A presidente Cristina Kirchner enviou hoje ao Congresso da Argentina o projeto-de-lei para estatizar a previdência privada, que descrevou como uma "decisão estratégica", diante da ameaça das oscilações selvagens do mercado ao dinheiro depositado em fundos de pensão.
Em uma cerimônia em estilo peronista, sob uma tenda gigante, com grande presença de funcionários públicos, governadores, prefeitos e empresários kirchneristas, Cristina Kirchner acabou com o regime de capitalização criado sob outro governo peronista, de Carlos Menem (1989-99), e fez questão de deixar claro o contraste entre os dois.
"Esta é uma decisão estratégica" e "uma mudança de época", proclamou a presidente argentina, como quem diz que a era do neoliberalismo econômico e da especulação nos mercados financeiros acabou.
"Estamos adotando esta decisão em um contexto onde os principais países estão adotando uma política de proteção aos bancos", argumentou a presidente. "Nós estamos protegendo nossos trabalhadores e aposentados. Aquele discurso se derrubou estrepitosamente".
Cristina Kirchner comparou a estatização da previdência às das empresas Aguas Argentinas e Aerolíneas Argentinas. A nova entidade já tem nome: Sistema Previdenciário Integral Argentino.
Para a Coalizão Cívica, de oposição, é mais um saque do casal Kirchner nas finanças dos argentinos. A medida transfere para o controle do governo quase 100 bilhões de pesos argentinos, mais de US$ 30 bilhões.
Nestes tempos difíceis, seria uma maneira de reforçar o caixa de um governo que já não tinha crédito no mercado financeiro internacional antes da crise financeira global.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário