Depois de uma reunião de cúpula ontem em Paris entre os 15 países que adotam o euro como moeda, hoje os países europeus anunciaram um a um os detalhes de seu plano para sustentar o sistema financeiro, num total estimado pelo jornal inglês Financial Times em 1,873 trilhão de euros (US$ 2,546 trilhões).
O governo britânico, que mantém a libra, começou hoje a investir nos quatro maiores bancos do país - Lloyds, Royal Bank of Scotland, Halifax Bank of Scotland e Barclays - US$ 60 bilhões e vai passar a ter votos na direção de todos.
Em discurso para executivos no centro financeiro de Londres, o primeiro-ministro Gordon Brown defendeu a reforma do sistema financeiro internacional para criar uma supervisão global baseada nos princípios de transparência, integridade, responsabilidade e colaboração além das fronteiras nacionais.
Brown propôs a convocação de uma conferência mundial como a de 1944 em Bretton Woods, nos Estados Unidos, que criou a ordem econômica mundial pós-1945, fundando o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. É hora de redefinir a ordem econômica internacional no mundo globalizado
A Alemanha, maior economia da Europa, vai aplicar 80 bilhões de euros, cerca de US$ 110 bilhões e dar garantias e empréstimos no valor de mais US$ 545 bilhões para restaurar a confiança nos mercados, anunciou a primeira-ministra Angela Merkel.
"Esse meio trilhão não será necessariamente usado", observou o ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück, "só em caso de problemas no mercado interbancário".
Merkel declarou que "é papel do Estado numa economia social de mercado garantir a ordem e combater os abusos do mercado".
Na França, o presidente Nicolas Sarkozy revelou que o governo vai investir diretamente o equivalente a US$ 55 bilhões para recapitalizar os bancos franceses, além de dar garantias e linhas especiais de crédito no valor equivalente em euros e US$ 435 bilhões.
Sarkozy explicou que é uma crise sem precedentes, onde só os governos e bancos centrais têm poder para acalmar o mercado.
Nos Estados Unidos, o presidente George Bush recebeu o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, na Casa Branca. Bush agradeceu à Europa por "tomar medidas ousadas para capitalizar os bancos, fortalecer os sistemas financeiros e descongelar os mercados de crédito.
O teste será nesta terça-feira. Hoje era feriado nos EUA, o Dia de Colombo, uma homenagem à Descoberta da América pelo europeus. O mercado estará de olho no setor de crédito interbancário.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário