Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Nelson, sou estudante de Publicidade e Propaganda e estou desenvolvendo um trabalho sobre mercado de capitais, empréstimos e investimentos. Notei seu grande conhecimento no assunto e ficaria extremamente feliz se você puder me esclarecer algumas questões em relação a crise no EUA, como:
- Como isso pode afetar o Brasil?
- Isso afetará o consumo brasileiro? de que forma?
- O Brasil, por ser um país com um número cada vez mais elevado de empréstimos concedidos, corre grande risco de entrar em crise também?
Aguardo possíveis esclarecimentos, serão de grande enriquecimento.
Obrigada,
Marianna
marianna_ferreira@hotmail.com
Marianna, no mundo globalizado, nenhum país é uma ilha. Como 300 milhões de americanos consumiram no ano passado US$ 9,7 trilhões, não podem ser substituídos pelos 1,3 bilhão de chineses, que gastaram US$ 1,2 trilhões. Com as maiores potências comerciais do planeta, os EUA e a Europa, ao que tudo indica estão em recessão, o comércio com esses mercados será menor.
O custo do dinheiro no mercado internacional pode ficar mais caro. Isso significa menos investimento, menos produção e menos consumo.
Se as lojas vendem menos, demitem funcionários e compram menos da indústria. Se as fábricas vendem menos, cortam a produção. Então a China também vai sofrer.
As exportações brasileiras, com a exceção dos aviões da Embraer, são concentradas em produtos primários como soja e ferro, sem falar do café e agora do álcool. Se a China comprar menos, a Vale sofre, a Usiminas, o Grupo Gerdau, a Votorantim...
No caso brasileiro, considero mais provável que a taxa de crescimento caia do para 2% a 3% ao ano no próximo ano. Talvez a gente consiga algo melhor, uns 4%. O mundo todo será afetado.
Para o Brasil, como país pobre e com crescimento populacional, um crescimento econômico de 2% a 3% é medíocre. Vamos patinar mais um pouco. Mas vejo uma ascensão irresistível de grandes potências emergentes. A China já chegou lá. A Índia está no caminho, acaba de mandar um foguete à Lua. O Brasil só depende de si mesmo porque tem território, população e recursos naturais para tanto. Mas um bom ambiente internacional é essencial.
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