A ameaça de uma recessão mundial derrubou hoje as bolsas e as moedas, com a exceção do dólar e do iene japonês.
O primeiro alerta veio do presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, num jantar beneficente ontem à noite, em Leeds: o Reino Unido parece estar entrando em recessão.
King observou que, "desde o início da Primeira Guerra Mundial, o sistema bancário não chegava tão perto do colapso". O financiamento das empresas britânicas "parou por completo".
Em discurso no Parlamento Britânico, o primeiro-ministro Gordon Brown admitiu que a recessão é inevitável mas fez questão de dizer que não será só na Grã-Bretanha. Como ministro das Finanças de Tony Blair, Brown presidiu ao mais longo período de crescimento da economia britânica, que não entra em recessão desde 1992.
Na Ásia, além da ameaça de recessão, pesaram sobre as bolsas de valores o fortalecimento da moeda japonesa, o iene, que parece um bom refúgio no meio da crise, e a expectativa de queda nos lucros das empresas com a redução da atividade econômica. O lucro da fábrica de automóveis japonesa Toyota, que disputa a liderança mundial com a General Motors, caiu pela metade.
A Bolsa de Tóquio teve perdas de 6,8%, Hong Kong de 5,1% e Sídnei, na Austrália, que depende de produtos primários como a bolsa brasileira, de 3,4%.
Na Alemanha, as autoridades investigam por que o banco KfW transferiu US$ 420 milhões para o banco de investimentos americano Lehman Brothers quando este já havia quebrado.
A recessão européia anunciada pelo Fundo Monetário Internacional pesou sobre as bolsas do continente. Londres e Frankfurt baixaram 4,6%, e Paris 5,1%.
O euro atingiu a menor cotação em dois anos: US$ 1,2856.
Nos Estados Unidos, os analistas já prevêm uma recessão até a metade do próximo ano. Eles comentam que a Bolsa de Nova Iorque pode subir, mas não há razões econômicas para uma alta sustentável.
Hoje, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das ações de 30 grandes empresas, caiu 5,7% e a bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, perdeu 4,8%.
O barril de petróleo, que chegou a US$ 147 em julho, agora vale US$ 66,80. É menor preço em um ano e quatro meses
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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