Ásia e da Europa, que reuniu os líderes dos 27 países da União Européia e 16 países asiáticos, entre eles China, Índia e Japão, terminou com um apelo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para que coordene a ação internacional de combate à crise como uma instituição multilateral, parte do sistema Nações Unidas.
Até agora, o FMI revelou ter US$ 250 bilhões para empréstimos de emergência a países necessitados. É muito menos do que a Europa e os Estados Unidos alocaram para superar a crise. Talvez seja suficiente para países em desenvolvimento.
A crise internacional foi o tema dominante da conferência de cúpula. O anfitrião, o presidente chinês, Hu Jintao, admitiu que a crise traz instabilidade e incerteza para o desenvolvimento da China, país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos.
Para o presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, este é um "momento histórico" onde serão tomadas as decisões que vão influenciar o mundo nas próximas gerações. Ontem, ele tinha feito um apelo à China para que assuma um papel de liderança internacional à altura de sua importância econômica.
O governo chinês acumulou as maiores reservas cambiais em moedas fortes do mundo. São US$ 1,9 trilhão que podem ser usados para irrigar a economia. A maior preocupação é com a situação interna, com o impacto político que uma forte desaceleração no crescimento chinês poderia ter.
A China crescia a taxas superiores a 10% ao ano há cinco anos. Em setembro, o ritmo de crescimento da quarta maior economia do mundo caiu para 9% ao ano. É espetacular para qualquer país, mas a tendência é de queda.
Como qualquer país com comércio exterior forte, a China sofre com a queda nas exportações para os EUA e a Europa, os maiores mercados consumidores do mundo.
Abaixo de 6% ao ano, poderia haver distúrbios sociais. O governo chinês tem dinheiro sobrando para estimular a economia. A questão inicial é como pretende fazer isso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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