O Departamento da Defesa dos Estados Unidos, o Pentágono, não confirmou. Mas um dos principais sites de Internet que faz a contagem dos mortos afirmou que 2006 termina com o total de militares americanos mortos no Iraque chegando a 3 mil. Só em dezembro, 102 soldados americanos foram mortos. Foi o pior mês para as forças dos EUA em dois anos.
O total de civis iraquianos mortos é estimado em 60 mil, ainda que a revista científica The Lancet tenha divulgado uma estimativa avaliando que já morreram 650 mil desde a invasão americana, em março de 2003.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 31 de dezembro de 2006
Saddam Hussein é enterrado junto aos filhos
Menos de 24 horas depois de sua execução na forca, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein al-Tikrit (1979-2003) foi enterrado na vila onde nasceu, Auja, perto da cidade de Tikrit, ao lado de seus filhos Uday e Kusay, mortos em 2003 pelas forças invasoras dos Estados Unidos.
Um avião militar americano levou o corpo de Saddam até Tikrit. Lá, ele foi entregue ao líder tribal, xeque Ali al-Nida, e ao governador de Saladino. Cerca de 100 pessoas estavam presentes ao sepultamento, realizado às quatro da manhã deste domingo, hora local, 23h de sábado em Brasília.
Pela maneira como foram conduzidos, o julgamento rápido e a execução provocaram protestos ao redor do mundo, especialmente depois da divulgação de um vídeo gravado clandestinamente revelando uma discussão entre Saddam e alguns algozes xiitas, que citaram o aiatolá Muktada al-Sader e seu pai, assassinado a mando do ex-ditador.
Hoje, soube-se ainda que alguns carrascos e testemunhas dançaram ao redor do cadáver para festejar a morte de Saddam.
Se o presidente George Walker Bush afirma que Saddam Hussein teve um julgamento justo, a Milícia dos Talebã, no Afeganistão, declara que a execução só vai incentivar a "guerra santa" contra os EUA e seus aliados.
Para o assessor de Segurança Nacional do governo do Iraque, Mowaffak al-Rubaie, a execução seguiu "todos os padrões internacionais e islâmicos". Ele revelou que o enforcamento ocorreu na sede da 5ª Divisão de Inteligência, no bairro Cadímia, e admitiu que algumas testemunhas e carrascos festejaram sua morte, o que considerou uma "reação natural" porque "eles perderam entes queridos" durante a ditadura de Saddam.
Já o assessor de Segurança Nacional dos EUA no governo Jimmy Carter (1977-81), Zbigniew Brzezinski, entende que a execução foi "um tiro pela culatra". Terá conseqüências negativas para os EUA. Mesmo que a execução tenha sido realizada por iraquianos, alegou, "tínhamos Saddam sob custódia até uma hora antes e invadimos o país".
Mas Brzezinski vê duas oportunidades. Acredita que os EUA devem pressionar o governo do Iraque a conceder uma anista ampla para tentar pacificar o país, sob o argumento de que é preciso enterrar também o passado, junto com Saddam. Defende ainda a fixação de uma data, em comum acordo entre os EUA e o Iraque, para a retirada das tropas americanas do país.
Isto significa que o ex-assessor de Carter é contra o aumento do número de soldados americanos numa primeira etapa, como o presidente Bush pode anunciar nos primeiros dias de 2007, na revisão de sua estratégia para o Iraque: "Seriam necessários 300 mil soldados e não há apoio do povo americano para isso".
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, em 1982, durante a Guerra Irã-Iraque (1980-88), quando foi apoiado pelos EUA, a União Soviética, a Europa e os países árabes, que viam um mal maior na revolução islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini no Irã.
Um avião militar americano levou o corpo de Saddam até Tikrit. Lá, ele foi entregue ao líder tribal, xeque Ali al-Nida, e ao governador de Saladino. Cerca de 100 pessoas estavam presentes ao sepultamento, realizado às quatro da manhã deste domingo, hora local, 23h de sábado em Brasília.
Pela maneira como foram conduzidos, o julgamento rápido e a execução provocaram protestos ao redor do mundo, especialmente depois da divulgação de um vídeo gravado clandestinamente revelando uma discussão entre Saddam e alguns algozes xiitas, que citaram o aiatolá Muktada al-Sader e seu pai, assassinado a mando do ex-ditador.
Hoje, soube-se ainda que alguns carrascos e testemunhas dançaram ao redor do cadáver para festejar a morte de Saddam.
Se o presidente George Walker Bush afirma que Saddam Hussein teve um julgamento justo, a Milícia dos Talebã, no Afeganistão, declara que a execução só vai incentivar a "guerra santa" contra os EUA e seus aliados.
Para o assessor de Segurança Nacional do governo do Iraque, Mowaffak al-Rubaie, a execução seguiu "todos os padrões internacionais e islâmicos". Ele revelou que o enforcamento ocorreu na sede da 5ª Divisão de Inteligência, no bairro Cadímia, e admitiu que algumas testemunhas e carrascos festejaram sua morte, o que considerou uma "reação natural" porque "eles perderam entes queridos" durante a ditadura de Saddam.
Já o assessor de Segurança Nacional dos EUA no governo Jimmy Carter (1977-81), Zbigniew Brzezinski, entende que a execução foi "um tiro pela culatra". Terá conseqüências negativas para os EUA. Mesmo que a execução tenha sido realizada por iraquianos, alegou, "tínhamos Saddam sob custódia até uma hora antes e invadimos o país".
Mas Brzezinski vê duas oportunidades. Acredita que os EUA devem pressionar o governo do Iraque a conceder uma anista ampla para tentar pacificar o país, sob o argumento de que é preciso enterrar também o passado, junto com Saddam. Defende ainda a fixação de uma data, em comum acordo entre os EUA e o Iraque, para a retirada das tropas americanas do país.
Isto significa que o ex-assessor de Carter é contra o aumento do número de soldados americanos numa primeira etapa, como o presidente Bush pode anunciar nos primeiros dias de 2007, na revisão de sua estratégia para o Iraque: "Seriam necessários 300 mil soldados e não há apoio do povo americano para isso".
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, em 1982, durante a Guerra Irã-Iraque (1980-88), quando foi apoiado pelos EUA, a União Soviética, a Europa e os países árabes, que viam um mal maior na revolução islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini no Irã.
Venezuela altera objetivos do Mercosul
Da maneira foi feita, a adesão da Venezuela ao Mercosul (Mercado Comum do Sul) não serve aos objetivos originais do bloco regional nem do Brasil, que são formar uma aliança estratégica entre países da América do Sul para ter mais voz e poder de barganha em negociações internacionais, afirma o geógrafo Demetrio Magnoli, professor da Universidade de São Paulo (USP). Sob a presidência de Hugo Chávez, a Venezuela pode dificultar a inserção dos países do Mercosul na economia globalizada.
“A maior crítica é que foi um ato motivado por razões políticas, atropelando os procedimentos normais de adesão e não se coadunando com os objetivos do Mercosul”, observou Magnoli ao participar, no início do mês, do seminário Mercosul + 1: conseqüências da entrada da Venezuela, realizado no Rio de Janeiro pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Para o professor da USP, “o Mercosul é uma construção política com um sentido estratégico. Como a União Européia, tem fins políticos e estratégicos. Começa com uma aliança entre Brasil e Argentina. A grande virada se dá na Guerra das Malvinas (1982), quando o Brasil compartilha dados militares com a Argentina”.
A partir desta cooperação, Brasil e Argentina assinaram em 1985 a Ata de Iguaçu, estendendo a cooperação ao setor nuclear. “Houve uma decisão de não seguir a Índia e o Paquistão. Até os anos 70, os jogos de guerra dos militares brasileiros levavam em conta a possibildade de uma invasão do Brasil pelo Sul”.
O acordo nuclear levou o Brasil e a Argentina da rivalidade à aliança. Esta rivalidade vinha do período colonial. Brasil e Argentina herdaram o conflito estratégico entre os impérios espanhol e português, que só entraram em guerra no Cone Sul, entre outras razões para disputar o controle sobre o Rio de Prata.
“O Vice-Reino do Prata, cuja capital era Buenos Aires, perdeu o Uruguai e o Paraguai”, lembra o geógrafo. “O Brasil interveio na Banda Oriental, hoje Uruguai, e reconheceu a independência do Paraguai, fazendo com que a Argentina se veja como um país incompleto. Um dos objetivos era evitar que uma potência platina controlasse os dois lados do Rio de Prata”.
Depois da declaração, em 1825, de independência do Uruguai, ocupado desde 1811, por ordem de Dom João VI, os ingleses convenceram o Brasil a reconhecer o Uruguai. A idéia era evitar que o conflito com países hispano-americanos levasse à formação de uma aliança contra o Brasil, que ocupara vastas regiões na Amazônia e no Mato Grosso que, pelo Tratado de Tordesilhas (1494), pertenceriam à América espanhola.
“Além de manter a escravidão, o Império queria traçar fronteiras e evitar uma aliança de repúblicas hispânicas contra o Brasil”, acrescenta o professor. “Eram repúblicas e não monarquias. Era a América, não a Europa”.
Naquele momento, a união latino-americana poderia ser contra o Brasil.
RELAÇÕES COM OS EUA
“O Barão do Rio Branco introduziu outro objetivo na política externa brasileira”, explicou Magnoli, “uma parceria privilegiada com a grande potência do Norte e a intermediação de suas relações com a América do Sul. Para o Brasil, não existe América Latina”.
Com a decisão de Brasil e Argentina de partir para a integração regional, a adesão do Paraguai e do Uruguai tornou-se inevitável. O Mercosul criou uma cláusula democrática que já evitou diversos golpes de Estado no Paraguai.
“Havia uma preocupação de projetar uma imagem externa e de estabelecer os parâmetros para a integração sul-americana”, entende o professor da USP. “O modelo é o regionalismo aberto aos demais países da América do Sul.”
Em 1993, o presidente Itamar Franco lançou a proposta da ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana), que uniria o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN). Esta iniciativa seria retomada na conferência de Brasília em 2000, “dois anos antes de Lula”, notou Magnoli.
Já a revolução bolivarista do presidente venezuelano é antiamericana, analisa o professor: “Chávez faz uma releitura de Bolívar que o próprio rejeitaria. Bolívar defendia a integração da América hispânica, sem o Brasil, e o modelo político era os EUA. Chávez quer alinhar o Brasil aos seus objetivos. A integração latino-americana enfrenta diversos problemas”, diagnostica Magnoli.
"Chávez terá de escolher entre seu projeto de política interna e as regras da união aduaneira do Mercosul". Não vai querer abrir mão do seu projeto.
Na sua opinião, a revolução bolivarista é nacionalista e o nacionalismo bolivarista é internacionalista. Isto gera uma tensão: a fragmentação da América espanhola rejeita a integração bolivarista.
“Quando Chávez intervém em eleições, tem resultados diferentes: ganhou com Rafael Correa, no Equador; perdeu com Alan García, no Peru. Aumenta o apoio a Álvaro Uribe na Colômbia, onde Chávez é visto como aliado das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)”, avalia Magnoli. “As conseqüências são polarização e desintegração”.
O geógrafo e professor da USP não vê grandes mudanças na política externa de Lula: “Apesar da retórica terceiro-mundista da política externa brasileira, não é verdade que Lula tenha rompido com os padrões históricos da política externa. A presença do Brasil no Haiti é sinal de apoio aos EUA”.
Por outro lado, Magnoli observa que “a entrada da Venezuela no Mercosul serve para a Argentina como contraponto ao Brasil, colocando o Brasil em posição defensiva. O risco para o Brasil é ser o elemento que veta”.
Sendo assim, “por que o Brasil aceitou a entrada da Venezuela no Mercosul? Por razões de política interna? Não é só isso. Há um desprezo pela História, a idéia de que o atual governo começa de novo. O Mercosul foi reinventado. Este é um problema para os próximos anos”.
Ele também criticou a ênfase na candidatura a uma vaga permanente como representante da América Latina no Conselho de Segurança das Nações Unidas: "É o retorono da idéia do Brasil como potência mundial, um protagonismo que o Brasil não tem. A Argentina é contra um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança".
O governo de Buenos Aires teme que o Brasil fique ainda mais poderoso. Mais importante, para Magnoli, é restaurar o funcionamento do Mercosul.
Ao defender a reeleição sem limites, criando na prática um regime de partido único, argumentou o professor Amauri de Souza, Chávez viola a cláusula democrática do Mercosul. Está provocando "uma corrida armamentista com reflexos na Colômbia, no Peru e no Equador. Há uma provocação explícita no acordo militar Bolívia-Venezuela, com a criação de três bases na fronteira do Brasil".
Magnoli acredita que a oposição a Chávez conseguiu uma coesão na eleição presidencial de 3 de dezembro e "não é eliminável". Mas ressalva que "o Brasil não aceita a dependência energética da Venezuela. A Petroamérica é uma fantasia inaceitável para governo e militares. O Brasil está vacinado pela crise do gás boliviano, que cria uma dependência de mão dupla. Acho que não leva adiante o projeto do gasoduto Venezuela-Brasil-Argentina".
“A maior crítica é que foi um ato motivado por razões políticas, atropelando os procedimentos normais de adesão e não se coadunando com os objetivos do Mercosul”, observou Magnoli ao participar, no início do mês, do seminário Mercosul + 1: conseqüências da entrada da Venezuela, realizado no Rio de Janeiro pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Para o professor da USP, “o Mercosul é uma construção política com um sentido estratégico. Como a União Européia, tem fins políticos e estratégicos. Começa com uma aliança entre Brasil e Argentina. A grande virada se dá na Guerra das Malvinas (1982), quando o Brasil compartilha dados militares com a Argentina”.
A partir desta cooperação, Brasil e Argentina assinaram em 1985 a Ata de Iguaçu, estendendo a cooperação ao setor nuclear. “Houve uma decisão de não seguir a Índia e o Paquistão. Até os anos 70, os jogos de guerra dos militares brasileiros levavam em conta a possibildade de uma invasão do Brasil pelo Sul”.
O acordo nuclear levou o Brasil e a Argentina da rivalidade à aliança. Esta rivalidade vinha do período colonial. Brasil e Argentina herdaram o conflito estratégico entre os impérios espanhol e português, que só entraram em guerra no Cone Sul, entre outras razões para disputar o controle sobre o Rio de Prata.
“O Vice-Reino do Prata, cuja capital era Buenos Aires, perdeu o Uruguai e o Paraguai”, lembra o geógrafo. “O Brasil interveio na Banda Oriental, hoje Uruguai, e reconheceu a independência do Paraguai, fazendo com que a Argentina se veja como um país incompleto. Um dos objetivos era evitar que uma potência platina controlasse os dois lados do Rio de Prata”.
Depois da declaração, em 1825, de independência do Uruguai, ocupado desde 1811, por ordem de Dom João VI, os ingleses convenceram o Brasil a reconhecer o Uruguai. A idéia era evitar que o conflito com países hispano-americanos levasse à formação de uma aliança contra o Brasil, que ocupara vastas regiões na Amazônia e no Mato Grosso que, pelo Tratado de Tordesilhas (1494), pertenceriam à América espanhola.
“Além de manter a escravidão, o Império queria traçar fronteiras e evitar uma aliança de repúblicas hispânicas contra o Brasil”, acrescenta o professor. “Eram repúblicas e não monarquias. Era a América, não a Europa”.
Naquele momento, a união latino-americana poderia ser contra o Brasil.
RELAÇÕES COM OS EUA
“O Barão do Rio Branco introduziu outro objetivo na política externa brasileira”, explicou Magnoli, “uma parceria privilegiada com a grande potência do Norte e a intermediação de suas relações com a América do Sul. Para o Brasil, não existe América Latina”.
Com a decisão de Brasil e Argentina de partir para a integração regional, a adesão do Paraguai e do Uruguai tornou-se inevitável. O Mercosul criou uma cláusula democrática que já evitou diversos golpes de Estado no Paraguai.
“Havia uma preocupação de projetar uma imagem externa e de estabelecer os parâmetros para a integração sul-americana”, entende o professor da USP. “O modelo é o regionalismo aberto aos demais países da América do Sul.”
Em 1993, o presidente Itamar Franco lançou a proposta da ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana), que uniria o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN). Esta iniciativa seria retomada na conferência de Brasília em 2000, “dois anos antes de Lula”, notou Magnoli.
Já a revolução bolivarista do presidente venezuelano é antiamericana, analisa o professor: “Chávez faz uma releitura de Bolívar que o próprio rejeitaria. Bolívar defendia a integração da América hispânica, sem o Brasil, e o modelo político era os EUA. Chávez quer alinhar o Brasil aos seus objetivos. A integração latino-americana enfrenta diversos problemas”, diagnostica Magnoli.
"Chávez terá de escolher entre seu projeto de política interna e as regras da união aduaneira do Mercosul". Não vai querer abrir mão do seu projeto.
Na sua opinião, a revolução bolivarista é nacionalista e o nacionalismo bolivarista é internacionalista. Isto gera uma tensão: a fragmentação da América espanhola rejeita a integração bolivarista.
“Quando Chávez intervém em eleições, tem resultados diferentes: ganhou com Rafael Correa, no Equador; perdeu com Alan García, no Peru. Aumenta o apoio a Álvaro Uribe na Colômbia, onde Chávez é visto como aliado das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)”, avalia Magnoli. “As conseqüências são polarização e desintegração”.
O geógrafo e professor da USP não vê grandes mudanças na política externa de Lula: “Apesar da retórica terceiro-mundista da política externa brasileira, não é verdade que Lula tenha rompido com os padrões históricos da política externa. A presença do Brasil no Haiti é sinal de apoio aos EUA”.
Por outro lado, Magnoli observa que “a entrada da Venezuela no Mercosul serve para a Argentina como contraponto ao Brasil, colocando o Brasil em posição defensiva. O risco para o Brasil é ser o elemento que veta”.
Sendo assim, “por que o Brasil aceitou a entrada da Venezuela no Mercosul? Por razões de política interna? Não é só isso. Há um desprezo pela História, a idéia de que o atual governo começa de novo. O Mercosul foi reinventado. Este é um problema para os próximos anos”.
Ele também criticou a ênfase na candidatura a uma vaga permanente como representante da América Latina no Conselho de Segurança das Nações Unidas: "É o retorono da idéia do Brasil como potência mundial, um protagonismo que o Brasil não tem. A Argentina é contra um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança".
O governo de Buenos Aires teme que o Brasil fique ainda mais poderoso. Mais importante, para Magnoli, é restaurar o funcionamento do Mercosul.
Ao defender a reeleição sem limites, criando na prática um regime de partido único, argumentou o professor Amauri de Souza, Chávez viola a cláusula democrática do Mercosul. Está provocando "uma corrida armamentista com reflexos na Colômbia, no Peru e no Equador. Há uma provocação explícita no acordo militar Bolívia-Venezuela, com a criação de três bases na fronteira do Brasil".
Magnoli acredita que a oposição a Chávez conseguiu uma coesão na eleição presidencial de 3 de dezembro e "não é eliminável". Mas ressalva que "o Brasil não aceita a dependência energética da Venezuela. A Petroamérica é uma fantasia inaceitável para governo e militares. O Brasil está vacinado pela crise do gás boliviano, que cria uma dependência de mão dupla. Acho que não leva adiante o projeto do gasoduto Venezuela-Brasil-Argentina".
Carros-bomba matam 77 nas primeiras 24 horas depois da execução de Saddam Hussein
Três carros-bomba mataram pelo menos 77 pessoas em bairros xiitas de diferentes cidades do Iraque nas primeiras 24 horas depois do enforcamento do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003), que tinha sua base de apoio na comunidade sunita.
Um dos piores ataque atingiu um mercado de peixe na cidade de Kufa, matando 36 pessoas.
Um dos piores ataque atingiu um mercado de peixe na cidade de Kufa, matando 36 pessoas.
Nova gravação dá detalhes da morte de Saddam
Um vídeo gravado clandestinamente com um telefone celular já está na Internet com os momentos que antecederam ao enforcamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003). Ele registra um bate-boca entre Saddam e seus carrascos, que davam vivas ao aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader e a seu pai, assassinado por ordem do ex-ditador.
A gravação mostra os carrascos colocando a corda no pescoço de Saddam, que tem o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, nas mãos. O ex-ditador recita versículos do Corão e é insultado por alguns carrascos, que gritam: "Muktada! Muktada!".
Saddam perguntou se esta era a reação de um homem honrado, de um árabe. Um carrasco respondeu: "Vá para o Inferno!"
Em seguida, ouve-se o barulho do alçapão se abrindo sob os pés de Saddam e o ex-ditador fica pendurado pelo pescoço.
A gravação mostra os carrascos colocando a corda no pescoço de Saddam, que tem o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, nas mãos. O ex-ditador recita versículos do Corão e é insultado por alguns carrascos, que gritam: "Muktada! Muktada!".
Saddam perguntou se esta era a reação de um homem honrado, de um árabe. Um carrasco respondeu: "Vá para o Inferno!"
Em seguida, ouve-se o barulho do alçapão se abrindo sob os pés de Saddam e o ex-ditador fica pendurado pelo pescoço.
sábado, 30 de dezembro de 2006
Espanha suspende negociações com a ETA
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, suspendeu hoje as negociações com o grupo separatista ETA (Euskadi ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade), que luta pela independência do País Basco, depois de um atentado contra o aeroporto internacional de Barajas, em Madri, que deixou 19 feridos e dois equatorianos desaparecidos.
Em março deste ano, a ETA tinha anunciado um cessar-fogo permanente, precondição para iniciar negociações de paz com o governo espanhol. Agora, usou um carro-bomba com 200 quilos de explosivos, detonando quatro andares do prédio do aeroporto e rompendo a trégua.
Em março deste ano, a ETA tinha anunciado um cessar-fogo permanente, precondição para iniciar negociações de paz com o governo espanhol. Agora, usou um carro-bomba com 200 quilos de explosivos, detonando quatro andares do prédio do aeroporto e rompendo a trégua.
Saddam morre pregando guerra contra persas e americanos
O ex-ditador do Iraque Saddam Hussein (1979-2003) morreu na madrugada de hoje pedindo a união dos iraquianos e guerra contra os americanos e os persas, revelaram testemunhas de sua execução.
As imagens de Saddam chegando ao local da execução e de seu cadáver foram divulgadas pelo governo iraquiano para comprovar que o ex-ditador está mesmo morto, mas não o enforcamento em si.
Saddam está cercado por seus carrascos, que usam máscaras, o que torna a cena ainda mais sinistra. Ele recita trechos do Corão, contaram as testemunhas, porque as imagens foram distribuídas sem som. Não quer ser encapuzado. Suas mãos são amarradas nas costas. Está diante da forca. A corda é colocada ao redor de seu pescoço.
Um de seus algozes pergunta se o ex-ditador cruel e sanguinário, responsável por mais de 1 milhão de mortes nas guerras que provocou e em perseguições políticas, tem medo de morrer. Saddam diz que lutou a vida inteira. Pede a união dos iraquianos mas a interpretação é dúbia porque apontou como inimigos americanos e persas.
Por persas, pode-se entender não só o Irã mas também os xiitas iraquianos, inimigos históricos de Saddam Hussein, que agora chegaram ao poder com as eleições porque são 60% da população do Iraque. Foram eles que mais festejaram a morte do ex-ditador.
Numa possível retaliação dos sunitas pela execução de Saddam, um carro-bomba matou pelo menos 30 pessoas na cidade xiita de Kufa.
As imagens de Saddam chegando ao local da execução e de seu cadáver foram divulgadas pelo governo iraquiano para comprovar que o ex-ditador está mesmo morto, mas não o enforcamento em si.
Saddam está cercado por seus carrascos, que usam máscaras, o que torna a cena ainda mais sinistra. Ele recita trechos do Corão, contaram as testemunhas, porque as imagens foram distribuídas sem som. Não quer ser encapuzado. Suas mãos são amarradas nas costas. Está diante da forca. A corda é colocada ao redor de seu pescoço.
Um de seus algozes pergunta se o ex-ditador cruel e sanguinário, responsável por mais de 1 milhão de mortes nas guerras que provocou e em perseguições políticas, tem medo de morrer. Saddam diz que lutou a vida inteira. Pede a união dos iraquianos mas a interpretação é dúbia porque apontou como inimigos americanos e persas.
Por persas, pode-se entender não só o Irã mas também os xiitas iraquianos, inimigos históricos de Saddam Hussein, que agora chegaram ao poder com as eleições porque são 60% da população do Iraque. Foram eles que mais festejaram a morte do ex-ditador.
Numa possível retaliação dos sunitas pela execução de Saddam, um carro-bomba matou pelo menos 30 pessoas na cidade xiita de Kufa.
Testemunha reaparece com sinais de tortura
O pedreiro Luis Gerez, que sumira após denunciar a violação dos direitos humanos na Argentina nos anos 70, reapareceu ontem à noite em Garín, perto de Escobar, onde mora, com marcas de tortura, depois de dois dias de cativeiro. Em depoimento na Câmara dos Deputados em abril passado, Gerez, um peronista militante, afirmou ter sido torturado, em 1972, pelo subcomissário Luis Patti.
Uma hora antes de seu reaparecimento, o presidente Néstor Kirchner acusara "elementos paramilitares ou parapoliciais" pelo seqüestro. "Não vamos ceder diante da extorsão", bradou Kirchner. "Não vamos parar com os julgamentos".
Jorge Julio López, outra testemunha nos processos sobre violações dos direitos humanos na Argentina durante a chamada "guerra suja" dos anos 70, reabertos pelo governo Kirchner, está desaparecido há três meses. Teme-se que esteja morto.
Uma hora antes de seu reaparecimento, o presidente Néstor Kirchner acusara "elementos paramilitares ou parapoliciais" pelo seqüestro. "Não vamos ceder diante da extorsão", bradou Kirchner. "Não vamos parar com os julgamentos".
Jorge Julio López, outra testemunha nos processos sobre violações dos direitos humanos na Argentina durante a chamada "guerra suja" dos anos 70, reabertos pelo governo Kirchner, está desaparecido há três meses. Teme-se que esteja morto.
TV iraquiana anuncia morte de Saddam Hussein
Uma televisão do Iraque, Al Hurra, acaba de anunciar que o ex-ditador Saddam Hussein foi executado há 10 minutos. Outra TV, Al Arabiya, de Dubai, confirmou a execução.
Saddam foi morto poucos minutos antes das seis da manhã, hora de Bagdá 1h em Brasília. Quando o dia amanhecer, começa um importante feriado religioso sunita e a lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Diversos analistas alegam que o julgamento e a execução de Saddam foram oportunidades perdidas para mostrar que o Iraque mudou.
O processo foi considerado viciado. Kenneth Roth, da organização não-governamental Human Rights Watch, condenou a aplicação da pena de morte como uma violação do direito internacional: "É moralmente repreensível tratar uma pessoa sem esperança que está presa como um peão, tirando sua vida com propósitos utilitaristas. Esta é a realidade, não importa quão sérios sejam seus crimes e quão louvável seja o propósito da execução".
Além das ONGs, vários países europeus e de outros continentes condenaram a aplicação da pena de morte.
Saddam foi executado pela morte de 148 xiitas, em vez do massacre de 200 mil curdos nos anos 80. Isto pode ser interpretado como um sinal de que é a maioria xiita que realmente manda no novo Iraque. E a execução de um ex-chefe de Estado muçulmana foi realizada às vésperas do Ano Novo, uma festa cristã, e no momento da peregrinação anual dos muçulmanos a Meca, o que pode ser visto como uma cruzada contra o Islã, como certamente será a avaliação dos jihadistas.
Além disso, a execução pode acirrar o conflito sectário entre sunitas e xiitas, já que estes últimos estão celebrando nas ruas a morte do ex-ditador.
Saddam foi morto poucos minutos antes das seis da manhã, hora de Bagdá 1h em Brasília. Quando o dia amanhecer, começa um importante feriado religioso sunita e a lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Diversos analistas alegam que o julgamento e a execução de Saddam foram oportunidades perdidas para mostrar que o Iraque mudou.
O processo foi considerado viciado. Kenneth Roth, da organização não-governamental Human Rights Watch, condenou a aplicação da pena de morte como uma violação do direito internacional: "É moralmente repreensível tratar uma pessoa sem esperança que está presa como um peão, tirando sua vida com propósitos utilitaristas. Esta é a realidade, não importa quão sérios sejam seus crimes e quão louvável seja o propósito da execução".
Além das ONGs, vários países europeus e de outros continentes condenaram a aplicação da pena de morte.
Saddam foi executado pela morte de 148 xiitas, em vez do massacre de 200 mil curdos nos anos 80. Isto pode ser interpretado como um sinal de que é a maioria xiita que realmente manda no novo Iraque. E a execução de um ex-chefe de Estado muçulmana foi realizada às vésperas do Ano Novo, uma festa cristã, e no momento da peregrinação anual dos muçulmanos a Meca, o que pode ser visto como uma cruzada contra o Islã, como certamente será a avaliação dos jihadistas.
Além disso, a execução pode acirrar o conflito sectário entre sunitas e xiitas, já que estes últimos estão celebrando nas ruas a morte do ex-ditador.
Saddam deve ser executado a qualquer momento
As testemunhas e um clérigo muçulmano foram convocados e se dirigem ao local da execução, em mais um sinal de que o enforcamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) é iminente.
Condenado à morte por crimes contra a humanidade, deve morrer na forca entre 0h30 e 1h00, pelo horário de Brasília.
Ditador cruel e sanguinário, Saddam chegou e se manteve no poder matando e perseguindo xiitas, curdos e sunitas. Chegou a usar armas químicas contra seu próprio povo, no caso a minoria curda, nos anos 80. Seu apoio vinha da comunidade sunita, da parcela que aderiu a seu partido Baath. Mas mesmo dentro do partido e do governo, Saddam promoveu grandes expurgos e matou diversos oponentes.
Saddam Hussein foi responsável pela morte de 200 mil iraquianos e começou duas guerras, ao invadir o Irã em agosto de 1980 e o Kuwait em agosto de 1990. Só a Guerra Irã-Iraque matou cerca de um milhão de muculmanos. Foi o pior conflito no moderno Oriente Médio.
Naquela guerra, os EUA, a Europa, a União Soviética e os países árabes apoiaram Saddam contra o que consideravam um mal maior, a república islâmica fundada pelo aiatolá Khomeini no Irã. O Iraque não conseguiu derrotar as ondas humanas de guerrilheiros islâmicos.
Depois de oito anos de devastação de cidades e de ataques a petroleiros no Golfo Pérsico, a Guerra Irã-Iraque terminou num empate. Falido, Saddam começou a pressionar as ricas monarquias petroleiras da região a lhe conceder vantagens e mais empréstimos. Terminou declarando que o Kuwait era uma província do Iraque e que estava roubando petróleo de um campo comum, justificativas para invadir o país vizinho em 2 de agosto de 1990.
O ditador contava com a conivência dos EUA. Mas o presidente George Bush, pai, enviou imediatamente tropas americanas para proteger a Arábia Saudita. Com o Kuwait, Saddam controlava 15% da produção mundial de petróleo. Se tomasse a Arábia Saudita, ficaria com 40%.
Bush I articulou uma aliança de 30 países, obteve a aprovação do Conselho de Segurança e, numa guerra rápida, de 17 de janeiro a 28 de fevereiro de 1991, expulsou os iraquianos do Kuwait.
Como não tinha um mandato para ir além disso, ouvindo as ponderações do general Colin Powell, na época chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Bush sr. decidiu não marchar sobre Bagdá. Sua esperança era que generais iraquianos, movidos pela humilhação da derrota, se unissem para derrubar Saddam. Mas o ditador mostrou mais uma vez ter pleno controle sobre a máquina do Estado iraquiano.
O governo americano estimulou as revoltas dos xiitas, no Sul, e dos curdos, no Norte, ambas massacradas por Saddam Hussein.
Com a derrota do Iraque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, em 3 de abril de 1991, a Resolução 687, impondo as exigências dos vencedores ao Iraque, que deveria abandonar todos os programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa (químicas, biológicas e nucleares) e sistemas de mísseis.
Saddam começou então um jogo de gato e rato com os inspetores da Comissão de Desarmamento da ONU que durou mais de uma década. A ONU destruiu mísseis e fechou laboratórios que poderiam fabricar armas químicas. Os programas de armas biológicas só foram descobertos quando dois genros de Saddam fugiram para a Jordânia. Eles voltaram e foram mortos pelos filhos de Saddam.
Em 1998, quando o então presidente americano Bill Clinton ordenou um bombardeio aéreo no momento em que a Câmara votava seu impeachment pelo caso com Monica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca, sob o pretexto de que o Iraque não cooperava, Saddam expulsou os inspetores da ONU.
Disto se valeu o governo George Walker Bush, o filho, para conseguir a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU, em 8 de novembro de 2002, da Resolução 1.441, que alegava que o Iraque não cumprira suas obrigações e reinstituía o regime de inspeções. Mas era apenas um passo para justificar a invasão do Iraque. Bush jr. não queria esperar o prazo necessário para a comissão presidida pelo diplomata sueco Hans Blix investigar se Saddam estava realmente escondendo algo, como a maioria dos serviços secretos do mundo suspeitava.
Em 20 de março de 2003, os EUA atacaram o Iraque. Saddam caiu em 9 de abril. No final do ano, foi preso pelos americanos escondido numa toca no subsolo de uma casa no interior do Iraque.
Sua execução deve provocar reações de seus antigos aliados. Afinal, ao desmobilizarem a Polícia e as Forças Armadas do Iraque, os americanos jogaram centenas de milhares de saddamistas na clandestinidade. Mas a insurgência adquiriu sua própria dinâmica. Não depende de Saddam.
É o fim de uma era na História do Iraque.
Condenado à morte por crimes contra a humanidade, deve morrer na forca entre 0h30 e 1h00, pelo horário de Brasília.
Ditador cruel e sanguinário, Saddam chegou e se manteve no poder matando e perseguindo xiitas, curdos e sunitas. Chegou a usar armas químicas contra seu próprio povo, no caso a minoria curda, nos anos 80. Seu apoio vinha da comunidade sunita, da parcela que aderiu a seu partido Baath. Mas mesmo dentro do partido e do governo, Saddam promoveu grandes expurgos e matou diversos oponentes.
Saddam Hussein foi responsável pela morte de 200 mil iraquianos e começou duas guerras, ao invadir o Irã em agosto de 1980 e o Kuwait em agosto de 1990. Só a Guerra Irã-Iraque matou cerca de um milhão de muculmanos. Foi o pior conflito no moderno Oriente Médio.
Naquela guerra, os EUA, a Europa, a União Soviética e os países árabes apoiaram Saddam contra o que consideravam um mal maior, a república islâmica fundada pelo aiatolá Khomeini no Irã. O Iraque não conseguiu derrotar as ondas humanas de guerrilheiros islâmicos.
Depois de oito anos de devastação de cidades e de ataques a petroleiros no Golfo Pérsico, a Guerra Irã-Iraque terminou num empate. Falido, Saddam começou a pressionar as ricas monarquias petroleiras da região a lhe conceder vantagens e mais empréstimos. Terminou declarando que o Kuwait era uma província do Iraque e que estava roubando petróleo de um campo comum, justificativas para invadir o país vizinho em 2 de agosto de 1990.
O ditador contava com a conivência dos EUA. Mas o presidente George Bush, pai, enviou imediatamente tropas americanas para proteger a Arábia Saudita. Com o Kuwait, Saddam controlava 15% da produção mundial de petróleo. Se tomasse a Arábia Saudita, ficaria com 40%.
Bush I articulou uma aliança de 30 países, obteve a aprovação do Conselho de Segurança e, numa guerra rápida, de 17 de janeiro a 28 de fevereiro de 1991, expulsou os iraquianos do Kuwait.
Como não tinha um mandato para ir além disso, ouvindo as ponderações do general Colin Powell, na época chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Bush sr. decidiu não marchar sobre Bagdá. Sua esperança era que generais iraquianos, movidos pela humilhação da derrota, se unissem para derrubar Saddam. Mas o ditador mostrou mais uma vez ter pleno controle sobre a máquina do Estado iraquiano.
O governo americano estimulou as revoltas dos xiitas, no Sul, e dos curdos, no Norte, ambas massacradas por Saddam Hussein.
Com a derrota do Iraque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, em 3 de abril de 1991, a Resolução 687, impondo as exigências dos vencedores ao Iraque, que deveria abandonar todos os programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa (químicas, biológicas e nucleares) e sistemas de mísseis.
Saddam começou então um jogo de gato e rato com os inspetores da Comissão de Desarmamento da ONU que durou mais de uma década. A ONU destruiu mísseis e fechou laboratórios que poderiam fabricar armas químicas. Os programas de armas biológicas só foram descobertos quando dois genros de Saddam fugiram para a Jordânia. Eles voltaram e foram mortos pelos filhos de Saddam.
Em 1998, quando o então presidente americano Bill Clinton ordenou um bombardeio aéreo no momento em que a Câmara votava seu impeachment pelo caso com Monica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca, sob o pretexto de que o Iraque não cooperava, Saddam expulsou os inspetores da ONU.
Disto se valeu o governo George Walker Bush, o filho, para conseguir a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU, em 8 de novembro de 2002, da Resolução 1.441, que alegava que o Iraque não cumprira suas obrigações e reinstituía o regime de inspeções. Mas era apenas um passo para justificar a invasão do Iraque. Bush jr. não queria esperar o prazo necessário para a comissão presidida pelo diplomata sueco Hans Blix investigar se Saddam estava realmente escondendo algo, como a maioria dos serviços secretos do mundo suspeitava.
Em 20 de março de 2003, os EUA atacaram o Iraque. Saddam caiu em 9 de abril. No final do ano, foi preso pelos americanos escondido numa toca no subsolo de uma casa no interior do Iraque.
Sua execução deve provocar reações de seus antigos aliados. Afinal, ao desmobilizarem a Polícia e as Forças Armadas do Iraque, os americanos jogaram centenas de milhares de saddamistas na clandestinidade. Mas a insurgência adquiriu sua própria dinâmica. Não depende de Saddam.
É o fim de uma era na História do Iraque.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
Genoma do Homem de Neanderthal e degelo no Oceano Ártico são destaques da ciência em 2006
O mapeamento parcial do genoma do Homem de Neanderthal e a constatação de que o degelo no Pólo Norte está se acelerando são os destaques da ciência em 2006, anuncia a televisão estatal americana PBS.
Em 2040, a calota do Pólo Norte pode ser totalmente derretida. O Oceano Glacial Ártico será apenas Oceano Ártico.
Com o degelo do Ártico, o urso polar torna-se uma espécie ameaçada. O governo dos Estados Unidos acaba de incluí-lo na lista de espécies ameaçadas, o que o obriga a tomar providências. No caso, precisam ser medidas contra o aquecimento do planeta provocado pelo aumento da concentração na atmosfera de gás carbônico e de outros gases que retêm o calor do sol, no chamado efeito estufa.
Até recentemente, o governo George Walker Bush negava a existência de um aquecimento da Terra provocado pelo homem. Os EUA não aderiram ao Protocolo de Quioto, que prevê o controle das emissões de gases que provocam o efeito estufa nos níveis de 1990. Diversos estados e cidades americanas aplicam os princípios do protocolo.
O Protocolo de Quioto trata de modo diferente os países desenvolvidos, maiores responsáveis até hoje pela poluição da atmosfera, e países em desenvolvimento, que ainda teriam o direito de poluir para crescer economicamente. Bush alega que, nestes termos, dá uma vantagem competitiva à China na concorrência com os EUA.
Durante algum tempo, houve duas espécies humanas na Terra: o homo sapiens neanderthalensis e o homo sapiens sapiens, que é o homem moderno. Agora, cientistas da Alemanha e da Califórnia, nos EUA, começaram a decifrar ou decodificar os gens do Homem de Neanderthal a partir de um fêmur de 38 mil anos.
A pesquisa quer saber se a diferença genética é grande e se houve miscigenação entre as duas espécies. Até agora, não há indícios de miscigenação mas a possibilidade não está afastada.
O Homem de Neanderthal foi extinto no final da Era Glacial, que terminou há 25 mil anos. Pode ter sido exterminado por seu primo mais alto e mais inteligente, que reina no planeta até hoje, com sérias conseqüências, inclusive a extinção em massa de espécies animais e vegetais.
Em 2040, a calota do Pólo Norte pode ser totalmente derretida. O Oceano Glacial Ártico será apenas Oceano Ártico.
Com o degelo do Ártico, o urso polar torna-se uma espécie ameaçada. O governo dos Estados Unidos acaba de incluí-lo na lista de espécies ameaçadas, o que o obriga a tomar providências. No caso, precisam ser medidas contra o aquecimento do planeta provocado pelo aumento da concentração na atmosfera de gás carbônico e de outros gases que retêm o calor do sol, no chamado efeito estufa.
Até recentemente, o governo George Walker Bush negava a existência de um aquecimento da Terra provocado pelo homem. Os EUA não aderiram ao Protocolo de Quioto, que prevê o controle das emissões de gases que provocam o efeito estufa nos níveis de 1990. Diversos estados e cidades americanas aplicam os princípios do protocolo.
O Protocolo de Quioto trata de modo diferente os países desenvolvidos, maiores responsáveis até hoje pela poluição da atmosfera, e países em desenvolvimento, que ainda teriam o direito de poluir para crescer economicamente. Bush alega que, nestes termos, dá uma vantagem competitiva à China na concorrência com os EUA.
Durante algum tempo, houve duas espécies humanas na Terra: o homo sapiens neanderthalensis e o homo sapiens sapiens, que é o homem moderno. Agora, cientistas da Alemanha e da Califórnia, nos EUA, começaram a decifrar ou decodificar os gens do Homem de Neanderthal a partir de um fêmur de 38 mil anos.
A pesquisa quer saber se a diferença genética é grande e se houve miscigenação entre as duas espécies. Até agora, não há indícios de miscigenação mas a possibilidade não está afastada.
O Homem de Neanderthal foi extinto no final da Era Glacial, que terminou há 25 mil anos. Pode ter sido exterminado por seu primo mais alto e mais inteligente, que reina no planeta até hoje, com sérias conseqüências, inclusive a extinção em massa de espécies animais e vegetais.
Saddam deve ser enforcado até 1h00 deste sábado
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, condenado por crimes contra a humanidade, deve ser enforcado dentro do no máximo uma hora e 40 minutos. Ele foi sentenciado pelo massacre de 148 xiitas na cidade de Dujail, em 1982, onde fora alvo de um atentado.
A execução deve ocorrer até 1h00 pelo horário de Brasília. Serãoi seis horas da manhã em Bagdá. O dia estará amanhecendo e será um feriado religioso sunita. A lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Saddam foi preso pelas forças de ocupação dos Estados Unidos em dezembro do ano passado. Ele também estava sendo processado pela morte de dezenas de milhares de curdos nos anos 80.
A execução deve ocorrer até 1h00 pelo horário de Brasília. Serãoi seis horas da manhã em Bagdá. O dia estará amanhecendo e será um feriado religioso sunita. A lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Saddam foi preso pelas forças de ocupação dos Estados Unidos em dezembro do ano passado. Ele também estava sendo processado pela morte de dezenas de milhares de curdos nos anos 80.
Bolsa de Nova Iorque lucra 16% em 2006
As principais ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque caíram 38,37 pontos (0,31%) hoje, no último pregão do ano, mas fecharam o ano com o Índice Dow Jones em 12.463,15 pontos. Mas tiveram uma valorização média de 16% em 2006, melhor desempenho do Índice Dow Jones desde 2003. O mercado de ações de alta tecnologia, a Nasdaq, cresceu 10%.
Desde agosto, depois de 17 altas consecutivas de 0,25 ponto percentual, o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, mantém sua taxa básica de juros inalterada em 5,25% ao ano.
Já o barril de petróleo fechou o ano com alta de 52 centavos na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, em US$ 61,05, 23% abaixo do recorde de US$ 78 atingido em agosto.
Desde agosto, depois de 17 altas consecutivas de 0,25 ponto percentual, o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, mantém sua taxa básica de juros inalterada em 5,25% ao ano.
Já o barril de petróleo fechou o ano com alta de 52 centavos na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, em US$ 61,05, 23% abaixo do recorde de US$ 78 atingido em agosto.
Repórteres sem Fronteiras condenam Chávez
A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF), que defende o jornalismo independente, condenou a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de cassar a concessão da Rádio Caracas Televisão (RCTV).
Em nota divulgada nesta sexta-feira, os RSF observam que a medida "evidencia a existência de uma vontade de interferência midiática". A ONG faz um apelo para que o governo venezuelano mude sua decisão para evitar "um grave atentado ao pluralismo editorial.
A concessão vence em 27 de março. Chávez justificou a decisão de cassá-la alegando que "aqui não sei vai tolerar meios de comunicação golpistas". O presidente da RCTV, Marcel Granier, acusa o governo de tentar intimidar a emissora e prometeu recorrer à Justiça para manter a concessão.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, os RSF observam que a medida "evidencia a existência de uma vontade de interferência midiática". A ONG faz um apelo para que o governo venezuelano mude sua decisão para evitar "um grave atentado ao pluralismo editorial.
A concessão vence em 27 de março. Chávez justificou a decisão de cassá-la alegando que "aqui não sei vai tolerar meios de comunicação golpistas". O presidente da RCTV, Marcel Granier, acusa o governo de tentar intimidar a emissora e prometeu recorrer à Justiça para manter a concessão.
Notas do euro já circulam mais do que dólares
O valor das notas de euro em circulação no mercado deve ultrapassar o valor dos dólares pela primeira vez neste mês, calcula o Financial Times, de Londres, principal jornal econômico-financeiro da Europa. Em apenas cinco anos, a moeda comum adotada por 12 países da União Européia supera o dólar como forma favorita de dinheiro vivo.
Isto se deve principalmente à desvalorização do dólar nos últimos anos. Como o déficit comercial dos Estados Unidos está em cerca de US$ 850 bilhões anuais, a pressão para queda do dólar tende a continuar.
Isto se deve principalmente à desvalorização do dólar nos últimos anos. Como o déficit comercial dos Estados Unidos está em cerca de US$ 850 bilhões anuais, a pressão para queda do dólar tende a continuar.
Outra testemunha dos crimes da guerra suja argentina some
O operário da construção civil Luis Gerez, de 51 anos, é a segunda testemunha de crimes cometidos pela guerra suja dos anos 70, que terminou com a última ditadura militar da Argentina (1976-83), que desaparece depois de depor nos processos por violações dos direitos humanos, reabertos pelo governo Néstor Kirchner. Ele acusou o ex-subcomissário Luis Patti de tê-lo torturado em 1972.
Há três meses, desapareceu Jorge Julio López logo depois de depor contra Miguel Etchecolatz, condenado por crimes contra a humanidade.
Gerez saiu da casa de amigos em Belén de Escobar, onde morava, anteontem à noite às 20h30 para comprar carne e cigarros. Não levou o carro nem o telefone celular. Como não voltava, seus amigos foram procurá-los no açougue, que fica a duas quadras de distância. Estava fechado.
Os amigos o procuraram no bairro. Às três da madrugada de ontem, deram queixa na delegacia mais próxima.
Ele tem 1,60m, a pele clara, cabela curto e ondulado. Tem uma mancha branca no pescoço e uma tatuagem azul em forma de coração com o nome de sua mãe, María Julia. Vestia calças beges e camiseta vermelha. "Peço a ajuda de todos para que o encontremos com vida. A situação é desesperante", apelou sua mulher, Mirta Praino.
Há três meses, desapareceu Jorge Julio López logo depois de depor contra Miguel Etchecolatz, condenado por crimes contra a humanidade.
Gerez saiu da casa de amigos em Belén de Escobar, onde morava, anteontem à noite às 20h30 para comprar carne e cigarros. Não levou o carro nem o telefone celular. Como não voltava, seus amigos foram procurá-los no açougue, que fica a duas quadras de distância. Estava fechado.
Os amigos o procuraram no bairro. Às três da madrugada de ontem, deram queixa na delegacia mais próxima.
Ele tem 1,60m, a pele clara, cabela curto e ondulado. Tem uma mancha branca no pescoço e uma tatuagem azul em forma de coração com o nome de sua mãe, María Julia. Vestia calças beges e camiseta vermelha. "Peço a ajuda de todos para que o encontremos com vida. A situação é desesperante", apelou sua mulher, Mirta Praino.
Paris põe sua história na Internet desde 1871
Dos prédios monumentais que são símbolos da cidade mais badalada e festejada do mundo a pequenas construções desconhecidas, flagrantes da vida cotidiana e momentos que mudaram a História, como a Comuna de Paris de 1871 e a Revolução dos Estudantes de maio de 1968: a Prefeitura de Paris colocou na rede mundial de computadores 15 mil fotos que ilustram não só o desenvolvimento da Cidade Luz como das técnicas de reprodução da imagem.
O projeto Paris em Imagens inclui de fotógrafos consagrados a simples amadores.
O projeto Paris em Imagens inclui de fotógrafos consagrados a simples amadores.
Saddam Hussein já foi entregue ao governo do Iraque e pode ser enforcado a qualquer momento
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein já foi entregue pelas forças dos Estados Unidos, que o prenderam em dezembro de 2003, às autoridades do Iraque, que podem enforcá-lo a qualquer momento, informou a rede de TV americana CNN.
Um juiz autorizado a assistir à execução disse que ele será morto até sábado. Mas amanhã é um importante feriado religioso sunita e a lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, em 1982. Também está sendo processado pelo genocício de dezenas de milhares de curdos nos anos 80 mas este julgamento não chegou ao fim.
O Departamento de Estado americano negou a transferência mas talvez esta seja uma medida cautelar para evitar qualquer tentativa de libertá-lo. Há medo também de uma explosão de violência em protesto contra sua morte mas os analistas acreditam que terá curta duração.
Um juiz autorizado a assistir à execução disse que ele será morto até sábado. Mas amanhã é um importante feriado religioso sunita e a lei iraquiana proíbe execuções em feriados religiosos.
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, em 1982. Também está sendo processado pelo genocício de dezenas de milhares de curdos nos anos 80 mas este julgamento não chegou ao fim.
O Departamento de Estado americano negou a transferência mas talvez esta seja uma medida cautelar para evitar qualquer tentativa de libertá-lo. Há medo também de uma explosão de violência em protesto contra sua morte mas os analistas acreditam que terá curta duração.
UE pede fim da guerra do gás entre Rússia e Bielorrússia
O comissário de Energia da União Européia, Andris Pielbags, pediu ontem uma "solução rápida" para o conflito entre a Rússia e a ex-república soviética da Bielorrússia em torno do preço do gás. A crise pode afetar diversos países europeus que recebem gás por um gasoduto que atravessa a Bielorrússia, se não houver uma renovação do protocolo de trânsito entre os dois países.
Sem acordo, a Rússia ameaça cortar o fornecimento a partir de 1º janeiro. Moscou quer triplicar o preço cobrado pelo gás para equipará-lo aos do mercado internacional.
"Se não houver acordo sobre a venda para nós, também não haverá acordo sobre trânsito", declarou o vice-primeiro ministro bielorusso, Vladimir Semachko, depois do fracasso das negociações em Moscou.
A UE importa 40% de seu gás natural da Rússia; 22% chegam via Bielorrússia, 60% da Ucrânia e o resto dos países bálticos.
Sem acordo, a Rússia ameaça cortar o fornecimento a partir de 1º janeiro. Moscou quer triplicar o preço cobrado pelo gás para equipará-lo aos do mercado internacional.
"Se não houver acordo sobre a venda para nós, também não haverá acordo sobre trânsito", declarou o vice-primeiro ministro bielorusso, Vladimir Semachko, depois do fracasso das negociações em Moscou.
A UE importa 40% de seu gás natural da Rússia; 22% chegam via Bielorrússia, 60% da Ucrânia e o resto dos países bálticos.
Chávez cassa concessão de rádio e TV
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem que não vai renovar a concessão da Rádio Caracas Televisão (RCTV), que vence em março de 2007, acusando-a de ser um foco de oposição a serviço de golpes de Estado.
"Não vou tolerar nenhum meio de comunicação a serviço do golpismo", declarou Chávez numa cerimônia de fim de ano das Forças Armadas. "Vão buscando outra coisa para fazer, senhores da RCTV. "Podem ir apagando os equipamentos".
Sem citar nomes, referiu-se ao presidente da RCTV, Marcel Granier, que disse que a concessão valeria por mais 20 anos: "Não, Senhor, é melhor ir fazendo suas maletas porque não haverá concessão".
Outras redes de televisão moderaram o tom de suas críticas depois da vitória de Chávez no referendo para revogar seu mandato presidencial, em agosto de 2004. Paralelamente, o Estado venezuelano criou novos canas de TV.
"Não vou tolerar nenhum meio de comunicação a serviço do golpismo", declarou Chávez numa cerimônia de fim de ano das Forças Armadas. "Vão buscando outra coisa para fazer, senhores da RCTV. "Podem ir apagando os equipamentos".
Sem citar nomes, referiu-se ao presidente da RCTV, Marcel Granier, que disse que a concessão valeria por mais 20 anos: "Não, Senhor, é melhor ir fazendo suas maletas porque não haverá concessão".
Outras redes de televisão moderaram o tom de suas críticas depois da vitória de Chávez no referendo para revogar seu mandato presidencial, em agosto de 2004. Paralelamente, o Estado venezuelano criou novos canas de TV.
Israel negocia secretamente com palestinos
A reunião do primeiro-ministro da Israel, Ehud Olmert, com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, deu novo impulso ao processo de paz no Oriente Médio, revelou ontem o jornal israelense Maariv. Há vários dias, a ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, negocia através de canais secretos.
O Plano Livni propõe negociações diretas e imediatas para chegar a um acordo definitivo sobre os pontos que emperram o processo de paz entre israelenses e palestinos:
- o status de Jerusalém;
- o direito de retorno dos refugiados palestinos;
- as colônias judaicas instaladas nos territórios ocupados; e
- as fronteiras do futuro Estado palestino.
Ao não exigir a total cessação da violência, esta nova iniciativa de paz abre mão de algumas exigências do Roteiro para a Paz, o último plano apresentado com o apoio dos Estados Unidos, da União Européia, da Rússia e das Nações Unidas.
Cético, o gabinete do primeiro-ministro comentou que o único canal válido para negociar é o presidente palestino e que "toda negociação deve ser precedida pelo combate ao terrorismo palestino".
O Plano Livni propõe negociações diretas e imediatas para chegar a um acordo definitivo sobre os pontos que emperram o processo de paz entre israelenses e palestinos:
- o status de Jerusalém;
- o direito de retorno dos refugiados palestinos;
- as colônias judaicas instaladas nos territórios ocupados; e
- as fronteiras do futuro Estado palestino.
Ao não exigir a total cessação da violência, esta nova iniciativa de paz abre mão de algumas exigências do Roteiro para a Paz, o último plano apresentado com o apoio dos Estados Unidos, da União Européia, da Rússia e das Nações Unidas.
Cético, o gabinete do primeiro-ministro comentou que o único canal válido para negociar é o presidente palestino e que "toda negociação deve ser precedida pelo combate ao terrorismo palestino".
Desemprego cai um pouco mais na França
O desemprego, que vem caindo há um ano e nove meses na França, recuou mais um pouco em novembro. Nos úlitmos 12 meses, o número de desempregados caiu de 2.346.000 para 2.112.300, e o índice de desempregados caiu um ponto para 8,7% em novembro, a menor taxa desde julho de 2001, informou o Ministério do Emprego.
A queda no desemprego beneficiou todos os segmentos do mercado de trabalho, jovens e velhos, homens e mulheres, e os desempregados há muito tempo.
Diante destes números, o presidente do Banco Central da Europa, Jean-Claude Trichet, defendeu a política de elevação de juros do banco responsável pela estabilidade do euro, alegando que a geração de empregos na eurozona é robusta.
O BCE aumentou a taxa básica de juros da zona do euro para 3,5% em dezembro.
A queda no desemprego beneficiou todos os segmentos do mercado de trabalho, jovens e velhos, homens e mulheres, e os desempregados há muito tempo.
Diante destes números, o presidente do Banco Central da Europa, Jean-Claude Trichet, defendeu a política de elevação de juros do banco responsável pela estabilidade do euro, alegando que a geração de empregos na eurozona é robusta.
O BCE aumentou a taxa básica de juros da zona do euro para 3,5% em dezembro.
China cresce 10,5% em 2006 mas desigualdade aproxima-se de nível latino-americano
A economia da China cresceu 10,5% em 2006, afirmou o economista-chefe do setor de estatísticas do regime comunista chinês. Mas a desigualdade social aumenta rapidamente e aproxima-se de padrões latino-americano, adverte um relatório da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
O alerta vem dois anos depois que o presidente Hu Jintao prometeu "igualdade social". Até agora, o governo aboliu uma taxa sobre a produção agrícola e prometeu expandir a rede de proteção social no campo e na cidade. Está sob pressão para anunciar medidas mais ambiciosas.
As despesas com saúde estão aumentando. Ameaçam jogar de volta na pobreza alguns entre centenas de milhões que saíram da miséria graças ao extraordinário crescimento econômico do país.
O alerta vem dois anos depois que o presidente Hu Jintao prometeu "igualdade social". Até agora, o governo aboliu uma taxa sobre a produção agrícola e prometeu expandir a rede de proteção social no campo e na cidade. Está sob pressão para anunciar medidas mais ambiciosas.
As despesas com saúde estão aumentando. Ameaçam jogar de volta na pobreza alguns entre centenas de milhões que saíram da miséria graças ao extraordinário crescimento econômico do país.
Saddam deve ser enforcado nos próximos dias
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas na cidade de Dujail em 1982, deve ser enforcado nos próximos dias. Os militantes do seu dissolvido partido Baath ameaçaram retaliar.
No Vaticano, o papa Bento XVI fez um último apelo contra a execução. Mas o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, informou que não haverá adiamento. Altos funcionários do governo dos Estados Unidos acreditam que ele será enforcado amanhã, sábado.
Como Saddam está sob a custódia das forças americanas, ele será transferido às autoridades iraquianas um dia antes da execução.
No Vaticano, o papa Bento XVI fez um último apelo contra a execução. Mas o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, informou que não haverá adiamento. Altos funcionários do governo dos Estados Unidos acreditam que ele será enforcado amanhã, sábado.
Como Saddam está sob a custódia das forças americanas, ele será transferido às autoridades iraquianas um dia antes da execução.
Ford era contra a invasão do Iraque
O ex-presidente dos Estados Unidos Gerald Ford (1974-77), que morreu há dois dias, disse numa entrevista gravada em julho de 2004 para ser divulgada depois de sua morte que era contra a invasão do Iraque.
"Não acredito que eu teria ido à guerra", declarou Ford, criticando tanto o presidente George Walker Bush quanto o vice-presidente Dick Cheney pelas razões alegadas para invadir o Iraque. Ele disse que apelaria para sanções mais rigorosas ou outros instrumentos, não a guerra.
"Rumsfeld, Cheney e o presidente cometeram um grande erro ao justificar a guerra do Iraque. Deram ênfase às armas de destruição em massa", comentou Ford. "Nunca disse publicamente que acredito que se enganaram mas sinto que foi um erro".
Ford foi mais além: "Posso entender a teoria de querer libertar outros povos". Mas não acredita que um presidente possa fazer isso sem levar em conta a prioridade máxima, que é o interesse nacional. "Não acredito que se deva ser um fogo libertando pessoas ao redor do planeta, a menos que esteja relacionado com a nossa segurança nacional".
Único presidente não-eleito da História dos EUA, Ford chegou à Casa Branca por causa do escândalo de Watergate, que derrubou Richard Nixon, e de outros escândalos, que provocaram a renúncia do vice-presidente Spiro Agnew.
"Não acredito que eu teria ido à guerra", declarou Ford, criticando tanto o presidente George Walker Bush quanto o vice-presidente Dick Cheney pelas razões alegadas para invadir o Iraque. Ele disse que apelaria para sanções mais rigorosas ou outros instrumentos, não a guerra.
"Rumsfeld, Cheney e o presidente cometeram um grande erro ao justificar a guerra do Iraque. Deram ênfase às armas de destruição em massa", comentou Ford. "Nunca disse publicamente que acredito que se enganaram mas sinto que foi um erro".
Ford foi mais além: "Posso entender a teoria de querer libertar outros povos". Mas não acredita que um presidente possa fazer isso sem levar em conta a prioridade máxima, que é o interesse nacional. "Não acredito que se deva ser um fogo libertando pessoas ao redor do planeta, a menos que esteja relacionado com a nossa segurança nacional".
Único presidente não-eleito da História dos EUA, Ford chegou à Casa Branca por causa do escândalo de Watergate, que derrubou Richard Nixon, e de outros escândalos, que provocaram a renúncia do vice-presidente Spiro Agnew.
Corte Suprema argentina manda pagar os dólares
O supremo tribunal da Argentina mandou os bancos pagarem os depósitos em dólares da época do colapso da paridade dólar-peso, há cinco anos, na base de 3,08 pesos por dólar, a atual cotação da moeda americana. A Corte Suprema encerrou 60 mil processos sobre a chamada 'pesificação', quando os depósitos em dólares foram convertidos em pesos na base de um por um.
No caso, Juan Massa processava o Poder Executivo e o Banco de Boston, cobrando um depósito de 184.475 dólares. A sentença será aplicada a todos os casos semelhantes.
A Justiça tenta assim pôr fim a um drama coletivo que se arrastava desde dezembro de 2001, na pior crise econômica da História da Argentina e talvez de qualquer país moderno.
No caso, Juan Massa processava o Poder Executivo e o Banco de Boston, cobrando um depósito de 184.475 dólares. A sentença será aplicada a todos os casos semelhantes.
A Justiça tenta assim pôr fim a um drama coletivo que se arrastava desde dezembro de 2001, na pior crise econômica da História da Argentina e talvez de qualquer país moderno.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
EUA liberam consumo de carne de clones
A Administração de Remédios e Alimentos (FDA, da sigla em inglês), orgão regulador dos Estados Unidos, liberou hoje o consumo de carne e leite de animais clonados, afirmando que não traz risco à saúde humana.
Milícia fundamentalista retira-se de Mogadíscio
Depois de uma semana de ferozes combates com as tropas do governo provisório da Somália, apoiadas pelo Exército da Etiópia, o chefe das milícias da União dos Tribunais Islâmicos, xeque Charif Cheikh Ahmed, anunciou a retirada de suas forças da capital somaliana, Mogadíscio.
As forças do governo provisório chegaram à capital, que estava em estado de anarquia com a fuga dos guerrilheiros fundamentalistas que a dominavam há seis meses.
Observadores assinalaram que a maioria do governo provisório é de um clã diferente dos moradores de Mogadíscio. O que parece uma guerra religiosa pode ser no fundo uma guerra tribal mas pode atrair Al Caeda e se transformar num confilto religioso envolvendo toda a região do Chifre da África.
As forças do governo provisório chegaram à capital, que estava em estado de anarquia com a fuga dos guerrilheiros fundamentalistas que a dominavam há seis meses.
Observadores assinalaram que a maioria do governo provisório é de um clã diferente dos moradores de Mogadíscio. O que parece uma guerra religiosa pode ser no fundo uma guerra tribal mas pode atrair Al Caeda e se transformar num confilto religioso envolvendo toda a região do Chifre da África.
Bolsa de Nova Iorque passa de 12.500 pontos
O Índice Dow Jones, que mede o desempenho das grandes empresas da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou hoje em novo recorde. Com alta de 102,94 pontos (0,8%), terminou o dia em 12.510,57, fechando pela primeira vez acima de 12.500.
A alta foi puxada por bluechips como a General Motors, a empresa do índice que mais se valorizou em 2006, 59%.
Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o preço do barril de petróleo caiu 76 centavos para US$ 60,34.
Este deve ser o melhor ano para a bolsa de Wall Street desde 2003. Não há euforia, por causa da desaceleração da economia americana e de seus problemas estruturais, especialmente o déficit comercial, que provoca a desvalorização do dólar ameaçando sua posição como moeda de reserva favorita no mundo.
A alta foi puxada por bluechips como a General Motors, a empresa do índice que mais se valorizou em 2006, 59%.
Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o preço do barril de petróleo caiu 76 centavos para US$ 60,34.
Este deve ser o melhor ano para a bolsa de Wall Street desde 2003. Não há euforia, por causa da desaceleração da economia americana e de seus problemas estruturais, especialmente o déficit comercial, que provoca a desvalorização do dólar ameaçando sua posição como moeda de reserva favorita no mundo.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Morre Gerald Ford, o presidente acidental
O ex-presidente americano Gerald Ford (1974-77) morreu aos 93 anos. Sua família anunciou a morte mas não revelou a causa. Ele teve uma pneumonia no início do ano e foi submetido a dois tratamentos para o coração, inclusive uma angioplastia.
Único presidente não-eleito da História dos Estados Unidos, Ford chegou à Casa Branca depois da renúncia de Richard Nixon, em 1974, por causa do Escândalo de Watergate e por que o vice-presidente Spiro Agnew caíra em outro escândalo.
Durante seu governo, finalmente terminou a Guerra do Vietnã, com a queda de Saigon, no final de abril de 1975. Duas semanas antes, o Khmer Vermelho tomara o poder no Camboja, iniciando um período de terror em que 2 milhões foram mortos.
Candidato à reeleição, Ford cometeu o erro de perdoar Nixon, que talvez tenha sido fatal para suas pretensões. Ganhou o ex-governador da Geórgia, Jimmy Carter, do Partido Democrata. O Partido Republicano voltaria ao poder quatro anos depois, nas eleições de 1980, com Ronald Reagan.
O papel histórico de Gerald Ford foi resgatar a dignidade da Presidência dos EUA, manchada por Nixon. Hoje, mesmo adversários políticos como o senador Edward Kennedy concordaram que o perdão a Nixon contribuiu para aliviar a carga que todo o caso Watergate representara para a nação.
Único presidente não-eleito da História dos Estados Unidos, Ford chegou à Casa Branca depois da renúncia de Richard Nixon, em 1974, por causa do Escândalo de Watergate e por que o vice-presidente Spiro Agnew caíra em outro escândalo.
Durante seu governo, finalmente terminou a Guerra do Vietnã, com a queda de Saigon, no final de abril de 1975. Duas semanas antes, o Khmer Vermelho tomara o poder no Camboja, iniciando um período de terror em que 2 milhões foram mortos.
Candidato à reeleição, Ford cometeu o erro de perdoar Nixon, que talvez tenha sido fatal para suas pretensões. Ganhou o ex-governador da Geórgia, Jimmy Carter, do Partido Democrata. O Partido Republicano voltaria ao poder quatro anos depois, nas eleições de 1980, com Ronald Reagan.
O papel histórico de Gerald Ford foi resgatar a dignidade da Presidência dos EUA, manchada por Nixon. Hoje, mesmo adversários políticos como o senador Edward Kennedy concordaram que o perdão a Nixon contribuiu para aliviar a carga que todo o caso Watergate representara para a nação.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Explosão de oleoduto mata centenas na Nigéria
A explosão de um oleoduto nos arredores da cidade de Lagos, antiga capital da Nigéria, provocou um incêndio que matou centenas de pessoas. Enquanto a Cruz Vermelha confirma pelo menos 200 mortes, um repórter fotográfico que esteve no local do acidente estima que o total de mortos pode chegar a 700.
Ao que tudo indica, a tragédia foi provocada por ladrões que perfuraram o oleoduto para roubar combustível, um crime relativamente comum na Nigéria, maior produtor de petróleo da África.
Cerca de 5 mil oleodutos de petróleo e seus derivados pertencentes à Corporação Nacional de Petróleo da Nigéria cruzam o país mais populoso do continente, com 130 milhões de habitantes. Seguidamente, são alvo de ladrões.
No momento, a Nigéria, apesar de ser exportadora de petróleo, enfrenta uma escassez de combustíveis que tornou os preços da gasolina até quatro vezes maiores.
No final, foram confirmadas 269 mortes.
Ao que tudo indica, a tragédia foi provocada por ladrões que perfuraram o oleoduto para roubar combustível, um crime relativamente comum na Nigéria, maior produtor de petróleo da África.
Cerca de 5 mil oleodutos de petróleo e seus derivados pertencentes à Corporação Nacional de Petróleo da Nigéria cruzam o país mais populoso do continente, com 130 milhões de habitantes. Seguidamente, são alvo de ladrões.
No momento, a Nigéria, apesar de ser exportadora de petróleo, enfrenta uma escassez de combustíveis que tornou os preços da gasolina até quatro vezes maiores.
No final, foram confirmadas 269 mortes.
Saddam Hussein será enforcado em 30 dias
O Tribunal de Apelações do Iraque confirmou hoje a sentença de pena de morte para o ex-ditador Saddam Hussein e dois colaboradores, condenados pela massacre de 148 xiitas em 1982 na cidade de Dujail, onde Saddam fora alvo de um atentado. Ele deve ser enforcado em 30 dias.
A decisão precisa ser ratificada pelo presidente Jalal Talabani e pelos dois vice-presidentes.
A decisão precisa ser ratificada pelo presidente Jalal Talabani e pelos dois vice-presidentes.
Médico espanhol diz que Fidel se recupera
O ditador cubano Fidel Castro não tem câncer. Sofre de um "processo benigno que teve várias complicações" mas se encontra em "condição estável", em "um lento processo de recuperação", afirma o médico espanhol José Luis García Sabrido, que foi a Cuba especialmente para examiná-lo. García Sabrido é especialista em tumores digestivos e chefe de cirurgias do Hospital Gregorio Marañón, de Madri.
Fidel foi submetido a uma operação de emergência em 31 de julho. A avaliação do médico é que não precisa ser submetido a uma segunda cirurgia. Naquele dia, Fidel passou todas as suas funções, entre elas as de presidente, primeiro-ministro, líder do Partido Comunista e comandante das Forças Armadas, a seu irmão, Raúl Castro.
A doença provocou grande especulação. Foi a primeira vez que Fidel deixou o poder desde a vitória da revolução cubana, em 1º de janeiro de 1959. Acredita-se que o líder cubano dificilmente reassumirá todas as suas funções. O médico disse que a decisão cabe ao regime, "se ele tiver uma recuperação completa".
Fidel foi submetido a uma operação de emergência em 31 de julho. A avaliação do médico é que não precisa ser submetido a uma segunda cirurgia. Naquele dia, Fidel passou todas as suas funções, entre elas as de presidente, primeiro-ministro, líder do Partido Comunista e comandante das Forças Armadas, a seu irmão, Raúl Castro.
A doença provocou grande especulação. Foi a primeira vez que Fidel deixou o poder desde a vitória da revolução cubana, em 1º de janeiro de 1959. Acredita-se que o líder cubano dificilmente reassumirá todas as suas funções. O médico disse que a decisão cabe ao regime, "se ele tiver uma recuperação completa".
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
Pinochet defende golpe em carta póstuma
Em carta divulgada no sábado, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet justificou o golpe de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo democrático do presidente socialista Salvador Allende, para tirar o Chile do caminho rumo ao marxismo-leninismo e "evitar uma guerra civil com milhares de mortos". Seu governo é acusado pela morte de 3.197 pessoas, a tortura de pelo menos mais 30 mil e o exílio de 200 mil.
A "mensagem de unidade" dirigida a todos os chilenos, "sem exceção", é um reconhecimento tardio do general de que dividiu radicalmente a opinião pública de seu país.
Pinochet lembrou que o mundo estava na Guerra Fria, que "o Chile começava a arder" e que o golpe militar foi necessário porque "a maioria da população era contra a imposição de uma ditadura marxista".
"Como eu gostaria que a ação de 11 de setembro de 1973 não tivesse sido necessária! Como gostaria que a ideologia marxista-leninista não tivesse se interposto em nossa pátria! Como eu gostaria que Salvador Allende não tivesse encubado em seu ideário o propósito de transformar nossa pátria numa peça a mais do tabuleiro ditadorial marxista!", lamenta-se Pinochet, tentando justificar seus crimes.
Depois do golpe, o ex-ditador afirmou ser necessário agir com "o máximo rigor" para evitar o fracasso da ação militar. Assim, argumentou o general Pinochet, foi preciso "empregar diversos procedimentos de controle militar como reclusão provisória, exílio e fuzilamento após julgamento militar".
O facínora admitiu que, "em muitos casos de morte e desaparecimento, é muito possível que jamais se chegue a um conhecimento exato de como e por que ocorreram".
Pinochet concluiu dizendo que não se arrepende dos crimes cometidos mas, se tivesse de repetir sua luta contra a esquerda que tentou exterminar, gostaria de ter "mais sabedoria".
A "mensagem de unidade" dirigida a todos os chilenos, "sem exceção", é um reconhecimento tardio do general de que dividiu radicalmente a opinião pública de seu país.
Pinochet lembrou que o mundo estava na Guerra Fria, que "o Chile começava a arder" e que o golpe militar foi necessário porque "a maioria da população era contra a imposição de uma ditadura marxista".
"Como eu gostaria que a ação de 11 de setembro de 1973 não tivesse sido necessária! Como gostaria que a ideologia marxista-leninista não tivesse se interposto em nossa pátria! Como eu gostaria que Salvador Allende não tivesse encubado em seu ideário o propósito de transformar nossa pátria numa peça a mais do tabuleiro ditadorial marxista!", lamenta-se Pinochet, tentando justificar seus crimes.
Depois do golpe, o ex-ditador afirmou ser necessário agir com "o máximo rigor" para evitar o fracasso da ação militar. Assim, argumentou o general Pinochet, foi preciso "empregar diversos procedimentos de controle militar como reclusão provisória, exílio e fuzilamento após julgamento militar".
O facínora admitiu que, "em muitos casos de morte e desaparecimento, é muito possível que jamais se chegue a um conhecimento exato de como e por que ocorreram".
Pinochet concluiu dizendo que não se arrepende dos crimes cometidos mas, se tivesse de repetir sua luta contra a esquerda que tentou exterminar, gostaria de ter "mais sabedoria".
Israel quer negociar com a Síria sob condições
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, declarou nesta segunda-feira que gostaria de reiniciar as negociações de paz com a Síria. Mas exige como precondição o fim do apoio sírio a grupos que atacam Israel, como o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) palestino e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
"Espero que seja possível chegar a um diálogo com a Síria, se Damasco assumir o compromisso fundamental de cessar a violência, o mesmo compromisso que exigimos de todos com quem conversamos", disse Olmert numa reunião do seu partido, Kadima (Avante), criado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon para avançar no processo de paz.
"Se a Síria concordar com o fim da violência, parar de apoiar o Hamas e o Hesbolá, e cortar suas conexões sinistras com o Irã, então podemos nos engajar num processo diplomático", acrescentou o primeiro-ministro.
A Síria abriga os quartéis-generais do Hamas, do Hesbolá e de outros grupos radicais palestinos comprometidos com a destruição de Israel.
As negociações de paz entre a Síria e Israel estão rompidas desde janeiro de 2000, quando o governo de Damasco exigiu a devolução das Colinas do Golã, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981.
Hoje em dia, com o desenvolvimento da tecnologia de mísseis, as colinas já não têm a mesma importância estratégica. Mas é claro que Israel só aceitará devolvê-las dentro de um acordo de paz definitivo com os sírios.
Como diz um antigo ditado popular do Oriente Médio, "não há guerra sem o Egito nem paz sem a Síria".
O Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado americano James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, propôs o diálogo com a Síria e o Irã para pacificar o Oriente Médio, acabando com os conflitos no Iraque, no Líbano e na Palestina. Olmert rejeitou em princípio suas recomendações mas acaba de seguir uma delas.
"Espero que seja possível chegar a um diálogo com a Síria, se Damasco assumir o compromisso fundamental de cessar a violência, o mesmo compromisso que exigimos de todos com quem conversamos", disse Olmert numa reunião do seu partido, Kadima (Avante), criado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon para avançar no processo de paz.
"Se a Síria concordar com o fim da violência, parar de apoiar o Hamas e o Hesbolá, e cortar suas conexões sinistras com o Irã, então podemos nos engajar num processo diplomático", acrescentou o primeiro-ministro.
A Síria abriga os quartéis-generais do Hamas, do Hesbolá e de outros grupos radicais palestinos comprometidos com a destruição de Israel.
As negociações de paz entre a Síria e Israel estão rompidas desde janeiro de 2000, quando o governo de Damasco exigiu a devolução das Colinas do Golã, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981.
Hoje em dia, com o desenvolvimento da tecnologia de mísseis, as colinas já não têm a mesma importância estratégica. Mas é claro que Israel só aceitará devolvê-las dentro de um acordo de paz definitivo com os sírios.
Como diz um antigo ditado popular do Oriente Médio, "não há guerra sem o Egito nem paz sem a Síria".
O Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado americano James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, propôs o diálogo com a Síria e o Irã para pacificar o Oriente Médio, acabando com os conflitos no Iraque, no Líbano e na Palestina. Olmert rejeitou em princípio suas recomendações mas acaba de seguir uma delas.
Etiópia declara guerra e bombardeia Somália
A Força Aérea da Etiópia atacou nesta segunda-feira, 25 de dezembro, dois aeroportos da Somália controlados pelo Conselho dos Tribunais Islâmicos, a milícia fundamentalista que tomou o poder na capital somaliana, Mogadíscio, em junho, e que ameaça o governo provisório criado por um acordo de paz. É um conflito capaz de provocar uma guerra religiosa na região conhecida como Chifre da África, no Nordeste do continente.
O bombardeio, acompanhado de uma ofensiva terrestre, começou horas depois de uma declaração formal de guerra do governo cristão da Etiópia, sob a alegação de estar protegendo sua soberania nacional contra um movimento islamita.
As Nações Unidas estimam que pelo menos 8 mil soldados etíopes invadiram a Somália. Já o governo provisório alega que 8 mil combatentes estrangeiros entraram o país para aderir ao movimento islamita que tenta reintegrar militarmente a Somália, que vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991.
Pelo sétimo dia seguido, houve violentos combates em Dainunai, perto de Baidoa, sede do governo provisório da Somália, apoiado pela Etiópia e pelo Ocidente. Testemunhas viram caminhões evacuando os soldados etíopes feridos e disseram que os guerrilheiros muçulmanos (mujahedins), os jihadistas, entram em combate recitando o Corão, livro sagrado do islamismo.
Logo após o amanhecer, um avião de caça MiG, atacou o aeroporto internacional de Mogadíscio com metralhadora, declarou o gerente do aeroporto, Abdirahim Adan.
Mais tarde, três jatos atacaram a base aérea de Baledogle, a 100 quilômetros a oeste de Mogadíscio.
Esta semana ininterrupta de combates transformou uma antiga hostilidade entre o governo etíope e a milícia fundamentalista somaliana em guerra aberto. Analistas acreditam que a Etiópia tenha contido o assalto islamita contra o governo provisório.
Os Estados Unidos e a Etiópia acusam os islamitas, que controlam a maior parte do Sul da Somália depois de tomarem a capital em junho, de terem o apoio d'al Caeda e da Eritréia, inimiga da Etiópia.
A Etiópia prometeu defender o governo privisório somaliana, que estava cercado pelos islamitas em Baidoa.
Os jihadistas acusam a Etiópia de atacar civis e ameaçam retaliar atacando Adis Abeba, a capital etíope.
O bombardeio, acompanhado de uma ofensiva terrestre, começou horas depois de uma declaração formal de guerra do governo cristão da Etiópia, sob a alegação de estar protegendo sua soberania nacional contra um movimento islamita.
As Nações Unidas estimam que pelo menos 8 mil soldados etíopes invadiram a Somália. Já o governo provisório alega que 8 mil combatentes estrangeiros entraram o país para aderir ao movimento islamita que tenta reintegrar militarmente a Somália, que vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991.
Pelo sétimo dia seguido, houve violentos combates em Dainunai, perto de Baidoa, sede do governo provisório da Somália, apoiado pela Etiópia e pelo Ocidente. Testemunhas viram caminhões evacuando os soldados etíopes feridos e disseram que os guerrilheiros muçulmanos (mujahedins), os jihadistas, entram em combate recitando o Corão, livro sagrado do islamismo.
Logo após o amanhecer, um avião de caça MiG, atacou o aeroporto internacional de Mogadíscio com metralhadora, declarou o gerente do aeroporto, Abdirahim Adan.
Mais tarde, três jatos atacaram a base aérea de Baledogle, a 100 quilômetros a oeste de Mogadíscio.
Esta semana ininterrupta de combates transformou uma antiga hostilidade entre o governo etíope e a milícia fundamentalista somaliana em guerra aberto. Analistas acreditam que a Etiópia tenha contido o assalto islamita contra o governo provisório.
Os Estados Unidos e a Etiópia acusam os islamitas, que controlam a maior parte do Sul da Somália depois de tomarem a capital em junho, de terem o apoio d'al Caeda e da Eritréia, inimiga da Etiópia.
A Etiópia prometeu defender o governo privisório somaliana, que estava cercado pelos islamitas em Baidoa.
Os jihadistas acusam a Etiópia de atacar civis e ameaçam retaliar atacando Adis Abeba, a capital etíope.
Irã acelera programa nuclear
Em novo desafio à sociedade internacional, depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas lhe impôs sanções, o Irã anunciou a instalação de 3 mil novas centrífugas na central de enriquecimento de urânio de Natanz.
A Resolução 1.737 deu dois meses à república islâmica para suspender o enriquecimento de urânio. Mas a reação do regime dos aiatolás foi denunciar a ONU e acelerar seu programa de desenvolvimento de armas nucleares.
O presidente linha-dura do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu uma grande festa para celebrar a nuclearização do país e o 28º aniversário da revolução islâmica, no mês de fevereiro.
A Resolução 1.737 deu dois meses à república islâmica para suspender o enriquecimento de urânio. Mas a reação do regime dos aiatolás foi denunciar a ONU e acelerar seu programa de desenvolvimento de armas nucleares.
O presidente linha-dura do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu uma grande festa para celebrar a nuclearização do país e o 28º aniversário da revolução islâmica, no mês de fevereiro.
Japão cogita desenvolver armas atômicas
O Japão examinou a possibilidade de fabricar a bomba atômica, afirmou hoje o jornal Sankey, citando como fonte um documento secreto, mas o governo desmentiu a notícia.
No documento Sobre a Possibilidade de Desenvolver Armas Nucleares Internamente, especialistas de diversas agências governamentais concluíram que seriam necessários de três a cinco anos e de US$ 1,68 bilhões a US$ 2,52 bilhões.
Como único país já atacado por bombas atômicas, em Hiroxima e Nagasaque, no final da Segunda Guerra Mundial, o Japão tem uma tradição pacifista e antinuclear. Mas o debate ressurgiu desde que a Coréia do Norte testou um míssil balístico, em 1998, lançando-o por sobre o Japão.
Em 9 de outubro, a Coréia do Norte fez uma explosão nuclear precária, voltando a acender o sinal de alerta em Tóquio.
Pelo Artigo 9 da Constituição de 1947, imposta pelos Estados Unidos, o Japão está proibido de projetar sua força militar além de seu território e mar territorial. Por isso, o governo do novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, alega que a Constituição não veda a produção de armas nucleares para defesa.
O país tem enormes estoques de plutônio de suas usinas nucleares, o que provoca preocupações internacionais, já que poderia ser alvo de terroristas ou usado em armas atômicas.
A China e os EUA, principais inimigos do Japão na Segunda Guerra Mundial, certamente vão se inquietar com a notícia.
No documento Sobre a Possibilidade de Desenvolver Armas Nucleares Internamente, especialistas de diversas agências governamentais concluíram que seriam necessários de três a cinco anos e de US$ 1,68 bilhões a US$ 2,52 bilhões.
Como único país já atacado por bombas atômicas, em Hiroxima e Nagasaque, no final da Segunda Guerra Mundial, o Japão tem uma tradição pacifista e antinuclear. Mas o debate ressurgiu desde que a Coréia do Norte testou um míssil balístico, em 1998, lançando-o por sobre o Japão.
Em 9 de outubro, a Coréia do Norte fez uma explosão nuclear precária, voltando a acender o sinal de alerta em Tóquio.
Pelo Artigo 9 da Constituição de 1947, imposta pelos Estados Unidos, o Japão está proibido de projetar sua força militar além de seu território e mar territorial. Por isso, o governo do novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, alega que a Constituição não veda a produção de armas nucleares para defesa.
O país tem enormes estoques de plutônio de suas usinas nucleares, o que provoca preocupações internacionais, já que poderia ser alvo de terroristas ou usado em armas atômicas.
A China e os EUA, principais inimigos do Japão na Segunda Guerra Mundial, certamente vão se inquietar com a notícia.
James Brown, o Rei do Soul, morre nos EUA
O cantor americano James Brown, um dos mais importantes nomes da música soul, morreu hoje aos 73 anos de pneumonia. Entre seus grandes sucessos, destacam-se Sex Machine e I Got You (I Feel Good).
Menino pobre do Sul dos Estados Unidos, onde a discriminação racial era maior, foi engraxate e lutador de boxe antes de desenvolver seu talento musical. Começou como cantor de gospel nas igrejas para se tornar um campeão de vendas. Rapidamente se tornou uma estrela do rhythm & blues e do funk.
Mas o sucesso cobrou seu preço. James Brown se envolveu com álcool e drogas, agrediu mulheres e reagiu à prisão. Em 1988, foi condenado a seis anos de cadeia por tentativa de agressão contra policiais. Dois anos e meio depois, foi solto com liberdade condicional.
Menino pobre do Sul dos Estados Unidos, onde a discriminação racial era maior, foi engraxate e lutador de boxe antes de desenvolver seu talento musical. Começou como cantor de gospel nas igrejas para se tornar um campeão de vendas. Rapidamente se tornou uma estrela do rhythm & blues e do funk.
Mas o sucesso cobrou seu preço. James Brown se envolveu com álcool e drogas, agrediu mulheres e reagiu à prisão. Em 1988, foi condenado a seis anos de cadeia por tentativa de agressão contra policiais. Dois anos e meio depois, foi solto com liberdade condicional.
Índia está longe de ser país desenvolvido
A Índia ainda está longe de ser um país desenvolvido, especialmente por causa dos problemas agrícolas e das deficiências em infra-estrutura, alertou no domingo o primeiro-ministro Manmohan Singh.
Com uma taxa anualizada de 9,2% no terceiro trimestre deste ano, o crescimento da Índia hoje é o segundo maior do mundo, atrás apenas da China. Mas agricultura, que sustenta dois terços dos 1,1 milhão de indianos, não cresce mais do que 2% ao ano, em média, há mais de 10 anos.
Cerca de 300 milhões de indianos ainda vivem com menos de um dólar por dia, relembrou no fim de novembro Sonia Gandhi, viúva do primeiro-ministro Rajiv Gandhi e presidente do Partido do Congresso, que está no poder.
Com uma taxa anualizada de 9,2% no terceiro trimestre deste ano, o crescimento da Índia hoje é o segundo maior do mundo, atrás apenas da China. Mas agricultura, que sustenta dois terços dos 1,1 milhão de indianos, não cresce mais do que 2% ao ano, em média, há mais de 10 anos.
Cerca de 300 milhões de indianos ainda vivem com menos de um dólar por dia, relembrou no fim de novembro Sonia Gandhi, viúva do primeiro-ministro Rajiv Gandhi e presidente do Partido do Congresso, que está no poder.
domingo, 24 de dezembro de 2006
Israel libera fundos palestinos sob condição
Durante o encontro sábado à noite entre o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Israel prometeu liberar US$ 100 milhões em fundos palestinos retidos, desde que o dinheiro não caia nas mãos do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), partido que controla o atual governo palestino.
"Queremos que o dinheiro vá para hospitais e outras coisas que aliviem o sofrimento do povo palestino", declarou a porta-voz israelense Miri Eisin.
Os US$ 100 milhões são apenas parte do dinheiro de impostos arrecadados por Israel desde a vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinas de 25 de janeiro deste ano, retido sob a alegação de que financiaria atividades terroristas, já que o Hamas recusa-se a abandonar a luta armada e a reconhecer o Estado de Israel. A Europa e os EUA também suspenderam a ajuda ao governo palestino.
A reunião dos dois líderes é o primeiro passo para retomar as negociações entre Israel e os palestinos, rompidas desde setembro de 2000, quando o então líder da oposição israelense, Ariel Sharon, visitou o Monte do Tempo e a Esplanada das Mesquitas, provocando a deflagração da segunda intifada.
"Queremos que o dinheiro vá para hospitais e outras coisas que aliviem o sofrimento do povo palestino", declarou a porta-voz israelense Miri Eisin.
Os US$ 100 milhões são apenas parte do dinheiro de impostos arrecadados por Israel desde a vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinas de 25 de janeiro deste ano, retido sob a alegação de que financiaria atividades terroristas, já que o Hamas recusa-se a abandonar a luta armada e a reconhecer o Estado de Israel. A Europa e os EUA também suspenderam a ajuda ao governo palestino.
A reunião dos dois líderes é o primeiro passo para retomar as negociações entre Israel e os palestinos, rompidas desde setembro de 2000, quando o então líder da oposição israelense, Ariel Sharon, visitou o Monte do Tempo e a Esplanada das Mesquitas, provocando a deflagração da segunda intifada.
França alerta para atentado no Túnel da Mancha
Terroristas muçulmanos estariam planejando um atentado contra o túnel que liga a Inglaterra à França sob o Canal da Mancha, afirma hoje o jornal inglês The Observer, citando como fonte os serviços secretos franceses. A conspiração seria tramada por extremistas muçulmanos europeus, provavelmente britânicos de origem paquistanesa, e comandanda do Paquistão.
Agentes franceses e britânicos rastrearam o túnel, de cerca de 50 quilômetros de extensão, sem encontrar explosivos. Mas estão em estado de alerta.
Há poucos meses, a polícia britânica revelou estar vigiando 200 grupos e cerca de 1,6 mil indivíduos suspeitos de terrorismo.
Agentes franceses e britânicos rastrearam o túnel, de cerca de 50 quilômetros de extensão, sem encontrar explosivos. Mas estão em estado de alerta.
Há poucos meses, a polícia britânica revelou estar vigiando 200 grupos e cerca de 1,6 mil indivíduos suspeitos de terrorismo.
sábado, 23 de dezembro de 2006
Al Caeda propõe trégua e retirada americana do Iraque
O Conselho dos Mujahedins, organização da rede terrorista Al Caeda no Iraque, propôs uma trégua em troca da retirada dos soldados americanos do país, em mensagem divulgada na Internet.
Além de se retirar todos os soldados em um mês, os Estados Unidos deveriam deixar para trás as armas pesadas, o que torna a proposta ainda mais ridícula. O governo George W. Bush se nega a negociar com Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro; deixar as armas para os jihadistas, então, é ainda mais inaceitável.
A mensagem visa a mobilizar os fundamentalistas muçulmanos para a "guerra santa" (jihad), vendendo a idéia de que estão ganhando a guerra contra os EUA. Este é o discurso dos jihadistas: "Os EUA estão perdendo no Iraque e no Afeganistão, Israel perdeu para o Hesbolá no Líbano, e os EUA e Israel perderão se atacarem o Irã", por causa de seu programa nuclear.
Além de se retirar todos os soldados em um mês, os Estados Unidos deveriam deixar para trás as armas pesadas, o que torna a proposta ainda mais ridícula. O governo George W. Bush se nega a negociar com Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro; deixar as armas para os jihadistas, então, é ainda mais inaceitável.
A mensagem visa a mobilizar os fundamentalistas muçulmanos para a "guerra santa" (jihad), vendendo a idéia de que estão ganhando a guerra contra os EUA. Este é o discurso dos jihadistas: "Os EUA estão perdendo no Iraque e no Afeganistão, Israel perdeu para o Hesbolá no Líbano, e os EUA e Israel perderão se atacarem o Irã", por causa de seu programa nuclear.
Conselho de Segurança aprova sanções contra Irã
Por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje sanções tecnológicas e econômicas contra o Irã porque o país está sob suspeita de desenvolver armas nucleares e se nega a abrir suas instalações nucleares à fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica. O Irã tem 60 dias para cumprir as determinações.
A Resolução 1.737 do Conselho de Segurança, apresentada pela Alemanha, França e Grã-Bretanha, obriga o Irã a suspender imediatamente "todas as suas atividades nucleares sensíveis", impede "a entrega, venda ou transferência direta ou indireta ao Irã de todo material equipamento ou tecnologia capaz de contribuir" para o desenvolvimento de armas atômicas e mísseis balísticos.
Desde 31 de agosto, quando se esgotou o prazo para que o Irã parasse de enriquecer urânio e permitisse o reinício das inspeções da AIEA, os Estados Unidos e a Europa tentam impor sanções à república islâmica. O Ocidente enfrentava resistências da China e da Rússia, superadas porque o regime dos aiatolás não retomou as negociações.
O texto negociado ao longo destes meses define como atividades proibidas "o enriquecimento e o reprocessamento de urânio, os projetos com reatores de água pesada e o desenvolvimento de vetores de lançamento de armas nucleares". Veta ainda "a assistência ou formação técnica, ajuda financeira, investimentos, serviços financeiros e toda transferência de recursos e serviços" relacionados a estes programas.
A Resolução 1.737 do Conselho de Segurança, apresentada pela Alemanha, França e Grã-Bretanha, obriga o Irã a suspender imediatamente "todas as suas atividades nucleares sensíveis", impede "a entrega, venda ou transferência direta ou indireta ao Irã de todo material equipamento ou tecnologia capaz de contribuir" para o desenvolvimento de armas atômicas e mísseis balísticos.
Desde 31 de agosto, quando se esgotou o prazo para que o Irã parasse de enriquecer urânio e permitisse o reinício das inspeções da AIEA, os Estados Unidos e a Europa tentam impor sanções à república islâmica. O Ocidente enfrentava resistências da China e da Rússia, superadas porque o regime dos aiatolás não retomou as negociações.
O texto negociado ao longo destes meses define como atividades proibidas "o enriquecimento e o reprocessamento de urânio, os projetos com reatores de água pesada e o desenvolvimento de vetores de lançamento de armas nucleares". Veta ainda "a assistência ou formação técnica, ajuda financeira, investimentos, serviços financeiros e toda transferência de recursos e serviços" relacionados a estes programas.
Paz entre Israel e Síria isolaria Irã, diz Beilin
Se Israel negociar a paz com a Síria, o regime sírio se afastaria do Irã e faria parte do grupo de países árabes interessados em estabilizar o Iraque, afirma o deputado israelense Yossi Beilin, presidente da coligação Meretz-Yahad, um dos grandes pacifistas da política israelense.
Beilin argumenta que o presidente sírio, Bachar Assad, tem várias cartadas negativas na mão: uma guerra contra Israel, o patrocínio a organizações terroristas com base em seu território e a capacidade de transferir armas do Irã para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
"Se Israel não abrir mão de suas precondições para abrir negociações com a Síria, enquanto o primeiro-ministro israelense declarar que não devolverá as Colinas do Golã enquanto estiver no poder, a Síria não vai abrir mão destas cartas", raciocina o pacifista israelense.
A paz entre Israel e a Síria incluiria a retirada israelense das Colinas do Golã, retiraria o apoio sírio às organizações extremistas palestinas e neutralizaria o Hesbolá. Seria também um golpe na aliança Síria-Irã, um "pacto entre atores muito diferentes: o partido Baath, que é secular, e o Irã, que é xiita e fundamentalista.
Um acordo de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acrescenta Beilin, junto com o um acordo Israel-Síria, permitiria pacificar o Líbano normalizando as relações as relações entre Israel e todos os países árabes.
É uma visão otimista mas sua obrigação como pacifista é sonhar com um Oriente Médio melhor porque o atual é um pesadelo.
Beilin argumenta que o presidente sírio, Bachar Assad, tem várias cartadas negativas na mão: uma guerra contra Israel, o patrocínio a organizações terroristas com base em seu território e a capacidade de transferir armas do Irã para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
"Se Israel não abrir mão de suas precondições para abrir negociações com a Síria, enquanto o primeiro-ministro israelense declarar que não devolverá as Colinas do Golã enquanto estiver no poder, a Síria não vai abrir mão destas cartas", raciocina o pacifista israelense.
A paz entre Israel e a Síria incluiria a retirada israelense das Colinas do Golã, retiraria o apoio sírio às organizações extremistas palestinas e neutralizaria o Hesbolá. Seria também um golpe na aliança Síria-Irã, um "pacto entre atores muito diferentes: o partido Baath, que é secular, e o Irã, que é xiita e fundamentalista.
Um acordo de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acrescenta Beilin, junto com o um acordo Israel-Síria, permitiria pacificar o Líbano normalizando as relações as relações entre Israel e todos os países árabes.
É uma visão otimista mas sua obrigação como pacifista é sonhar com um Oriente Médio melhor porque o atual é um pesadelo.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
Economia dos EUA cresceu menos no terceiro trimestre
A maior economia do mundo cresceu a uma taxa anual de 2% de julho a setembro deste ano, abaixo da estimativa inicial de 2,2%, revelou hoje o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. É o menor índice desde o quarto trimestre de 2005, quando o país cresceu a uma taxa anual de 1,8%, sob o impacto do furacão Katrina. O resultado foi atribuído à retração no mercado imobiliário.
No segundo semestre de 2006, a economia americana crescera a um ritmo anual de 2,6%.
Os economistas prevêem uma taxa de crescimento de 2% para este semestre e para o primeiro de 2007. A economia americana estaria em suave desaceleração. Isto sugere que o Federal Reserve Board (Fed) mantenha a taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano, podendo reduzi-la se a inflação estiver controlada.
No segundo semestre de 2006, a economia americana crescera a um ritmo anual de 2,6%.
Os economistas prevêem uma taxa de crescimento de 2% para este semestre e para o primeiro de 2007. A economia americana estaria em suave desaceleração. Isto sugere que o Federal Reserve Board (Fed) mantenha a taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano, podendo reduzi-la se a inflação estiver controlada.
Núcleo da inflação americana cai para 2,2% ao ano
O índice de preços do consumidor ficou estável nos Estados Unidos em novembro e a inflação anual em 2,2%, pouco acima do limite máximo considerado ideal pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano. É a menor taxa em quatro anos,
A renda dos americanos cresceu 0,3% em novembro e o consumo privado, em 0,5%. O produto interno bruto da maior economia do mundo soma US$ 13,3 trilhões. Em média, cada americano ganha US$ 32.280 por ano.
As encomendas de bens duráveis aumentaram 1,9% em novembro, depois de uma queda de 8,2% em outubro, com recuperação nas vendas de aviões e produtos de informática. Descontada a inflação, houve um aumento real de 1,6% nas vendas de bens duráveis. Em bens não-duráveis, o crescimento foi de 0,1%, assim como no setor de serviços, que teve a menor alta desde junho.
Agora, os analistas prevêem que o Fed mantenha a taxa básica de juros inalterada em 5,25% na sua reunião de janeiro. Mas Peter Moritz, professor de negócios na Universidade de Maryland, disse que serão necessários outros indicadores para o banco central se convencer de que a inflação americana está controlada.
A renda dos americanos cresceu 0,3% em novembro e o consumo privado, em 0,5%. O produto interno bruto da maior economia do mundo soma US$ 13,3 trilhões. Em média, cada americano ganha US$ 32.280 por ano.
As encomendas de bens duráveis aumentaram 1,9% em novembro, depois de uma queda de 8,2% em outubro, com recuperação nas vendas de aviões e produtos de informática. Descontada a inflação, houve um aumento real de 1,6% nas vendas de bens duráveis. Em bens não-duráveis, o crescimento foi de 0,1%, assim como no setor de serviços, que teve a menor alta desde junho.
Agora, os analistas prevêem que o Fed mantenha a taxa básica de juros inalterada em 5,25% na sua reunião de janeiro. Mas Peter Moritz, professor de negócios na Universidade de Maryland, disse que serão necessários outros indicadores para o banco central se convencer de que a inflação americana está controlada.
Toyota será maior fábrica de automóveis do mundo
A empresa japonesa Toyota, um dos modelos da nova economia, com seu programa de qualidade total, deverá se tornar o maior fabricando de automóveis do mundo em 2007.
Ontem a Toyota anunciou que pretende produzir 9,42 milhões de veículos no próximo ano, 4% a mais do que em 2006.
Hoje a maior indústria automobilística do mundo é a General Motors americana, que fabricará 9,181 milhões de veículos em 2006, 1,4% a mais do que em 2005. A GM, que já foi considerada uma potência mundial inferior apenas aos Estados Unidos e à União Soviética, luta hoje com prejuízos milionários. Está em reestruturação.
Já a Toyota tornou-se um dos símbolos da nova economia, com seu programa de controle de qualidade total, lançado em 1948, portanto antes da era da informática, servindo de exemplo para quem quer aumentar a produtividade em todo o mundo. O toyotismo substitui o fordismo, o modo de produção vertical das grandes empresas da era industrial.
Ontem a Toyota anunciou que pretende produzir 9,42 milhões de veículos no próximo ano, 4% a mais do que em 2006.
Hoje a maior indústria automobilística do mundo é a General Motors americana, que fabricará 9,181 milhões de veículos em 2006, 1,4% a mais do que em 2005. A GM, que já foi considerada uma potência mundial inferior apenas aos Estados Unidos e à União Soviética, luta hoje com prejuízos milionários. Está em reestruturação.
Já a Toyota tornou-se um dos símbolos da nova economia, com seu programa de controle de qualidade total, lançado em 1948, portanto antes da era da informática, servindo de exemplo para quem quer aumentar a produtividade em todo o mundo. O toyotismo substitui o fordismo, o modo de produção vertical das grandes empresas da era industrial.
Negociação com Coréia do Norte não avança
Uma semana de negociações para tentar convencer a Coréia do Norte a abandonar seu programa de armas atômicas terminou hoje em Beijim sem qualquer avanço. Os seis países participantes - as Coréias do Norte e do Sul, os Estados Unidos, a China, o Japão e a Rússia - só concordaram em "voltar a se reunir o mais cedo possível". Mas não conseguirem nem marcar uma data.
Os negociadores tentaram resgatar uma proposta de setembro de 2005 que oferecia ajuda econômica e garantias de segurança ao regime comunista de Pionguiangue em troca do fim do programa nuclear.
A Coréia do Norte realizou uma explosão atômica em 9 de outubro, desafiando a comunidade internacional.
Último regime stalinista do mundo, a Coréia do Norte está em crise desde o colapso do comunismo e faz uma chantagem atômica para exigir ajuda externa, contrariando a máxima histórica do regime, que era a auto-suficiência. Em 1994, depois da mediação do ex-presidente Jimmy Carter, o governo Bill Clinton fez um acordo com o fundador do país, o 'Grande Líder' Kim Il Sung.
Kim Il Sung morreu em julho de 1994, sendo substituído pelo filho. Quando o presidente George Walker Bush chegou à Casa Branca, contrariando as políticas de aproximação de Clinton, começou a hostilizar os ex-inimigos da Guerra Fria, inclusive a China e a Coréia do Norte - e incluiu a Coréia do Norte no "eixo do mal", ao lado de Irã e Iraque, no Discurso sobre o Estado da União de janeiro de 2002.
Como o discurso foi feito para preparar a invasão do Iraque, acirrou a paranóia do regime militar norte-coreano, que passou a acelerar seu programa nuclear. Em janeiro de 2003, Pionguiangue abandonou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, impedindo a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Quando os EUA bloquearam, em novembro do ano passado, as contas bancárias de diversos dirigentes norte-coreanos, sob a alegação de que o país estava falsificando dólares, Pionguiangue abandonou as negociações e acelerou o desenvolvimento da bomba.
A Coréia do Norte insiste em dialogar diretamente com os EUA mas as negociações envolvem seis países. O encontro desta semana foi a primeira negociação desde o teste nuclear norte-coreano. Ao que tudo indica, foi apenas uma explosão rudimentar. Ainda não é uma bomba atômica. Mas está perto.
Os negociadores tentaram resgatar uma proposta de setembro de 2005 que oferecia ajuda econômica e garantias de segurança ao regime comunista de Pionguiangue em troca do fim do programa nuclear.
A Coréia do Norte realizou uma explosão atômica em 9 de outubro, desafiando a comunidade internacional.
Último regime stalinista do mundo, a Coréia do Norte está em crise desde o colapso do comunismo e faz uma chantagem atômica para exigir ajuda externa, contrariando a máxima histórica do regime, que era a auto-suficiência. Em 1994, depois da mediação do ex-presidente Jimmy Carter, o governo Bill Clinton fez um acordo com o fundador do país, o 'Grande Líder' Kim Il Sung.
Kim Il Sung morreu em julho de 1994, sendo substituído pelo filho. Quando o presidente George Walker Bush chegou à Casa Branca, contrariando as políticas de aproximação de Clinton, começou a hostilizar os ex-inimigos da Guerra Fria, inclusive a China e a Coréia do Norte - e incluiu a Coréia do Norte no "eixo do mal", ao lado de Irã e Iraque, no Discurso sobre o Estado da União de janeiro de 2002.
Como o discurso foi feito para preparar a invasão do Iraque, acirrou a paranóia do regime militar norte-coreano, que passou a acelerar seu programa nuclear. Em janeiro de 2003, Pionguiangue abandonou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, impedindo a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Quando os EUA bloquearam, em novembro do ano passado, as contas bancárias de diversos dirigentes norte-coreanos, sob a alegação de que o país estava falsificando dólares, Pionguiangue abandonou as negociações e acelerou o desenvolvimento da bomba.
A Coréia do Norte insiste em dialogar diretamente com os EUA mas as negociações envolvem seis países. O encontro desta semana foi a primeira negociação desde o teste nuclear norte-coreano. Ao que tudo indica, foi apenas uma explosão rudimentar. Ainda não é uma bomba atômica. Mas está perto.
2006 terá recorde de fusões e aquisições
Os negócios de compra e fusão de empresas bateram um recorde em 2006, chegando a US$ 3,6 trilhões, 30% acima do ano passado. Há quatro anos, as operações de fusão e incorporação estão crescendo. O recorde anterior, de US$ 3,4 trilhões, era de 2000, antes do estouro da bolha das ações de alta tecnologia.
Antes, esta consolidação de posições no mercado se dava principalmente nos setores de finanças, informática e telecomunicações. Hoje a diversidade é muito maior.
Antes, esta consolidação de posições no mercado se dava principalmente nos setores de finanças, informática e telecomunicações. Hoje a diversidade é muito maior.
Raúl Castro sugere que Fidel não volta ao poder
O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, apresentou seu governo como baseado na divisão de tarefas e na direção colegiada, sugerindo que seu irmão, Fidel Castro, é um líder "insubstituível" que só o Partido Comunista de Cuba como um todo terá condições de desempenhar todas as suas funções.
Raúl Castro discursou no encerramento do Congresso da Federação de Estudantes Universitários. Em seguida, passou a palavra ao ministro do Exterior e ex-secretário particular de Fidel, Felipe Pérez-Roque, outra figura de destaque na transição em marcha em Cuba.
Fidel cedeu todos os seus cargos, inclusive presidente, primeiro-ministro, líder do partido e comandante das Forças Armadas, a seu irmão, vice-presidente e ministro do Exército, antes de ser submetido a uma cirurgia de emergência para estancar um sangramento abdominal. Os serviços secretos dizem que ele tem câncer terminal e não vai durar muitos meses mais.
Raúl Castro discursou no encerramento do Congresso da Federação de Estudantes Universitários. Em seguida, passou a palavra ao ministro do Exterior e ex-secretário particular de Fidel, Felipe Pérez-Roque, outra figura de destaque na transição em marcha em Cuba.
Fidel cedeu todos os seus cargos, inclusive presidente, primeiro-ministro, líder do partido e comandante das Forças Armadas, a seu irmão, vice-presidente e ministro do Exército, antes de ser submetido a uma cirurgia de emergência para estancar um sangramento abdominal. Os serviços secretos dizem que ele tem câncer terminal e não vai durar muitos meses mais.
Conselho de Segurança da ONU deve impor sanções ao Irã
Depois de meses de discussão sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas, as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) parecem ter chegado a um acordo para pressionar Teerã a parar de enriquecer urânio e voltar às negociações. Elas esperam concluir a negociação hoje para que o assunto seja votado no fim de semana.
As medidas são consideradas essenciais para formar uma frente unida contra a nuclearização do Irã, que poderia provocar uma corrida nuclear no Oriente Médio. Mas a proposta inicial da União Européia teve de ser atenuada para se chegar a um consenso.
Assim, a expectativa dos analistas é que tenha um impacto limitado em Teerã.
Se aprovada, a resolução terá caráter obrigatório, proibindo os países-membros da ONU de enviar material nuclear sensível ao Irã e impondo restrições a tecnologia de uso duplo, civil e militar. O Irã insiste em que seu programa nuclear visa exclusivamente fins pacíficos.
Também seriam congeladas as contas no exterior de algumas pessoas, empresas e organizações. A Rússia pressionou para que não fossem proibidas as viagens de dirigentes iranianos.
Os EUA e o Reino Unido estão enviando porta-aviões para o Golfo Pérsico, numa manobra vista como pressão sobre o Irã.
As medidas são consideradas essenciais para formar uma frente unida contra a nuclearização do Irã, que poderia provocar uma corrida nuclear no Oriente Médio. Mas a proposta inicial da União Européia teve de ser atenuada para se chegar a um consenso.
Assim, a expectativa dos analistas é que tenha um impacto limitado em Teerã.
Se aprovada, a resolução terá caráter obrigatório, proibindo os países-membros da ONU de enviar material nuclear sensível ao Irã e impondo restrições a tecnologia de uso duplo, civil e militar. O Irã insiste em que seu programa nuclear visa exclusivamente fins pacíficos.
Também seriam congeladas as contas no exterior de algumas pessoas, empresas e organizações. A Rússia pressionou para que não fossem proibidas as viagens de dirigentes iranianos.
Os EUA e o Reino Unido estão enviando porta-aviões para o Golfo Pérsico, numa manobra vista como pressão sobre o Irã.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Eixo do mal torna Doutrina Bush irrelevante
(Palestra de lançamento do livro Bush 2: A Missão)
A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, encaminhada pelo presidente George Walker Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006.
Tem dois pilares:
- as guerras preventivas, como maneira de evitar atentados terroristas, já que eles não declaram guerra antes de atacar;
- e a democratização, especialmente do Oriente Médio, para que a oposição política seja exercida publicamente, sem recurso à violência e ao terrorismo, de modo a isolar os extremistas.
É impossível construir uma ordem internacional baseada no Direito com base numa doutrina de guerras preventivas. O uso da força só é admissível em legítima defesa. Nas relações internacionais, isto inclui o princípio de autodeterminação dos povos, o que tem dado origem a muitas guerras civis no mundo pós-Guerra Fria.
Um aspecto central das relações internacionais, como destacou Hedley Bull, é que a sociedade internacional é uma sociedade anárquica, não por que não tenha ordem mas por que não tem governo. Não há governo mundial, os cidadãos do mundo não querem um mega-Estado. Há mecanismos de governança global, como as organizações internacionais.
Em seu livro A Sociedade Anárquica, Bull identificou cinco instituições da sociedade internacional:
1. A Guerra: sempre foi vista como a maneira natural e inevitável de resolver os conflitos entre os povos. A idéia de paz é recente. Começa com o Projeto para uma Paz Perpétua (1713), do Abade Saint-Pierre e com o Tratado para uma Paz Perpétua (1795), do filósofo alemão Emanuel Kant.
2. O Equilíbrio de Poder: como a humanidade, em sua diversidade, reage contra um governo mundial ou uma monarquia universal, como sonhava Carlos V, sempre que um país se torna poderoso demais os outros tendem a se aliar para contrabalançar este poderio. No momento, a total supremacia militar dos Estados Unidos parece desmentir isto. Mas se os EUA forem muito agressivos, a China e outros países se armarão e farão alianças para fazer frente ao desafio.
3. As Grandes Potências: na ausência de um governo mundial, as grandes potências impõem suas normas às relações internacionais, podendo exercer um papel positivo. Há até uma Teoria da Estabilidade Hegemônica que afirma que a existência de uma potência hegemônica garante a ordem do sistema. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um condomínio de grandes potências.
4. A Diplomacia: existe formalmente como a conhecemos hoje pelo menos desde as cidades-Estado italianas do Renascimento. Os representantes estrangeiros devem ter imunidade para serem intermediários nos negócios de Estado.
5. O Direito Internacional: é uma série de tratados, convenções, acordos e regimes que dão maior estabilidade e previsibilidade às relações internacionais. Refletem os interesses dos países que os propõem. Como não existe um governo mundial, quem aplica estas normais são as potências mundiais ou regionais e as organizações internacionais, dependentes destas mesmas potências.
PAZ É IDÉIA RECENTE
A paz é, então, sobretudo uma idéia do século 20, depois do terror de duas guerras mundiais e da ameaça de um holocausto nuclear durante a Guerra Fria, que pode ser considerada a terceira guerra mundial.
Só no século 20 surgiram as primeiras organizações internacionais universais dedicadas à paz mundial, a Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas.
Sua origem remonta ao Concerto Europeu, criado pelo Congresso de Viena, que reuniu em 1815 as potências européias que haviam derrotado Napoleão e queriam restaurar a velha ordem monárquica.
A internacionalização do processo se dá com as conferências de Haia. Numa delas, já no século 20, brilhou Rui Barbosa.
Mas foi a Primeira Guerra Mundial que abalou a Europa, até então o centro do mundo, atraindo para os campos de batalha europeus os EUA, que desde sua fundação tinham como princípio não se envolver em guerras na Europa.
Para vender a guerra ao povo americano, o presidente Woodrow Wilson, um liberal internacionalista, disse que “era a guerra para acabar com todas as guerras”. Ele achava que o problema estava na monarquia e na falta de democracia plena.
Os EUA entraram na guerra em 1917, mesmo ano da Revolução Russa. Era a entrada no cenário internacional das duas superpotências que dominariam o planeta na segunda metade do século 20.
Wilson apresentou um plano de 14 pontos na Conferência de Versalhes, em 1919, que seria descrita como “a paz para acabar com todas as pazes”. Entre eles, estava a criação da Liga das Nações (1919), a primeira organização internacional dedicada à paz universal.
Mas o Senado dos EUA, que precisa aprovar os acordos internacionais, rejeitou o tratado que criava a Liga das Nações, sob o argumento de que limitaria a soberania nacional do país.
Sem seu membro mais poderoso, a Liga foi inoperante diante das agressões que provocaram a Segunda Guerra Mundial, como a invasão da Manchúria (1931) e do resto da China (1937) pelo Japão; da Etiópia (1935-6) pela Itália fascista, de Benito Mussolini; e da anexação da Áustria (1938) e da região dos Sudetos (1938), na Tcheco-Eslováquia, pela Alemanha nazista, de Adolf Hitler.
A Liga conversava mas não tinha força real. Estava armado o caminho para a Segunda Guerra Mundial.
Os EUA entram na Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses lançam um ataque sem declarar guerra à frota americana em Pearl Harbor, no Havaí, matando 2.403 americanos, no Dia da Infâmia. Depois, eles destruiriam a maioria das grandes cidades japonesas, mas esta é outra história.
AS NAÇÕES UNIDAS
Mesmo antes de entrar na guerra, o presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, tinha assinado uma declaração conjunta com o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a Carta do Atlântico, estabelecendo os princípios para o mundo do pós-guerra.
Na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, os aliados assumem os compromissos da Carta do Atlântico. Este é o embrião da ONU.
Para não repetir o erro da Liga, Roosevelt criou o Conselho de Segurança, um condomínio de grandes potências, já que seriam elas que teriam de garantir os princípios da Carta das Nações Unidas, assinada em 26 de junho de 1945.
Hoje a constituição do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) é obsoleta mas não há uma ruptura da ordem internacional que permita uma mudança, sobretudo porque a ampliação do Conselho, por exemplo, com a entrada da Alemanha, do Japão, do Brasil e da Índia, diluiria o poder dos EUA e tornaria muito mais difícil articular o consenso necessário entre as grandes potências com direito de veto.
Sem o direito de veto, os novos membros permanentes seriam sócios de segunda classe, sem o maior privilégio das verdadeiras potências.
Cabe assinalar que o veto paralisou a ONU durante a Guerra Fria. Desde 1945, somente três guerras foram autorizadas pela ONU.
Na Guerra da Coréia, a União Soviética estava boicotando a organização porque a China comunista não tinha sido admitida. Até hoje, as forças lideradas pelos EUA ao Sul do Paralelo 38 Norte têm um mandato das Nações Unidas.
Em 1991, na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, o dirigente soviético Mikhail Gorbachev votou a favor e a China se absteve, abrindo o caminho para uma guerra liderada pelos EUA.
Depois dos atentados de 11 de novembro, os EUA receberam uma carta branca e, em seguida, com seus aliados, invadiram o Afeganistão.
Os EUA têm a supremacia militar. Se você acredita que no final de contas o que vale é a lei da força, tenta se armar cada vez mais. Se acredita numa ordem internacional baseada no Direito, aproveita sua hegemonia para construir uma ordem internacional liberal, como tentaram Wilson e Roosevelt, com resultados muito distintos.
Os EUA têm a maior economia do mundo, US$ 13,3 trilhões anuais. Ganharam todos os prêmios Nobel de ciências este ano. Investem US$ 330 bilihões por ano em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológica, bem à frente da China, com US$ 136 bilhões, que acaba de passar o Japão, com US$ 130 bilhões anuais.
Então, qualquer profecia sobre a decadência americana, apesar de problemas econômicos estruturais como o déficit comercial de US$ 850 bilhões e o déficit público que Bush criou, são prematuras, na minha opinião.
FUTURO MULTIPOLAR
Mas o unipolarismo é insustentável. Nenhum tem condições de dominar o mundo globalizado. No mundo do futuro, lá entre 2030 e 2050, é provável que tenhamos diversos centros de poder, os EUA, talvez ainda em primeiro, a China, o Japão, a Europa, a Rússia, a Índia e o Brasil – se o Brasil crescer a uma taxa média de pelos 3,7% ao ano até lá.
O fracasso da invasão do Iraque revelou as limitações do uso da força nas relações internacionais. Como disse o professor Joseph Nye jr., ex-subsecretário para política de defesa no governo Clinton, autor de O Poder Suave, os EUA ganharam a Guerra Fria sem disparar um tiro, com Hollywood, a economia e o estilo de vida americano, mais com idéias como a democracia liberal do que com balas.
Este seria o segundo pilar da Doutrina Bush: a democracia liberal como forma de permitir a livre expressão de idéias, de fazer política abertamente e não um grupos clandestinos e terroristas.
Mas a democracia é um processo, é uma cultura. É fruto de uma sociedade que chegou a um consenso para resolver seus conflitos pacificamente, através do diálogo e
da negociação. Está claro que o Iraque não estava maduro como diziam os neoconservadores que convenceram Bush a realizar a aventura militar.
O fracasso da ocupação do Iraque tornará a política externa americana menos ativista, pelo menos por um período, porque há uma rejeição da opinião pública. O segundo pilar da Doutrina Bush, que ele prometeu priorizar no discurso de posse do segundo governo e que deu o titulo ao livro, Bush 2: A Missão, também desmoronou.
Leia a íntegra na minha coluna em www.baguete.com.br
A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, encaminhada pelo presidente George Walker Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006.
Tem dois pilares:
- as guerras preventivas, como maneira de evitar atentados terroristas, já que eles não declaram guerra antes de atacar;
- e a democratização, especialmente do Oriente Médio, para que a oposição política seja exercida publicamente, sem recurso à violência e ao terrorismo, de modo a isolar os extremistas.
É impossível construir uma ordem internacional baseada no Direito com base numa doutrina de guerras preventivas. O uso da força só é admissível em legítima defesa. Nas relações internacionais, isto inclui o princípio de autodeterminação dos povos, o que tem dado origem a muitas guerras civis no mundo pós-Guerra Fria.
Um aspecto central das relações internacionais, como destacou Hedley Bull, é que a sociedade internacional é uma sociedade anárquica, não por que não tenha ordem mas por que não tem governo. Não há governo mundial, os cidadãos do mundo não querem um mega-Estado. Há mecanismos de governança global, como as organizações internacionais.
Em seu livro A Sociedade Anárquica, Bull identificou cinco instituições da sociedade internacional:
1. A Guerra: sempre foi vista como a maneira natural e inevitável de resolver os conflitos entre os povos. A idéia de paz é recente. Começa com o Projeto para uma Paz Perpétua (1713), do Abade Saint-Pierre e com o Tratado para uma Paz Perpétua (1795), do filósofo alemão Emanuel Kant.
2. O Equilíbrio de Poder: como a humanidade, em sua diversidade, reage contra um governo mundial ou uma monarquia universal, como sonhava Carlos V, sempre que um país se torna poderoso demais os outros tendem a se aliar para contrabalançar este poderio. No momento, a total supremacia militar dos Estados Unidos parece desmentir isto. Mas se os EUA forem muito agressivos, a China e outros países se armarão e farão alianças para fazer frente ao desafio.
3. As Grandes Potências: na ausência de um governo mundial, as grandes potências impõem suas normas às relações internacionais, podendo exercer um papel positivo. Há até uma Teoria da Estabilidade Hegemônica que afirma que a existência de uma potência hegemônica garante a ordem do sistema. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um condomínio de grandes potências.
4. A Diplomacia: existe formalmente como a conhecemos hoje pelo menos desde as cidades-Estado italianas do Renascimento. Os representantes estrangeiros devem ter imunidade para serem intermediários nos negócios de Estado.
5. O Direito Internacional: é uma série de tratados, convenções, acordos e regimes que dão maior estabilidade e previsibilidade às relações internacionais. Refletem os interesses dos países que os propõem. Como não existe um governo mundial, quem aplica estas normais são as potências mundiais ou regionais e as organizações internacionais, dependentes destas mesmas potências.
PAZ É IDÉIA RECENTE
A paz é, então, sobretudo uma idéia do século 20, depois do terror de duas guerras mundiais e da ameaça de um holocausto nuclear durante a Guerra Fria, que pode ser considerada a terceira guerra mundial.
Só no século 20 surgiram as primeiras organizações internacionais universais dedicadas à paz mundial, a Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas.
Sua origem remonta ao Concerto Europeu, criado pelo Congresso de Viena, que reuniu em 1815 as potências européias que haviam derrotado Napoleão e queriam restaurar a velha ordem monárquica.
A internacionalização do processo se dá com as conferências de Haia. Numa delas, já no século 20, brilhou Rui Barbosa.
Mas foi a Primeira Guerra Mundial que abalou a Europa, até então o centro do mundo, atraindo para os campos de batalha europeus os EUA, que desde sua fundação tinham como princípio não se envolver em guerras na Europa.
Para vender a guerra ao povo americano, o presidente Woodrow Wilson, um liberal internacionalista, disse que “era a guerra para acabar com todas as guerras”. Ele achava que o problema estava na monarquia e na falta de democracia plena.
Os EUA entraram na guerra em 1917, mesmo ano da Revolução Russa. Era a entrada no cenário internacional das duas superpotências que dominariam o planeta na segunda metade do século 20.
Wilson apresentou um plano de 14 pontos na Conferência de Versalhes, em 1919, que seria descrita como “a paz para acabar com todas as pazes”. Entre eles, estava a criação da Liga das Nações (1919), a primeira organização internacional dedicada à paz universal.
Mas o Senado dos EUA, que precisa aprovar os acordos internacionais, rejeitou o tratado que criava a Liga das Nações, sob o argumento de que limitaria a soberania nacional do país.
Sem seu membro mais poderoso, a Liga foi inoperante diante das agressões que provocaram a Segunda Guerra Mundial, como a invasão da Manchúria (1931) e do resto da China (1937) pelo Japão; da Etiópia (1935-6) pela Itália fascista, de Benito Mussolini; e da anexação da Áustria (1938) e da região dos Sudetos (1938), na Tcheco-Eslováquia, pela Alemanha nazista, de Adolf Hitler.
A Liga conversava mas não tinha força real. Estava armado o caminho para a Segunda Guerra Mundial.
Os EUA entram na Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses lançam um ataque sem declarar guerra à frota americana em Pearl Harbor, no Havaí, matando 2.403 americanos, no Dia da Infâmia. Depois, eles destruiriam a maioria das grandes cidades japonesas, mas esta é outra história.
AS NAÇÕES UNIDAS
Mesmo antes de entrar na guerra, o presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, tinha assinado uma declaração conjunta com o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a Carta do Atlântico, estabelecendo os princípios para o mundo do pós-guerra.
Na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, os aliados assumem os compromissos da Carta do Atlântico. Este é o embrião da ONU.
Para não repetir o erro da Liga, Roosevelt criou o Conselho de Segurança, um condomínio de grandes potências, já que seriam elas que teriam de garantir os princípios da Carta das Nações Unidas, assinada em 26 de junho de 1945.
Hoje a constituição do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) é obsoleta mas não há uma ruptura da ordem internacional que permita uma mudança, sobretudo porque a ampliação do Conselho, por exemplo, com a entrada da Alemanha, do Japão, do Brasil e da Índia, diluiria o poder dos EUA e tornaria muito mais difícil articular o consenso necessário entre as grandes potências com direito de veto.
Sem o direito de veto, os novos membros permanentes seriam sócios de segunda classe, sem o maior privilégio das verdadeiras potências.
Cabe assinalar que o veto paralisou a ONU durante a Guerra Fria. Desde 1945, somente três guerras foram autorizadas pela ONU.
Na Guerra da Coréia, a União Soviética estava boicotando a organização porque a China comunista não tinha sido admitida. Até hoje, as forças lideradas pelos EUA ao Sul do Paralelo 38 Norte têm um mandato das Nações Unidas.
Em 1991, na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, o dirigente soviético Mikhail Gorbachev votou a favor e a China se absteve, abrindo o caminho para uma guerra liderada pelos EUA.
Depois dos atentados de 11 de novembro, os EUA receberam uma carta branca e, em seguida, com seus aliados, invadiram o Afeganistão.
Os EUA têm a supremacia militar. Se você acredita que no final de contas o que vale é a lei da força, tenta se armar cada vez mais. Se acredita numa ordem internacional baseada no Direito, aproveita sua hegemonia para construir uma ordem internacional liberal, como tentaram Wilson e Roosevelt, com resultados muito distintos.
Os EUA têm a maior economia do mundo, US$ 13,3 trilhões anuais. Ganharam todos os prêmios Nobel de ciências este ano. Investem US$ 330 bilihões por ano em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológica, bem à frente da China, com US$ 136 bilhões, que acaba de passar o Japão, com US$ 130 bilhões anuais.
Então, qualquer profecia sobre a decadência americana, apesar de problemas econômicos estruturais como o déficit comercial de US$ 850 bilhões e o déficit público que Bush criou, são prematuras, na minha opinião.
FUTURO MULTIPOLAR
Mas o unipolarismo é insustentável. Nenhum tem condições de dominar o mundo globalizado. No mundo do futuro, lá entre 2030 e 2050, é provável que tenhamos diversos centros de poder, os EUA, talvez ainda em primeiro, a China, o Japão, a Europa, a Rússia, a Índia e o Brasil – se o Brasil crescer a uma taxa média de pelos 3,7% ao ano até lá.
O fracasso da invasão do Iraque revelou as limitações do uso da força nas relações internacionais. Como disse o professor Joseph Nye jr., ex-subsecretário para política de defesa no governo Clinton, autor de O Poder Suave, os EUA ganharam a Guerra Fria sem disparar um tiro, com Hollywood, a economia e o estilo de vida americano, mais com idéias como a democracia liberal do que com balas.
Este seria o segundo pilar da Doutrina Bush: a democracia liberal como forma de permitir a livre expressão de idéias, de fazer política abertamente e não um grupos clandestinos e terroristas.
Mas a democracia é um processo, é uma cultura. É fruto de uma sociedade que chegou a um consenso para resolver seus conflitos pacificamente, através do diálogo e
da negociação. Está claro que o Iraque não estava maduro como diziam os neoconservadores que convenceram Bush a realizar a aventura militar.
O fracasso da ocupação do Iraque tornará a política externa americana menos ativista, pelo menos por um período, porque há uma rejeição da opinião pública. O segundo pilar da Doutrina Bush, que ele prometeu priorizar no discurso de posse do segundo governo e que deu o titulo ao livro, Bush 2: A Missão, também desmoronou.
Leia a íntegra na minha coluna em www.baguete.com.br
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Nova estratégia para o Iraque é segurança e um amplo acordo político para isolar extremistas
A nova estratégia dos Estados Unidos para tentar vencer a guerra no Iraque começa a ser revelada no jornal The New York Times. No primeiro momento, a prioridade será a segurança, possivelmente com aumento do número de soldados americanos já que a violência está aumentando, com cada vez mais ataques e mortes. Em seguida, a idéia é promover um amplo acordo político criando um governo de união nacional entre xiitas, sunitas e curdos para isolar os extremistas.
O presidente George Walker Bush não confirmou mas acredita-se que será necessário aumentar a presença militar americana para melhorar a segurança em Bagdá. Será preciso que a população passe a ver os soldados americanos como seus protetores diante do caos e da anarquia imperantes hoje na capital iraquiana.
Só depois de dominar a situação na capital, seria possível cobrar do primeiro-ministro Nuri al-Maliki o controle sobre as milícias xiitas que, segundo o Pentágono, são hoje as principais responsáveis pelo aumento da violência.
Para os que se opõem ao envio de mais tropas, uma presença maior dos militares americanos apenas acirraria ainda mais o conflito entre sunitas e xiitas, levando o país à guerra civil. Mas diante do aumento da violência, restam poucas alternativas aos americanos, que afinal são os maiores responsáveis pelo caos no Iraque por terem invadido o país.
Bush vai anunciar sua nova estratégia no início de janeiro. Deve seguir estas linhas mestras.
O presidente George Walker Bush não confirmou mas acredita-se que será necessário aumentar a presença militar americana para melhorar a segurança em Bagdá. Será preciso que a população passe a ver os soldados americanos como seus protetores diante do caos e da anarquia imperantes hoje na capital iraquiana.
Só depois de dominar a situação na capital, seria possível cobrar do primeiro-ministro Nuri al-Maliki o controle sobre as milícias xiitas que, segundo o Pentágono, são hoje as principais responsáveis pelo aumento da violência.
Para os que se opõem ao envio de mais tropas, uma presença maior dos militares americanos apenas acirraria ainda mais o conflito entre sunitas e xiitas, levando o país à guerra civil. Mas diante do aumento da violência, restam poucas alternativas aos americanos, que afinal são os maiores responsáveis pelo caos no Iraque por terem invadido o país.
Bush vai anunciar sua nova estratégia no início de janeiro. Deve seguir estas linhas mestras.
Moradores de Gualeguaychú mantêm bloqueio da fronteira com Uruguai no Natal
A assembléia dos moradores da cidade argentina de Gualeguaychú decidiu manter o bloqueio da fronteira com o Uruguai nos dias 24 e 25 de dezembro, anunciou há pouco a televisão estatal argentina Canal 7. Na cidade de Colón, a fronteira pode ser aberta. Já em Gualeguaychú, quem quiser ir para o Uruguai terá de atravessar a pé a ponte que liga os dois países.
Gualeguaychú fica em frente de Fray Bentos, no lado uruguaio, onde a empresa finlandesa Botnia está construindo uma fábrica de papel e celulose, sob protesto dos argentinos, que temem a poluição do Rio Uruguai.
O investimento da Botnia e da empresa espanhola Ence, que pretende erguer outra fábrica de papel e celulose, chega a US$ 2 bilhões, cerca de 15% do produto interno bruto do Uruguai.
Para o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, o conflito, conhecido como 'guerra das papeleiras', virou uma questão de soberania nacional. Ontem o Uruguai acusou duramente a Argentina na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, denunciando a pressão do governo Néstor Kirchner como "chantagem".
Gualeguaychú fica em frente de Fray Bentos, no lado uruguaio, onde a empresa finlandesa Botnia está construindo uma fábrica de papel e celulose, sob protesto dos argentinos, que temem a poluição do Rio Uruguai.
O investimento da Botnia e da empresa espanhola Ence, que pretende erguer outra fábrica de papel e celulose, chega a US$ 2 bilhões, cerca de 15% do produto interno bruto do Uruguai.
Para o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, o conflito, conhecido como 'guerra das papeleiras', virou uma questão de soberania nacional. Ontem o Uruguai acusou duramente a Argentina na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, denunciando a pressão do governo Néstor Kirchner como "chantagem".
Uruguai rejeita mediação na 'guerra das papeleiras' enquanto estradas estiverem bloqueadas
O Uruguai deu por encerrada a mediação do rei Juan Carlos II, da Espanha, como "facilitador" do diálogo com a Argentina, "até que sejam suspensos os bloqueios de estradas" que impedem o trânsito na fronteira entre os dois países. O aviso foi dado pelo embaixador Héctor Gros Espiell, chefe da delegação uruguaia junto à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda.
A chamada 'guerra das papeleiras' é um conflito entre Uruguai e Argentina porque os argentinos não aceitam a instalação de duas fábricas de papel e celulose na margem oriental (uruguaia) do Rio Uruguai.
Depois da Argentina, que denunciou a violação do tratado bilateral sobre o aproveitamente do rio, chegou a vez do Uruguai recorrer à Corte de Haia, alegando que o bloqueio de fronteiras viola a legislação internacional, impedindo o direito de ir e vir, além do comércio.
A chamada 'guerra das papeleiras' é um conflito entre Uruguai e Argentina porque os argentinos não aceitam a instalação de duas fábricas de papel e celulose na margem oriental (uruguaia) do Rio Uruguai.
Depois da Argentina, que denunciou a violação do tratado bilateral sobre o aproveitamente do rio, chegou a vez do Uruguai recorrer à Corte de Haia, alegando que o bloqueio de fronteiras viola a legislação internacional, impedindo o direito de ir e vir, além do comércio.
Al Caeda é contra eleição antecipada na Palestina
O subcomandante da rede terrorista Al Caeda, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, rejeitou em gravação em vídeo divulgada ontem a convocação de eleições antecipadas pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Para o lugar-tenente de Ben Laden, só a "guerra santa" é capaz de acabar com a ocupação israelense, e não eleições.
Abbas anunciou a convocação de eleições por causa do fracasso nas negociações para formar um governo de união nacional entre seu partido, a Fatah, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla o governo palestino desde sua vitória nas eleições parlamentares de 25 de janeiro deste ano. Este resultado provocou um boicote internacional contra a Autoridade Nacional Palestina porque o Hamas não abandonou a luta armada nem reconhece Israel.
Acuado, o Hamas pediu ajuda ao Irã e agora recebe o apoio d'al Caeda, num processo que acirra ainda mais o conflito entre o Ocidente e os fundamentalistas muçulmanos.
Abbas anunciou a convocação de eleições por causa do fracasso nas negociações para formar um governo de união nacional entre seu partido, a Fatah, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla o governo palestino desde sua vitória nas eleições parlamentares de 25 de janeiro deste ano. Este resultado provocou um boicote internacional contra a Autoridade Nacional Palestina porque o Hamas não abandonou a luta armada nem reconhece Israel.
Acuado, o Hamas pediu ajuda ao Irã e agora recebe o apoio d'al Caeda, num processo que acirra ainda mais o conflito entre o Ocidente e os fundamentalistas muçulmanos.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Bush quer aumentar Forças Armadas dos EUA
O presidente George Walker Bush defendeu hoje o aumento do número de soldados nas Forças Armadas dos Estados Unidos prevendo que a guerra contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos será longa. Mas não confirmou que pretenda enviar mais soldados para o Iraque, como anunciara na véspera o jornal The Washington Post. Ele insistiu que os EUA ganharão a guerra.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Bush alegou ainda estar discutindo com seus assessores a revisão da estratégia dos EUA para a guerra no Iraque. Falou ainda em trabalhar junto com o Congresso, agora com maioria democrata, para "manter a economia crescendo" e "reduzir a dependência do país do petróleo", investindo em pesquisa com hidrogênio e energias alternativas como solar e eólica, álcool, biodiesel, e energia nuclear, e em "aumentar o salário mínimo" sem prejudicar as pequenas empresas, que devem ser menos taxas e menos regulamentadas em compensação.
"Teremos sucesso no Iraque", insistiu o presidente americano. "Não estamos tendo sucesso tão rapidamente quanto queríamos, por isto estamos revendo nossa estratégia. Quero que o inimigo entenda que não vai nos correr do Oriente Médio".
Bush definiu o sucesso no Iraque como o restabelecimento da segurança pública e de um processo político que permita a reconstrução do Iraque, criando "um país livre e estável, aliado na guerra contra o extremismo".
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Bush alegou ainda estar discutindo com seus assessores a revisão da estratégia dos EUA para a guerra no Iraque. Falou ainda em trabalhar junto com o Congresso, agora com maioria democrata, para "manter a economia crescendo" e "reduzir a dependência do país do petróleo", investindo em pesquisa com hidrogênio e energias alternativas como solar e eólica, álcool, biodiesel, e energia nuclear, e em "aumentar o salário mínimo" sem prejudicar as pequenas empresas, que devem ser menos taxas e menos regulamentadas em compensação.
"Teremos sucesso no Iraque", insistiu o presidente americano. "Não estamos tendo sucesso tão rapidamente quanto queríamos, por isto estamos revendo nossa estratégia. Quero que o inimigo entenda que não vai nos correr do Oriente Médio".
Bush definiu o sucesso no Iraque como o restabelecimento da segurança pública e de um processo político que permita a reconstrução do Iraque, criando "um país livre e estável, aliado na guerra contra o extremismo".
Inflação americana sobe acima do esperado
O núcleo do índice de preços ao produtor da maior economia do mundo cresceu 2% em novembro, muito acima da expectativa do mercado, que era de 0,7%. Foi o pior resultado desde julho de 1980, informou o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Mas se for retirado o preço dos automóveis, o índice cairia para 0,2%.
O índice global, sem expurgo, também ficou em 2%, refletindo a alta de 6% da energia, com alta de 17,9% nos preços da gasolina e 14,6% no óleo diesel.
O índice global, sem expurgo, também ficou em 2%, refletindo a alta de 6% da energia, com alta de 17,9% nos preços da gasolina e 14,6% no óleo diesel.
Iraque enfrenta colapso do Estado e desintegração
O Iraque está à beira da "desintegração completa em Estado falido", advertiu nesta terça-feira o International Crisis Group, um centro de pesquisas, apelando aos Estados Unidos para que mudem radicalmente de estratégia no Iraque, no momento em que novo relatório do Departamento de Defesa dos EUA confirma o aumento da violência (veja abaixo).
Em sua análise, o ICG concorda com as críticas do Grupo de Estudos sobre o Iraque à estratégia do governo George Walker Bush. Mas alerta que suas recomendações não são suficientes para tirar o Iraque do caos e da anarquia, evitando um banho de sangue ainda maior.
"Estamos vendo a desintegração completa do Iraque em Estado falido, ameaçando arrastar o resto da região" para uma guerra ainda maior, comentou o presidente do ICG, Gareth Evans. "Mais tropas não resolverão o problema."
O relatório Depois de Baker-Hamilton: O Que Fazer no Iraque? critica a insistência dos EUA em apoiar o primeiro-ministro Nuri al-Maliki. Pede, em troca, que a sociedade internacional abre negociações com as partes em conflito.
"O governo do Iraque e suas forças de segurança não podem ser tratados como aliados privilegiados; são apenas uma das muitas forças em conflito", diz o ICG, criticando a seguir os mitos e os EUA.
Para o Relatório Baker, Maliki quer fazer um acordo de união nacional e esquecer os crimes cometidos. Mas seu governo não é "amplamente representativo do povo iraquiano", como diz Baker.
Em vez de aumentar a pressão sobre o governo Maliki, que se sustenta precariamente, o ICG endossa a proposta de Baker de negociação com os seis países vizinhnos do Iraque, inclusive a Síria e o Irã, inimigos dos EUA, numa tentativa de fazer "uma nova abordagem multilateral. Mas critica o "pedido de expansão de forças que são cúmplices da atual guerra suja e a aceleração da transferência de responsabilidade do governo que não faz nada para pará-la".
As sugestões do ICG para a nova estratégia dos EUA no Iraque, a ser anunciada no início de janeiro pelo presidente Bush, tem de incluir "o engajamento com a Síria e o Irã, o fim dos esforços de mudança de regime, a revitalização do processo de paz árabe-israelense e a mudança dos objetivos estratégicos".
Em sua análise, o ICG concorda com as críticas do Grupo de Estudos sobre o Iraque à estratégia do governo George Walker Bush. Mas alerta que suas recomendações não são suficientes para tirar o Iraque do caos e da anarquia, evitando um banho de sangue ainda maior.
"Estamos vendo a desintegração completa do Iraque em Estado falido, ameaçando arrastar o resto da região" para uma guerra ainda maior, comentou o presidente do ICG, Gareth Evans. "Mais tropas não resolverão o problema."
O relatório Depois de Baker-Hamilton: O Que Fazer no Iraque? critica a insistência dos EUA em apoiar o primeiro-ministro Nuri al-Maliki. Pede, em troca, que a sociedade internacional abre negociações com as partes em conflito.
"O governo do Iraque e suas forças de segurança não podem ser tratados como aliados privilegiados; são apenas uma das muitas forças em conflito", diz o ICG, criticando a seguir os mitos e os EUA.
Para o Relatório Baker, Maliki quer fazer um acordo de união nacional e esquecer os crimes cometidos. Mas seu governo não é "amplamente representativo do povo iraquiano", como diz Baker.
Em vez de aumentar a pressão sobre o governo Maliki, que se sustenta precariamente, o ICG endossa a proposta de Baker de negociação com os seis países vizinhnos do Iraque, inclusive a Síria e o Irã, inimigos dos EUA, numa tentativa de fazer "uma nova abordagem multilateral. Mas critica o "pedido de expansão de forças que são cúmplices da atual guerra suja e a aceleração da transferência de responsabilidade do governo que não faz nada para pará-la".
As sugestões do ICG para a nova estratégia dos EUA no Iraque, a ser anunciada no início de janeiro pelo presidente Bush, tem de incluir "o engajamento com a Síria e o Irã, o fim dos esforços de mudança de regime, a revitalização do processo de paz árabe-israelense e a mudança dos objetivos estratégicos".
Milícias ameaçam mais do que Al Caeda no Iraque
O Exército Mehdi, a milícia controlada pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader, substituiu a rede terrorista Al Caeda como "mais perigoso catalisador" da violência sectária no Iraque, afirma um relatório do Departamento da Defesa dos Estados Unidos.
Desde agosto, os ataques das milícias e da insurgência aumentaram em 22%. A média de ataques por semana passou de cerca de 800 para quase mil.
No relatório, o Pentágono aponta duas milícias - o Exército Mehdi e a Organização Bader - como braços armados de partidos políticos xiitas que apóiam o governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
O Exército Mehdi "exerce influência significativa em Bagdá, nas províncias do Sul do Iraque e no governo do país", e atrava batalhas periódicas com a Organização Bader, ligada ao Conselho Supremo para a Revolução Islâmica do Irã, cujo líder, o aiatolá al-Hakim, foi recebido recentemente pelo presidente George W. Bush na Casa Branca.
Desde agosto, os ataques das milícias e da insurgência aumentaram em 22%. A média de ataques por semana passou de cerca de 800 para quase mil.
No relatório, o Pentágono aponta duas milícias - o Exército Mehdi e a Organização Bader - como braços armados de partidos políticos xiitas que apóiam o governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
O Exército Mehdi "exerce influência significativa em Bagdá, nas províncias do Sul do Iraque e no governo do país", e atrava batalhas periódicas com a Organização Bader, ligada ao Conselho Supremo para a Revolução Islâmica do Irã, cujo líder, o aiatolá al-Hakim, foi recebido recentemente pelo presidente George W. Bush na Casa Branca.
Bush quer aumentar contingente no Iraque
O presidente George W. Bush pediu ao novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, que estude o aumento do número de soldados americanos no Iraque para enfrentar insurgentes e terroristas.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, Bush disse que "esta guerra ideológica em que estamos vai durar um tempo e vamos precisar de uma força militar capaz de sustentar nossos esforços e nos ajudar a alcançar a paz".
Bush estaria pensando em enviar mais 30 a 40 mil soldados para criar dar segurança à capital iraquiana. A partir daí, a zona de segurança seria ampliada, a segurança pública seria transferida para as forças do Iraque e os americanos retirariam o grosso de suas tropas.
Hoje, há cerca de 140 mil soldados americanos no Iraque. Até março de 2008, este contingente seria reduzido para 60 mil.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, Bush disse que "esta guerra ideológica em que estamos vai durar um tempo e vamos precisar de uma força militar capaz de sustentar nossos esforços e nos ajudar a alcançar a paz".
Bush estaria pensando em enviar mais 30 a 40 mil soldados para criar dar segurança à capital iraquiana. A partir daí, a zona de segurança seria ampliada, a segurança pública seria transferida para as forças do Iraque e os americanos retirariam o grosso de suas tropas.
Hoje, há cerca de 140 mil soldados americanos no Iraque. Até março de 2008, este contingente seria reduzido para 60 mil.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Ahmadinejad sofre "derrota decisiva", dizem reformistas
O presidente linha-dura do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sofreu uma "derrota decisiva" nas eleições municipais de sexta-feira passada, por causa de seus "métodos autoritários e ineficazes", declarou o maior partido da oposição reformista, que denunciou a lentidão da contagem dos votos na capital iraniana.
Com somente 20% dos votos apurados, os candidatos leais ao presidente elegeriam apenas três dos 15 vereadores da Câmara Municipal. Os conservadores "moderados" que apóiam o regime mas não o presidente teriam sete cadeiras e os reformistas, quatro.
Com somente 20% dos votos apurados, os candidatos leais ao presidente elegeriam apenas três dos 15 vereadores da Câmara Municipal. Os conservadores "moderados" que apóiam o regime mas não o presidente teriam sete cadeiras e os reformistas, quatro.
UE denuncia discriminação de muçulmanos
No seu estudo mais completo sobre a islamofobia até agora, a União Européia concluiu que os muçulmanos sofrem de discriminação social e trabalhista na Europa.
"Independentemente de sua origem étnica ou de sua maneira de praticar a religião, muitos muçulmanos europeus sofrem discriminação no emprego, na escola e na moradia", afirma o relatório Os Muçulmanos na UE: discriminação e xenofobia, do Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia. A pesquisa, feita com muçulmanos de 11 países europeus, constata ainda que a integração é muito menor na terceira geração.
Este é um alerta grave porque vários atentados terroristas suicidas têm sido cometidos por jovens de classe média que nunca moraram nos países de seus ancestrais e sentem-se discriminados nas sociedades ocidentais que não os acolhe comom iguais.
Ao todo, são 13 milhões de muçulmanos que vivem na UE, 3,5% da população comunitária.
"Muitos muçulmanos europeus, sobretudo jovens, enfrentam barreiras que lhes impede de subir na escala social, o que pode gerar um sentimente de desesperança e exclusão social", adverte o estudo. "Nasci e cresci aqui", conta um muçulmano que vive na Alemanha. "Quis fazer parte desta sociedade mas descubri que não sou eu que decido. Muita gente da segunda ou terceira gerações tem dificuldade de se sentir parte desta sociedade".
Numa pesquisa feita pela Universidade La Sapienza, de Roma, metade dos jovens de 14 a 18 anos disseram que "os muçulmanos têm leis bárbaras e apóiam o terrorismo internacional".
Outra pesquisa, publicada no jornal alemão Frankfurter Allgemeine, indica que 93% dos alemães associam os muçulmanos a maus-tratos a mulheres e 83% com o terrorismo.
"Independentemente de sua origem étnica ou de sua maneira de praticar a religião, muitos muçulmanos europeus sofrem discriminação no emprego, na escola e na moradia", afirma o relatório Os Muçulmanos na UE: discriminação e xenofobia, do Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia. A pesquisa, feita com muçulmanos de 11 países europeus, constata ainda que a integração é muito menor na terceira geração.
Este é um alerta grave porque vários atentados terroristas suicidas têm sido cometidos por jovens de classe média que nunca moraram nos países de seus ancestrais e sentem-se discriminados nas sociedades ocidentais que não os acolhe comom iguais.
Ao todo, são 13 milhões de muçulmanos que vivem na UE, 3,5% da população comunitária.
"Muitos muçulmanos europeus, sobretudo jovens, enfrentam barreiras que lhes impede de subir na escala social, o que pode gerar um sentimente de desesperança e exclusão social", adverte o estudo. "Nasci e cresci aqui", conta um muçulmano que vive na Alemanha. "Quis fazer parte desta sociedade mas descubri que não sou eu que decido. Muita gente da segunda ou terceira gerações tem dificuldade de se sentir parte desta sociedade".
Numa pesquisa feita pela Universidade La Sapienza, de Roma, metade dos jovens de 14 a 18 anos disseram que "os muçulmanos têm leis bárbaras e apóiam o terrorismo internacional".
Outra pesquisa, publicada no jornal alemão Frankfurter Allgemeine, indica que 93% dos alemães associam os muçulmanos a maus-tratos a mulheres e 83% com o terrorismo.
Botnia pediu retirada de soldados uruguaios
Em mais um lance da guerra das papeleiras, o conflito entre Argentina e Uruguai pela instalação de duas fábricas de papel e celulose do lado oriental (uruguaio) do Rio Uruguai, a ministra da Defesa uruguaia, Azucena Berrutti, confirmou ontem que os soldados que protegiam uma das fábricas, em Fray Bentos, no foco da crise, foram retirados a pedido da empresa finlandesa Botnia, que não "considera necessária" a custódia.
A decisão de mandar o Exército proteger a fábrica fora do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que considera o investimento estrangeiro, de mais de US$ 2 bilhões, equivalente a 15% do produto interno bruto uruguaio.
Seu colega argentino, Néstor Kirchner, rejeitou a mediação do Brasil e do Mercosul, preferindo apelar para o rei Juan Carlos II, da Espanha, a antiga potência colonial. O conflito é mais um sintoma da desintegração latino-americana.
A decisão de mandar o Exército proteger a fábrica fora do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que considera o investimento estrangeiro, de mais de US$ 2 bilhões, equivalente a 15% do produto interno bruto uruguaio.
Seu colega argentino, Néstor Kirchner, rejeitou a mediação do Brasil e do Mercosul, preferindo apelar para o rei Juan Carlos II, da Espanha, a antiga potência colonial. O conflito é mais um sintoma da desintegração latino-americana.
Bush autoriza venda de tecnologia nuclear à Índia
O presidente George Walker Bush sancionou hoje um acordo de cooperação nuclear para fins pacíficos entre os Estados Unidos e a Índia. A partir de agora, as empresas americanas poderão vender reatores e tecnologia nuclear à Índia pela primeira vez.
De uma geração nuclear atual de 3,5 mil megavates a Índia quer crescer para 60 mil em 2030, quando será uma grande potência mundial. A Índia é hoje um dos países que mais crescem no mundo. Deve superar a China em 2007, com aumento de 10% do PIB. Precisa de energia para manter este ritmo de desenvolvimento.
Mesmo que o acordo não inclua o uso militar da energia nuclear, é claro que os EUA querem fazer uma parceria estratégica com a Índia.
Depois da independência, a Índia adotou uma política externa antiimperialista e não-alinhada. Não se submetia nem ao bloco americano nem ao soviético durante a Guerra Fria, embora se alinhasse mais com a União Soviética, o que levou os EUA a se aliarem ao Paquistão, especialmente depois da invasão soviética ao Afeganistão.
Esta era a política histórica do Partido do Congresso, de Gandhi, do primeiro-ministro Jawarlal Nehru e sua filha e primeira-ministra Indira Gandhi.
O Partido Bharatiya Janata (BJP) nasceu em 1980 dentro do movimento nacionalista hindu, que esteve brevemente no poder (1977-80). Em 1988, o BJP chegou ao poder e governou até 2004, realizando, em maio de 1998, uma de suas promessas: realizar testes com armas nucleares.
Logo, o Paquistão fez o mesmo, mantendo um relativo equilíbrio de forças no Sul da Ásia. Mas o curioso, ou o que mostra como são as relações internacionais, é que imediatamente os EUA adotaram sanções contra os dois países por violarem o regime de não-proliferação nuclear. Nenhum dos dois assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Como país que foi colônia, a Índia rejeita o TNP por ser um tratado que dá tratamento desigual a potências nucleares e países não-nucleares. Só podem ter a bomba os países que já a tinham em 1968: EUA, Rússia (herdeira da URSS), Grã-Bretanha, França e China. Não é coincidência que sejam os cinco grandes com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Mas a Índia é um país de mais de 1 bilhão de habitantes, uma potência econômica emergente e tem a bomba atômica. Logo, os EUA começaram a negociar secretamente uma parceria com a Índia, que tem uma richa com a China, a superpotência emergente que talvez os EUA tentem conter algum dia. Precisarão de aliados para isso.
A Índia começou a fazer a bomba depois de ser derrotada pela China numa guerra de fronteiras, de 10 de outubro a 21 de novembro de 1962, com combates nas montanhas do Himalaia numa altitude de até 4.267 metros. Acredita-se que a Índia tenha a bomba desde 1974, num dos governos de Indira Gandhi, e o Paquistão, que recebeu ajuda da China, desde 1975.
Então a Índia é uma aliada em potencial dos EUA para contrabalançar o superpoderio chinês. Claro que a Índia se dá o direito de fazer aliançar com quem quiser. Mas hoje está mais próxima dos EUA do que de sua antiga aliada, a Rússia. Os indianos estão de olho no mercado americano, e as empresas americanas de olho na mão-de-obra altamente qualificada da Índia em engenharia, física e informática a um custo muito menor.
É um país com uma classe média ascendente de 250 milhões de pessoas, onde a língua mais falada é o inglês, tem a burocracia e o sistema jurídico no modelo britânico, o que lhe dá grandes vantagens comparativas no mundo globalizado.
De uma geração nuclear atual de 3,5 mil megavates a Índia quer crescer para 60 mil em 2030, quando será uma grande potência mundial. A Índia é hoje um dos países que mais crescem no mundo. Deve superar a China em 2007, com aumento de 10% do PIB. Precisa de energia para manter este ritmo de desenvolvimento.
Mesmo que o acordo não inclua o uso militar da energia nuclear, é claro que os EUA querem fazer uma parceria estratégica com a Índia.
Depois da independência, a Índia adotou uma política externa antiimperialista e não-alinhada. Não se submetia nem ao bloco americano nem ao soviético durante a Guerra Fria, embora se alinhasse mais com a União Soviética, o que levou os EUA a se aliarem ao Paquistão, especialmente depois da invasão soviética ao Afeganistão.
Esta era a política histórica do Partido do Congresso, de Gandhi, do primeiro-ministro Jawarlal Nehru e sua filha e primeira-ministra Indira Gandhi.
O Partido Bharatiya Janata (BJP) nasceu em 1980 dentro do movimento nacionalista hindu, que esteve brevemente no poder (1977-80). Em 1988, o BJP chegou ao poder e governou até 2004, realizando, em maio de 1998, uma de suas promessas: realizar testes com armas nucleares.
Logo, o Paquistão fez o mesmo, mantendo um relativo equilíbrio de forças no Sul da Ásia. Mas o curioso, ou o que mostra como são as relações internacionais, é que imediatamente os EUA adotaram sanções contra os dois países por violarem o regime de não-proliferação nuclear. Nenhum dos dois assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Como país que foi colônia, a Índia rejeita o TNP por ser um tratado que dá tratamento desigual a potências nucleares e países não-nucleares. Só podem ter a bomba os países que já a tinham em 1968: EUA, Rússia (herdeira da URSS), Grã-Bretanha, França e China. Não é coincidência que sejam os cinco grandes com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Mas a Índia é um país de mais de 1 bilhão de habitantes, uma potência econômica emergente e tem a bomba atômica. Logo, os EUA começaram a negociar secretamente uma parceria com a Índia, que tem uma richa com a China, a superpotência emergente que talvez os EUA tentem conter algum dia. Precisarão de aliados para isso.
A Índia começou a fazer a bomba depois de ser derrotada pela China numa guerra de fronteiras, de 10 de outubro a 21 de novembro de 1962, com combates nas montanhas do Himalaia numa altitude de até 4.267 metros. Acredita-se que a Índia tenha a bomba desde 1974, num dos governos de Indira Gandhi, e o Paquistão, que recebeu ajuda da China, desde 1975.
Então a Índia é uma aliada em potencial dos EUA para contrabalançar o superpoderio chinês. Claro que a Índia se dá o direito de fazer aliançar com quem quiser. Mas hoje está mais próxima dos EUA do que de sua antiga aliada, a Rússia. Os indianos estão de olho no mercado americano, e as empresas americanas de olho na mão-de-obra altamente qualificada da Índia em engenharia, física e informática a um custo muito menor.
É um país com uma classe média ascendente de 250 milhões de pessoas, onde a língua mais falada é o inglês, tem a burocracia e o sistema jurídico no modelo britânico, o que lhe dá grandes vantagens comparativas no mundo globalizado.
Seqüestro e tiroteio rompem cessar-fogo palestino
Um tiroteio no campo de refugiados de Jabalia e o seqüestro de um ex-ministro da Fatah (Luta), o maior partido da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), abalaram o cessar-fogo entre a Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla o governo palestino. A ameaça de guerra civil é resultado do fracasso de negociações entre Abbas e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, para formar um governo de união nacional.
O momento não é de união. É de guerra. Pelo menos cinco militantes da Fatah saíram feridos do tiroteio em Jabalia.
Sufian Abu Zeida, dirigente do Fatah que foi ministro de um governo palestino, foi seqüestrado depois do tiroteio e solto pouco depois, sem ferimentos. Mas o corpo de um militante seqüestrado pelas brigadas Izzedine al Kassam, braço armado do Hamas, foi encontrado no campo de refugiados. Era de um comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Acsa, braço armado da Fatah.
Mal o cessar-fogo entrou em vigor, no domingo, já foi violado, na segunda-feira.
O momento não é de união. É de guerra. Pelo menos cinco militantes da Fatah saíram feridos do tiroteio em Jabalia.
Sufian Abu Zeida, dirigente do Fatah que foi ministro de um governo palestino, foi seqüestrado depois do tiroteio e solto pouco depois, sem ferimentos. Mas o corpo de um militante seqüestrado pelas brigadas Izzedine al Kassam, braço armado do Hamas, foi encontrado no campo de refugiados. Era de um comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Acsa, braço armado da Fatah.
Mal o cessar-fogo entrou em vigor, no domingo, já foi violado, na segunda-feira.
Novo secretário da Defesa dos EUA considera fracasso no Iraque uma "calamidade"
O fracasso no Iraque seria uma "calamidade" que assombraria os Estados Unidos por muitos anos, admitiu ontem o novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), ao assumir a chefia do Pentágono.
"Todos nós queremos encontrar uma maneira de trazer nossos filhos e filhas americanos de volta para casa", declarou Gates em seu discurso de posse. "Mas como o presidente deixa claro, não podemos fracassar no Oriente Médio. O fracasso no Iraque neste momento seria uma calamidade que assombraria a nação, reduziria nossa credibilidade e ameaçaria os americanos durante décadas."
Gates substitui Donald Rumsfeld, que caiu no dia seguinte à derrota republicana nas eleições de 7 de novembro, como o principal responsável pela condução da guerra que já matou mais de 2.940 americanos e custou US$ 400 bilhões, sem conseguir criar um governo estável no Iraque depois da queda de Saddam Hussein, em 9 de abril de 2003. Chega quando o presidente George Walker Bush discute com seus principais assessores e aliados uma reformulação da estratégia dos EUA, a ser anunciada nos primeiros dias de 2007.
Além do pesadelo em que se tornou a ocupação do Iraque e do ressurgimento dos Talebã no Afeganistão, Gates terá de se preocupar com outras ameaças, como os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte, e a situação-limite em que se encontram as Forças Armadas dos EUA, sem condições de agir em outras frentes, se houver necessidade.
"Todos nós queremos encontrar uma maneira de trazer nossos filhos e filhas americanos de volta para casa", declarou Gates em seu discurso de posse. "Mas como o presidente deixa claro, não podemos fracassar no Oriente Médio. O fracasso no Iraque neste momento seria uma calamidade que assombraria a nação, reduziria nossa credibilidade e ameaçaria os americanos durante décadas."
Gates substitui Donald Rumsfeld, que caiu no dia seguinte à derrota republicana nas eleições de 7 de novembro, como o principal responsável pela condução da guerra que já matou mais de 2.940 americanos e custou US$ 400 bilhões, sem conseguir criar um governo estável no Iraque depois da queda de Saddam Hussein, em 9 de abril de 2003. Chega quando o presidente George Walker Bush discute com seus principais assessores e aliados uma reformulação da estratégia dos EUA, a ser anunciada nos primeiros dias de 2007.
Além do pesadelo em que se tornou a ocupação do Iraque e do ressurgimento dos Talebã no Afeganistão, Gates terá de se preocupar com outras ameaças, como os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte, e a situação-limite em que se encontram as Forças Armadas dos EUA, sem condições de agir em outras frentes, se houver necessidade.
FIM DO ANO LETIVO
Nesta segunda-feira, por ser encerramento do meu ano letivo e por estar viajando para Porto Alegre, não atualizei este blog como de costume. Peço desculpas aos leitores.
domingo, 17 de dezembro de 2006
Jihadistas veteranos do Iraque voltam a Europa
Grupos de militantes fundamentalistas veteranos da guerra no Iraque e voluntários frustrados porque não conseguiram entrar no país ocupado pelos Estados Unidos estão voltando para a Europa, o que aumenta o risco de terrorismo, adverte neste domingo o jornal espanhol El País, citando como fonte os serviços secretos espanhóis.
"São o novo cavalo de Tróia d'al Caeda e seus aliados em nosso território, e estão ativos", comentou um alto funcionário da União Européia.
A Espanha tem uma população muçulmana formada principalmente por argelinos e marroquinos. É um alvo importante de recrutamente d'al Caeda.
"O risco é importante porque no Afeganistão há uma guerrilha rural mas no Iraque é uma guerrilha urbana", observou um policial. A UE já fez uma lista de 200 suspeitos considerados potencialmente perigosos.
"São o novo cavalo de Tróia d'al Caeda e seus aliados em nosso território, e estão ativos", comentou um alto funcionário da União Européia.
A Espanha tem uma população muçulmana formada principalmente por argelinos e marroquinos. É um alvo importante de recrutamente d'al Caeda.
"O risco é importante porque no Afeganistão há uma guerrilha rural mas no Iraque é uma guerrilha urbana", observou um policial. A UE já fez uma lista de 200 suspeitos considerados potencialmente perigosos.
Rice rejeita diálogo com Síria e Irã
Depois de desaparecer por algumas semanas do noticiário, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, reaparece para rejeitar o diálogo com os maiores inimigos dos Estados Unidos entre os países do Oriente Médio - o Irã e a Síria -, sob a alegação de que o preço a pagar poderia ser "muito caro".
A recomendação foi uma das 79 feitas pelo Grupo de Estudos co-presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton. O presidente George Walker Bush nunca se mostrou muito entusiasmado. Agora, Rice tenta sepultar a idéia.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, Condi Rice disse que o presidente não vai mudar os objetivos de longo prazo da invasão do Iraque, na revisão da estratégia a ser anunciada no início de 2007. Rice declarou que a meta dos EUA no Iraque nos próximos dois anos será tentar ajudar os iraquianos a isolar os extremistas e criar um centro democrático e moderado capaz de manter a unidade nacional.
A secretária de Estado reiterou o compromisso dos EUA com a democracia no Oriente Médio e a paz entre Israel e os palestinos, um dos mais longos e sérios conflitos da região na era moderna.
A recomendação foi uma das 79 feitas pelo Grupo de Estudos co-presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton. O presidente George Walker Bush nunca se mostrou muito entusiasmado. Agora, Rice tenta sepultar a idéia.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, Condi Rice disse que o presidente não vai mudar os objetivos de longo prazo da invasão do Iraque, na revisão da estratégia a ser anunciada no início de 2007. Rice declarou que a meta dos EUA no Iraque nos próximos dois anos será tentar ajudar os iraquianos a isolar os extremistas e criar um centro democrático e moderado capaz de manter a unidade nacional.
A secretária de Estado reiterou o compromisso dos EUA com a democracia no Oriente Médio e a paz entre Israel e os palestinos, um dos mais longos e sérios conflitos da região na era moderna.
Presidente iraniano perde eleições municipais
No seu primeiro teste eleitoral um ano e meio depois de chegar ao poder, o presidente Mahmoud Ahmadinejad sofreu uma dura derrota diante de conservadores mais moderados e de reformistas, indicam os primeiros resultados das eleições municipais e para a Assembléia dos Notáveis realizadas ontem no Irã.
Estavam em jogo 113 mil cadeiras de vereador, disputadas por 233 mil candidatos, e a Assembléia dos Notáveis, de 86 cadeiras, que é encarregada de escolher o novo líder espiritual e guia supremo da república islâmica, o sucessor do aiatolá Ruhollah Khomeini.
Em Isfahan, a segunda cidade mais importante iraniana, das 13 cadeiras de vereador, sete ficaram com conservadores moderados, quatro com os reformistas e apenas três com os aliados do presidente.
Nas eleições para a Assembléia, a liderança é do ex-presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, que perdeu a eleição presidencial no segundo turno para Ahmadinejad no ano passado. Ele pode se tornar seu presidente.
O aiatolá ultraconservador Mohammad Taqi Mesbah-Yazdi, mentor de Ahmadinejad, está em sexto lugar. A capital elege 32 dos 86 notáveis.
A Agência de Notícias República Islâmica informou que a participação foi 56% do eleitorado apto a votar.
Estavam em jogo 113 mil cadeiras de vereador, disputadas por 233 mil candidatos, e a Assembléia dos Notáveis, de 86 cadeiras, que é encarregada de escolher o novo líder espiritual e guia supremo da república islâmica, o sucessor do aiatolá Ruhollah Khomeini.
Em Isfahan, a segunda cidade mais importante iraniana, das 13 cadeiras de vereador, sete ficaram com conservadores moderados, quatro com os reformistas e apenas três com os aliados do presidente.
Nas eleições para a Assembléia, a liderança é do ex-presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, que perdeu a eleição presidencial no segundo turno para Ahmadinejad no ano passado. Ele pode se tornar seu presidente.
O aiatolá ultraconservador Mohammad Taqi Mesbah-Yazdi, mentor de Ahmadinejad, está em sexto lugar. A capital elege 32 dos 86 notáveis.
A Agência de Notícias República Islâmica informou que a participação foi 56% do eleitorado apto a votar.
Mulheres perdem espaço no novo Iraque
Com a situação de anarquia e violência, e o avanço do fundamentalismo, a situação da mulher piorou no nova Iraque, afirma o jornal americano The Washington Post neste sábado. Cada vez mais as mulheres evitam sair na rua, por medo de seqüestro e estupro.
As mulheres recebem ameaças de morte por causa de sua religião, seus costumes e sua carreira. Elas são perseguidas por não usarem vestidos longos e véus na cabeça, e por dirigir automóveis.
Na maior parte do século passado, o Iraque foi um país secular que estimulava a entrada da mulher nas escolas e no mercado de trabalho. O partido Baath, de Saddam Hussein, defendia um maldefinido socialismo árabe e a plena participação social da mulher. As guerras mudaram esta realidade.
Entre as promessas de democracia do presidente George Walker Bush para justificar a invasão do Iraque, estava fortalecer os direitos da mulher para construir um novo Iraque.
As mulheres iraquianas começaram a freqüentar universidades nos anos 20. Têm uma longa tradição acadêmica.
Na Guerra do Golfo de 1991, para expulsar os iraquianos do Kuwait, Saddam Hussein começou a manipular a religião por interesses políticos. Proibiu mulheres menores de 45 anos de viajarem sozinhas ao exterior, sem a companhia de um parente homem.
Em 2003, incentivadas por Bush, surgiu um movimento feminista iraquiano incipiente, logo sufocado pela anarquia e o avanço do fundamentalismo islâmico. No momento, as mulheres qualificadas tentam fugir do país. Não vêem futuro no Iraque.
As mulheres recebem ameaças de morte por causa de sua religião, seus costumes e sua carreira. Elas são perseguidas por não usarem vestidos longos e véus na cabeça, e por dirigir automóveis.
Na maior parte do século passado, o Iraque foi um país secular que estimulava a entrada da mulher nas escolas e no mercado de trabalho. O partido Baath, de Saddam Hussein, defendia um maldefinido socialismo árabe e a plena participação social da mulher. As guerras mudaram esta realidade.
Entre as promessas de democracia do presidente George Walker Bush para justificar a invasão do Iraque, estava fortalecer os direitos da mulher para construir um novo Iraque.
As mulheres iraquianas começaram a freqüentar universidades nos anos 20. Têm uma longa tradição acadêmica.
Na Guerra do Golfo de 1991, para expulsar os iraquianos do Kuwait, Saddam Hussein começou a manipular a religião por interesses políticos. Proibiu mulheres menores de 45 anos de viajarem sozinhas ao exterior, sem a companhia de um parente homem.
Em 2003, incentivadas por Bush, surgiu um movimento feminista iraquiano incipiente, logo sufocado pela anarquia e o avanço do fundamentalismo islâmico. No momento, as mulheres qualificadas tentam fugir do país. Não vêem futuro no Iraque.
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