O fracasso no Iraque seria uma "calamidade" que assombraria os Estados Unidos por muitos anos, admitiu ontem o novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), ao assumir a chefia do Pentágono.
"Todos nós queremos encontrar uma maneira de trazer nossos filhos e filhas americanos de volta para casa", declarou Gates em seu discurso de posse. "Mas como o presidente deixa claro, não podemos fracassar no Oriente Médio. O fracasso no Iraque neste momento seria uma calamidade que assombraria a nação, reduziria nossa credibilidade e ameaçaria os americanos durante décadas."
Gates substitui Donald Rumsfeld, que caiu no dia seguinte à derrota republicana nas eleições de 7 de novembro, como o principal responsável pela condução da guerra que já matou mais de 2.940 americanos e custou US$ 400 bilhões, sem conseguir criar um governo estável no Iraque depois da queda de Saddam Hussein, em 9 de abril de 2003. Chega quando o presidente George Walker Bush discute com seus principais assessores e aliados uma reformulação da estratégia dos EUA, a ser anunciada nos primeiros dias de 2007.
Além do pesadelo em que se tornou a ocupação do Iraque e do ressurgimento dos Talebã no Afeganistão, Gates terá de se preocupar com outras ameaças, como os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte, e a situação-limite em que se encontram as Forças Armadas dos EUA, sem condições de agir em outras frentes, se houver necessidade.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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