O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, deu ordens ao novo comandante do Exército, general Jorge Rosales, para que proteja a fábrica de papel e celulose da companhia finlandesa Botnia em construção em Fray Bentos, sob protesto dos argentinos que vivem na outra margem do Rio Uruguai e do governo Néstor Kirchner.
A questão gerou o conflito entre os dois países conhecido como 'guerra das papeleiras'. Para Kirchner, "é uma afronta para os argentinos".
Há cerca de um ano, argentinos residentes em Gualeguaychú e ecologistas dos dois países protestam contra a construção de duas fábricas de papel e celulose, sob o argumento de que poluirão o rio que separa a Argentina do Uruguai. Por diversas vezes, a passagem entre os dois países foi bloqueada pelos manifestantes, durante 40 dias no início de 2006 e recentemente durante a Conferência de Cúpula Ibero-Americana, no começo de novembro.
A Argentina já recorreu à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, e esperava que o Banco Mundial não ajudasse a financiar o projeto, o maior investimento estrangeiro da História do Uruguai, de cerca de US$ 2 bilhões, equivalentes a 15% do produto interno bruto uruguaio. Também não aceitou a mediação do Brasil nem do Mercosul, preferindo convidar o rei Juan Carlos, da Espanha, para tentar restabelecer o diálogo.
O problema é que Kirchner não aceita o projeto que, para o Uruguai, tornou-se uma questão de soberania nacional.
Tabaré Vázquez recebeu ontem em Montevidéu o enviado especial de Juan Carlos. O líder uruguaio se nega a negociar enquanto houver bloqueio de estradas e pontes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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