quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Estatização derruba Bolsa de Buenos Aires

Desde que a presidente Cristina Kirchner anunciou, em 22 de outubro, a estatização da previdência privada, a Bolsa de Valores de Buenos Aires desabou, os bônus da dívida pública argentina caíram e o risco do país aumentou 18% para 1.962 pontos.

O Índice Merval caiu 11% na terça-feira e 10,1% na quarta-feira, depois de passar por um momento por uma queda recorde de 17,7%.

A causa foi a decisão da presidente Cristina Kirchner de acabar com os fundos de pensão, transferindo toda a previdência para o governo, num total estimado de US$ 30 bilhões. Este dinheiro permitiria fechar as contas públicas de um país que antes da crise já não tinha crédito internacional por causa da renegociação incompleta da dívida.

Só que o dinheiro não é do Estado nem dos fundos de pensão. O dinheiro é dos trabalhadores que decidiram fazer uma poupança de longo prazo para a aposentadoria.

Até a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile criticou a decisão de Cristina, marcada por fortes tintas de peronismo. Ela assinou o projeto sob uma tenda gigante cercada por uma claque de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares, sindicalistas e empresários amigos.

Para a CUT chilena, o governo argentino deveria criar uma previdência pública e dar aos trabalhadores o direito de migrar, escolhendo em que sistema preferem poupar para a aposentadoria.

A oposição e o jornal liberal La Nación consideraram a medida um "roubo legalizado".

Nas ruas de Buenos Aires, os argentinos defendem a Previdência Social porque desconfiam do mercado, mas também não confiam muito no governo.

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