Os consumidores americanos, responsáveis por 70% do produto interno bruto dos Estados Unidos, gastaram menos nos últimos três meses, o que não acontecia há 17 anos, e foram 3,1% menos, o que não acontecia desde o segundo trimestre de 1980.
Resultado: o PIB dos EUA encolheu a uma taxa anual de 0,3% no terceiro trimestre de 2008. Não é muito. Esse ritmo de declínio levaria a uma queda de 0,3% da produção nacional americana, descontadas as importações, em 12 meses.
Se a contração econômica continuar neste fim de ano, e há previsões de uma queda num ritmo de 4% ao ano. Só no último trimestre a economia americana sentiria o impacto do pior momento da crise.
Mas o mercado esperava uma queda de 0,5% e ficou satisfeito, o que deu ânimo às bolsas de valores no mundo inteiro.
No Japão, o primeiro-ministro Taro Aso argumentou que "uma tempestade como só se vê a cada cem anos" está desabando para justificar um novo plano de estímulo à segunda economia do mundo no valor de US$ 51 bilhões. Isso eleva o total prometido pelo governo japonês desde o agravamento da crise financeira global para o equivalente a US$ 277 bilhões.
A situação também é preocupante na China. O país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos, tornando-se a quarta maior economia do planeta e a grande esperança de evitar uma recessão mundial, com taxas de expansão acima de 10% nos últimos anos, vê um declínio rápido de sua produção industrial.
Na semana passada, a Corporação de Alumínio da China, maior empresa do setor no país, anunciou um corte de 18% na produção. Na última terça-feira, a Jinchuan, maior fabricante de níquel do país, revelou estar reduzindo sua meta de produção para este ano em 17%.
Os altos-fornos das grandes empresas siderúrgicas estariam operando em 30% a 50% de sua capacidade.
Na Europa, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, esteve hoje em Londres com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para discutir uma estratégia européia contra a crise financeira global.
Brown comentou que nenhum país vai sair sozinho desta crise, enquanto Merkel pediu transparência, cooperação e o fortalecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar países pobres e emergentes abalados pela situação econômica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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