Se Israel negociar a paz com a Síria, o regime sírio se afastaria do Irã e faria parte do grupo de países árabes interessados em estabilizar o Iraque, afirma o deputado israelense Yossi Beilin, presidente da coligação Meretz-Yahad, um dos grandes pacifistas da política israelense.
Beilin argumenta que o presidente sírio, Bachar Assad, tem várias cartadas negativas na mão: uma guerra contra Israel, o patrocínio a organizações terroristas com base em seu território e a capacidade de transferir armas do Irã para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
"Se Israel não abrir mão de suas precondições para abrir negociações com a Síria, enquanto o primeiro-ministro israelense declarar que não devolverá as Colinas do Golã enquanto estiver no poder, a Síria não vai abrir mão destas cartas", raciocina o pacifista israelense.
A paz entre Israel e a Síria incluiria a retirada israelense das Colinas do Golã, retiraria o apoio sírio às organizações extremistas palestinas e neutralizaria o Hesbolá. Seria também um golpe na aliança Síria-Irã, um "pacto entre atores muito diferentes: o partido Baath, que é secular, e o Irã, que é xiita e fundamentalista.
Um acordo de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acrescenta Beilin, junto com o um acordo Israel-Síria, permitiria pacificar o Líbano normalizando as relações as relações entre Israel e todos os países árabes.
É uma visão otimista mas sua obrigação como pacifista é sonhar com um Oriente Médio melhor porque o atual é um pesadelo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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